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Não há pinheiros nem há neve,
                Nada do que é convencional,
                Nada daquilo que se escreve
                Ou que se diz... Mas é Natal.
               Que ar abafado! A chuva banha
                  A terra, morna e vertical.
               Plantas da flora mais estranha,
                    Aves da fauna tropical.
             Nem luz, nem cores, nem lembranças
                   Da hora única e imortal.
                Somente o riso das crianças
             Que em toda a parte é sempre igual.
               Não há pastores nem ovelhas,
                 Nada do que é tradicional.
               As orações, porém, são velhas
                  E a noite é Noite de Natal.

In Natal... Natais – Oito Séculos de Poesia sobre o Natal, antologia de Vasco Graça Moura.

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