2. Reprodução e manipulação da fertilidade
Gametogénese humana
Regulação hormonal da reprodução
Fecundação
Manipulação da fertilidade
Pág. 4 e 6
3. O sistema reprodutor é o conjunto de vários órgãos que, no ser humano, permite a formação e
o desenvolvimento de um novo ser humano.
A espécie humana apresenta dimorfismo sexual com duas formas:
homem e mulher.
O dimorfismo sexual pode ser observado pela presença dos:
▪ Caracteres sexuais primários
▪ Caracteres sexuais secundários
Reprodução humana
Para que possa ocorrer o fenómeno da fecundação, originando-se um ovo - célula diploide (2n) -
tem que ocorrer previamente a formação de gâmetas – células sexuais haplóides (n), através de
um processo designado por gametogénese, que implica a ocorrência de meiose pré-gamética em
órgãos específicos dos aparelhos reprodutores - as gónadas.
4. A formação dos
gâmetas implica a
ocorrência de meiose e
designa-se por
gametogénese.
Os gâmetas são as
células sexuais,
contendo n
cromossomas (23) -
haplóides.
Os gâmetas são
produzidos nas
gónadas, e são as
únicas células com n
cromossomas.
Da união dos gâmetas
resulta o zigoto,
contendo 2n
cromossomas (46) –
diplóide.
O ciclo de vida do Homem é diplonte, em que a
fase haplonte se resume aos gâmetas.
Oócito II
5. Reprodução humana Aparelho reprodutor masculino
O sistema reprodutor masculino é
constituído por:
• gónadas masculinas – testículos;
• vias genitais – epidídimos,
canais deferentes e uretra;
• glândulas anexas – vesículas
seminais, próstata e glândulas
de Cowper.
• órgãos genitais externos –
escroto e pénis (órgão destinado
à copulação).
Bexiga
Próstata
Canal
deferente
Uretra
Pénis
Testículo Escroto
Epidídimo
Glândula de Cowper
Ânus
Reto
Sacro
Vesícula seminal
Uréter
Ducto ejaculatório
Biologia
6. Gónadas masculinas
Os testículos são órgãos ovais,
localizados numa projeção externa do
abdómen, o escroto (pág. 12).
Cada testículo possui pequenos
compartimentos, os lóbulos do
testículo, separados por septos
testiculares. Em cada lóbulo
encontram-se os túbulos seminíferos,
pequenos tubos muito enovelados.
Estes túbulos ligam-se ao epidídimo,
um ducto enovelado, localizado
posteriormente ao testículo, onde os
espermatozoides adquirem
mobilidade.
Reprodução humana
Biologia
Imagem de túbulos seminíferos em microscopia (100 x)
7. Gónadas masculinas:
Sistema Reprodutor Masculino
Testículos
◼ Estão situados numa bolsa exterior ao corpo, o escroto.
◼ Têm forma oval com cerca de 4 a 7 cm de
comprimento.
◼ São responsáveis pela formação dos espermatozóides
(espermatogénese) – e produção da hormona sexual
masculina (testosterona) pelas células de Leydig
(agrupadas em conjuntos de até 10, entre os túbulos
seminíferos, em torno de capilares sanguíneos – pág. 13).
8. Sistema Reprodutor Masculino
Vias genitais:
Epidídimos
◼ Túbulos enovelados.
◼ Localizam-se na parte posterior dos testículos.
◼ Local onde ocorre o armazenamento e
maturação dos espermatozoides.
9. Sistema Reprodutor Masculino
Vias genitais:
Canais deferentes
◼ Tubos com cerca de 40 cm de comprimento.
◼ Encontram-se na continuidade do epidídimo
e terminam na uretra.
◼ Fazem a condução dos espermatozoides e
recebem as secreções das glândulas anexas.
10. Sistema Reprodutor Masculino
Vias genitais:
Uretra
◼ Canal com cerca de 20 cm.
◼ É comum ao sistema reprodutor e sistema
excretor.
◼ Conduz o esperma e a urina para o exterior.
◼ Termina na extremidade do pénis.
11. Órgãos genitais externos:
Escroto – Bolsa exterior à cavidade abdominal, onde se encontram os
testículos, permitindo a existência de uma temperatura favorável à
espermatogénese.
Sistema Reprodutor Masculino
Pénis – Órgão destinado à copulação, composto por três cilindros de
tecido esponjoso e eréctil. É atravessado pela uretra.
12. Glândulas anexas:
Vesículas seminais – glândulas que libertam o líquido seminal (líquido rico em
açúcares, que nutre os espermatozoides).
Próstata – glândula com a forma de uma castanha que se situa na base da bexiga.
Produz o líquido prostático (líquido alcalino que permite a mobilidade e
sobrevivência dos espermatozoides na acidez do meio vaginal).
Glândulas de Cowper (ou bulbouretrais)- par de pequenas glândulas localizadas
abaixo da próstata. Segregam líquido alcalino neutraliza a acidez da urina na uretra.
Durante a saída dos espermatozoides pelas vias genitais, são-lhes adicionados os
líquidos seminais e prostático. O fluido resultante desta mistura constitui o esperma
ou sémen, que é libertado durante a ejaculação.
Sistema Reprodutor Masculino
13. Gónadas
Testículos:
•Órgãos ovais com 4 a 7 cm de comprimento, constituídos por túbulos seminíferos;
•Produzem espermatozoides e hormonas (testosterona, por ex.) e localizam-se no escroto.
Vias
genitais
Epidídimos:
•Tubos enovelados com cerca de 6 m de comprimento;
•Localizam-se na parte posterior dos testículos;
•Local onde ocorre a maturação e armazenamento de espermatozoides.
Canais Deferentes:
•Tubos com cerca de 40 cm. Armazenam e conduzem espermatozoides desde o epidídimo até à
uretra.
Uretra:
•Canal com cerca de 20 cm; comum ao aparelho reprodutor e urinário.
Glândulas
anexas
2 Vesículas seminais
•Produzem líquido seminal.
2 Glândulas de Cowper
•Segregam líquido alcalino, que neutraliza acidez da uretra.
Próstata:
•Produz líquido prostático.
Órgãos
externos
Escroto:
•Bolsa de pele que contêm os testículos e os epidídimos, fora da cavidade abdominal.
Pénis:
Órgão cilíndrico constituído por três cilindros de tecido esponjoso e eréctil – corpos cavernosos;
Transfere os espermatozoides para o sistema reprodutor feminino – órgão destinado à copulação.
Sistema Reprodutor Masculino
Pág. 11 - 13
15. Gametogénese
Conjunto de fenómenos que se verificam em
células germinativas que leva à formação de
gâmetas.
ESPERMATOGÉNESE OOGÉNESE
TESTÍCULOS OVÁRIOS
ESPERMATOZÓIDES Oócitos II
16. Espermatogénese
A espermatogénese compreende as seguintes
fases: multiplicação, crescimento, maturação e
diferenciação (espermiogénese) – pág. 14 e 15.
Reprodução humana
Biologia
Túbulo seminífero
Espermatogónias
Lúmen
Espermatídios
Espermiogénese
Meiose II
Meiose I
Espermatócito
de primeira
ordem
Espermatócito
de segunda
ordem
Mitose
Espermatozoides
Célula
de Sertoli
Flagelo
Mitocôndria
Fragmento de citoplasma
Acrossoma
Cabeça
Peça intermédia
Cauda
Centríolos
Núcleo
Espermatídio
Microtúbulos
Multiplicação
Crescimento
Maturação
Diferenciação
Diferenciação
17. Espermatogénese - Formação de espermatozoides
Formam-se
espermatozoides
aptos a fecundar
As células germinativas
sofrem divisões
mitóticas, diferenciando-
se em espermatogónias.
Após o aumento de
volume originam os
espermatócitos I
Na 1.ª divisão da meiose, ocorre
uma separação dos
cromossomas homólogos
(passagem de 2n para n) e
formam-se os espermatócitos II.
Após a redução
cromossómica, ocorre a
separação dos cromatídeos
(2.ª divisão da meiose),
A etapa final corresponde à
diferenciação dos
espermatídeos para formar
espermatozoides –
espermiogénese.
secundários
Espermiogénese
18. Espermatogénese
Multiplicação: Junto à parede de cada tubo seminífero existem células
germinativas estaminais, designadas por espermatogónias (2n) que se dividem
continuamente por mitose.
Crescimento: Em cada duas espermatogónias formadas, uma divide-se
novamente por mitose, outra continua a espermatogénese, aumentando de volume.
Passam a designar-se por espermatócitos I (2n).
Maturação: Os espermatócitos I (2n) sofrem a 1ª divisão meiótica e dão
origem a 2 espermatócitos II (n). Cada espermatócito II sofre a 2ª divisão meiótica
e dá origem a 2 espermatídios (n).
Diferenciação: Os espermatídios sofrem um processo de diferenciação ou
espermiogénese. Transformam-se em espermatozoides (n).
Durante esta etapa: Perdem grande parte do citoplasma (fagocitado pelas células
de Sertoli). Forma-se o acrossoma. Desenvolvem um flagelo a partir dos centríolos.
19. Cabeça
◼ Forma oval
◼ Ocupada, quase na totalidade, por um núcleo haplóide
◼ Termina numa estrutura denominada acrossoma ou capuz cefálico,
que contém enzimas digestivas (permitem ao espermatozoide
penetrar no gâmeta feminino) e envolve parte do núcleo
Espermatozoide
20. Peça intermédia
◼ Contém mitocôndrias.
◼ Nas mitocôndrias ocorre respiração aeróbia produzindo energia,
sob a forma de ATP, para a movimentação do flagelo
Cauda
◼ Originada por um dos centríolos e responsável
pela movimentação do espermatozoide
Espermatozoide
23. Aparelho reprodutor feminino
O sistema reprodutor feminino é
constituído por:
• gónadas femininas – os ovários,
localizados no interior da cavidade
abdominal;
• vias genitais – a vagina, o útero e
as trompas de Falópio;
• órgãos genitais externos – o
clítoris, os pequenos e os grandes
lábios e o orifício genital, que no
seu conjunto constituem a vulva.
Reprodução humana
Biologia
Ovário
Trompa
de Falópio
Bexiga
Útero
Uretra
Colo do útero
Vagina
Ânus
24. Gónadas femininas
O ovário possui duas zonas, uma interna
e outra periférica.
A parte interna ou zona medular é rica
em vasos sanguíneos e nervos.
A zona cortical caracteriza-se pela
presença de estruturas em diferentes
estádios de desenvolvimento – os
folículos ováricos.
Reprodução humana
Biologia
Vasos sanguíneos
Folículos
primordiais
Folículo
primário
Oócito I
Folículo
de Graaf
Libertação do oócito II
(Ovulação)
Corpo lúteo
em formação
Corpo lúteo
Corpo lúteo
atrofiado
Folículos
secundários
Oócito II
Microfotografia da secção de um ovário
Ver pág. 16 e 17
25. Oogénese
A gametogénese
feminina
compreende
as seguintes fases:
• Multiplicação
• Crescimento
• Maturação
Reprodução humana
Biologia
Oogónias
Oócito de
primeira
ordem
Oócito II
Primeiro glóbulo
polar
Segundo glóbulo
polar
Óvulo
Meiose II
Meiose I
Ovulação
Fecundação
Multiplicação
Crescimento
Maturação
INFÂNCIA
ANTES DO NASCIMENTO
DA PUBERDADE À MENOPAUSA
Folículo
primordial
Folículo
primário
Folículo
maduro
Ovulação
Corpo lúteo
Zigoto
Oócito II
(meiose suspensa em metáfase II)
Oócito I
(meiose suspensa
em prófase I)
Oócito II
Oócito I
Meiose I
Meiose II
(completa
após a
fecundação)
Primeiro
corpo polar
Segundo
corpo polar
Mitose
Oogónias
26. Oogénese
◼É o processo de diferenciação das
oogónias (2n) em gâmetas femininos (n).
Ocorre nos ovários.
◼Tem início durante o desenvolvimento
embrionário, passa por uma fase de
repouso e reinicia-se na puberdade, de
modo cíclico, terminando com a
menopausa.
27. Oogénese
Fase de multiplicação
Durante o desenvolvimento embrionário, as células germinativas primordiais
dividem-se por mitose, originando oogónias (2n).
Fase de crescimento
As oogónias aumentam de tamanho e acumulam substâncias de reserva, ainda
durante o desenvolvimento embrionário, formando os oócitos I (2n).
Os oócitos I, em prófase I, rodeados de células do córtex do ovário, permanecem
inativos até à puberdade, constituindo os folículos primordiais.
Alguns folículos primordiais vão degenerando.
28. Oogénese
Fase de maturação
Inicia-se antes do nascimento e permanece em repouso até à puberdade,
altura a partir da qual é retomada mensalmente, sendo concluída apenas
se ocorrer fecundação.
O oócito I termina a 1ª divisão meiótica, na qual a divisão do citoplasma
é desigual.
Forma o oócito II (n) e o 1º glóbulo polar.
O oócito II inicia a 2ª divisão meiótica que fica suspensa na metafase II
(caso não ocorra fecundação)
32. Oogénese
Folículo primordial
Estrutura que contém um oócito I e é formada durante o desenvolvimento
embrionário.
Folículo maduro ou folículo de Graaf (ou folículo antral)
Contém o oócito II, rodeado por várias camadas celulares e pela zona
pelúcida (zona não celular, rica em glicoproteínas). Entre as células
foliculares apresenta uma cavidade cheia de líquido, a cavidade folicular
ou antral.
33. Oogénese
Corpo lúteo ou corpo amarelo
Massa celular resultante da evolução do folículo de Graaf, após
libertação do oócito II (ovulação)
Produz hormonas sexuais, estrogénios e progesterona.
Exercícios pág. 18 e 19
34. Regulação hormonal da espermatogénese
• A GnRH estimula a hipófise anterior a produzir
gonadotrofinas – a LH e a FSH;
• A hormona LH estimula as células de Leydig a
produzirem testosterona, elevando a sua
concentração sanguínea;
• Esse aumento de testosterona provoca uma
redução da estimulação do hipotálamo e a da
hipófise, diminuindo a produção de FSH e LH –
mecanismo de retroação negativa;
• A hormona FSH estimula a atividade das células
de Sertoli, aumentando a espermatogénese.
Biologia
35. Regulação hormonal da oogénese O aparelho reprodutor feminino funciona em
ciclos com duração média de cerca de 28 dias.
Cada ciclo menstrual manifesta-se nos ovários –
ciclo ovárico – e no útero – ciclo uterino.
• No início do ciclo, os baixos níveis de
estrogénio e progesterona no sangue
estimulam a libertação da hormona GnRH
pelo hipotálamo. Esta hormona atua sobre a
hipófise anterior, levando à produção das
gonadotrofinas LH e FSH – mecanismo de
retroação negativa;
• A LH e a FSH atuam sobre os folículos
ováricos, dando início ao seu
desenvolvimento, do qual resulta a
produção de estrogénios, cuja concentração
vai aumentando.
Biologia
36. • O aumento dos estrogénios provoca um
aumento da produção de GnRH, levando a um
pico de produção de FSH e LH, o que provoca a
ovulação por volta do 14.° dia do ciclo –
retroação positiva;
• Após a ovulação, as células foliculares dão
origem ao corpo lúteo ou corpo amarelo, que
produz, sobretudo, progesterona;
• O aumento dos estrogénios e da progesterona
provoca uma inibição na produção de GnRH e
de FSH e LH, o que conduz à atrofia
progressiva do corpo amarelo no final do
ciclo, e ao decréscimo dos teores de
estrogénio e progesterona no sangue.
Regulação hormonal da oogénese
Biologia
Dias
Hormonas hipofisárias
Ovário
Concentração
no
plasma
Útero
Estrogénios Progesterona
Desenvolvimento dos folículos Evolução do corpo lúteo
Ovulação
Ciclo
uterino
Ciclo
ovárico
Fase folicular Fase luteínica
Fase menstrual Fase proliferativa Fase secretora