O Turismo e os territórios: análise de uma relação estrutural

30-09-2010
1
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
LICENCIATURA EM TURISMO, LAZER E PATRIMÓNIO
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Conferência de Abertura do
Ano Escolar 2010/2011
A Geografia, os geógrafos
e os territórios do Turismo
/
Coimbra, 2010.09.28
Jorge Umbelino
Departamento de Geografia e Planeamento Regional
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Sumário
Jorge UmbelinoA Geografia, os geógrafos e os territórios do Turismo
1.O conceito actual de turismo
2.Dados recentes do movimento turístico
internacional e nacional
3.Turismo e território: análise de uma
relação estruturalç
4.Reflexões a propósito da oferta turística
portuguesa

30-09-2010
2
Sumário
2. Dados recentes do movimento turístico internacional e nacional
3. Turismo e território: análise de uma relação estrutural
4. Reflexões a propósito da oferta turística portuguesa
1.O conceito actual de turismo
O conceito de Turismo
A definição de Turismo proposta pela OMT compreende
i id d d d i
as actividades das pessoas durante as suas viagens e
estadas fora da residência habitual, utilizando meios de
alojamento colectivo ou particulares, por um período de
tempo superior a um dia e inferior a um ano e desde que
não exista objectivo de remuneração no local de destino.
Uma definição a partir da oferta dirá que a indústriaUma definição a partir da oferta dirá que a indústria
turística consiste no conjunto de todas as empresas,
organizações e instalações destinadas a servir as
necessidades e desejos específicos dos turistas.

30-09-2010
3
O T i é lid d l
3 ideias para reflexão:
• O Turismo é uma realidade complexa e um
conceito económico e social muito amplo
• O Turismo é uma actividade em franco
i t b id d d ã
• O Turismo não se limita às possibilidades de
alojamento em meios colectivos
crescimento e com boa capacidade de reacção a
situações adversas
Sumário
1. O conceito actual de turismo
2. Dados recentes do movimento
turístico internacional e nacional
4. Reflexões a propósito da oferta turística portuguesap p p g

30-09-2010
4
Turismo internacional – 1990/2009: chegadas e receitas
Turismo internacional – Perspectivas internacionais: horizonte 2020
Fonte: http://www.unwto.org/facts/eng/pdf/highlights/UNWTO_Highlights09_sp_HR.pdf

30-09-2010
5
Gross Domestic Product and International Tourist Arrivals,
1975-2011* (Annual Growth Rate,%)
12,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
* Forecasts for 2010 and 2011
Average Annual Growth
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010*
GDP
Tourists
Golf War (II)
September 11
Financial crisis
Swine flu
Golf War (I)
Oil crisis (II)
Annual average growth
Dados recentes da oferta turística portuguesa
Capacidade (nº de camas)
Tipologia de Estabelecimento 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Tipologia de Estabelecimento 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Hotéis 115.750 126.445 127.423 129.552 136.886 141.148
Hotel-Apartamentos 34.054 34.614 35.215 35.159 34.650 34552
Pousadas 2.223 2.216 2.273 2.269 2.357 2739
Aldeamentos Turísticos 13.542 13.439 12.347 12.251 14.264 14797
Apartamentos Turísticos 38 661 37 769 36 504 35 041 35 591 33659Apartamentos Turísticos 38.661 37.769 36.504 35.041 35.591 33659
Outros (pensões, motéis,
estalagens) 49.697 49331 50275 50.475 48.849 46712
TOTAL GERAL 253.927 263.814 264.037 264.747 272.587 273607

30-09-2010
6
Dados recentes da oferta e procura turística portuguesa
Dormidas, taxa de crescimento anual, 2004-2009
8 00% Total Estrangeiros
-4,00%
-2,00%
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
2004-05 2005-06 2006-07 2007-08 2008-09
Total Estrangeiros
Total Portugal
Total Global
-12,00%
-10,00%
-8,00%
-6,00%
Dados recentes da oferta e procura turística portuguesa
Taxa de ocupação-cama (%)
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
10
20
2004
2005
2006
2007
2008
2009

30-09-2010
7
Dados recentes da oferta turística portuguesa
Receitas (milhões de euros)
Sumário
2. Dados recentes do movimento turístico internacional e
nacional
3. Turismo e território: análise
de uma relação estruturalde uma relação estrutural
4. Reflexões a propósito da oferta turística portuguesa

30-09-2010
8
Principais pontos de contacto entre o
Turismo e o Território
• o estudo do território e dos seus recursos;
• a gestão da mobilidade;
• o encontro das diversas escalas de análise;
• interpretação e planeamento dos territórios turísticos;
• o planeamento e gestão do território.
A ligação entre o Turismo e o Ambiente/Ordenamento do Território (Amb/OT) é
inevitavelmente conflitual?
A ligação entre o Turismo e o Ambiente/Ordenamento do Território (Amb/OT)
A ligação entre o Turismo e o Ambiente/Ordenamento do Território (Amb/OT)
faz-se de montante para jusante? Ou numa lógica de paridade?
• O Amb/OT face ao uso do território pelo Turismo, o Turismo face à gestão
do território por parte do Amb/OT
• O Turismo depende do Amb/OT, mas o Amb/OT também tem a ganhar
T icom o Turismo
• O caso específico da «imobiliária turística» ou «turismo residencial»

30-09-2010
9
A relevância dos espaços turísticos: Porquê? Quando?
Os principais conceitos territoriais do turismo
A relevância dos espaços turísticos: Porquê? Quando?
Foi a passagem de um turismo de elites para a massificação (2ª
metade do século XX) que justificou o interesse pelo estudo dos
espaços e produtos turísticos.
O incremento dos tempos livres e do rendimento; mais tarde,
acresceu a própria cultura do tempo livre, a valorização dos
tempos de recreio e a sua assunção como tempos de consumo
Os conceitos de local, espaço e destino turístico
, p ç
Um local turístico será, em princípio, qualquer localização onde
possa acontecer um acto de consumo turístico, ou seja, em qualquer
lado...
Um espaço turístico será um local turístico que é reconhecido pelo
peso potencial da sua atractividade, pelo volume e expressão dos seus
recursos, pelo seu exotismo
Um destino turístico será um espaço turístico que já tem uma oferta
estruturada, que passou do potencial à organização da oferta. Do
potencial identificou recursos, destes constituiu atracções, a partir destas
organizou produtos.

30-09-2010
10
Características dos destinos turísticos
O sector do turismo tem um peso visível na economia local e no ordenamento do
território.
Consegue-se um equilíbrio harmonioso entre boas acessibilidades, infraestruturas e
equipamentos, comunidade de acolhimento, modo de operação, actuação das entidades
competentes
Um destino turístico tem de oferecer 4 bens de base:
Paisagens e Outros Recursos para absorver e usufruir
Bens e Equipamentos para adquirir ou prestar serviços
Actividades para participar / cultura para absorver
Na globalidade, experiências que possam servir de memória...
Características dos destinos turísticos
Todos os destinos turísticos estão habilitados para receber pessoas, mas nem
todos o conseguem na mesma medida.
O peso de fenómenos de moda e de mecanismos de regulação económica e
social: a intervenção dos operadores turísticos, que regulam o ciclo de vida dos
produtos, em função do seu ajustamento em preço e capacidade de resposta aos
mercados de procura (exemplos: convicções relacionadas com a saúde termas spasmercados de procura. (exemplos: convicções relacionadas com a saúde - termas, spas -
ou com exemplos de prestígio social, que a comunicação social promove).
Cruzamento de valores de atracção e fruição num destino turístico. O que
conta mais? Os valores de base ou a composição de atracções acessórias? (exemplo:
destinos de praia versus animação nocturna)

30-09-2010
11
O conceito de produto turístico
p
Um produto turístico será um encadeamento dos bens fornecidos e serviços
prestados pelos operadores do turismo.
De forma mais abrangente, e considerado que a experiência turística se revê em
aspectos que vão para além do que está restritivamente atribuído ao sector, pode
deduzir-se que produto e destino turístico não se distinguem no objecto,
mas sim apenas no ponto de vista pelo qual este é abordado: sob a orientação domas sim apenas no ponto de vista pelo qual este é abordado: sob a orientação do
território ou do sector.
Recurso Turístico Potencial -> Recurso Turístico Utilizável ->
Produto Turístico Potencial -> Produto Turístico Utilizável ->
Experiência Turística Global -> Destino turístico bem sucedido
Particularidades do produto turístico
Os actos de produção e consumo são coincidentes no tempo e no
espaço (não há possibilidade de organizar stocks)
O consumidor tem de se deslocar até ao local de consumo (o que é
uma complicação...; veja-se que o acto de consumo turístico é objecto de
concorrência entre produtos e destinos mas, antes disso, entre várias hipóteses
de consumo, que têm mecanismos de maior proximidade para com o
consumidor)
O produto turístico empresta-se, não se consome em cada acto,
como acontece, por exemplo, com a actividade industrial
O consumo turístico não tende para a auto-satisfação, como é norma
entre os actos de consumo, mas, ao contrário, pode ser auto-estimulado (desde
que seja visto de forma abrangente, não tomando cada destino de modo
individual)

30-09-2010
12
O produto turístico tem um ciclo de vida, que condiciona a utilização dos territórios que o
suportam. Assim, temos:
a) descoberta – praticamente só existem os recursos; a oferta não está estruturada, há
pouco impacto sobre o meio;
b) envolvimento – descoberta da comunidade local para o turismo, adaptando-se à
procura; fenómenos de concentração espacial e temporal;
c) crescimento/desenvolvimento – muita especialização funcional; o número de
turistas aproxima-se ou ultrapassa o de residentes; o controlo passa para as organizações
externas; possíveis conflitos entre as populações e os turista;
d) consolidação – o turismo é a actividade mais importante, apesar de já crescer a ritmos
menos significativos; instalações dão sinais de degradação;
e) estagnação – degradação evidente; já não há hipóteses de crescimento; rotação elevada
dos proprietários;
f) declínio/rejuvenescimento – ou vai perdendo capacidade de resistência como destino
(passa a destino esporádico, ou de fim-de-semana), ou se torna especializado em
parâmetros que o mercado reconheça, ou, solução mais recente, cede o seu lugar como
destino turístico a uma lógica de imobiliária / emigração mais ou menos definitiva.
Sumário
2. Dados recentes do movimento turístico internacional e
nacional
4. Reflexões a propósito da
oferta turística portuguesa

30-09-2010
13
1. Uma política de Turismo para Portugal,
ou uma política para a oferta turística portuguesa
2 O que pensamos ter para integrar
2. O que pensamos ter para integrar
a nossa oferta turística
3. Mas será isso o mesmo que o mercado espera da
oferta turística portuguesa?
4. Feito o ajustamento entre a oferta e a procura
no Turismo português, qual o estado da(s) nossa(s)no Turismo português, qual o estado da(s) nossa(s)
concorrência(s)?
5. Qual o nosso ponto de partida? Que histórico tem a
nossa oferta turística? Como somos reconhecidos?
6 Q i i di õ d d tid l
6. Quais as indicações dos mercados, em sentido geral
e, mais especificamente, no âmbito dos nossos
principais produtos?
7. Que opções estratégicas? Quantidade ou
Qualidade? Que prioridades territoriais? Que
prioridades nas Políticas Públicas?
8. O PENT. Selecção de (10) produtos estratégicos e de
um modelo territorial para a sua interpretação

30-09-2010
14
Uma oferta competitiva através de:
a) Apelo ao consumo turístico versus outras alternativas
c) Competência para fazer melhor do que as ofertas concorrentes
b) Capacidade de estabelecer diferença em relação a ofertas concorrentes
Pressupostos da busca de competitividade
na oferta turística portuguesa
p g
a) Posição geográfica e determinismos da procura
c) Conjunturas e crises internacionais
b) Valores culturais, hábitos e determinismos da procura

30-09-2010
15
Oportunidades e desafios para a busca de
i i id d f í i
competitividade na oferta turística portuguesa
Maior habilitação profissional e societal
Densidade e coesão territorial, dispersão da procura no espaço e no tempo
I fi ã d d tInovar na afirmação do produto
A matriz de produtos estratégicos do PENT e a sua aplicação regional

30-09-2010
16
LICENCIATURA EM TURISMO, LAZER E PATRIMÓNIO
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Conferência de Abertura do
Ano Escolar 2010/2011
A Geografia, os geógrafos
e os territórios do Turismo
/
Coimbra, 2010.09.28
Jorge Umbelino
Departamento de Geografia e Planeamento Regional
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa

O Turismo e os territórios: análise de uma relação estrutural

Recomendados

Recomendados

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Destaque (6)

Semelhante a O Turismo e os territórios: análise de uma relação estrutural

Semelhante a O Turismo e os territórios: análise de uma relação estrutural (20)

O Turismo e os territórios: análise de uma relação estrutural