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CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA - CESB
CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB
MBA em Marketing e Comunicação Digital
Claudia Ventura Caçador Carvalho | matrícula: 1632013087
Eduardo Pootz | matrícula: 1632013097
Elaine Koenigkan Peixoto | matrícula: 1632013079
Renan Carvalhais | matrícula: 1632013096
TRABALHO FINAL CULTURA DIGITAL
SM​ART
Brasilia/DF
2016
TRABALHO FINAL CULTURA DIGITAL
SM​ART
Trabalho apresentado ao Curso MBA em
Marketing e Comunicação Digital do IESB
– Centro Universitário, para a disciplina
Cultura Digital.
Prof. Daniel Medeiros
Brasilia/DF
2016
| Modelo de Análise do Projeto SM​ART​ |
| Justificativa |
O projeto ​SM​ART ​é focado na ​oportunidade de geração de ferramentas de
educação para inclusão digital de crianças carentes a partir do ​problema do
descarte de lixo eletrônico, em especial aparelhos celulares
| Sustentabilidade |
O Brasil tem hoje 275 milhões de celulares ativos. Deste número, apenas 2% são
reciclados. De acordo com a ONU, o descarte de lixo eletrônico cresce 3 vezes mais
rápido do que qualquer outro. Os celulares fazem parte de uma grande quantidade
desse lixo e têm inúmeros metais preciosos nos seus componentes, mas também
metais pesados na sua composição que comprometem a natureza e a saúde do
homem. As baterias dos celulares, por exemplo, são capazes de contaminar a água
de forma alarmante: uma bateria contamina cerca de 60 mil litros de água.
1
De acordo com um estudo feito pela Universidade das Nações Unidas, que
lançou o e-waste World Map, na América Latina, o Brasil ​aparece em posição de
destaque com relação ao lixo eletrônico. Em 2015, produziu 1,4 milhão de toneladas
de e-lixo - o equivalente à média global de 7 kg por habitante - e só perdeu para o
México​, ​que gerou 9 kg por pessoa.
2
Com base na necessidade de reorientar o uso de aparelhos celulares quando
da sua troca, seja por obsolescência ou por demanda pelo upgrade, o projeto SM​ART
tem como objetivo fazer a coleta de aparelhos para o uso dos mesmos em projetos
sociais de inclusão digital através da educação e da arte.
Dessa forma, o uso dos celulares se daria de duas formas: tanto aqueles
aparelhos que ainda ​encontram-se funcionais e podem ser usados como
ferramenta de estudo e produção de conteúdo por crianças carentes, como aqueles
aparelhos que podem ser ​desmontados e gerar renda para o financiamento de
iniciativas e projetos educacionais.
| Público |
O público para o qual o projeto é destinado, levando-se em consideração
todos os agentes atuantes na cadeia de relações para que o projeto tenha sucesso,
encontra-se nas três categorias:
1
Site: ​http://www.reciclecel.com.br/
2
Sites: http://www.step-initiative.org/Overview_Brazil.html#Regulatory e
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/onu-lanca-primeiro-mapa-global-lixo-eletronico-e-lixo-wor
ld-map-763469.shtml
Amplo - porque a campanha de doação de celulares é direcionada para todos
aqueles que quiserem fazê-lo. Basta ter um celular e doá-lo.
Localizado - os beneficiários imediatos do projeto compõem um grupo de
crianças que já estejam inseridas em projetos sociais que trabalham especificamente
com os pilares da ​educação e arte​ com uso de tecnologia e de ​inclusão digital​.
Nicho - também como fonte de obtenção de aparelhos celulares, nosso
público na categoria “nicho” diz respeito às empresas/corporações que descartam
seus celulares em grande volume e que podem fazer parte do projeto de maneira
mais ostensiva, dentro do contexto de responsabilidade social das empresas.
| Benchmarking |
Diversas empresas, ONGs e OSCIPs já se atentaram para a importância do
cuidado com o descarte de aparelhos eletrônicos. Não só por conta do fator
ecológico - há muitos componentes tóxicos nos eletrônicos - , mas também por
causa do valor monetário extraído desse descarte.
O Brasil tem buscado soluções para a reciclagem de seu lixo, mas muito ainda
deve ser feito com relação ao reaproveitamento dos lixos comuns e tecnológico.
Empresas da área de telecomunicações já possuem políticas de reuso de
aparelhos celulares, por exemplo, aceitando celulares antigos na compra de novos e
empresas especializadas na coleta e destinação do lixo eletrônico têm surgido como
um novo modelo de negócios.
Destacamos empresas nacionais e internacionais como modelos de
benchmarking.
No estudo feito ficou claro que o lixo eletrônico, em especial o aparelho
celular como valor monetário é o modelo mais frequentemente usado. Ou seja, os
aparelhos são coletados e desmontados para extração dos componentes (há muito
metal valioso como ouro, prata e cobre, por exemplo) presente nos aparelhos e
geração de renda. Mas há também outras modalidades como a reciclagem dos
próprio aparelho feito pelas empresas que vendem telecomunicação ou, então, o uso
dos aparelhos para fins que não tirem o valor tecnológico deles e ajudem na
sustentabilidade de outra forma.
| Benchmarking Internacional |
1. Verizon (empresa de telecomunicação dos EUA):
A Verizon tem um programa ​trade in do celular por ​gift certificates e ​vouchers. Está
diretamente cuidando da reciclagem dos aparelhos celulares. Quem participa opta
por ter um benefício em favor próprio e não se preocupa com o descarte do
aparelho antigo.
2. Verizon HopeLine​:
Essa modalidade convida o doador a fazer diferença social. Os celulares doados
viram renda que irá beneficiar projetos que auxiliam vítimas de violência
doméstica. Mais detalhes:
https://www.verizonwireless.com/archive/mobile-living/network-and-plans/donate-cell-phones-dom
estic-violence-hopeline-mobile-app-android-iphone/
3. Donate Cell Phones for Soldiers:
A ONG Donate Cell Phones for Soldiers tem um único objetivo: fornecer
comunicação gratuita e fundos de emergência para soldados americanos que estão
servindo em missão fora do país.
O doador pode ajudar de diferentes formas:
1. Telefones celulares são reciclados e o dinheiro ajuda os soldados e suas famílias.
Até hoje, 11,7 milhões de celulares foram doados.
2. Ou, pessoas doam minutos em ​calling cards para que os soldados e suas famílias
possam diminuir as distâncias falando ao telefone. Cerca de 220 milhões de minutos
em 3 milhões de cartões pré-pagos já foram doados.
Mais detalhes:
https://www.cellphonesforsoldiers.com/about-us/minutes-that-matter/
4. Rainforest connection:
Esse projeto já utiliza o conceito de reciclagem sem o desmonte dos aparelhos. Os
aparelhos celulares são doados e viram guardiões das florestas tropicais para frear o
desmatamento.
Readaptados por engenheiros do projeto, os aparelhos são transformados em
radares, colocados no alto das copas das árvores e mandam um sinal para que
autoridades consigam capturar os madeireiros cortando árvores em tempo real
(perto, inclusive, de santuários protegidos) e sejam, assim, pegos no ato.
O projeto teve início nas florestas tropicais de Borneo e já está se espalhando pelo
mundo.
Mais detalhes: ​https://rfcx.org/media​ e um vídeo do TED TALK:
https://www.ted.com/talks/topher_white_what_can_save_the_rainforest_your_used
_cell_phone?language=en
5. Cells to Cells​:
Mais um exemplo da monetarização do aparelho reciclado para uso do dinheiro para
outros fins: na cells to cells, o trocadilho é a doação de cellphones para o tratamento
de células cancerígenas. Todo o dinheiro dos aparelhos doados é revertido na ajuda
a famílias que estão na batalha contra o câncer.
| Benchmarking Nacional |
1. Recliclecel​:
Esse também faz a reciclagem e reverte os valores para causas sociais como, por
exemplo:
1. Escoteiros do Brasil - equipamentos usados pelos escoteiros
2. EndPolioNow - renda revertida para ajuda de pessoas com pólio
3. Mães Carentes - renda revertida para ajudar mães solteiras
4. Crianças carentes - internos em um complexo hospitalar de Curitiba
Mais detalhes: ​http://www.reciclecel.com.br/
2.ZeroImpacto:
A empresa Zero Impacto é sediada em Brasília e mantém postos de de coleta em
toda a cidade para diversos tipos de aparelhos eletrônicos. Ela cuida de todos o
processamento desde coleta, desmonte e controle do lixo. Atua, porém, mais na
advocacia da importância de reciclar e destinar o lixo eletrônico corretamente do
que em projetos sociais ou de parceria. É uma empresa.
O site da Zero Impacto traz uma calculadora verde para que o internauta
acompanhe os benefícios à natureza com a reciclagem de monitores de computador,
aparelhos de tv, notebooks, impressoras, e celulares. Os números apresentados
dizem respeito à quantidade de água, árvores, produção de gasolina e garrafas pet
com relação ao aparelho escolhido.
Mais detalhes: ​http://www.zeroimpacto.com.br/index.php
| Benchmarking | Projetos Sociais com uso de celulares |
“Em países com sérios problemas de infraestrutura, organizações
independentes apostam cada vez mais na tecnologia para impulsionar a educação e
minimizar o problema do analfabetismo. O celular está no centro de boa parte
desses projetos e vem se tornando um aliado importante no ensino e na difusão da
leitura.
Por que o celular? Uma comparação ajuda a entender a larga penetração dos
aparelhos móveis entre a população mundial: segundo um relatório das Nações
Unidas, quase ​6 bilhões de pessoas possuem celular hoje, enquanto ​4,5 bilhões
de cidadãos têm acesso a banheiro ou a saneamento básico.
Por meio de mensagens de voz, SMS e livros digitalizados, o ensino começa a
ser levado a diferentes regiões do planeta e adaptado à realidade local. Veja o
exemplo do ​projeto MobiLiteracy​, programa piloto com 180 mães da cidade
africana de Kampala, capital de Uganda. Com o apoio da Usaid, agência dos Estados
Unidos para o desenvolvimento internacional, a organização Urban Planet Mobile
criou um plano de alfabetização para crianças por meio do envio de um SMS com um
link que habilita uma mensagem de voz de 1 minuto e meio.
"Desenvolvemos o programa em áudio, já que o nível de alfabetização dessas
mães é muito baixo", disse a INFO a americana Catherine Oliver Smith, cofundadora
do Urban Planet Mobile. As 91 lições diárias estão disponíveis na língua luganda, a
mais falada em Kampala, e ensinam as letras do alfabeto e a formação das palavras,
além de reunir histórias curtas. "Encorajamos a criança a identificar as letras no
teclado do celular", diz Catherine.
Terminado o projeto piloto, os organizadores pretendem fechar uma
parceria com uma operadora de telecomunicações de Uganda para oferecer o
serviço de maneira gratuita e expandir o número de usuários.
Outro projeto que tem despertado interesse é a publicação de livros pelo
celular, uma iniciativa do americano David Richer. Depois de trabalhar como
executivo na Microsoft e na Amazon, Richer usou sua experiência em tecnologia e
em plataformas móveis para criar a ​ONG Worldreader​. Trata-se de uma
organização fundada em 2010 que conta com um acervo digital de mais de 6 mil
livros para quase 335 mil pessoas espalhadas em países como Índia, Gana, Nigéria e
Etiópia.
A ONG criou um aplicativo em parceria com o ​biNu, serviço que fornece
conexão de melhor qualidade para celulares básicos, permitindo aos donos de
feature phones fazer o download das publicações, na maioria gratuitas.
Em áreas onde ​não existe conexão com a internet, a Worldreader
distribui Kindles com quase 50 mil títulos diferentes. Em parceria com a Fundação
Bill e Melinda Gates, a organização inaugurou, no ano passado, oito livrarias no
Quênia equipadas com 250 leitores digitais. Painéis solares foram instalados em
regiões onde ainda não há eletricidade.
Outra plataforma para a divulgação digital de livros é a ​ONG FunDza
Literacy Trust​, criada em abril de 2011 na África do Sul. Apesar de ser uma nação
com um dos melhores índices socioeconômicos da África Subsaariana, apenas 20%
das escolas sul-africanas têm uma biblioteca minimamente equipada.
Focada na população jovem, a FunDza desenvolveu uma ​plataforma móvel
por meio do MXit​, um aplicativo de mensagens que pode ser usado em feature
phones e que permite a leitura de textos multimídia. Em março deste ano, o serviço
registrou quase 40 mil usuários.
Com um novo capítulo divulgado a cada semana, a FunDza publica livros que
abordam questões relacionadas aos jovens, como gravidez na adolescência e
namoros. "A democracia sul-africana foi conquistada há apenas 20 anos, e
acreditamos que essas histórias sejam ferramentas de mudança social", afirmou a
INFO a sul-africana Nicci Giles, uma das coordenadoras do projeto FunDza.
Um dos países com maior população islâmica no mundo, o Paquistão convive
com um grave desequilíbrio: 67% dos homens do país são alfabetizados, enquanto
apenas 42% das mulheres sabem ler e escrever. Para enfrentar essa questão, ​a
Unesco criou um programa de alfabetização por meio de celulares distribuídos
para as jovens que vivem em áreas rurais.
O programa envia aproximadamente 800 mensagens por SMS, com temas
que incluem direitos das mulheres, higiene pessoal, conhecimentos gerais e poesias.
Disponível na língua urdu, idioma oficial do Paquistão, o conteúdo dos textos é
discutido em centros de estudo criados pela Unesco.
"As pessoas mais velhas não gostam de ver as meninas utilizando celulares.
Para elas, os aparelhos são só para uso dos homens. Mas, com mobilização social,
fazemos a orientação necessária", afirmou a INFO o paquistanês Fakhar Uddin, um
dos coordenadores do projeto.
Projetos como esses mostram que uma grande transformação está em curso
na educação e, desta vez, ela vem na forma móvel.3
| Solução​​ |
O projeto visa a criação de um aplicativo, associado a um site de divulgação e
promoção, que além de avisar o usuário de smartphone que já está na hora de trocar
seu aparelho por um mais moderno, oferece a opção de doar o smartphone antigo
quando da aquisição do novo. O aplicativo é baixado gratuitamente na Apple Store,
Play Store e qualquer outra loja virtual.
Há dois formatos de doação previstos:
● Individualizada: O doador se cadastra via aplicativo e neste momento
informa se deseja acompanhar a destinação do smartphone doado ou não. Se
a opção for por não acompanhar, fica registrada a doação e ele será orientado
de como proceder para finalizá-la. Caso queira acompanhar ou até mesmo
participar das ações sociais emergentes de sua doação, ao selecionar esta
opção também será orientado de como proceder, inserindo além dos dados
pessoais e do celular, em quais segmentos gostaria de colaborar.
● Institucional/Empresarial: As organizações que fazem frequentemente
atualização dos equipamentos smartphones do grupo executivo, se habilitam
como doadoras e, conforme o formato anterior, a partir dessa manifestação
são orientadas como proceder.
O grupo realizou contato com o Instituto Social Caixa Seguradora, que já
opera com ações sócio culturais e ambientais, onde mantém projeto social chamado
Jovem de Expressão que atua com jovens de comunidades carentes de Sobradinho II
e Ceilândia, promovendo a inserção social, através de parceria com a ONG R.U.A.S
3
Matéria Revista Planeta Sustentável, Abril, 2014.
(​http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/o-celuluar-pode-acabar-com-o-analfabestimo-81440
8.shtml​)
Rede Urbana de Ações Socioculturais. O Instituto demonstrou interesse em entender
melhor o projeto e de estabelecer parceria.
A Caixa Seguradora , por meio do seu Instituto, é bem atuante nas questões4
ambientais e sociais. Além da parceria com a R.U.A.S, mantém ainda parcerias
importantes com a ONG Iniciativa Verde, que é responsável inclusive pela medição
das emissões de carbono da organização. O projeto Jovem de Expressão também
estabeleceu parceria com a ONU com o intuito de promover o formato do projeto em
nível internacional.
Diante disso, como a Caixa Seguradora opera com descarte a cada 2 anos dos
smartphones do seu corpo diretivo, bem como dos demais equipamentos de
informática, como laptops, desktops e tablets, considerando ainda o projeto Jovem
de Expressão já em andamento, podemos iniciar o piloto com o apoio da empresa,
tanto na doação dos equipamentos, como no recolhimento, reciclagem através da
sua equipe de tecnologia e destinação destes, bem como, na utilização correta
considerando atuação social dos equipamentos doados.
Em termos de retorno financeiro, a ideia principal do projeto é a questão
sócio ambiental, considerando uma correta destinação do lixo tecnológico e a
inserção digital oriunda destas doações. Entretanto, é possível, ainda, como ideia
embrionária, os smartphones em melhor estado de conservação receberem um
upgrade e serem revendidos a preços acessíveis para público previamente
cadastrado, sendo que os valores obtidos seriam utilizados para patrocinar
financeiramente o projeto, seu desenvolvimento e manutenção.
| Rastros​ |
O aplicativo coletará rastros dos donos dos aparelhos, das operadoras e
fabricantes, e das entidades receptoras dos celulares.
Dos donos dos aparelhos, as informações que importam coletar são o modelo
do aparelho, qual a frequência que troca de celular, se há upgrade de valor e modelo
de smartphone nestas trocas, se a motivação para doação é ecológica ou social e
para qual marca de aparelho está migrando.
Os dados coletados da operadora ou fabricante são: quantos aparelhos está
trocando por meio do app, há permanência na mesma marca ou mudança para
outra, se está destinando todas os aparelhos descartados para doação, se a política
de desconto na troca do aparelho tem rendido mais trocas para a
operadora/fabricante.
4
A Caixa Seguradora é uma bem sucedida união entre duas instituições públicas: a ​CNP Assurances​,
líder do mercado francês em seguros de pessoas, e a ​Caixa Econômica Federal​.
Os dados coletados das entidades são: se estão aumentando a quantidade de
pessoas atendidas pelo projeto, se há excesso ou falta de aparelhos para
determinada região, quantos aparelhos realmente puderam ser doados e quanto
isso gerou a menos de lixo eletrônico no meio ambiente. Além de também coletar os
dados dos beneficiários do projeto, como: de que forma usam o aparelho (diversão,
estudo, trabalho) e, desta forma, ajustar o projeto para que atenda cada vez melhor
estas pessoas.
Estes dados coletados podem ser úteis para as operadoras/fabricantes, que
passarão a saber mais detalhes do público que usa o app e, assim, criar estratégias
para atender melhor a este público, tanto com ações de marketing para vender mais
aparelhos, para incentivar a participar de outros projetos sociais, e para usar estes
dados em campanhas que mostrem como estão preocupadas com questões sociais e
ambientais. Este volume de informações também serve a governos, que podem
analisar o fenômeno e criar políticas públicas que incentivem esse tipo de trabalho
social e ambiental
| Reputação​ |
No caso do SMART, o mecanismo de avaliação do serviço será diferente dos
demais serviços online como Uber, AirBNB e Mercado livre, por exemplo, já que não
estamos vendendo um produto ou serviço.
Porém, a medição e avaliação do aplicativo pode ser feita tanto por parte dos
doadores de aparelhos para o desconto no momento da troca e se ficaram satisfeitos
em saber a destinação do smartphone, quanto pelas entidades que podem avaliar os
doadores (incentivando as operadoras e fabricantes a darem um desconto maior na
próxima troca) e as marcas de celular (para incentivar os fabricantes a fazer
campanhas maiores de doação).
| Escala​ |
O projeto iniciará como piloto do Distrito Federal, mais especificamente nas
regiões de Sobradinho II e Ceilândia, que já conta com apoiadores como a Instituto
Social Caixa Seguradora, que doa frequentemente aparelhos funcionais dos
colaboradores para projetos sociais. Os smartphones coletados serão encaminhados,
também, para entidades que fazem trabalho social na comunidade carente
Estrutural, em Brasília. Após análise dos dados coletados de todos os envolvidos,
avaliaremos a expansão do projeto para outras regiões do país.
| Motivações​ |
A motivação inicial é a troca dos smartphones, objeto de desejo de vários
brasileiros, mas associado a isso, será possível ainda realizar um descarte
sustentável do seu aparelho antigo, que por vezes fica ocupando espaço nas gavetas
de casa.
Além disso, a oportunidade de realizar algo social e de se engajar de alguma
forma, mesmo que não seja diretamente nas ações, mas o simples fato de doar,
reverbera de forma positiva como o famoso “eu fiz a minha parte”. Nosso
entendimento é que o formato e as parcerias são motivação suficiente para que
tenhamos uma boa aderência ao projeto.
A motivação das empresas é, além de fazer um descarte correto do que viria
ser lixo eletrônico, cumprir legislações do setor que exigem este tipo de descarte e
gerar boa repercussão, mostrando que a empresa se dedica também com as
questões sociais.
| Cultura |
Os aspectos culturais do projeto são os mesmos que podem motivar a adesão.
Se considerarmos a rapidez com que os brasileiros trocam de aparelho celular,
sempre buscando a melhor tecnologia e aquele que está na moda e possui mais
funcionalidades, essa cultura de realizar esse processo é bastante benéfica ao
projeto.
Outro ponto interessante é a questão social e ambiental. Estamos sendo
bombardeados a todo momento com informações sobre o aquecimento global e seus
efeitos maléficos e como isso vai impactar diretamente no futuro do planeta e,
consequentemente, dos nossos descendentes.
Sendo assim, o aplicativo chega como um mecanismo que auxilia a se tomar
uma posição e atuar de alguma forma no estancamento dos efeitos do aquecimento
global. Entendemos que isso é o ponto que trará um engajamento ao projeto. O
funcionamento do app simples e intuitivo, permitindo mesmo àqueles que não são
engajados ou familiarizados com estas questões aderir ao projeto. O benefício do
desconto para a troca de um novo aparelho também ajudará na mudança de cultura
destes usuários.
Para as organizações com as quais forem realizadas parcerias, o descarte
ambientalmente correto por meio do app, contribui para que sigam a legislação
vigente, bem como, melhora sua reputação frente ao mercado por conta de sua
atuação social.
| Modelo de Negócio |
O modelo de negócio do SMART é o “Ganhe o produto, forneça dados”, já que
o download do aplicativo por parte dos usuários, empresas, ONGs e governos será
gratuito. Mesmo não tendo a finalidade do lucro, o aplicativo pode cobrir os custos
operacionais vendendo para as operadoras e fabricantes os dados de frequência de
trocas de aparelhos, tendências de modelos escolhidos na troca, faixa etária, nível de
renda e escolaridade. Desta forma, estas empresas podem criar campanhas de
marketing direcionadas a estes públicos. Além disso, estas empresas também
podem adquirir o aplicativo para realizar trabalhos e preservação do meio ambiente
cumprindo, assim, a legislação para o setor.
Outros possíveis dados que podem ser negociados é sobre o público que
recebe os aparelhos, regiões atendidas e entidades que colaboram com este
trabalho. Assim, outros financiadores do projeto podem ser governos e ONGs, que
podem adquirir o aplicativo para realizar políticas públicas sociais, de educação e
preservação do meio ambiente.
Brasília, 21 de Novembro de 2016.

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  • 2. TRABALHO FINAL CULTURA DIGITAL SM​ART Trabalho apresentado ao Curso MBA em Marketing e Comunicação Digital do IESB – Centro Universitário, para a disciplina Cultura Digital. Prof. Daniel Medeiros Brasilia/DF 2016
  • 3. | Modelo de Análise do Projeto SM​ART​ | | Justificativa | O projeto ​SM​ART ​é focado na ​oportunidade de geração de ferramentas de educação para inclusão digital de crianças carentes a partir do ​problema do descarte de lixo eletrônico, em especial aparelhos celulares | Sustentabilidade | O Brasil tem hoje 275 milhões de celulares ativos. Deste número, apenas 2% são reciclados. De acordo com a ONU, o descarte de lixo eletrônico cresce 3 vezes mais rápido do que qualquer outro. Os celulares fazem parte de uma grande quantidade desse lixo e têm inúmeros metais preciosos nos seus componentes, mas também metais pesados na sua composição que comprometem a natureza e a saúde do homem. As baterias dos celulares, por exemplo, são capazes de contaminar a água de forma alarmante: uma bateria contamina cerca de 60 mil litros de água. 1 De acordo com um estudo feito pela Universidade das Nações Unidas, que lançou o e-waste World Map, na América Latina, o Brasil ​aparece em posição de destaque com relação ao lixo eletrônico. Em 2015, produziu 1,4 milhão de toneladas de e-lixo - o equivalente à média global de 7 kg por habitante - e só perdeu para o México​, ​que gerou 9 kg por pessoa. 2 Com base na necessidade de reorientar o uso de aparelhos celulares quando da sua troca, seja por obsolescência ou por demanda pelo upgrade, o projeto SM​ART tem como objetivo fazer a coleta de aparelhos para o uso dos mesmos em projetos sociais de inclusão digital através da educação e da arte. Dessa forma, o uso dos celulares se daria de duas formas: tanto aqueles aparelhos que ainda ​encontram-se funcionais e podem ser usados como ferramenta de estudo e produção de conteúdo por crianças carentes, como aqueles aparelhos que podem ser ​desmontados e gerar renda para o financiamento de iniciativas e projetos educacionais. | Público | O público para o qual o projeto é destinado, levando-se em consideração todos os agentes atuantes na cadeia de relações para que o projeto tenha sucesso, encontra-se nas três categorias: 1 Site: ​http://www.reciclecel.com.br/ 2 Sites: http://www.step-initiative.org/Overview_Brazil.html#Regulatory e http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/onu-lanca-primeiro-mapa-global-lixo-eletronico-e-lixo-wor ld-map-763469.shtml
  • 4. Amplo - porque a campanha de doação de celulares é direcionada para todos aqueles que quiserem fazê-lo. Basta ter um celular e doá-lo. Localizado - os beneficiários imediatos do projeto compõem um grupo de crianças que já estejam inseridas em projetos sociais que trabalham especificamente com os pilares da ​educação e arte​ com uso de tecnologia e de ​inclusão digital​. Nicho - também como fonte de obtenção de aparelhos celulares, nosso público na categoria “nicho” diz respeito às empresas/corporações que descartam seus celulares em grande volume e que podem fazer parte do projeto de maneira mais ostensiva, dentro do contexto de responsabilidade social das empresas. | Benchmarking | Diversas empresas, ONGs e OSCIPs já se atentaram para a importância do cuidado com o descarte de aparelhos eletrônicos. Não só por conta do fator ecológico - há muitos componentes tóxicos nos eletrônicos - , mas também por causa do valor monetário extraído desse descarte. O Brasil tem buscado soluções para a reciclagem de seu lixo, mas muito ainda deve ser feito com relação ao reaproveitamento dos lixos comuns e tecnológico. Empresas da área de telecomunicações já possuem políticas de reuso de aparelhos celulares, por exemplo, aceitando celulares antigos na compra de novos e empresas especializadas na coleta e destinação do lixo eletrônico têm surgido como um novo modelo de negócios. Destacamos empresas nacionais e internacionais como modelos de benchmarking. No estudo feito ficou claro que o lixo eletrônico, em especial o aparelho celular como valor monetário é o modelo mais frequentemente usado. Ou seja, os aparelhos são coletados e desmontados para extração dos componentes (há muito metal valioso como ouro, prata e cobre, por exemplo) presente nos aparelhos e geração de renda. Mas há também outras modalidades como a reciclagem dos próprio aparelho feito pelas empresas que vendem telecomunicação ou, então, o uso dos aparelhos para fins que não tirem o valor tecnológico deles e ajudem na sustentabilidade de outra forma. | Benchmarking Internacional | 1. Verizon (empresa de telecomunicação dos EUA): A Verizon tem um programa ​trade in do celular por ​gift certificates e ​vouchers. Está diretamente cuidando da reciclagem dos aparelhos celulares. Quem participa opta por ter um benefício em favor próprio e não se preocupa com o descarte do aparelho antigo. 2. Verizon HopeLine​:
  • 5. Essa modalidade convida o doador a fazer diferença social. Os celulares doados viram renda que irá beneficiar projetos que auxiliam vítimas de violência doméstica. Mais detalhes: https://www.verizonwireless.com/archive/mobile-living/network-and-plans/donate-cell-phones-dom estic-violence-hopeline-mobile-app-android-iphone/ 3. Donate Cell Phones for Soldiers: A ONG Donate Cell Phones for Soldiers tem um único objetivo: fornecer comunicação gratuita e fundos de emergência para soldados americanos que estão servindo em missão fora do país. O doador pode ajudar de diferentes formas: 1. Telefones celulares são reciclados e o dinheiro ajuda os soldados e suas famílias. Até hoje, 11,7 milhões de celulares foram doados. 2. Ou, pessoas doam minutos em ​calling cards para que os soldados e suas famílias possam diminuir as distâncias falando ao telefone. Cerca de 220 milhões de minutos em 3 milhões de cartões pré-pagos já foram doados. Mais detalhes: https://www.cellphonesforsoldiers.com/about-us/minutes-that-matter/ 4. Rainforest connection: Esse projeto já utiliza o conceito de reciclagem sem o desmonte dos aparelhos. Os aparelhos celulares são doados e viram guardiões das florestas tropicais para frear o desmatamento. Readaptados por engenheiros do projeto, os aparelhos são transformados em radares, colocados no alto das copas das árvores e mandam um sinal para que autoridades consigam capturar os madeireiros cortando árvores em tempo real (perto, inclusive, de santuários protegidos) e sejam, assim, pegos no ato. O projeto teve início nas florestas tropicais de Borneo e já está se espalhando pelo mundo. Mais detalhes: ​https://rfcx.org/media​ e um vídeo do TED TALK: https://www.ted.com/talks/topher_white_what_can_save_the_rainforest_your_used _cell_phone?language=en 5. Cells to Cells​: Mais um exemplo da monetarização do aparelho reciclado para uso do dinheiro para outros fins: na cells to cells, o trocadilho é a doação de cellphones para o tratamento de células cancerígenas. Todo o dinheiro dos aparelhos doados é revertido na ajuda a famílias que estão na batalha contra o câncer. | Benchmarking Nacional | 1. Recliclecel​: Esse também faz a reciclagem e reverte os valores para causas sociais como, por exemplo:
  • 6. 1. Escoteiros do Brasil - equipamentos usados pelos escoteiros 2. EndPolioNow - renda revertida para ajuda de pessoas com pólio 3. Mães Carentes - renda revertida para ajudar mães solteiras 4. Crianças carentes - internos em um complexo hospitalar de Curitiba Mais detalhes: ​http://www.reciclecel.com.br/ 2.ZeroImpacto: A empresa Zero Impacto é sediada em Brasília e mantém postos de de coleta em toda a cidade para diversos tipos de aparelhos eletrônicos. Ela cuida de todos o processamento desde coleta, desmonte e controle do lixo. Atua, porém, mais na advocacia da importância de reciclar e destinar o lixo eletrônico corretamente do que em projetos sociais ou de parceria. É uma empresa. O site da Zero Impacto traz uma calculadora verde para que o internauta acompanhe os benefícios à natureza com a reciclagem de monitores de computador, aparelhos de tv, notebooks, impressoras, e celulares. Os números apresentados dizem respeito à quantidade de água, árvores, produção de gasolina e garrafas pet com relação ao aparelho escolhido. Mais detalhes: ​http://www.zeroimpacto.com.br/index.php | Benchmarking | Projetos Sociais com uso de celulares | “Em países com sérios problemas de infraestrutura, organizações independentes apostam cada vez mais na tecnologia para impulsionar a educação e minimizar o problema do analfabetismo. O celular está no centro de boa parte desses projetos e vem se tornando um aliado importante no ensino e na difusão da leitura. Por que o celular? Uma comparação ajuda a entender a larga penetração dos aparelhos móveis entre a população mundial: segundo um relatório das Nações Unidas, quase ​6 bilhões de pessoas possuem celular hoje, enquanto ​4,5 bilhões de cidadãos têm acesso a banheiro ou a saneamento básico. Por meio de mensagens de voz, SMS e livros digitalizados, o ensino começa a ser levado a diferentes regiões do planeta e adaptado à realidade local. Veja o exemplo do ​projeto MobiLiteracy​, programa piloto com 180 mães da cidade africana de Kampala, capital de Uganda. Com o apoio da Usaid, agência dos Estados Unidos para o desenvolvimento internacional, a organização Urban Planet Mobile criou um plano de alfabetização para crianças por meio do envio de um SMS com um link que habilita uma mensagem de voz de 1 minuto e meio. "Desenvolvemos o programa em áudio, já que o nível de alfabetização dessas mães é muito baixo", disse a INFO a americana Catherine Oliver Smith, cofundadora do Urban Planet Mobile. As 91 lições diárias estão disponíveis na língua luganda, a mais falada em Kampala, e ensinam as letras do alfabeto e a formação das palavras,
  • 7. além de reunir histórias curtas. "Encorajamos a criança a identificar as letras no teclado do celular", diz Catherine. Terminado o projeto piloto, os organizadores pretendem fechar uma parceria com uma operadora de telecomunicações de Uganda para oferecer o serviço de maneira gratuita e expandir o número de usuários. Outro projeto que tem despertado interesse é a publicação de livros pelo celular, uma iniciativa do americano David Richer. Depois de trabalhar como executivo na Microsoft e na Amazon, Richer usou sua experiência em tecnologia e em plataformas móveis para criar a ​ONG Worldreader​. Trata-se de uma organização fundada em 2010 que conta com um acervo digital de mais de 6 mil livros para quase 335 mil pessoas espalhadas em países como Índia, Gana, Nigéria e Etiópia. A ONG criou um aplicativo em parceria com o ​biNu, serviço que fornece conexão de melhor qualidade para celulares básicos, permitindo aos donos de feature phones fazer o download das publicações, na maioria gratuitas. Em áreas onde ​não existe conexão com a internet, a Worldreader distribui Kindles com quase 50 mil títulos diferentes. Em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates, a organização inaugurou, no ano passado, oito livrarias no Quênia equipadas com 250 leitores digitais. Painéis solares foram instalados em regiões onde ainda não há eletricidade. Outra plataforma para a divulgação digital de livros é a ​ONG FunDza Literacy Trust​, criada em abril de 2011 na África do Sul. Apesar de ser uma nação com um dos melhores índices socioeconômicos da África Subsaariana, apenas 20% das escolas sul-africanas têm uma biblioteca minimamente equipada. Focada na população jovem, a FunDza desenvolveu uma ​plataforma móvel por meio do MXit​, um aplicativo de mensagens que pode ser usado em feature phones e que permite a leitura de textos multimídia. Em março deste ano, o serviço registrou quase 40 mil usuários. Com um novo capítulo divulgado a cada semana, a FunDza publica livros que abordam questões relacionadas aos jovens, como gravidez na adolescência e namoros. "A democracia sul-africana foi conquistada há apenas 20 anos, e acreditamos que essas histórias sejam ferramentas de mudança social", afirmou a INFO a sul-africana Nicci Giles, uma das coordenadoras do projeto FunDza. Um dos países com maior população islâmica no mundo, o Paquistão convive com um grave desequilíbrio: 67% dos homens do país são alfabetizados, enquanto apenas 42% das mulheres sabem ler e escrever. Para enfrentar essa questão, ​a
  • 8. Unesco criou um programa de alfabetização por meio de celulares distribuídos para as jovens que vivem em áreas rurais. O programa envia aproximadamente 800 mensagens por SMS, com temas que incluem direitos das mulheres, higiene pessoal, conhecimentos gerais e poesias. Disponível na língua urdu, idioma oficial do Paquistão, o conteúdo dos textos é discutido em centros de estudo criados pela Unesco. "As pessoas mais velhas não gostam de ver as meninas utilizando celulares. Para elas, os aparelhos são só para uso dos homens. Mas, com mobilização social, fazemos a orientação necessária", afirmou a INFO o paquistanês Fakhar Uddin, um dos coordenadores do projeto. Projetos como esses mostram que uma grande transformação está em curso na educação e, desta vez, ela vem na forma móvel.3 | Solução​​ | O projeto visa a criação de um aplicativo, associado a um site de divulgação e promoção, que além de avisar o usuário de smartphone que já está na hora de trocar seu aparelho por um mais moderno, oferece a opção de doar o smartphone antigo quando da aquisição do novo. O aplicativo é baixado gratuitamente na Apple Store, Play Store e qualquer outra loja virtual. Há dois formatos de doação previstos: ● Individualizada: O doador se cadastra via aplicativo e neste momento informa se deseja acompanhar a destinação do smartphone doado ou não. Se a opção for por não acompanhar, fica registrada a doação e ele será orientado de como proceder para finalizá-la. Caso queira acompanhar ou até mesmo participar das ações sociais emergentes de sua doação, ao selecionar esta opção também será orientado de como proceder, inserindo além dos dados pessoais e do celular, em quais segmentos gostaria de colaborar. ● Institucional/Empresarial: As organizações que fazem frequentemente atualização dos equipamentos smartphones do grupo executivo, se habilitam como doadoras e, conforme o formato anterior, a partir dessa manifestação são orientadas como proceder. O grupo realizou contato com o Instituto Social Caixa Seguradora, que já opera com ações sócio culturais e ambientais, onde mantém projeto social chamado Jovem de Expressão que atua com jovens de comunidades carentes de Sobradinho II e Ceilândia, promovendo a inserção social, através de parceria com a ONG R.U.A.S 3 Matéria Revista Planeta Sustentável, Abril, 2014. (​http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/o-celuluar-pode-acabar-com-o-analfabestimo-81440 8.shtml​)
  • 9. Rede Urbana de Ações Socioculturais. O Instituto demonstrou interesse em entender melhor o projeto e de estabelecer parceria. A Caixa Seguradora , por meio do seu Instituto, é bem atuante nas questões4 ambientais e sociais. Além da parceria com a R.U.A.S, mantém ainda parcerias importantes com a ONG Iniciativa Verde, que é responsável inclusive pela medição das emissões de carbono da organização. O projeto Jovem de Expressão também estabeleceu parceria com a ONU com o intuito de promover o formato do projeto em nível internacional. Diante disso, como a Caixa Seguradora opera com descarte a cada 2 anos dos smartphones do seu corpo diretivo, bem como dos demais equipamentos de informática, como laptops, desktops e tablets, considerando ainda o projeto Jovem de Expressão já em andamento, podemos iniciar o piloto com o apoio da empresa, tanto na doação dos equipamentos, como no recolhimento, reciclagem através da sua equipe de tecnologia e destinação destes, bem como, na utilização correta considerando atuação social dos equipamentos doados. Em termos de retorno financeiro, a ideia principal do projeto é a questão sócio ambiental, considerando uma correta destinação do lixo tecnológico e a inserção digital oriunda destas doações. Entretanto, é possível, ainda, como ideia embrionária, os smartphones em melhor estado de conservação receberem um upgrade e serem revendidos a preços acessíveis para público previamente cadastrado, sendo que os valores obtidos seriam utilizados para patrocinar financeiramente o projeto, seu desenvolvimento e manutenção. | Rastros​ | O aplicativo coletará rastros dos donos dos aparelhos, das operadoras e fabricantes, e das entidades receptoras dos celulares. Dos donos dos aparelhos, as informações que importam coletar são o modelo do aparelho, qual a frequência que troca de celular, se há upgrade de valor e modelo de smartphone nestas trocas, se a motivação para doação é ecológica ou social e para qual marca de aparelho está migrando. Os dados coletados da operadora ou fabricante são: quantos aparelhos está trocando por meio do app, há permanência na mesma marca ou mudança para outra, se está destinando todas os aparelhos descartados para doação, se a política de desconto na troca do aparelho tem rendido mais trocas para a operadora/fabricante. 4 A Caixa Seguradora é uma bem sucedida união entre duas instituições públicas: a ​CNP Assurances​, líder do mercado francês em seguros de pessoas, e a ​Caixa Econômica Federal​.
  • 10. Os dados coletados das entidades são: se estão aumentando a quantidade de pessoas atendidas pelo projeto, se há excesso ou falta de aparelhos para determinada região, quantos aparelhos realmente puderam ser doados e quanto isso gerou a menos de lixo eletrônico no meio ambiente. Além de também coletar os dados dos beneficiários do projeto, como: de que forma usam o aparelho (diversão, estudo, trabalho) e, desta forma, ajustar o projeto para que atenda cada vez melhor estas pessoas. Estes dados coletados podem ser úteis para as operadoras/fabricantes, que passarão a saber mais detalhes do público que usa o app e, assim, criar estratégias para atender melhor a este público, tanto com ações de marketing para vender mais aparelhos, para incentivar a participar de outros projetos sociais, e para usar estes dados em campanhas que mostrem como estão preocupadas com questões sociais e ambientais. Este volume de informações também serve a governos, que podem analisar o fenômeno e criar políticas públicas que incentivem esse tipo de trabalho social e ambiental | Reputação​ | No caso do SMART, o mecanismo de avaliação do serviço será diferente dos demais serviços online como Uber, AirBNB e Mercado livre, por exemplo, já que não estamos vendendo um produto ou serviço. Porém, a medição e avaliação do aplicativo pode ser feita tanto por parte dos doadores de aparelhos para o desconto no momento da troca e se ficaram satisfeitos em saber a destinação do smartphone, quanto pelas entidades que podem avaliar os doadores (incentivando as operadoras e fabricantes a darem um desconto maior na próxima troca) e as marcas de celular (para incentivar os fabricantes a fazer campanhas maiores de doação). | Escala​ | O projeto iniciará como piloto do Distrito Federal, mais especificamente nas regiões de Sobradinho II e Ceilândia, que já conta com apoiadores como a Instituto Social Caixa Seguradora, que doa frequentemente aparelhos funcionais dos colaboradores para projetos sociais. Os smartphones coletados serão encaminhados, também, para entidades que fazem trabalho social na comunidade carente Estrutural, em Brasília. Após análise dos dados coletados de todos os envolvidos, avaliaremos a expansão do projeto para outras regiões do país.
  • 11. | Motivações​ | A motivação inicial é a troca dos smartphones, objeto de desejo de vários brasileiros, mas associado a isso, será possível ainda realizar um descarte sustentável do seu aparelho antigo, que por vezes fica ocupando espaço nas gavetas de casa. Além disso, a oportunidade de realizar algo social e de se engajar de alguma forma, mesmo que não seja diretamente nas ações, mas o simples fato de doar, reverbera de forma positiva como o famoso “eu fiz a minha parte”. Nosso entendimento é que o formato e as parcerias são motivação suficiente para que tenhamos uma boa aderência ao projeto. A motivação das empresas é, além de fazer um descarte correto do que viria ser lixo eletrônico, cumprir legislações do setor que exigem este tipo de descarte e gerar boa repercussão, mostrando que a empresa se dedica também com as questões sociais. | Cultura | Os aspectos culturais do projeto são os mesmos que podem motivar a adesão. Se considerarmos a rapidez com que os brasileiros trocam de aparelho celular, sempre buscando a melhor tecnologia e aquele que está na moda e possui mais funcionalidades, essa cultura de realizar esse processo é bastante benéfica ao projeto. Outro ponto interessante é a questão social e ambiental. Estamos sendo bombardeados a todo momento com informações sobre o aquecimento global e seus efeitos maléficos e como isso vai impactar diretamente no futuro do planeta e, consequentemente, dos nossos descendentes. Sendo assim, o aplicativo chega como um mecanismo que auxilia a se tomar uma posição e atuar de alguma forma no estancamento dos efeitos do aquecimento global. Entendemos que isso é o ponto que trará um engajamento ao projeto. O funcionamento do app simples e intuitivo, permitindo mesmo àqueles que não são engajados ou familiarizados com estas questões aderir ao projeto. O benefício do desconto para a troca de um novo aparelho também ajudará na mudança de cultura destes usuários. Para as organizações com as quais forem realizadas parcerias, o descarte ambientalmente correto por meio do app, contribui para que sigam a legislação vigente, bem como, melhora sua reputação frente ao mercado por conta de sua atuação social.
  • 12. | Modelo de Negócio | O modelo de negócio do SMART é o “Ganhe o produto, forneça dados”, já que o download do aplicativo por parte dos usuários, empresas, ONGs e governos será gratuito. Mesmo não tendo a finalidade do lucro, o aplicativo pode cobrir os custos operacionais vendendo para as operadoras e fabricantes os dados de frequência de trocas de aparelhos, tendências de modelos escolhidos na troca, faixa etária, nível de renda e escolaridade. Desta forma, estas empresas podem criar campanhas de marketing direcionadas a estes públicos. Além disso, estas empresas também podem adquirir o aplicativo para realizar trabalhos e preservação do meio ambiente cumprindo, assim, a legislação para o setor. Outros possíveis dados que podem ser negociados é sobre o público que recebe os aparelhos, regiões atendidas e entidades que colaboram com este trabalho. Assim, outros financiadores do projeto podem ser governos e ONGs, que podem adquirir o aplicativo para realizar políticas públicas sociais, de educação e preservação do meio ambiente. Brasília, 21 de Novembro de 2016.