Manifestantes paralisaram a rodovia Itabuna/Ilhéus por duas horas em protesto contra a privatização das rodovias na Bahia. O movimento contra a privatização continuará com atos regionais em Itabuna e Ilhéus nos próximos dias. O autor argumenta que os impostos pagos pelos brasileiros, como a CIDE sobre combustíveis, deveriam ser usados para manutenção das rodovias em vez de privatizá-las.

1. Teses e Polêmicas
Jorge Barbosa*
Abaixo a cobrança de pedágio nas rodovias baianas
Vitoriosa é a designação para a manifestação realizada hoje em frente à
UESC, quando estudantes e sindicalistas paralisaram a rodovia Itabuna/Ilhéus
das 8 às 10 horas da manhã. Foi o primeiro ato do Movimento contra a
Privatização das Rodovias, criado na última quinta-feira em reunião realizada
na Câmara de Vereadores de Itabuna e que tem como objetivo organizar todos
os segmentos políticos do sul da Bahia contra a privatização da BA 415. A
campanha prossegue com atos regionais, em Itabuna na próxima terça-feira,
05/06, às 10 horas, na Praça Adami e no dia 06/06, na Praça Cairú, também às
10 horas, em Ilhéus.
Temos consciência que enfrentaremos as furiosas e violentas forças do capital
e que para conquistarmos uma vitória será necessária a participação de
trabalhadores, estudantes, empresários e a manifestação explícita da
representação política do sul da Bahia, vereadores, prefeitos e deputados.
Nada mais queremos que a coerência e o cumprimento do programa de
governo do Sr. Jacques Wagner (PT), que em nenhum momento explicitou a
intenção de privatizar as rodovias, inclusive mantendo através do Secretário de
Infra-Estrutura a mesma argumentação privatista, amplamente derrotada na
eleição passada, onde o candidato do neoliberalismo Geraldo Alckmin (PSDB),
por força das circunstâncias desfavoráveis apresentou-se em programa
eleitoral vestindo camisas com as logomarcas das estatais e garantindo que
caso eleito não iria privatizar.
Nós brasileiros sofremos uma alta carga tributária, inclusive existe a CIDE
(Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico) cobrada em todos os
produtos de petróleo e seus derivados, além dos licenciamentos de veículos e
que devem ser destinados ao financiamento de infra-estrutura de transporte,
programas ambientais relacionados à indústria do petróleo e gás natural e

2. subsídios nos preços de combustíveis, que poderiam muito bem ser priorizados
para a recuperação e manutenção da malha viária.
Fica a pergunta: em que estão sendo gastos tais recursos?
Sugerimos que o movimento contra a privatização das rodovias ramifique-se
em todas as regiões onde será aplicada a famigerada medida.
DIGA NÃO A PRIVATIZAÇÃO DA ITABUNA/ILHÉUS
PELO LIVRE DIREITO DE IR E VIR NAS RODOVIAS!
*Jorge Barbosa – Presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região