A reunião final da Comissão para Definição da Classe Média no Brasil discutiu:
1) A escolha da vulnerabilidade como critério para definir os limites inferior e superior da classe média, medida pela probabilidade de queda na renda e entrada na pobreza nos próximos 5 anos.
2) Os limites propostos para a classe média entre R$291-R$1019 mensais.
3) A subdivisão da classe média em baixa, média e alta e da população em oito grupos de renda.
Mechanism of Early & further action, "currency climate" and "Bretton Woods lo...
Definição da classe média com base na vulnerabilidade à pobreza
1. Reunião final da Comissão
para Definição da Classe Média
no Brasil
São Paulo, maio de 2012.
2. Missão da Comissão
Busca de uma definição
Empiricamente prática (possível de ser implantada
com o tipo de informação tipicamente disponível),
Fidedigna (baixos erros de inclusão e exclusão),
Bases conceitual e metodologicamente sólidas e
De fácil compreensão.
3. Orientações da Comissão
de Avaliação
Adequação do uso do termo classe média.
Preferência por critério unidimensional.
Boa aceitação e facilidade do uso da renda.
Dada a escolha pela renda, precisamos definir os pontos
de corte superior e inferior da classe média.
Mesmo adotando a renda para definir classe média,
podemos usar outro critério para definir os cortes.
Escolha do critério em função do objetivo de formulação
de políticas públicas.
4. Distribuição da renda domiciliar per capita
1500
1400
1300
1200
1100
1000
900
800
700
600
500
m
R
p
d
n
$
ê
e
a
/
c
s
r
t
)
(
i
400
300
200
100
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Percentil (%)
5. Distribuição da renda domiciliar per capita
1500
1400
1300
1200
1100
1000
900
2
800
1
700
600
500
m
R
p
d
n
$
ê
e
a
/
c
s
r
t
)
(
i
400
300 2
200 1
100
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Percentil (%)
6. Evolução do tamanho da classe média quando os limites utilizados
são o valor real do 1o e 3o quartil da distribuição de 2009:
Brasil, 2001-2009
51
50,0
50
50,0
49
48,0 48,0
48
47
46
46,0
45
44
m
44,0
%
o
u
p
d
n
P
e
ã
a
g
ç
c
r
t
)
(
l
43
43,0 42,0
42
42,0
41
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Ano
Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1999 a 2009.
7. Principais opções
Há basicamente 3 maneiras de definirmos os pontos de
corte na renda:
1. Como a renda é alocada (padrão de despesa das
famílias);
3. Como a renda é composta (renda do trabalho, renda
de transferências e outros rendimentos);
5. Expectativas sobre a renda futura (vulnerabilidade).
8. Escolha do Grupo Técnico
Preferência do Grupo Técnico: vulnerabilidade.
Vantagem: guarda relação com a possibilidade de visão
prospectiva e capacidade de planejamento.
O grau de vulnerabilidade é definido operacionalmente pela
probabilidade de queda à condição de pobreza (renda per
capita menor que R$140) em algum momento dos próximos
5 anos, dada a renda familiar per capita inicial.
9. Grau de vulnerabilidade medido pela probabilidade de vir a ser pobre em algum
momento ao longo dos próximos cinco anos
24
22
20
18
16
14
12
10
8
%
o
p
d
b
P
e
a
z
r
)
(
l
i
6
4
2
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Distribuição da população (%)
10. Grau de vulnerabilidade medido pela probabilidade de vir a ser pobre em algum
momento ao longo dos próximos cinco anos
24 1200
22 1100
20 1000
18 900
a
d
n
e
R
16 800
)
ê
m
/
$
R
(
r
t
e
s
o
d
l
a
c
n
i
5
14 4 700
12 600
1 2
10 500
8 400
%
o
p
d
b
P
e
a
z
r
)
(
l
i
6 300
1 2
4 5 200
2 4 100
3 3
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Distribuição da população (%)
11. Como escapar à arbitrariedade?
Para cada ponto da distribuição de renda obtemos o grau
de vulnerabilidade.
O grau de vulnerabilidade é definido como o percentual de
pessoas que vivem em locais cuja renda per capita caiu
abaixo da linha de pobreza em algum momento dos 5 anos
subsequentes.
Com base no grau de vulnerabilidade, dividimos a
população em três grupos, de forma a maximizar a
homogeneidade dentro de cada grupo (polarização).
12. Grau de vulnerabilidade medido pela probabilidade de vir a ser pobre em algum
momento ao longo dos próximos cinco anos
24 1200
22 5
1100
4
20 1000
18 900
a
d
n
e
R
16 800
)
s
ê
m
/
$
R
(
l
a
c
n
i
14 700
12 600
10 500
8 1 2 400
%
o
p
d
b
P
e
5
a
z
r
)
(
l
i
6 300
4
4 2 200
1
2 100
3 3
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Distribuição da população (%)
13. Evolução da posição relativa da classe média na
distribuição de renda
100
90 R$1.019
80
70
60
50
40 R$291
30
20
10
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
14. Evolução do tamanho relativo da classe média
50
48
46
44
42
40
38
36
m
o
u
n
p
d
C
é
e
ã
a
g
ç
c
s
r
t
i
l
34
32
30
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
15. Evolução do tamanho relativo da classe média
60
58
56
54
52
50
48
46
44
42
40
38
m
o
u
n
p
d
C
36
é
e
ã
a
g
ç
c
s
r
t
i
l
34
32
30
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
16. Limites inferior e superior que definem a
classe média
Pesquisa de propósitos Pesquisa de Orçamentos
Limite
múltiplos PNAD Familiares - POF
Inferior 291 458
Superior 1019 1661
Razão entre os
3,5 3,6
limites
17. Subdivisões da Classe Média
Uma vez definidos os pontos de corte inferior e superior
da classe média, podemos fazer novas divisões dentro de
cada classe (baixa, média e alta).
Esta subdivisão é importante não apenas para fins de
comparação com medidas correntes (como o Critério Brasil),
mas sobretudo por facilitar o desenho de políticas
direcionadas à classe média.
Propusemos a divisão da classe baixa em 3 grupos:
abaixo da linha de extrema pobreza (R$70), entre a linha
de extrema pobreza e a linha de pobreza (entre R$70 e
R$ 140), entre a linha de pobreza e o início da classe média.
18. Subdivisões da Classe Média
Para a divisão da classe média, propusemos a realização
de um novo exercício de polarização, obtendo 3 grupos:
i) baixa classe média, ii) média classe média, e
iii) alta classe média.
Para a divisão da classe alta, propusemos a realização de
um novo exercício de polarização, obtendo 2 grupos.
19. Evolução do limite relativo superior dos oito grupos de renda em que população foi
dividida
Limites superiores
Grupos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
absolutos
Extremamente pobre 81 11 10 11 9 8 7 6 5 5
Pobre mas não
162 28 27 28 26 23 20 18 16 15
extremamente pobre
Vulnerável 291 49 48 50 47 45 40 38 35 34
Baixa classe média 441 65 64 66 65 62 57 55 52 50
Média classe média 641 76 76 78 76 75 72 70 68 67
Alta classe média 1019 87 87 88 87 86 85 84 83 82
Biaxa classe alta 2480 96 96 97 97 96 96 96 96 96
Alta classe alta ........ 100 100 100 100 100 100 100 100 100
20. Evolução do tamanho relativo dos oito grupos de renda em que população foi
dividida
Limites superiores
Grupos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
absolutos
Extremamente pobre 81 11 10 11 9 8 7 6 5 5
Pobre mas não
162 16 17 17 16 15 13 12 11 10
extremamente pobre
Vulnerável 291 21 21 21 21 22 20 20 19 19
Baixa classe média 441 16 16 16 18 17 17 16 17 17
Média classe média 641 11 12 11 12 13 15 16 16 17
Alta classe média 1019 11 10 10 11 11 13 14 14 15
Biaxa classe alta 2480 10 10 9 10 10 11 12 13 13
Alta classe alta ........ 4 4 3 3 4 4 4 4 4
21. Alternativas consideradas pelo
Grupo Técnico
Definindo outras formas para vulnerabilidade:
1. A partir da probabilidade de que se esteja em
condição de pobreza no próximo ano, dada a renda
domiciliar per capita inicial;
4. A partir da probabilidade de ser estruturalmente
pobre, dada a renda domiciliar per capita.
A pobreza estrutural é definida pela renda per capita
predita para o domicílio inferior a R$140.
Os resultados obtidos foram bastante similares.
22. Limites inferior e superior que definem a classe
média
Vulnerabilidade como
Vulnerabilidade como
chance de cair na
chance de cair na Vulnerabilidade
Limite pobreza em algum
pobreza no próximo estrutural
momento nos
ano
próximos cinco anos
Inferior 291 303 294
Superior 1019 1056 969
Razão entre
3,5 3,5 3,3
os limites
23. Evolução dos limites relativos e do tamanho da classe média
Limite relativo inferior Limite relativo superior Tamanho relativo da classe média
Vulnerabilidade Vulnerabilidade Vulnerabilidade
como chance de como chance de como chance de
Ano Vulnerabilidade Vulnerabilidade Vulnerabilidade
cair na pobreza cair na pobreza cair na pobreza
como chance de Vulnerabilidade como chance de Vulnerabilidade como chance de Vulnerabilidade
em algum em algum em algum
cair na pobreza estrutural cair na pobreza estrutural cair na pobreza estrutural
momento nos momento nos momento nos
no próximo ano no próximo ano no próximo ano
próximos cinco próximos cinco próximos cinco
anos anos anos
2001 49 51 49 87 88 86 38 37 37
2002 49 51 49 87 88 86 38 37 37
2003 51 51 51 88 89 87 37 38 36
2004 49 50 49 87 88 87 38 38 38
2005 46 47 46 87 88 86 41 41 40
2006 41 42 41 85 86 84 44 44 43
2007 39 40 39 84 85 83 45 45 44
2008 36 37 36 83 84 82 47 47 46
2009 34 35 33 82 83 81 48 48 48
24. Alternativas consideradas pelo
Grupo Técnico
Foram também consideradas definições baseadas no
padrão de despesa das famílias.
Relação entre parcela das despesas com bens essenciais e
renda familiar per capita.
Relação entre parcela das despesas com bens supérfluos e
renda familiar per capita.
Novamente se fez uso do método de polarização para
definição dos pontos de corte inferior e superior da classe
média.
Os resultados obtidos foram bastante similares.
25. Participação da despesa com bens essenciais por centésimo da distribuição
da renda per capita
100 2000
95 1800
90 1600
85 1400
80 1 2 1200
3
75 1000
5
70 800
65 600
%
1
P
d
n
o
p
s
e
ã
ç
c
a
r
)
(
t
2
i
60 5 400
3
55 200
4 4
50 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Centésimos da Distribuição
26. Limites inferior e superior que definem a
classe média
Participação de bens Participação de bens
Limite
essenciais na despesa supérfluos na despesa
Inferior 288 303
Superior 1009 1056
Razão entre os
3,5 3,5
limites
27. Evolução dos limites relativos e do tamanho da classe média
Limite relativo inferior Limite relativo superior Tamanho relativo da classe média
Ano Participação de Participação de Participação de Participação de Participação de Participação de
bens essenciais bens supérfluos bens essenciais bens supérfluos bens essenciais bens supérfluos
na despesa na despesa na despesa na despesa na despesa na despesa
2001 48 50 86 87 38 37
2002 48 50 86 87 38 37
2003 49 51 87 88 38 37
2004 46 49 87 88 41 39
2005 45 46 86 87 41 41
2006 40 42 84 85 44 43
2007 38 39 84 84 46 45
2008 35 37 82 84 47 47
2009 33 35 82 83 49 48
28. Alternativas consideradas pelo
Grupo Técnico
Investigou-se também alternativas mais simples de cortes
definidos diretamente no espaço da renda:
Polarização na renda;
Entorno da mediana (50%-150%; 50%-200%);
Cortes no Primeiro e Terceiro Quartil.
29. Limites inferior e superior que definem a classe
média
Polarização direta na Entorno da mediana
Limite 1o e 3o Quartis
renda (metade e dobro)
Inferior 310 219 231
Superior 1096 877 802
Razão entre
3,5 4,0 3,5
os limites
30. Evolução dos limites relativos e do tamanho da classe média
Limite relativo inferior Limite relativo superior Tamanho relativo da classe média
Entorno da Entorno da Entorno da
Ano Polarização o o Polarização o o Polarização
mediana 1 e3 mediana 1 e3 mediana 1o e 3 o
direta na direta na direta na
(metade e Quartis (metade e Quartis (metade e Quartis
renda renda renda
dobro) dobro) dobro)
2001 50 39 40 88 84 83 38 45 43
2002 50 38 40 89 84 82 39 46 42
2003 52 39 41 89 85 83 37 46 42
2004 49 36 39 89 84 83 40 48 44
2005 46 35 36 88 84 82 42 49 46
2006 42 29 31 87 81 79 45 52 48
2007 40 28 30 86 81 78 46 53 48
2008 37 25 27 85 79 77 48 54 50
2009 35 24 25 84 79 75 49 55 50
31. Composição da renda familiar por centésimos da distribuição
90
80
70
Renda do trabalho
60
50
40
Transferências
30
20
10
Rendimento de ativos
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Centésimos da distribuição