Um lavrador chinês estava constantemente sendo ameaçado por um tigre que exigia metade de suas galinhas e bois. Quando o tigre exigiu metade de seu boi, a esposa do lavrador teve uma ideia: ela se vestiu de maneira assustadora para parecer um demônio e ameaçou comer o tigre. O tigre ficou tão assustado que fugiu para sempre daquela área.
1. O TIGRE E A
MULHER DO
LAVRADOR
Dia Internacional da Mulher
H avia na China de antigamente um lavrador muito
medroso. E talvez não lhe faltasse alguma razão, porque,
entre outros perigos de respeito, um tigre de grande porte
rondava o povoado e saltava aos caminhos, exigindo o seu
quinhão.
– Dá-me metade das galinhas que levas para o mercado
– pedia o tigre, numa voz que não era de pedir.
E o pobre camponês, apanhado no caminho, não tinha
outro remédio senão dividir a sua carga a meias com o
tigre.
Um dia, calhou a vez ao lavrador, que sulcava as suas
terras com um arado, puxado por um boi. Apareceu-lhe o
tigre, que disse:
– Dá-me metade desse boi.
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2. O camponês, depois de recuperar a fala, que lhe fugira
com o susto, pediu misericórdia. Atabalhoadamente, tentou
explicar à fera que passar a lavrar a terra só com metade de
um boi não ia ser fácil.
– Quero lá saber! Arranja-te como puderes – disse o
tigre, num tom que não admitia mais discussões.
– Então eu vou buscar o machado a casa, para
dividirmos o boi ao meio – disse o lavrador, a ganhar
tempo.
Quando, esbaforido, chegou a casa e contou à mulher o
que se passara, ela, que era mais destemida do que o
marido (o que não era difícil...), barafustou com o negócio
e propôs-se tratar do caso à sua maneira.
Pendurou uma cabaça ao pescoço, que lhe tapava a boca,
calçou umas andas, vestiu uma longa túnica e escondeu a
cara dentro de uma máscara demoníaca. Parecia um
gigante.
Assim vestida, pôs-se ao caminho, de machado na mão.
Entretanto, ia gritando:
– Apetece-me comer um tigre às fatias, cortadas uma a
uma pelas riscas dos lombos.
– A voz dela ressoava no vazio da cabaça e ribombava,
cava e tremenda.
O tigre ouviu-a e espreitou por entre os canaviais. Seria
o diabo ou a mãe do diabo?
Mais valia não identificar de perto.
E o tigre, de rabo entre as pernas, fugiu daquelas
paragens, para nunca mais ser visto.
FIM
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