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IMORTALIDADE e
     REENCARNAÇÃO

da
Título
Imortalidade e Reencarnação da Alma
– provas científicas das vidas anteriores –

Título original
L'Immortalité et la Réincarnation

Autor
Gabriel Delanne

Tradutor
Eduardo Amarante

Coordenação e revisão
Dulce Leal Abalada

Grafismo, Paginação e Arte final
Div'Almeida Atelier Gráfico
www.divalmeida.com

Ilustração e Técnica da capa
Gabriela Marques da Costa
Arte Digital / Assemblage Digital
A Vida após a Vida – 2010
gabriela.marques.costa@gmail.com
www.gabrielamarquescosta.wordpress.com
www.facebook.com/home.php?#!/pages/Gabriela-Marques-da-Costa/134735599901538
+351 915960299

Impressão e Acabamento
Espaço Gráfico, Lda.
www.espacografico.pt

Distribuição
G.C.E. – Sodilivros
Grupo Coimbra Editora, SA
comercial@coimbraeditora.pt

1ª edição – Outubro 2010

ISBN 978-989-8447-01-2
Depósito Legal nº 317127/10

©Apeiron Edições

Reservados todos os direitos de reprodução, total ou parcial, por
qualquer meio, seja mecânico, electrónico ou fotográfico
sem a prévia autorização do editor.

Projecto Apeiron, Lda.
www.projectoapeiron.blogspot.com
apeiron.edicoes@gmail.com
Gabriel Delanne




                     IMORTALIDADE e
                     REENCARNAÇÃO

da
provas científicas das vidas anteriores




            apeiron
               edições
Imortalidade e Reencarnação da Alma



          A LINGUAGEM SIMBÓLICA DAS ILUSTRAÇÕES DE
            IMORTALIDADE E REENCARNAÇÃO DA ALMA


                                      Desta pintura salta-nos à vista um conjun-
                                      to de imagens que nos confunde. Um rosto
                                      delineado na forma de um macaco (babuí-
                                      no?) ou de um lobo com olhos hipnóticos se-
                                      mi-humanos, representa simbolicamente a
                                      passagem da alma do reino animal para o
                                      reino humano nas suas formas mais pri-
                                      mitivas: a tribal. Daí a representação do ín-
                                      digena (na contracapa) na sua fase primá-
                                      ria com a ocultação de uma face, sinal das
                                      suas futuras e desconhecidas reencarna-
                                      ções para cumprir o seu destino evolutivo
                                      no género humano. Os olhos conferem o ca-
                                      rácter misterioso próprio do homem, con-
 Pintura de Gabriela Marques da Costa firmando a máxima de que os olhos são o
            Capa e Contracapa
                                      espelho da alma. No centro da fronte en-
                                      contramos um sinal de onde irradia luz de
                                      tonalidades diáfanas e belas que se espa-
                                      lham ao redor do rosto. Muitos se lem-
                                      brarão desta marca na fronte dos indianos,
                                      o tilak, símbolo do olho espiritual ou do
                                      terceiro olho ou visão, se bem que nas mu-
                                      lheres indianas, este tilak, mais conhecido
                                      como bindi, é utilizado como adorno. To-
                                      davia, neste caso esta forma estilizada, co-
                                      mo que de um embrião, pretende comu-
                                      nicar-nos o carácter atemporal de uma ver-
                                      dade dos inícios da Humanidade: o centro e
                                      a união entre o Macroscosmos (o Universo)
                                      de onde viemos – daí as pinturas se enqua-
                                      drarem num plano de fundo negro com
pontos estelares a indicarem este aspecto –, e o Microscosmos (o homem,
como extensão em miniatura do universo) onde nos encontramos e pro-
curamos responder às grandes questões que marcam o percurso do nosso
destino. As linhas que desse ponto se libertam em luzes multicolores
poderão ter vários significados, desde as linhas com que o mendhi capta


                                                                    Apeiron Edições   |   7
Gabriel Delanne



e desenha o destino de cada um, a partir do espaço que nos rodeia, até ao
desenvolvimento do nosso processo evolutivo com a activação progressiva
e consciente do poder do chacra frontal com cores rosadas, com muito
amarelo e azul púrpura culminando no último chacra refulgente, no alto
da cabeça, em forma de leque abundante e multicolor de vibrações. A
presença de um anel luminoso à volta da Terra induz a filiação estreita e
recíproca entre os vários estados evolutivos da Vida que originou o ho-
mem, e a evolução própria do planeta que nos acolheu e nos acompanha
desde há milhões de anos como portal de realização mútua de dois des-
tinos diferentes, mas complementares. A luz branca saliente na auréola
do planeta, em cima da cabeça, simboliza a realização de ambos (Terra e
Homem) no Grande Plano Divino.




8   |   Apeiron Edições
Imortalidade e Reencarnação da Alma




                             ÍNDICE


PREÂMBULO À OBRA – RAÍZES PROFUNDAS DA
EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS. AS TRADIÇÕES
ANTIGAS E MODERNAS                                                               15

INTRODUÇÃO                                                                       23

CAPÍTULO I – REVISÃO HISTÓRICA SOBRE A
TEORIA DAS VIDAS SUCESSIVAS                                                      28
   1. A Antiguidade da crença nas vidas sucessivas
      A Índia                                                                    28
   2. A Pérsia e a Grécia                                                        29
   3. A Escola Neoplatónica                                                      31
   4. A Judeia                                                                   32
   5. Os Romanos                                                                 34
   6. O Druidismo                                                                34
   7. A Idade Média                                                              35
   8. Os Tempos Modernos                                                         35
   9. O Inquérito de Calderone                                                   38

CAPÍTULO II – AS BASES CIENTÍFICAS DA
REENCARNAÇÃO. AS PROPRIEDADES DO
CORPO ASTRAL                                                                     41
   1. A aparição dos vivos                                                       42
   2. As aparições dos defuntos                                                  46
   3. As aparições provocadas                                                    49
   4. As experiências no Instituto Metapsíquico
      Internacional                                                              57
   5. A necessidade lógica da existência do corpo astral                         61
   6. Onde e como o corpo astral pode adquirir as suas
      propriedades funcionais                                                    64

CAPÍTULO III – A ALMA ANIMAL. EXPOSIÇÃO DA
UNIDADE DAS LEIS DA VIDA EM TODA A
ESCALA ORGÂNICA                                                                  68
   1. A necessidade da encarnação terrestre                                      68



                                                           Apeiron Edições   |    9
Gabriel Delanne




         2. A evolução animal                                 69
         3. A formação e o desenvolvimento gradual do
            Espírito                                          73
         4. A passagem do Princípio Inteligente pela série
            animal                                            74

CAPÍTULO IV – A INTELIGÊNCIA ANIMAL                           77
   1. Os cavalos que fazem cálculo                            77
   2. O cão Rolf                                              82
   3. Lola                                                    87
   4. Zou                                                     91

CAPÍTULO V – AS FACULDADES SUPRANORMAIS
DOS ANIMAIS E O SEU PRINCÍPIO INDIVIDUAL                      92
   1. Um caso provável de clarividência                       98
   2. Fantasmas percebidos colectivamente pelos
      humanos e pelos animais                                 99
   3. Visões de fantasmas humanos longe de qualquer
      coincidência telepática e percebidos colectivamente
      pelos homens e pelos animais                            99
   4. Visual com precedência do animal sobre o homem         100
   5. A aparição de Palladia, visual, auditiva, colectiva    102
   6. Lugares assombrados                                    103
   7. Da sobrevivência dos animais                           106
   8. A aparição de um cão                                   107
   9. Visão de fantasmas animais produzida fora de
      qualquer coincidência telepática e percebida
      colectivamente por animais e homens                    108
   10.Um cão fantasma                                        110
   11.O cão risonho                                          111
   12.A Aparição de animais em sessões experimentais         114
   13.As Materializações visíveis de formas de animais       114
   14.Os Nœvi                                                116

CAPÍTULO VI – A MEMÓRIA INTEGRAL                             120
   1. A memória integral                                     120
   2. Outros exemplos de ecmnésia                            126




10   |    Apeiron Edições
Imortalidade e Reencarnação da Alma




    3.   História de Luís V.                                                  131
    4.   A memória latente                                                    133
    5.   A visão da bola de cristal                                           136
    6.   Criptomnésia                                                         137

CAPÍTULO VII – AS EXPERIÊNCIAS
DA LEMBRANÇA                                                                  139
   1. Estudo sobre as sessões em que se produzem
      pretensas revelações sobre as vidas anteriores do
      paciente ou dos assistentes                                             146
   2. Revelação imprevista                                                    148
   3. Romance subliminal ou reminiscência                                     151
   4. A reencarnação na Inglaterra                                            154
   5. A reencarnação pode ser provada?                                        155
   6. As vidas sucessivas                                                     156
   7. A médium Helena Smith                                                   157
   8. Despertar do passado durante o transe                                   162
   9. Uma lembrança do passado                                                164
   10.Extracto da Conferência sobre a Reencarnação
      feita no Congresso Espírita de Liège, em 28 de
      Agosto de 1928, pelo Dr. Torres                                         166
   11.Uma expiação                                                            167
   12.Resumo                                                                  168

CAPÍTULO VIII – A HEREDITARIEDADE E AS
CRIANÇAS PRODÍGIO                                                             170
   1. As crianças prodígio                                                    170
   2. Os músicos                                                              174
   3. Os pintores                                                             175
   4. Os sábios, os literatos e os poetas                                     176
   5. Os calculadores                                                         178

CAPÍTULO IX – ESTUDOS SOBRE A
REMINISCÊNCIA                                                                 181
   1. O sentimento do déjà vu (do já visto)                                   181
   2. Visões de lugares desconhecidos durante o sono
      da pessoa                                                               185




                                                        Apeiron Edições   |    11
Gabriel Delanne




         3. As aparições do Espírito dos vivos                 186
         4. Reminiscências prováveis das crianças              190
         5. A menina que fala um idioma onde se encontram
            palavras em francês                                190
         6. Reminiscências que parecem provocadas pela visão
            de certos lugares                                  195
         7. Visões retrospectivas                              195
         8. Um clérigo                                         196
         9. Curiosa coincidência                               197
         10.Reminiscência ou clarividência                     198

CAPÍTULO X – AS RECORDAÇÕES DAS
VIDAS ANTERIORES                                               205
   1. O despertar das recordações                              210
   2. O caso de Laura Raynaud                                  213
      2.1. O que a Sra. Raynaud disse em 1911
            a Durville                                         217
      2.2. O testemunho da princesa Fazyl                      218
      2.3. Como a Sra. Raynaud encontrou a sua casa            218
      2.4. Em Génova é encontrada a certidão de óbito
           que era da Sra. Raynaud                             220
      2.5. Extracto da certidão de óbito na Paróquia de S.
           Francisco de Álvaro em Génova                       221
      2.6. Uma paciente do Dr. Durville, a Sra. D'Elphes,
           completa as provas dadas pela Sra. Raynaud          221

CAPÍTULO XI – OUTROS FACTOS QUE IMPLICAM
A RECORDAÇÃO DAS VIDAS ANTERIORES                              230

CAPÍTULO XII – OS CASOS DE REENCARNAÇÃO
ANUNCIADOS ANTECIPADAMENTE                                     249
   1. Reencarnações anunciadas nas sessões espíritas.
      Um caso quase pessoal                                    256
   2. As filhas gémeas do Dr. Samona                           263
   3. Alguns reparos                                           278




12   |    Apeiron Edições
Imortalidade e Reencarnação da Alma




CAPÍTULO XIII – OBSERVAÇÃO DO CONJUNTO
DE ARGUMENTOS QUE MILITAM A FAVOR
DA REENCARNAÇÃO                                                              280
   1. A alma é um ser transcendental                                         281
   2. O corpo astral e as suas propriedades                                  282
   3. Onde e como o corpo astral pôde adquirir as
      suas propriedades?                                                     284
   4. A reencarnação humana e a memória integral                             286
   5. A hereditariedade e as crianças prodígio                               289
   6. As reminiscências                                                      290
   7. As verdadeiras lembranças das vidas anteriores                         291
   8. Avisos de futuras reencarnações                                        293

CAPÍTULO XIV – CONCLUSÃO                                                     295
   1. O esquecimento do passado                                              298
   2. O problema da existência do mal                                        299
   3. O progresso                                                            299
   4. Consequências morais                                                   300




                                                       Apeiron Edições   |    13
Imortalidade e Reencarnação da Alma



                    PREÂMBULO À OBRA


     RAÍZES PROFUNDAS DA EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS
          AS TRADIÇÕES ANTIGAS E MODERNAS

    Muitos de nós pensam que o início e o fim da vida terrestre, o nasci-
mento e a morte, fecham o ciclo humano, ou seja, tudo acaba com o úl-
timo suspiro. Mas será assim que acontece?
    Segundo Max Müller as maiores individualidades da humanidade
admitiram a reencarnação. E assim é. Senão vejamos.
    A teoria da imortalidade e reencarnação da alma foi há muitos sé-
culos um dos princípios fundamentais de todas as grandes religiões, ex-
cepção ao Islamismo e ao Cristianismo. Ainda que este último tenha tido
originariamente esta concepção, o facto é que esta doutrina filosófica se-
creta apenas era transmitida a poucos, aos que a podiam compreender.
Ao vulgo, ou aos não iniciados, apenas era transmitido o ensinamento
moral, e a consequência disto levou a uma perda da sua dimensão es-
piritual.
    A razão por que a Igreja perdeu esta referência, a lei da imortalidade
e da reencarnação, foi devido a uma maioria ignorante que venceu num
dos seus concílios os doutores que sustentavam o Gnosticismo. Fazendo fé
no que nos diz a Bíblia, sobretudo em Mateus 16, 13-14, S. Marcos 8, 27-
-28 e S. Lucas 9, 18-19, esta doutrina não é de todo desconhecida pelo
mestre do Cristianismo, Jesus, que bastas vezes intercalava os seus dis-
cípulos com perguntas e respostas sobre esta verdade. Desde aproxima-
damente o século VI que a Igreja perdeu de vista as doutrinas que sus-
tentavam a existência imortal do homem e a reencarnação das almas.
Esta situação foi consequência da decadência intelectual e moral que
assolou a Europa aquando das invasões bárbaras, mergulhando a hu-
manidade no longo sono da Idade das Trevas. Com a civilidade destes
bárbaros esta verdade, de que a primitiva Religião Cristã era defensora,
ficou enterrada no tempo.
    Recuando a tempos antigos verificamos que era corrente a ideia da
imortalidade e a reencarnação do homem entre as tribos aborígenes do
continente americano, os quase extintos Peles Vermelhas. Do Alasca ao
Peru, entre esquimós, indígenas (da Austrália e ilhas da Oceânia), e es-




                                                            Apeiron Edições   |   15
Gabriel Delanne



pecialmente entre os incas esta crença era transmitida pelos sacerdotes
aos membros das tribos que a aceitavam e respeitavam.
     Na Antiguidade vários pensadores falaram a respeito da crença
imortal da alma e do seu retorno. Nesta época era comum os filósofos
explicarem as respostas dos oráculos – como foram os casos do de
Trepózia, de Amon, de Delfos, de Dodona – a partir da intervenção dos
espíritos.
     Segundo Filostrato, Apolónio de Tiana teria passado sete dias na
caverna de Trofónio (arquitecto, construtor do oráculo de Delfos) onde o
oráculo lhe ditou um livro inteiro. Vespasiano consultava o de Pafos, na
ilha de Chipre; Trajano o de Heliópolis na Síria e Juliano o de Delos (a
ilha mais pequena de todas as ilhas do Egeu). Lucano, Tácito, Filostrato
evocavam os mortos. Sócrates, Apolónio de Tiana, Fílon e Plotino, tinham
os seus espíritos familiares com quem comunicavam directamente. Por-
fírio afirmava que o seu génio tutelar era de uma hierarquia elevada.
     Segundo os testemunhos dos alexandrinos, um dos principais conse-
lheiros de Juliano, Jâmblico, era famoso na ciência dos demónios e dos
deuses, isto é, na arte de invocar os espíritos. Os principais padres da
igreja primitiva, Clemente de Alexandria, Orígenes e S. Gregório de Nisa
e tantos outros vultos eminentes evocavam-nos. Inclusivamente Oríge-
nes, um dos mais sábios doutores da Igreja primitiva, dizia que a cada
um de nós é dada a existência num corpo no qual recebemos a re-
compensa, ou não, dos procedimentos anteriores.
     Cícero conta que Ápio comunicava frequentemente com os espíritos e,
segundo Plínio, o antigo, ele evocou o espírito de Homero para se in-
formar da sua pátria e família. Pausânias, à semelhança de muitos pen-
sadores gregos e latinos, evocava os mortos e Periandro, um dos sete
sábios da Grécia, falava com o espírito da sua mulher. Os platónicos, os
pitagóricos e os estóicos comunicavam com os espíritos. Alguns papas da
Igreja Romana como Bento IX, Gregório VI e Gregório VII também da-
vam especial dedicação a esta comunicação.
     Flavius Josephus (judeu romanizado, autor das Antiguidades Ju-
daicas – 37-95 a.C.) na Guerra dos Judeus fala-nos da doutrina da
reencarnação adiantando, inclusivamente, que era uma ideia vulgar en-
tre o povo. Entre os Romanos era conhecida e mencionada pelos seus
poetas e na Grécia vários eram os filósofos que a defendiam: Homero;
Tales de Mileto que não admitia seres mortos; Pitágoras que falava das
suas anteriores existências; Empédocles que contava lembrar-se de ter



16   |   Apeiron Edições
Imortalidade e Reencarnação da Alma



sido rapaz e rapariga; Virgílio que a defendia como um facto; Juliano, o
apóstata, lembrava-se de ter sido Alexandre da Macedónia, etc.
    Na antiga religião do Egipto também vamos encontrar esta doutrina,
se bem que de forma diferente: o macrocosmos era um ser comparável ao
microcosmos humano. Posteriormente, em Alexandria, os neoplatónicos e
os gnósticos também se vão debruçar sobre esta doutrina. Os povos nór-
dicos contam-na nas suas sagas ou lendas e os gauleses difundiram-na
nos seus mitos. Entre os Druidas fazia parte das tradições místicas e
ainda hoje perdura nos povos de origem celta da Irlanda e da Bretanha a
crença do regresso das almas à vida.
    Lucano (39-65 d.C., poeta romano) fala de uma mágica da Tessália
em que Erato, a Amável (musa da poesia lírica e uma das nove musas da
mitologia grega, filha de Zeus e de Mnemosine que personifica a me-
mória),”fazia entrar as almas no seu corpo” e foi por ela que Sexto Pom-
peu soube do desfecho da rivalidade entre seu pai e César. Do mesmo
modo, Dante atribui à mesma musa Erato a evocação da alma de Virgílio
pouco depois de este ter morrido. Orfeu também evocou o espírito de
Eurídice. Ulisses interroga o espírito do adivinho Tirésias, o de sua mãe e
outros, por intermédio de Circe. Eneias desce aos infernos para consultar
a sombra (o fantasma) de Anquises. Saul visita a pitonisa do Endor para
falar com Samuel.
    O livro escrito por Hermas – escritor cristão e Padre da Igreja – o
Livro do Pastor (escrito entre 88 e 97 d.C. ) contém instruções precisas e
muito claras a serem seguidas nas reuniões dos primeiros cristãos, que
não deixam de ser muito semelhantes às actuais sessões de espiritismo.
    Nesse sentido S. Justino apresenta como argumento decisivo em prol
da imortalidade da alma a possibilidade de se poder evocar os mortos. S.
Irineu e Tertuliano afirmam a realidade destes fenómenos e o próprio S.
Jerónimo pronuncia-se também a favor da possível comunicação com os
mortos. Do mesmo modo pensa S. Tomás de Aquino.
    Na Idade Média vamos encontrar afamados nomes que defenderam a
imortalidade da alma e a comunicação com o além. É o caso de Roger
Bacon, acusado de magia; Giordano Bruno, que acreditava nesta dou-
trina e por isso foi queimado como sendo herético; Joana d‟Arc, acusada e
queimada por ouvir vozes misteriosas.
    Na época moderna do pensamento encontramos Kant que escreve um
livro, pouco comum nos meios filosóficos, Sonhos de um vidente de es-
píritos explicados pelos sonhos da Metafísica, relacionado com a doutrina
que posteriormente nasceu em França nos meados do século XIX. No


                                                             Apeiron Edições   |   17
Gabriel Delanne



campo das artes verificamos que o teatro de Shakespeare é povoado de
fantasmas: Hamlet e Macbeth disso são testemunho; a obra Fausto de
Goethe, poema esotérico inspirado nos prodígios de um taumaturgo do
século XV; Lessing, Victor Hugo, Lamartine, Tolstoi, etc. não tiveram
qualquer problema em afirmar nas suas obras a realidade do mundo in-
visível e a sua contínua acção no mundo visível.
    Mas foi sem dúvida na Índia que esta doutrina mais alcançou popu-
laridade e ainda hoje exerce a sua maior influência.
    No mundo civilizado a doutrina da Imortalidade e Reencarnação da
alma tomou novos contornos quando no século XIX surgiu o espiritismo (o
contacto com os mortos) com o francês Hippolyte Léon Denizard Rivail
(Alan Kardec). Esta corrente apenas actualiza uma prática comum, mas
esquecida, dos antigos anais religiosos, dos antigos santuários, das crip-
tas dos Himalaias aos hipogeus egípcios, das catacumbas de Roma que a
comunicação com os mortos era a base de toda a liturgia. Inclusive os ma-
gos caldeus (como em épocas mais recentes com os cátaros) que levavam
uma vida de pureza de oração a fim de poderem comunicar com os es-
píritos de uma elevada hierarquia. Os druidas evocavam os espíritos nas
florestas: os elementais da natureza.
    Em épocas mais recentes encontramos mencionada a reencarnação
em autores como Goethe, Fichte, Schelling, Lessing, Kipling e o empirista
David Hume refere que a Doutrina da Reencarnação representava o úni-
co aspecto sob o que o filósofo podia ocupar-se da Imortalidade da Alma.
    Foi então que alguns cientistas aceitaram em estudar os fenómenos
pensando poderem desmascarar qualquer indício de fraude ou supers-
tição.
    Neste contexto surge Reencarnação e Imortalidade – Provas Cientí-
ficas das Vidas Anteriores de Gabriel Delanne. Caracteriza-se por se
desenvolver em torno das experiências realizadas pelo autor nos inícios
do século XX através do método da hipnose. A sua pesquisa incide sobre
casos de fantasmagoria, aparições ou visões no leito da morte, teste-
munhos sobre a continuidade da personalidade após a morte (no sentido
de a pessoa manter a sua forma de ser), do registo de memória que
algumas crianças tinham das suas vidas passadas, o mesmo acontecendo
em adultos, e que o autor comprova indo ao local indicado, identificando a
casa e os familiares, etc. Actualmente, estas concepções já são bem acei-
tes no meio científico. Um caso singular é o de Ian P. Stevenson (1918-
-2007), médico psiquiatra canadiano que ao pesquisar também nesta área
chega às mesmas conclusões de Delanne, porém, sem recorrer ao método


18   |   Apeiron Edições
Imortalidade e Reencarnação da Alma



hipnótico, pois os casos que analisava eram com crianças entre os dois e
os quatro anos – que guardavam lembranças muito precisas e claras do
modo como morreram, sobretudo quando a morte ocorria de forma vio-
lenta –, uma vez que as recordações atenuavam-se e desapareciam nas
idades mais tardias. Mas o que ficou foram os seus testemunhos, os re-
gistos médicos que continham elementos e evidências físicas (como defei-
tos de nascimento, sinais de nascença, etc.) que reforçavam a teoria da
reencarnação. Inclusive, o astrofísico e bem conhecido homem de ciência
Carl Sagan afirmou que o trabalho de Ian era um dos poucos estudos, na
área do paranormal, que merecia ser investigado.
    Que esta obra contribua de modo a conferir à doutrina da Imorta-
lidade e da Reencarnação da Alma uma base indestrutível demonstrando,
por conseguinte, que é uma parte importante na Grande Lei da Criação
ao realizar a reeducação e a evolução das almas ao longo do seu caminho
evolutivo.
                                                                O editor




                                                           Apeiron Edições   |   19
Imortalidade e Reencarnação da Alma




      “Bem depressa, e o tempo é próximo, se chegará a demonstrar que a
 alma humana pode viver, desde esta existência terrena, em comunicação
     estreita e indissolúvel com as entidades imateriais do mundo dos
  Espíritos. Será compreendido e demonstrado que este mundo age, sem
   dúvida, sobre o nosso e comunica-lhe influências profundas de que o
   homem actual não tem consciência, mas que mais tarde reconhecerá.
 Aqueles que gratuitamente se dão o nome e o realce de sábios riem-se de
tudo o que, inexplicável para o sábio como para o ignorante, coloca ambos
   ao mesmo nível. É o que faz com que as histórias de fantasmas sejam
      escutadas e bem acolhidas na intimidade, mas impiedosamente
                          condenadas em público.”

                                    Kant




                            “Se numa discussão,
                 um dos muitos que gostaria de saber tudo,
                 mas se recusa a aprender qualquer coisa,
                  perguntar-nos a respeito da continuação
                      da vida após a morte, a resposta
                     mais adequada e mais correcta é:
             „Após a morte você será o que era antes de nascer.‟”

                          Artur Schopenhauer




                                                            Apeiron Edições   |   21
Imortalidade e Reencarnação da Alma



                          INTRODUÇÃO

    A imortalidade – disse Pascal – interessa-nos a tal ponto, e toca-nos
tão profundamente, que é preciso ter perdido todo o senso comum para
ficar indiferente ao seu conhecimento.
    A necessidade de perscrutar o nosso destino tem sido a preocupação
de inúmeras gerações, pois as grandes revoluções que transformaram as
sociedades foram feitas por chefes religiosos. Entretanto, nos nossos dias
reina a incerteza na maioria dos nossos contemporâneos, a respeito de
tão importante assunto, porque a Religião perdeu grande parte da sua
autoridade moral e viu diminuir o seu poder sugestivo.
    Com os filósofos espiritualistas, a alma, ávida de verdade, erra, ató-
nita, nos obscuros labirintos de uma metafísica abstracta, muitas vezes
contraditória e por vezes incompreensível.
    O último século foi notável pelo extraordinário desenvolvimento das
pesquisas psíquicas em todos os ramos da Ciência. Os novos conheci-
mentos que adquirimos revolucionaram as nossas condições de existência
e melhoraram a nossa vida material, em proporções que pareceriam in-
verosímeis aos nossos antepassados. Contudo, acusou-se a Ciência de ter
iludido todas as nossas esperanças porque, se ela triunfa no domínio da
matéria, fica voluntariamente alheia ao que mais nos importa saber, isto
é, se temos, por um lado, uma alma imortal e, em caso afirmativo, em que
se tornará ela depois da morte e, por outro lado, se a alma existe antes do
nascimento.
    As descobertas da Astronomia, da Geologia e da Antropologia levan-
taram o véu sobre as nossas origens e, à luz dessas grandiosas revelações
naturais, as ficções religiosas sobre a origem da Terra e do homem
desvaneceram-se, como aconteceu com as lendas, face à História. Por ou-
tro lado, a crítica intensa dos exegetas retirou à Bíblia o seu carácter de
revelação divina, de modo que muitos espíritos sinceros recusam subme-
ter-se, neste momento, à sua autoridade. Essa ruína da fé resulta tam-
bém do antagonismo que existe entre o ensino religioso e a Razão. As
antigas concepções do Céu e do Inferno caducaram, porque já não se
compreende a eternidade do sofrimento como punição de uma existência
que, em relação à imensidade do tempo, é menos de um segundo, assim
como não se concebe a felicidade ociosa e beata, cuja eterna monotonia
seria um verdadeiro suplício.




                                                             Apeiron Edições   |   23

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  • 1. IMORTALIDADE e REENCARNAÇÃO da
  • 2. Título Imortalidade e Reencarnação da Alma – provas científicas das vidas anteriores – Título original L'Immortalité et la Réincarnation Autor Gabriel Delanne Tradutor Eduardo Amarante Coordenação e revisão Dulce Leal Abalada Grafismo, Paginação e Arte final Div'Almeida Atelier Gráfico www.divalmeida.com Ilustração e Técnica da capa Gabriela Marques da Costa Arte Digital / Assemblage Digital A Vida após a Vida – 2010 gabriela.marques.costa@gmail.com www.gabrielamarquescosta.wordpress.com www.facebook.com/home.php?#!/pages/Gabriela-Marques-da-Costa/134735599901538 +351 915960299 Impressão e Acabamento Espaço Gráfico, Lda. www.espacografico.pt Distribuição G.C.E. – Sodilivros Grupo Coimbra Editora, SA comercial@coimbraeditora.pt 1ª edição – Outubro 2010 ISBN 978-989-8447-01-2 Depósito Legal nº 317127/10 ©Apeiron Edições Reservados todos os direitos de reprodução, total ou parcial, por qualquer meio, seja mecânico, electrónico ou fotográfico sem a prévia autorização do editor. Projecto Apeiron, Lda. www.projectoapeiron.blogspot.com apeiron.edicoes@gmail.com
  • 3. Gabriel Delanne IMORTALIDADE e REENCARNAÇÃO da provas científicas das vidas anteriores apeiron edições
  • 4. Imortalidade e Reencarnação da Alma A LINGUAGEM SIMBÓLICA DAS ILUSTRAÇÕES DE IMORTALIDADE E REENCARNAÇÃO DA ALMA Desta pintura salta-nos à vista um conjun- to de imagens que nos confunde. Um rosto delineado na forma de um macaco (babuí- no?) ou de um lobo com olhos hipnóticos se- mi-humanos, representa simbolicamente a passagem da alma do reino animal para o reino humano nas suas formas mais pri- mitivas: a tribal. Daí a representação do ín- digena (na contracapa) na sua fase primá- ria com a ocultação de uma face, sinal das suas futuras e desconhecidas reencarna- ções para cumprir o seu destino evolutivo no género humano. Os olhos conferem o ca- rácter misterioso próprio do homem, con- Pintura de Gabriela Marques da Costa firmando a máxima de que os olhos são o Capa e Contracapa espelho da alma. No centro da fronte en- contramos um sinal de onde irradia luz de tonalidades diáfanas e belas que se espa- lham ao redor do rosto. Muitos se lem- brarão desta marca na fronte dos indianos, o tilak, símbolo do olho espiritual ou do terceiro olho ou visão, se bem que nas mu- lheres indianas, este tilak, mais conhecido como bindi, é utilizado como adorno. To- davia, neste caso esta forma estilizada, co- mo que de um embrião, pretende comu- nicar-nos o carácter atemporal de uma ver- dade dos inícios da Humanidade: o centro e a união entre o Macroscosmos (o Universo) de onde viemos – daí as pinturas se enqua- drarem num plano de fundo negro com pontos estelares a indicarem este aspecto –, e o Microscosmos (o homem, como extensão em miniatura do universo) onde nos encontramos e pro- curamos responder às grandes questões que marcam o percurso do nosso destino. As linhas que desse ponto se libertam em luzes multicolores poderão ter vários significados, desde as linhas com que o mendhi capta Apeiron Edições | 7
  • 5. Gabriel Delanne e desenha o destino de cada um, a partir do espaço que nos rodeia, até ao desenvolvimento do nosso processo evolutivo com a activação progressiva e consciente do poder do chacra frontal com cores rosadas, com muito amarelo e azul púrpura culminando no último chacra refulgente, no alto da cabeça, em forma de leque abundante e multicolor de vibrações. A presença de um anel luminoso à volta da Terra induz a filiação estreita e recíproca entre os vários estados evolutivos da Vida que originou o ho- mem, e a evolução própria do planeta que nos acolheu e nos acompanha desde há milhões de anos como portal de realização mútua de dois des- tinos diferentes, mas complementares. A luz branca saliente na auréola do planeta, em cima da cabeça, simboliza a realização de ambos (Terra e Homem) no Grande Plano Divino. 8 | Apeiron Edições
  • 6. Imortalidade e Reencarnação da Alma ÍNDICE PREÂMBULO À OBRA – RAÍZES PROFUNDAS DA EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS. AS TRADIÇÕES ANTIGAS E MODERNAS 15 INTRODUÇÃO 23 CAPÍTULO I – REVISÃO HISTÓRICA SOBRE A TEORIA DAS VIDAS SUCESSIVAS 28 1. A Antiguidade da crença nas vidas sucessivas A Índia 28 2. A Pérsia e a Grécia 29 3. A Escola Neoplatónica 31 4. A Judeia 32 5. Os Romanos 34 6. O Druidismo 34 7. A Idade Média 35 8. Os Tempos Modernos 35 9. O Inquérito de Calderone 38 CAPÍTULO II – AS BASES CIENTÍFICAS DA REENCARNAÇÃO. AS PROPRIEDADES DO CORPO ASTRAL 41 1. A aparição dos vivos 42 2. As aparições dos defuntos 46 3. As aparições provocadas 49 4. As experiências no Instituto Metapsíquico Internacional 57 5. A necessidade lógica da existência do corpo astral 61 6. Onde e como o corpo astral pode adquirir as suas propriedades funcionais 64 CAPÍTULO III – A ALMA ANIMAL. EXPOSIÇÃO DA UNIDADE DAS LEIS DA VIDA EM TODA A ESCALA ORGÂNICA 68 1. A necessidade da encarnação terrestre 68 Apeiron Edições | 9
  • 7. Gabriel Delanne 2. A evolução animal 69 3. A formação e o desenvolvimento gradual do Espírito 73 4. A passagem do Princípio Inteligente pela série animal 74 CAPÍTULO IV – A INTELIGÊNCIA ANIMAL 77 1. Os cavalos que fazem cálculo 77 2. O cão Rolf 82 3. Lola 87 4. Zou 91 CAPÍTULO V – AS FACULDADES SUPRANORMAIS DOS ANIMAIS E O SEU PRINCÍPIO INDIVIDUAL 92 1. Um caso provável de clarividência 98 2. Fantasmas percebidos colectivamente pelos humanos e pelos animais 99 3. Visões de fantasmas humanos longe de qualquer coincidência telepática e percebidos colectivamente pelos homens e pelos animais 99 4. Visual com precedência do animal sobre o homem 100 5. A aparição de Palladia, visual, auditiva, colectiva 102 6. Lugares assombrados 103 7. Da sobrevivência dos animais 106 8. A aparição de um cão 107 9. Visão de fantasmas animais produzida fora de qualquer coincidência telepática e percebida colectivamente por animais e homens 108 10.Um cão fantasma 110 11.O cão risonho 111 12.A Aparição de animais em sessões experimentais 114 13.As Materializações visíveis de formas de animais 114 14.Os Nœvi 116 CAPÍTULO VI – A MEMÓRIA INTEGRAL 120 1. A memória integral 120 2. Outros exemplos de ecmnésia 126 10 | Apeiron Edições
  • 8. Imortalidade e Reencarnação da Alma 3. História de Luís V. 131 4. A memória latente 133 5. A visão da bola de cristal 136 6. Criptomnésia 137 CAPÍTULO VII – AS EXPERIÊNCIAS DA LEMBRANÇA 139 1. Estudo sobre as sessões em que se produzem pretensas revelações sobre as vidas anteriores do paciente ou dos assistentes 146 2. Revelação imprevista 148 3. Romance subliminal ou reminiscência 151 4. A reencarnação na Inglaterra 154 5. A reencarnação pode ser provada? 155 6. As vidas sucessivas 156 7. A médium Helena Smith 157 8. Despertar do passado durante o transe 162 9. Uma lembrança do passado 164 10.Extracto da Conferência sobre a Reencarnação feita no Congresso Espírita de Liège, em 28 de Agosto de 1928, pelo Dr. Torres 166 11.Uma expiação 167 12.Resumo 168 CAPÍTULO VIII – A HEREDITARIEDADE E AS CRIANÇAS PRODÍGIO 170 1. As crianças prodígio 170 2. Os músicos 174 3. Os pintores 175 4. Os sábios, os literatos e os poetas 176 5. Os calculadores 178 CAPÍTULO IX – ESTUDOS SOBRE A REMINISCÊNCIA 181 1. O sentimento do déjà vu (do já visto) 181 2. Visões de lugares desconhecidos durante o sono da pessoa 185 Apeiron Edições | 11
  • 9. Gabriel Delanne 3. As aparições do Espírito dos vivos 186 4. Reminiscências prováveis das crianças 190 5. A menina que fala um idioma onde se encontram palavras em francês 190 6. Reminiscências que parecem provocadas pela visão de certos lugares 195 7. Visões retrospectivas 195 8. Um clérigo 196 9. Curiosa coincidência 197 10.Reminiscência ou clarividência 198 CAPÍTULO X – AS RECORDAÇÕES DAS VIDAS ANTERIORES 205 1. O despertar das recordações 210 2. O caso de Laura Raynaud 213 2.1. O que a Sra. Raynaud disse em 1911 a Durville 217 2.2. O testemunho da princesa Fazyl 218 2.3. Como a Sra. Raynaud encontrou a sua casa 218 2.4. Em Génova é encontrada a certidão de óbito que era da Sra. Raynaud 220 2.5. Extracto da certidão de óbito na Paróquia de S. Francisco de Álvaro em Génova 221 2.6. Uma paciente do Dr. Durville, a Sra. D'Elphes, completa as provas dadas pela Sra. Raynaud 221 CAPÍTULO XI – OUTROS FACTOS QUE IMPLICAM A RECORDAÇÃO DAS VIDAS ANTERIORES 230 CAPÍTULO XII – OS CASOS DE REENCARNAÇÃO ANUNCIADOS ANTECIPADAMENTE 249 1. Reencarnações anunciadas nas sessões espíritas. Um caso quase pessoal 256 2. As filhas gémeas do Dr. Samona 263 3. Alguns reparos 278 12 | Apeiron Edições
  • 10. Imortalidade e Reencarnação da Alma CAPÍTULO XIII – OBSERVAÇÃO DO CONJUNTO DE ARGUMENTOS QUE MILITAM A FAVOR DA REENCARNAÇÃO 280 1. A alma é um ser transcendental 281 2. O corpo astral e as suas propriedades 282 3. Onde e como o corpo astral pôde adquirir as suas propriedades? 284 4. A reencarnação humana e a memória integral 286 5. A hereditariedade e as crianças prodígio 289 6. As reminiscências 290 7. As verdadeiras lembranças das vidas anteriores 291 8. Avisos de futuras reencarnações 293 CAPÍTULO XIV – CONCLUSÃO 295 1. O esquecimento do passado 298 2. O problema da existência do mal 299 3. O progresso 299 4. Consequências morais 300 Apeiron Edições | 13
  • 11. Imortalidade e Reencarnação da Alma PREÂMBULO À OBRA RAÍZES PROFUNDAS DA EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS AS TRADIÇÕES ANTIGAS E MODERNAS Muitos de nós pensam que o início e o fim da vida terrestre, o nasci- mento e a morte, fecham o ciclo humano, ou seja, tudo acaba com o úl- timo suspiro. Mas será assim que acontece? Segundo Max Müller as maiores individualidades da humanidade admitiram a reencarnação. E assim é. Senão vejamos. A teoria da imortalidade e reencarnação da alma foi há muitos sé- culos um dos princípios fundamentais de todas as grandes religiões, ex- cepção ao Islamismo e ao Cristianismo. Ainda que este último tenha tido originariamente esta concepção, o facto é que esta doutrina filosófica se- creta apenas era transmitida a poucos, aos que a podiam compreender. Ao vulgo, ou aos não iniciados, apenas era transmitido o ensinamento moral, e a consequência disto levou a uma perda da sua dimensão es- piritual. A razão por que a Igreja perdeu esta referência, a lei da imortalidade e da reencarnação, foi devido a uma maioria ignorante que venceu num dos seus concílios os doutores que sustentavam o Gnosticismo. Fazendo fé no que nos diz a Bíblia, sobretudo em Mateus 16, 13-14, S. Marcos 8, 27- -28 e S. Lucas 9, 18-19, esta doutrina não é de todo desconhecida pelo mestre do Cristianismo, Jesus, que bastas vezes intercalava os seus dis- cípulos com perguntas e respostas sobre esta verdade. Desde aproxima- damente o século VI que a Igreja perdeu de vista as doutrinas que sus- tentavam a existência imortal do homem e a reencarnação das almas. Esta situação foi consequência da decadência intelectual e moral que assolou a Europa aquando das invasões bárbaras, mergulhando a hu- manidade no longo sono da Idade das Trevas. Com a civilidade destes bárbaros esta verdade, de que a primitiva Religião Cristã era defensora, ficou enterrada no tempo. Recuando a tempos antigos verificamos que era corrente a ideia da imortalidade e a reencarnação do homem entre as tribos aborígenes do continente americano, os quase extintos Peles Vermelhas. Do Alasca ao Peru, entre esquimós, indígenas (da Austrália e ilhas da Oceânia), e es- Apeiron Edições | 15
  • 12. Gabriel Delanne pecialmente entre os incas esta crença era transmitida pelos sacerdotes aos membros das tribos que a aceitavam e respeitavam. Na Antiguidade vários pensadores falaram a respeito da crença imortal da alma e do seu retorno. Nesta época era comum os filósofos explicarem as respostas dos oráculos – como foram os casos do de Trepózia, de Amon, de Delfos, de Dodona – a partir da intervenção dos espíritos. Segundo Filostrato, Apolónio de Tiana teria passado sete dias na caverna de Trofónio (arquitecto, construtor do oráculo de Delfos) onde o oráculo lhe ditou um livro inteiro. Vespasiano consultava o de Pafos, na ilha de Chipre; Trajano o de Heliópolis na Síria e Juliano o de Delos (a ilha mais pequena de todas as ilhas do Egeu). Lucano, Tácito, Filostrato evocavam os mortos. Sócrates, Apolónio de Tiana, Fílon e Plotino, tinham os seus espíritos familiares com quem comunicavam directamente. Por- fírio afirmava que o seu génio tutelar era de uma hierarquia elevada. Segundo os testemunhos dos alexandrinos, um dos principais conse- lheiros de Juliano, Jâmblico, era famoso na ciência dos demónios e dos deuses, isto é, na arte de invocar os espíritos. Os principais padres da igreja primitiva, Clemente de Alexandria, Orígenes e S. Gregório de Nisa e tantos outros vultos eminentes evocavam-nos. Inclusivamente Oríge- nes, um dos mais sábios doutores da Igreja primitiva, dizia que a cada um de nós é dada a existência num corpo no qual recebemos a re- compensa, ou não, dos procedimentos anteriores. Cícero conta que Ápio comunicava frequentemente com os espíritos e, segundo Plínio, o antigo, ele evocou o espírito de Homero para se in- formar da sua pátria e família. Pausânias, à semelhança de muitos pen- sadores gregos e latinos, evocava os mortos e Periandro, um dos sete sábios da Grécia, falava com o espírito da sua mulher. Os platónicos, os pitagóricos e os estóicos comunicavam com os espíritos. Alguns papas da Igreja Romana como Bento IX, Gregório VI e Gregório VII também da- vam especial dedicação a esta comunicação. Flavius Josephus (judeu romanizado, autor das Antiguidades Ju- daicas – 37-95 a.C.) na Guerra dos Judeus fala-nos da doutrina da reencarnação adiantando, inclusivamente, que era uma ideia vulgar en- tre o povo. Entre os Romanos era conhecida e mencionada pelos seus poetas e na Grécia vários eram os filósofos que a defendiam: Homero; Tales de Mileto que não admitia seres mortos; Pitágoras que falava das suas anteriores existências; Empédocles que contava lembrar-se de ter 16 | Apeiron Edições
  • 13. Imortalidade e Reencarnação da Alma sido rapaz e rapariga; Virgílio que a defendia como um facto; Juliano, o apóstata, lembrava-se de ter sido Alexandre da Macedónia, etc. Na antiga religião do Egipto também vamos encontrar esta doutrina, se bem que de forma diferente: o macrocosmos era um ser comparável ao microcosmos humano. Posteriormente, em Alexandria, os neoplatónicos e os gnósticos também se vão debruçar sobre esta doutrina. Os povos nór- dicos contam-na nas suas sagas ou lendas e os gauleses difundiram-na nos seus mitos. Entre os Druidas fazia parte das tradições místicas e ainda hoje perdura nos povos de origem celta da Irlanda e da Bretanha a crença do regresso das almas à vida. Lucano (39-65 d.C., poeta romano) fala de uma mágica da Tessália em que Erato, a Amável (musa da poesia lírica e uma das nove musas da mitologia grega, filha de Zeus e de Mnemosine que personifica a me- mória),”fazia entrar as almas no seu corpo” e foi por ela que Sexto Pom- peu soube do desfecho da rivalidade entre seu pai e César. Do mesmo modo, Dante atribui à mesma musa Erato a evocação da alma de Virgílio pouco depois de este ter morrido. Orfeu também evocou o espírito de Eurídice. Ulisses interroga o espírito do adivinho Tirésias, o de sua mãe e outros, por intermédio de Circe. Eneias desce aos infernos para consultar a sombra (o fantasma) de Anquises. Saul visita a pitonisa do Endor para falar com Samuel. O livro escrito por Hermas – escritor cristão e Padre da Igreja – o Livro do Pastor (escrito entre 88 e 97 d.C. ) contém instruções precisas e muito claras a serem seguidas nas reuniões dos primeiros cristãos, que não deixam de ser muito semelhantes às actuais sessões de espiritismo. Nesse sentido S. Justino apresenta como argumento decisivo em prol da imortalidade da alma a possibilidade de se poder evocar os mortos. S. Irineu e Tertuliano afirmam a realidade destes fenómenos e o próprio S. Jerónimo pronuncia-se também a favor da possível comunicação com os mortos. Do mesmo modo pensa S. Tomás de Aquino. Na Idade Média vamos encontrar afamados nomes que defenderam a imortalidade da alma e a comunicação com o além. É o caso de Roger Bacon, acusado de magia; Giordano Bruno, que acreditava nesta dou- trina e por isso foi queimado como sendo herético; Joana d‟Arc, acusada e queimada por ouvir vozes misteriosas. Na época moderna do pensamento encontramos Kant que escreve um livro, pouco comum nos meios filosóficos, Sonhos de um vidente de es- píritos explicados pelos sonhos da Metafísica, relacionado com a doutrina que posteriormente nasceu em França nos meados do século XIX. No Apeiron Edições | 17
  • 14. Gabriel Delanne campo das artes verificamos que o teatro de Shakespeare é povoado de fantasmas: Hamlet e Macbeth disso são testemunho; a obra Fausto de Goethe, poema esotérico inspirado nos prodígios de um taumaturgo do século XV; Lessing, Victor Hugo, Lamartine, Tolstoi, etc. não tiveram qualquer problema em afirmar nas suas obras a realidade do mundo in- visível e a sua contínua acção no mundo visível. Mas foi sem dúvida na Índia que esta doutrina mais alcançou popu- laridade e ainda hoje exerce a sua maior influência. No mundo civilizado a doutrina da Imortalidade e Reencarnação da alma tomou novos contornos quando no século XIX surgiu o espiritismo (o contacto com os mortos) com o francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (Alan Kardec). Esta corrente apenas actualiza uma prática comum, mas esquecida, dos antigos anais religiosos, dos antigos santuários, das crip- tas dos Himalaias aos hipogeus egípcios, das catacumbas de Roma que a comunicação com os mortos era a base de toda a liturgia. Inclusive os ma- gos caldeus (como em épocas mais recentes com os cátaros) que levavam uma vida de pureza de oração a fim de poderem comunicar com os es- píritos de uma elevada hierarquia. Os druidas evocavam os espíritos nas florestas: os elementais da natureza. Em épocas mais recentes encontramos mencionada a reencarnação em autores como Goethe, Fichte, Schelling, Lessing, Kipling e o empirista David Hume refere que a Doutrina da Reencarnação representava o úni- co aspecto sob o que o filósofo podia ocupar-se da Imortalidade da Alma. Foi então que alguns cientistas aceitaram em estudar os fenómenos pensando poderem desmascarar qualquer indício de fraude ou supers- tição. Neste contexto surge Reencarnação e Imortalidade – Provas Cientí- ficas das Vidas Anteriores de Gabriel Delanne. Caracteriza-se por se desenvolver em torno das experiências realizadas pelo autor nos inícios do século XX através do método da hipnose. A sua pesquisa incide sobre casos de fantasmagoria, aparições ou visões no leito da morte, teste- munhos sobre a continuidade da personalidade após a morte (no sentido de a pessoa manter a sua forma de ser), do registo de memória que algumas crianças tinham das suas vidas passadas, o mesmo acontecendo em adultos, e que o autor comprova indo ao local indicado, identificando a casa e os familiares, etc. Actualmente, estas concepções já são bem acei- tes no meio científico. Um caso singular é o de Ian P. Stevenson (1918- -2007), médico psiquiatra canadiano que ao pesquisar também nesta área chega às mesmas conclusões de Delanne, porém, sem recorrer ao método 18 | Apeiron Edições
  • 15. Imortalidade e Reencarnação da Alma hipnótico, pois os casos que analisava eram com crianças entre os dois e os quatro anos – que guardavam lembranças muito precisas e claras do modo como morreram, sobretudo quando a morte ocorria de forma vio- lenta –, uma vez que as recordações atenuavam-se e desapareciam nas idades mais tardias. Mas o que ficou foram os seus testemunhos, os re- gistos médicos que continham elementos e evidências físicas (como defei- tos de nascimento, sinais de nascença, etc.) que reforçavam a teoria da reencarnação. Inclusive, o astrofísico e bem conhecido homem de ciência Carl Sagan afirmou que o trabalho de Ian era um dos poucos estudos, na área do paranormal, que merecia ser investigado. Que esta obra contribua de modo a conferir à doutrina da Imorta- lidade e da Reencarnação da Alma uma base indestrutível demonstrando, por conseguinte, que é uma parte importante na Grande Lei da Criação ao realizar a reeducação e a evolução das almas ao longo do seu caminho evolutivo. O editor Apeiron Edições | 19
  • 16. Imortalidade e Reencarnação da Alma “Bem depressa, e o tempo é próximo, se chegará a demonstrar que a alma humana pode viver, desde esta existência terrena, em comunicação estreita e indissolúvel com as entidades imateriais do mundo dos Espíritos. Será compreendido e demonstrado que este mundo age, sem dúvida, sobre o nosso e comunica-lhe influências profundas de que o homem actual não tem consciência, mas que mais tarde reconhecerá. Aqueles que gratuitamente se dão o nome e o realce de sábios riem-se de tudo o que, inexplicável para o sábio como para o ignorante, coloca ambos ao mesmo nível. É o que faz com que as histórias de fantasmas sejam escutadas e bem acolhidas na intimidade, mas impiedosamente condenadas em público.” Kant “Se numa discussão, um dos muitos que gostaria de saber tudo, mas se recusa a aprender qualquer coisa, perguntar-nos a respeito da continuação da vida após a morte, a resposta mais adequada e mais correcta é: „Após a morte você será o que era antes de nascer.‟” Artur Schopenhauer Apeiron Edições | 21
  • 17. Imortalidade e Reencarnação da Alma INTRODUÇÃO A imortalidade – disse Pascal – interessa-nos a tal ponto, e toca-nos tão profundamente, que é preciso ter perdido todo o senso comum para ficar indiferente ao seu conhecimento. A necessidade de perscrutar o nosso destino tem sido a preocupação de inúmeras gerações, pois as grandes revoluções que transformaram as sociedades foram feitas por chefes religiosos. Entretanto, nos nossos dias reina a incerteza na maioria dos nossos contemporâneos, a respeito de tão importante assunto, porque a Religião perdeu grande parte da sua autoridade moral e viu diminuir o seu poder sugestivo. Com os filósofos espiritualistas, a alma, ávida de verdade, erra, ató- nita, nos obscuros labirintos de uma metafísica abstracta, muitas vezes contraditória e por vezes incompreensível. O último século foi notável pelo extraordinário desenvolvimento das pesquisas psíquicas em todos os ramos da Ciência. Os novos conheci- mentos que adquirimos revolucionaram as nossas condições de existência e melhoraram a nossa vida material, em proporções que pareceriam in- verosímeis aos nossos antepassados. Contudo, acusou-se a Ciência de ter iludido todas as nossas esperanças porque, se ela triunfa no domínio da matéria, fica voluntariamente alheia ao que mais nos importa saber, isto é, se temos, por um lado, uma alma imortal e, em caso afirmativo, em que se tornará ela depois da morte e, por outro lado, se a alma existe antes do nascimento. As descobertas da Astronomia, da Geologia e da Antropologia levan- taram o véu sobre as nossas origens e, à luz dessas grandiosas revelações naturais, as ficções religiosas sobre a origem da Terra e do homem desvaneceram-se, como aconteceu com as lendas, face à História. Por ou- tro lado, a crítica intensa dos exegetas retirou à Bíblia o seu carácter de revelação divina, de modo que muitos espíritos sinceros recusam subme- ter-se, neste momento, à sua autoridade. Essa ruína da fé resulta tam- bém do antagonismo que existe entre o ensino religioso e a Razão. As antigas concepções do Céu e do Inferno caducaram, porque já não se compreende a eternidade do sofrimento como punição de uma existência que, em relação à imensidade do tempo, é menos de um segundo, assim como não se concebe a felicidade ociosa e beata, cuja eterna monotonia seria um verdadeiro suplício. Apeiron Edições | 23