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Módulo I



                       Transformadores




Prof. A. J. C. Pitta                16
Apresentação das partes componentes de um transformador e ensaio da
medição da resistência de isolamento



1.0 – Partes componentes de um transformador                  objetivo mostrar ao aluno todos os acessórios
      Antes        do   iniciar-se   os   ensaios   em        que compõem um transformador. A figura 1, a
transformadores será realizado uma breve                      seguir mostra os aspectos principais de um
apresentação das partes componentes deste                     transformador em corte, mostrando suas
equipamento. Este procedimento tem por                        principais       partes      componentes[1].




                                          Figura 1 – Transformador em corte.




Prof. A. J. C. Pitta                                                                                    17
Seguindo a numeração da figura 1                 além de ficarem girando em torno do
pode-se identificar as partes:                           núcleo, são distribuídos em camadas
                                                         (orbitais). Como resultado tem-se um
1   Bucha de tensão superior
                                                         equilíbrio entre a força de atração exercida
    1.1 Terminal de tensão superior
                                                         pelo núcleo e a força centrífuga resultante
2   Tampa
3   Abertura para inspeção                               do movimento.
4   Guarnição
5   Comutador
6   Armadura                                               Força centrífuga         -
7   Núcleo
8   Bobinas
                                                                                    Força devido a
    8.1 – Bobinas de tensão inferior                                               atração do núcleo
    8.2 – Bobinas de tensão superior                                       +
9   Tanque
    9.1 – Olhal de suspensão
    9.2 – Radiador
    9.3 – Suporte para fixação
10 Bucha de tensão inferior
    10.1 – Terminal de tensão inferior
11 Placa de identificação
                                                                           (A)
12 Dispositivo de aterramento.
                                                                               -
                                                                                     -
2.0 –     Considerações           teóricas   sobre
    isolantes e medição da resistência de                                            Força externa

    isolamento.
                                                                           +
    2.1 – Teoria eletrônica dos elementos
    e substâncias químicas
        Sabe-se que os elementos químicos são
    constituídos basicamente de três partículas
    atômicas: elétrons, prótons e neutrons. E
                                                                           (B)
    que a corrente elétrica é o resultado do
                                                      Figura 1 – Estrutura atômica: (A) átomo em
    fluxo de elétrons que abandonam os seus
                                                            equilíbrio; (B) átomo eletrizado.
    átomos. Para que os elétrons sejam
                                                            Para que um elétron seja retirado de
    retirados de seus átomos existem os
                                                     sua órbita é necessário que seja cedida energia
    métodos denominados por eletrização.
                                                     ao elétron, a figura 1B ilustra a situação.
        Os átomos possuem um modelo básico
                                                     Existem várias maneiras de fornecer energia:
    conforme mostrado na figura 1A. Verifica-
    se que na estrutura atômica os elétrons
                                                                                                     18
atrito,    reação   química,   calor,   pressão
magnetismo e luz.                                                     Camada dos
                                                                        elétrons
          Outro aspecto a ser observado, diz                                              -
respeito a distribuição de elétrons. Assim uma
regra prática na atomística; quanto mais                     -
                                                                                  +
elétrons possui o átomo um maior número de                                +
                                                                              +
                                                                                  +
                                                                                      +
                                                                              +


camadas ele possuirá.
                                                                                                  Trajetória dos
                                                                                                     elétrons

                                                                                          -
   2.2 – Camadas de elétrons
          As camadas de elétrons, distribuem-se
   concentricamente em torno do núcleo dos         Figura 2 – Representação dos elétrons em seus

   átomos. Este fato, intuitivamente permite                       orbitais e camadas.

   que se verifique outra regra prática: quanto
   mais próximas do núcleo estiverem as                  A regra básica para preenchimento das

   camadas, mais forte será a atração positiva       camadas é: a primeira camada não pode

   do núcleo sobre os elétrons. Assim sendo          possuir mais que 2 (dois) elétrons; a

   torna-se mais difícil a liberação daqueles        Segunda camada não pode possuir mais do

   elétrons. Seguindo a regra, conclui-se que        que 8(oito); a terceira, não mais do que

   os elétrons mais afastados são mais fáceis        18(dezoito); a Quarta 32(trinta e dois) e

   de serem retirados dos deus orbitais, ou seja     assim sucessivamente até a sétima camada.

   são mais facilmente liberados.                    A tabela 1, ilustra a distribuição eletrônica

   Da atomística, sabe-se que os átomos              de alguns elementos químicos, nas suas

   possuem até sete camadas, e ainda que             respectivas       camadas,               conforme         se

   elétrons pertencentes à mesma camada não          encontram       na       tabela          periódica      dos

   possuem a mesma trajetória, conforme              elementos químicos.

   mostrado na figura 2. Outro aspecto                   Observando-se a distribuição eletrônica

   também a ser considerado é referente ao           em uma tabela periódica verifica-se que

   número de elétrons existentes em cada uma         seguem a uma regra de distribuição pelas

   das camadas, que segue uma regra de               camadas eletrônicas. A regra estabelece que

   distribuição, portanto cada camada possui         as camadas mais externas não possuam

   um certo número de elétrons. Considerando         mais que 2(dois) ou 8(oito) elétrons. Ou

   o aspecto energético é fácil perceber que os      seja de acordo com a atomística o átomo só

   elétrons localizados nas camadas mais             consegue sua estabilidade química, se esta

   externas possuem maior quantidade de              regra for observada. Este fato pode ser

   energia.                                          observado na tabela 1. Assim só é possível


                                                                                                              19
iniciar-se uma nova camada caso a anterior           uma tabela com todos os elementos
  já possua os oito elétrons necessários à sua         químicos.
  estabilidade. Anexo a este ensaio tem-se


Número              Elemento                             Elétrons por camada
atômico

                Nome         Símbolo       1       2        3        4         5         6          7
   1      Hidrogênio         H             1
   2      Hélio              He            2
   3      Lítio              Li            2       1
   4      Berílio            Be            2       2
   5      Boro               B             2       3
   8      Oxigênio           O             2       6
  10      Neônio             Ne            2       8
  19      Potássio           K             2       8         8       1
  25      Manganês           Mn            2       8        13       2
  29      Cobre              Cu            2       8        18       1
  36      Criptônio          Kr            2       8        18       8
  87      Frâncio            Fr            2       8        18      32         18        8          1


                     Tabela 1 – Distribuição eletrônica nos elementos químicos.


  2.3 – A camada de valência                               Estabelecido    que      os   elétrons       de
       Todos os elétrons possuem o mesmo               valência podem ser removidos de átomo,
  valor de carga elétrica, mas nem todos               uma quantidade suficientemente grande
  encontram-se no mesmo nível energético.              destas partículas são as responsáveis pela
  Ou seja os elétrons mais próximos ao                 corrente     elétrica        produzida       pela
  núcleo possuem menor valor energético em             eletricidade. Por outro lado é necessário
  relação àqueles mais afastados, conforme             estabelecer-se certas regras no que se refere
  regra já estabelecida.                               as quantidades de elétrons da última
       Seguindo esta linha de pensamento,              camada. Ou seja fica claro que se apenas
  pode-se dizer que se um elétron receber              um elétron for retirado, não é necessário
  energia suficiente ele poderá ser deslocado          grande quantidade de energia se comparado
  de sua órbita, ou mesmo ser retirado do              com um átomo que possua dois ou mais
  átomo. No caso o elétron em questão é                elétrons na última camada. Em outras
  sempre o de valência.                                palavras pode-se dizer que quanto maior o


                                                                                                        20
número de elétrons na última camada maior                                                                          condição é a resistência específica (ρ) dos
   quantidade de energia será necessária para                                                                         materiais. O cobre que é um bom condutor,
   retirar-se os elétrons. Este fato pode ser                                                                         apresenta uma resistividade específica da
   ilustrado pela figura 3.                                                                                           ordem de 1,7 10-6 [Ω][cm], enquanto a dos
                                                                                                                      materiais isolantes é da ordem de 1015
                                 -
                                                                  -                                                   [Ω][cm].
                         -                                                                        -
                                                                      +               -
               -                                      +
                                                              +
                                                                      +
                                                                          +                                   -
                                         -                    +


                                     -                                                                -
                                                                  -                                           -


 Energia
                                             Energia distribuída entre                                                  -                                            +
                                                   os elétrons

                                             (a)


                                 Energia distribuída entre
                                       os elétrons
                                                                                                                                           Condução iônica
                             -                                                -
                     -
                                                          -                               -                                                  (a)
                                                                  +               -
               -                                  +
                                                          +
                                                              +
                                                                      +                                   -       -
                                     -                +


                                 -                                                            -
                                                              -
                                              -

 Energia                                                                                                               -                                             +
                                             (b)
Figura 3 – Elétrons recebendo energia externa.
(a) Energia distribuída entre dois elétrons;
                                                                                                                                           Condução elétrica
(b) Energia distribuída entre quatro elétrons.                                                                                                 bipolar
                                                                                                                                             (b)
3.0 – Teste de isolação[2]                                                                                                  Figura 4 – Condução de íons e moléculas
    Foi mostrado que a propriedade de                                                                                              polares em um isolante.
condutibilidade dos materiais depende da                                                                                    (a) Os íons favorecem a condução de
disponibilidade de um grande número de                                                                                         corrente nos isolantes
elétrons na banda de condução. A aplicação de                                                                               (b) As moléculas bipolares giram sob a
um campo elétrico resultante de uma diferença                                                                                  influência do campo elétrico.
de potencial resulta em um fluxo de elétrons,                                                                               Os materiais isolantes são constituídos de
orientado segundo a polaridade do campo                                                                               matérias orgânicas, que contém impurezas,
elétrico aplicado.                                                                                                    que podem ser ionizáveis, e estes íons
    Os materiais isolantes têm um número                                                                              conduzem corrente elétrica, vide figura 4(a).
muito reduzido de elétrons livres na banda de
condução. Uma grandeza que revela esta
                                                                                                                                                                      21
+
    Nos materiais isolantes existem também
moléculas polarizadas, cujos os átomos têm
uma afinidade polar. Uma parte das moléculas
polarizadas tem carga positiva e as outras
negativas. Por influência de um campo elétrico
as moléculas polares giram orientando-se no
material. Este fenômeno está ilustrado na
figura 4(b).
    A molécula de celulose, substância que
compõe     grande   parte   da    isolação   dos




                                                                        -
transformadores e máquinas girantes, possui                Comportamento do material
grupos funcionais bipolares do tipo oxidrila                  isolante sem água

(OH-), que lhe confere a qualidade de bom                               (a)

isolante quando seca.




                                                                        +
    A penetração de água no isolante, resulta
na dissociação de suas impurezas ionizáveis
dando origem a íons, que criam uma condição
favorável para a passagem de corrente elétrica,
em outras palavras há um aumento na sua
condutividade.
    No entanto, as isolações elétricas dos
transformadores não são homogêneas por
serem formados de materiais com diferentes
características dielétricas. Que se sobrepõem
                                                                        -




em camadas e, em cujas interfaces podem                     Comportamento do material
localizar moléculas ionizáveis.                           isolante com a presença de água

    Com o umedecimento da massa isolante,                               (b)

essas moléculas se dissociam formando íons,          Figura 5 – Comportamento do material

que se orientam e se deslocam na direção do                        isolante.

campo elétrico. Este fenômeno é conhecido          (a) Sem a presença de água;

como absorção dielétrica. A figura 5 ilustra       (b) Com a presença de água.

esta situação.
                                                   Simplificadamente pode-se representar um
                                                   dielétrico conforme o modelo elétrico da
                                                   figura 6 a seguir.


                                                                                            22
quando em operação. Uma corrente de
                                                   dispersão constante, com tensão DC
                       R1                          constante        no    tempo,      aplicada     ao
                                                   isolante, revela que a isolação tem
                                                   capacidade para resistí-la. Por outro
                                                   lado se a corrente aumentar com o

              R2                C                  tempo de aplicação da tensão, é
                                                   provável que a isolação venha a falhar.
   Figura 6 – Modelo de material isolante.

                                                   ¸         A corrente de absorção. Esta
R1 – Resistência elétrica devido à corrente de
                                                   corrente               está             relacionada
fuga;
                                                   principalmente com o fenômeno da
R2 – Resistência elétrica representando as
                                                   polarização nas interfaces do dielétrico.
perdas por absorção;
                                                             No início da aplicação da
C – Capacitância do dielétrico.
                                                   tensão, seu valor é mais elevado e
                                                   decresce com o tempo de aplicação da
                                                   tensão.
        3.1 – Comportamento do material
                                                             O fenômeno do reaparecimento
            isolante com a aplicação de
                                                   da   tensão       nos     terminais        de   um
            corrente contínua
                                                   capacitor após a remoção do curto
                                                   circuito para descarregá-lo é atribuída
            Quando se aplica corrente contínua
                                                   ao fenômeno da absorção dielétrica.
        a um dielétrico, como o representado
                                                   Por esse motivo o isolante sob teste
        na figura 6, a corrente estabelece por
                                                   deve permanecer curto-circuitado por
        três componentes.
                                                   tempo suficiente para poder haver o
        ¶        A corrente de carregamento do
                                                   desaparecimento completo da tensão.
        capacitor, que decresce rapidamente,
        atingindo valores próximos de zero,
                                                   3.2 – Testes da isolação
        quando o capacitor está carregado.
                                                   Método 1 – Avaliação pela aplicação
                                                   de corrente contínua
        ·        A corrente de dispersão, que
                                                             Este        método      consiste      em
        passa pela superfície e pelo interior da
                                                   aplicar-se tensão contínua constante no
        massa do dielétrico. Esta corrente
                                                   valor     adequado,           através     de    um
        possui    características   que   podem
                                                   instrumento denominado megger, e
        indicar o comportamento do isolante
                                                   fazer leituras aos 15, 30, 45 e 60

                                                                                                   23
segundos e, em seguida, a cada minuto                            Para    a   correção      dos    valores   de
             até completar-se 10 minutos.                                resistências de isolamento, recorre-se a
                    Com os resultados plota-se a                         fórmula:
             curva no papel log-log, semelhante à
             curva ilustrada na figura 7.
                                                                                     RI ( 70o ) = RI ( θ ) (0,5) a
         3
    10


                            A                                            Onde:
         2
    10

                                B
         1
                                                                            70 o C − θ
                                                                         a−
    10
                                                   C
                                                                                10
     4

         1/4          1/2       3/4   1    2       3      7

  Figura 7 – Exemplo do comportamento da                                 θ = temperatura de ensaio.
    absorção dielétrica da isolação em um
                      transformador.                                          A avaliação das condições da isolação
Curva A – TS para TI;                                                    pelo índice de polarização recai nas faixas
Curva B – TS para Terra                                                  de valores indicados na tabela 2 abaixo.
Curva C – TI para terra.
                                                                          Condições da                    Índice de
             Uma isolação em boas condições dará                              isolação                  polarização
  valores que aumentam progressivamente.                              Perigosa                    Menor que 1
  Uma isolação em condições satisfatórias                             Pobre                       De 1,0 a 1,1
  dará valores pouco variáveis.                                       Questionável                De 1,1 a 1,25
                                                                      Satisfatória                De 1,25 a 2,0
  Índice de polarização                                               Boa                         Acima de 2,0
             O   índice     de        polarização         (IP)    é
  calculado          dividindo-se              o       valor     da           Método 2 – Avaliação pela aplicação
  resistência de isolamento (RI) medida aos                                   de duas tensões em corrente contínua
  10 minutos por seu respectivo valor a 1                                              Este método consiste em se
  minuto, corrigidos para a temperatura de                                    aplicar duas tensões contínuas, na
     o
  70 C, conforme indica a ABNT.                                               relação 1 para 5, por exemplo 500 [V]
                                                                              e 2500 [V], durante 1 minuto cada
                                RI(10min)                                     uma.
                     IP =
                                RI(1min)                                               Uma diminuição no valor da
                                                                              resistência de isolamento de 25% com

                                                                                                                         24
a tensão mais elevada em relação à           Anotar     os     detalhes      que     julgar
        mais baixa é, em geral, devido a             necessário:
        presença de umidade na isolação. A
        relação entre as duas resistências é
        conhecido como índice de absorção
        (IA). Os valores adequados do IA são
        dados por:


                        RI(500[V])
                 IA =               〈1,25
                        RI(2500[V])



                 Este fenômeno, é atribuído ao       2o    Passo:    efetuar   um    jumper       nos

        fato de a água Ter polaridade positiva e     conectores das tr6es buchas de TS.

        ser atraída para as áreas com elevado        Proceda    da    mesma     forma      para    os

        potencial negativo.                          conectores das buchas de TI.

        Durante o teste o borne negativo do               O método de medição a ser utilizado

        megger é ligado ao condutor de cobre e       será o método da tensão contínua.

        o positivo à terra. Portanto a água será          Conecte    uma       das   pontas       do

        atraída para a área do condutor de           instrumento de medição aos conectores

        cobre,     havendo       diminuição     na   das buchas de TS. A outra ponta será

        resistência      de     isolamento.     O    ligada aos conectores de da bucha de TI.

        fen6omeno         é   conhecido       como   Inicie as medições não esquecendo de

        eletroendosmose ou efeito Evershed.          efetuar as leituras nos instantes indicados

        Com pouca ou nenhuma umidade na              na tabela I abaixo.

        isolação, os valores das duas leituras
        serão praticamente iguais.                   Atenção: ao final da medição não toque
                                                     nos terminais da bucha, pois o fato do

4.0 – Procedimentos para o ensaio                    megger estar desligado não significa
   1o Passo: faça uma análise do instrumento         ausência de tensão. Siga rigorosamente

   utilizado na medição (megger), anotando           o próximo passo.
   as      dúvidas        referentes   ao      seu
   funcionamento e utilização. Solicite ao
   professor ou ao técnico de laboratório que
   esclareça as suas dúvidas.

                                                                                                  25
Tempo
                             15s       30s   45s    1m     2m   3m    4m     5m   6m   7m   8m   9m   10m

Resistên   RI(T ambiente)
             RI(70oC)
  cia

                                 Tabela I – Resistência de isolamento TS/TI.


                                                                      Faça agora as conexões para medir a
    3o Passo: antes de desfazer as ligações,                    resistência de isolamento entre a TS e a
    aguarde alguns instantes até que as cargas                  massa do transformador. Novamente faça as
    acumuladas        durante      o     processo    de         leituras conforme indicado na tabela II
    medição      sejam      descarregadas.          Isto        abaixo.
    ocorrerá através do cabo guarda do
    instrumento.


                                                                     Tempo
                             15s       30s   45s    1m     2m   3m    4m     5m   6m   7m   8m   9m   10m

Resistên   RI(T ambiente)
             RI(70oC)
  cia

                                Tabela I – Resistência de isolamento TS/Terra.


                                                                 para a medição da resistência entre os
    4o Passo: antes de continuar aguarde que                     enrolamentos de TI e a massa. Preencha a
    as       cargas         acumuladas             sejam         tabela III.
    descarregadas. Siga as mesmas instruções


                                                                     Tempo
                             15s       30s   45s    1m     2m   3m    4m     5m   6m   7m   8m   9m   10m

Resistên   RI(T ambiente)
             RI(70oC)
  cia

                                Tabela I – Resistência de isolamento TI/Terra.




                                                                                                       26
5o Passo: aplicando-se o método das duas tensões, aproveitando as conexões do último passo,
    efetue a seleção da tensão de 100 [V], no instrumento e faça a leitura da resistência RI(100[V]),
    após 1 minuto. Anote o resultado:


                                       RI(100) = ......................[MΩ]


       Selecione no megger a tensão de 500 [V] meça a resistência de isolamento referente a estas
    tensões durante 1 minuto. Anote o resultado:


                                     RI(500) = .............................[MΩ]


5.0 – Guia para análise
1 – Referir as medidas efetuadas para a temperatura de 70oC, utilizando a devida equação.


2 – Plotar em papel log-log as curvas referentes às tabelas I, II e III.


3 – Calcule os índices de polarização (IP) para os três casos.


4 – Calcule o índice de absorção (IA) para as medidas obtidas pelo método das duas tensões.


5 – Elaborar relatório referente ao ensaio.


Referências bibliográficas
[1] Mileaf, H., - Eletricidade – Ed. Martins Fontes, 1a ed., São Paulo, 1982.


[2] Milasch, M., - Manutenção de transformadores em líquido isolante – Editora Edgard Blücher
Ltda, 1984, São Paulo.


[3] Veri, L.A., - Técnicas que podem reduzir as queimas de motores elétricos. – Revista
Eletricidade Moderna – pg. 66 a 77, fev. 96, ed. Aranda, São Paulo.




                                                                                                  27

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  • 1. Módulo I Transformadores Prof. A. J. C. Pitta 16
  • 2. Apresentação das partes componentes de um transformador e ensaio da medição da resistência de isolamento 1.0 – Partes componentes de um transformador objetivo mostrar ao aluno todos os acessórios Antes do iniciar-se os ensaios em que compõem um transformador. A figura 1, a transformadores será realizado uma breve seguir mostra os aspectos principais de um apresentação das partes componentes deste transformador em corte, mostrando suas equipamento. Este procedimento tem por principais partes componentes[1]. Figura 1 – Transformador em corte. Prof. A. J. C. Pitta 17
  • 3. Seguindo a numeração da figura 1 além de ficarem girando em torno do pode-se identificar as partes: núcleo, são distribuídos em camadas (orbitais). Como resultado tem-se um 1 Bucha de tensão superior equilíbrio entre a força de atração exercida 1.1 Terminal de tensão superior pelo núcleo e a força centrífuga resultante 2 Tampa 3 Abertura para inspeção do movimento. 4 Guarnição 5 Comutador 6 Armadura Força centrífuga - 7 Núcleo 8 Bobinas Força devido a 8.1 – Bobinas de tensão inferior atração do núcleo 8.2 – Bobinas de tensão superior + 9 Tanque 9.1 – Olhal de suspensão 9.2 – Radiador 9.3 – Suporte para fixação 10 Bucha de tensão inferior 10.1 – Terminal de tensão inferior 11 Placa de identificação (A) 12 Dispositivo de aterramento. - - 2.0 – Considerações teóricas sobre isolantes e medição da resistência de Força externa isolamento. + 2.1 – Teoria eletrônica dos elementos e substâncias químicas Sabe-se que os elementos químicos são constituídos basicamente de três partículas atômicas: elétrons, prótons e neutrons. E (B) que a corrente elétrica é o resultado do Figura 1 – Estrutura atômica: (A) átomo em fluxo de elétrons que abandonam os seus equilíbrio; (B) átomo eletrizado. átomos. Para que os elétrons sejam Para que um elétron seja retirado de retirados de seus átomos existem os sua órbita é necessário que seja cedida energia métodos denominados por eletrização. ao elétron, a figura 1B ilustra a situação. Os átomos possuem um modelo básico Existem várias maneiras de fornecer energia: conforme mostrado na figura 1A. Verifica- se que na estrutura atômica os elétrons 18
  • 4. atrito, reação química, calor, pressão magnetismo e luz. Camada dos elétrons Outro aspecto a ser observado, diz - respeito a distribuição de elétrons. Assim uma regra prática na atomística; quanto mais - + elétrons possui o átomo um maior número de + + + + + camadas ele possuirá. Trajetória dos elétrons - 2.2 – Camadas de elétrons As camadas de elétrons, distribuem-se concentricamente em torno do núcleo dos Figura 2 – Representação dos elétrons em seus átomos. Este fato, intuitivamente permite orbitais e camadas. que se verifique outra regra prática: quanto mais próximas do núcleo estiverem as A regra básica para preenchimento das camadas, mais forte será a atração positiva camadas é: a primeira camada não pode do núcleo sobre os elétrons. Assim sendo possuir mais que 2 (dois) elétrons; a torna-se mais difícil a liberação daqueles Segunda camada não pode possuir mais do elétrons. Seguindo a regra, conclui-se que que 8(oito); a terceira, não mais do que os elétrons mais afastados são mais fáceis 18(dezoito); a Quarta 32(trinta e dois) e de serem retirados dos deus orbitais, ou seja assim sucessivamente até a sétima camada. são mais facilmente liberados. A tabela 1, ilustra a distribuição eletrônica Da atomística, sabe-se que os átomos de alguns elementos químicos, nas suas possuem até sete camadas, e ainda que respectivas camadas, conforme se elétrons pertencentes à mesma camada não encontram na tabela periódica dos possuem a mesma trajetória, conforme elementos químicos. mostrado na figura 2. Outro aspecto Observando-se a distribuição eletrônica também a ser considerado é referente ao em uma tabela periódica verifica-se que número de elétrons existentes em cada uma seguem a uma regra de distribuição pelas das camadas, que segue uma regra de camadas eletrônicas. A regra estabelece que distribuição, portanto cada camada possui as camadas mais externas não possuam um certo número de elétrons. Considerando mais que 2(dois) ou 8(oito) elétrons. Ou o aspecto energético é fácil perceber que os seja de acordo com a atomística o átomo só elétrons localizados nas camadas mais consegue sua estabilidade química, se esta externas possuem maior quantidade de regra for observada. Este fato pode ser energia. observado na tabela 1. Assim só é possível 19
  • 5. iniciar-se uma nova camada caso a anterior uma tabela com todos os elementos já possua os oito elétrons necessários à sua químicos. estabilidade. Anexo a este ensaio tem-se Número Elemento Elétrons por camada atômico Nome Símbolo 1 2 3 4 5 6 7 1 Hidrogênio H 1 2 Hélio He 2 3 Lítio Li 2 1 4 Berílio Be 2 2 5 Boro B 2 3 8 Oxigênio O 2 6 10 Neônio Ne 2 8 19 Potássio K 2 8 8 1 25 Manganês Mn 2 8 13 2 29 Cobre Cu 2 8 18 1 36 Criptônio Kr 2 8 18 8 87 Frâncio Fr 2 8 18 32 18 8 1 Tabela 1 – Distribuição eletrônica nos elementos químicos. 2.3 – A camada de valência Estabelecido que os elétrons de Todos os elétrons possuem o mesmo valência podem ser removidos de átomo, valor de carga elétrica, mas nem todos uma quantidade suficientemente grande encontram-se no mesmo nível energético. destas partículas são as responsáveis pela Ou seja os elétrons mais próximos ao corrente elétrica produzida pela núcleo possuem menor valor energético em eletricidade. Por outro lado é necessário relação àqueles mais afastados, conforme estabelecer-se certas regras no que se refere regra já estabelecida. as quantidades de elétrons da última Seguindo esta linha de pensamento, camada. Ou seja fica claro que se apenas pode-se dizer que se um elétron receber um elétron for retirado, não é necessário energia suficiente ele poderá ser deslocado grande quantidade de energia se comparado de sua órbita, ou mesmo ser retirado do com um átomo que possua dois ou mais átomo. No caso o elétron em questão é elétrons na última camada. Em outras sempre o de valência. palavras pode-se dizer que quanto maior o 20
  • 6. número de elétrons na última camada maior condição é a resistência específica (ρ) dos quantidade de energia será necessária para materiais. O cobre que é um bom condutor, retirar-se os elétrons. Este fato pode ser apresenta uma resistividade específica da ilustrado pela figura 3. ordem de 1,7 10-6 [Ω][cm], enquanto a dos materiais isolantes é da ordem de 1015 - - [Ω][cm]. - - + - - + + + + - - + - - - - Energia Energia distribuída entre - + os elétrons (a) Energia distribuída entre os elétrons Condução iônica - - - - - (a) + - - + + + + - - - + - - - - Energia - + (b) Figura 3 – Elétrons recebendo energia externa. (a) Energia distribuída entre dois elétrons; Condução elétrica (b) Energia distribuída entre quatro elétrons. bipolar (b) 3.0 – Teste de isolação[2] Figura 4 – Condução de íons e moléculas Foi mostrado que a propriedade de polares em um isolante. condutibilidade dos materiais depende da (a) Os íons favorecem a condução de disponibilidade de um grande número de corrente nos isolantes elétrons na banda de condução. A aplicação de (b) As moléculas bipolares giram sob a um campo elétrico resultante de uma diferença influência do campo elétrico. de potencial resulta em um fluxo de elétrons, Os materiais isolantes são constituídos de orientado segundo a polaridade do campo matérias orgânicas, que contém impurezas, elétrico aplicado. que podem ser ionizáveis, e estes íons Os materiais isolantes têm um número conduzem corrente elétrica, vide figura 4(a). muito reduzido de elétrons livres na banda de condução. Uma grandeza que revela esta 21
  • 7. + Nos materiais isolantes existem também moléculas polarizadas, cujos os átomos têm uma afinidade polar. Uma parte das moléculas polarizadas tem carga positiva e as outras negativas. Por influência de um campo elétrico as moléculas polares giram orientando-se no material. Este fenômeno está ilustrado na figura 4(b). A molécula de celulose, substância que compõe grande parte da isolação dos - transformadores e máquinas girantes, possui Comportamento do material grupos funcionais bipolares do tipo oxidrila isolante sem água (OH-), que lhe confere a qualidade de bom (a) isolante quando seca. + A penetração de água no isolante, resulta na dissociação de suas impurezas ionizáveis dando origem a íons, que criam uma condição favorável para a passagem de corrente elétrica, em outras palavras há um aumento na sua condutividade. No entanto, as isolações elétricas dos transformadores não são homogêneas por serem formados de materiais com diferentes características dielétricas. Que se sobrepõem - em camadas e, em cujas interfaces podem Comportamento do material localizar moléculas ionizáveis. isolante com a presença de água Com o umedecimento da massa isolante, (b) essas moléculas se dissociam formando íons, Figura 5 – Comportamento do material que se orientam e se deslocam na direção do isolante. campo elétrico. Este fenômeno é conhecido (a) Sem a presença de água; como absorção dielétrica. A figura 5 ilustra (b) Com a presença de água. esta situação. Simplificadamente pode-se representar um dielétrico conforme o modelo elétrico da figura 6 a seguir. 22
  • 8. quando em operação. Uma corrente de dispersão constante, com tensão DC R1 constante no tempo, aplicada ao isolante, revela que a isolação tem capacidade para resistí-la. Por outro lado se a corrente aumentar com o R2 C tempo de aplicação da tensão, é provável que a isolação venha a falhar. Figura 6 – Modelo de material isolante. ¸ A corrente de absorção. Esta R1 – Resistência elétrica devido à corrente de corrente está relacionada fuga; principalmente com o fenômeno da R2 – Resistência elétrica representando as polarização nas interfaces do dielétrico. perdas por absorção; No início da aplicação da C – Capacitância do dielétrico. tensão, seu valor é mais elevado e decresce com o tempo de aplicação da tensão. 3.1 – Comportamento do material O fenômeno do reaparecimento isolante com a aplicação de da tensão nos terminais de um corrente contínua capacitor após a remoção do curto circuito para descarregá-lo é atribuída Quando se aplica corrente contínua ao fenômeno da absorção dielétrica. a um dielétrico, como o representado Por esse motivo o isolante sob teste na figura 6, a corrente estabelece por deve permanecer curto-circuitado por três componentes. tempo suficiente para poder haver o ¶ A corrente de carregamento do desaparecimento completo da tensão. capacitor, que decresce rapidamente, atingindo valores próximos de zero, 3.2 – Testes da isolação quando o capacitor está carregado. Método 1 – Avaliação pela aplicação de corrente contínua · A corrente de dispersão, que Este método consiste em passa pela superfície e pelo interior da aplicar-se tensão contínua constante no massa do dielétrico. Esta corrente valor adequado, através de um possui características que podem instrumento denominado megger, e indicar o comportamento do isolante fazer leituras aos 15, 30, 45 e 60 23
  • 9. segundos e, em seguida, a cada minuto Para a correção dos valores de até completar-se 10 minutos. resistências de isolamento, recorre-se a Com os resultados plota-se a fórmula: curva no papel log-log, semelhante à curva ilustrada na figura 7. RI ( 70o ) = RI ( θ ) (0,5) a 3 10 A Onde: 2 10 B 1 70 o C − θ a− 10 C 10 4 1/4 1/2 3/4 1 2 3 7 Figura 7 – Exemplo do comportamento da θ = temperatura de ensaio. absorção dielétrica da isolação em um transformador. A avaliação das condições da isolação Curva A – TS para TI; pelo índice de polarização recai nas faixas Curva B – TS para Terra de valores indicados na tabela 2 abaixo. Curva C – TI para terra. Condições da Índice de Uma isolação em boas condições dará isolação polarização valores que aumentam progressivamente. Perigosa Menor que 1 Uma isolação em condições satisfatórias Pobre De 1,0 a 1,1 dará valores pouco variáveis. Questionável De 1,1 a 1,25 Satisfatória De 1,25 a 2,0 Índice de polarização Boa Acima de 2,0 O índice de polarização (IP) é calculado dividindo-se o valor da Método 2 – Avaliação pela aplicação resistência de isolamento (RI) medida aos de duas tensões em corrente contínua 10 minutos por seu respectivo valor a 1 Este método consiste em se minuto, corrigidos para a temperatura de aplicar duas tensões contínuas, na o 70 C, conforme indica a ABNT. relação 1 para 5, por exemplo 500 [V] e 2500 [V], durante 1 minuto cada RI(10min) uma. IP = RI(1min) Uma diminuição no valor da resistência de isolamento de 25% com 24
  • 10. a tensão mais elevada em relação à Anotar os detalhes que julgar mais baixa é, em geral, devido a necessário: presença de umidade na isolação. A relação entre as duas resistências é conhecido como índice de absorção (IA). Os valores adequados do IA são dados por: RI(500[V]) IA = 〈1,25 RI(2500[V]) Este fenômeno, é atribuído ao 2o Passo: efetuar um jumper nos fato de a água Ter polaridade positiva e conectores das tr6es buchas de TS. ser atraída para as áreas com elevado Proceda da mesma forma para os potencial negativo. conectores das buchas de TI. Durante o teste o borne negativo do O método de medição a ser utilizado megger é ligado ao condutor de cobre e será o método da tensão contínua. o positivo à terra. Portanto a água será Conecte uma das pontas do atraída para a área do condutor de instrumento de medição aos conectores cobre, havendo diminuição na das buchas de TS. A outra ponta será resistência de isolamento. O ligada aos conectores de da bucha de TI. fen6omeno é conhecido como Inicie as medições não esquecendo de eletroendosmose ou efeito Evershed. efetuar as leituras nos instantes indicados Com pouca ou nenhuma umidade na na tabela I abaixo. isolação, os valores das duas leituras serão praticamente iguais. Atenção: ao final da medição não toque nos terminais da bucha, pois o fato do 4.0 – Procedimentos para o ensaio megger estar desligado não significa 1o Passo: faça uma análise do instrumento ausência de tensão. Siga rigorosamente utilizado na medição (megger), anotando o próximo passo. as dúvidas referentes ao seu funcionamento e utilização. Solicite ao professor ou ao técnico de laboratório que esclareça as suas dúvidas. 25
  • 11. Tempo 15s 30s 45s 1m 2m 3m 4m 5m 6m 7m 8m 9m 10m Resistên RI(T ambiente) RI(70oC) cia Tabela I – Resistência de isolamento TS/TI. Faça agora as conexões para medir a 3o Passo: antes de desfazer as ligações, resistência de isolamento entre a TS e a aguarde alguns instantes até que as cargas massa do transformador. Novamente faça as acumuladas durante o processo de leituras conforme indicado na tabela II medição sejam descarregadas. Isto abaixo. ocorrerá através do cabo guarda do instrumento. Tempo 15s 30s 45s 1m 2m 3m 4m 5m 6m 7m 8m 9m 10m Resistên RI(T ambiente) RI(70oC) cia Tabela I – Resistência de isolamento TS/Terra. para a medição da resistência entre os 4o Passo: antes de continuar aguarde que enrolamentos de TI e a massa. Preencha a as cargas acumuladas sejam tabela III. descarregadas. Siga as mesmas instruções Tempo 15s 30s 45s 1m 2m 3m 4m 5m 6m 7m 8m 9m 10m Resistên RI(T ambiente) RI(70oC) cia Tabela I – Resistência de isolamento TI/Terra. 26
  • 12. 5o Passo: aplicando-se o método das duas tensões, aproveitando as conexões do último passo, efetue a seleção da tensão de 100 [V], no instrumento e faça a leitura da resistência RI(100[V]), após 1 minuto. Anote o resultado: RI(100) = ......................[MΩ] Selecione no megger a tensão de 500 [V] meça a resistência de isolamento referente a estas tensões durante 1 minuto. Anote o resultado: RI(500) = .............................[MΩ] 5.0 – Guia para análise 1 – Referir as medidas efetuadas para a temperatura de 70oC, utilizando a devida equação. 2 – Plotar em papel log-log as curvas referentes às tabelas I, II e III. 3 – Calcule os índices de polarização (IP) para os três casos. 4 – Calcule o índice de absorção (IA) para as medidas obtidas pelo método das duas tensões. 5 – Elaborar relatório referente ao ensaio. Referências bibliográficas [1] Mileaf, H., - Eletricidade – Ed. Martins Fontes, 1a ed., São Paulo, 1982. [2] Milasch, M., - Manutenção de transformadores em líquido isolante – Editora Edgard Blücher Ltda, 1984, São Paulo. [3] Veri, L.A., - Técnicas que podem reduzir as queimas de motores elétricos. – Revista Eletricidade Moderna – pg. 66 a 77, fev. 96, ed. Aranda, São Paulo. 27