1. Projeto “Viagens literárias”: integração curricular das TIC através da
produção e utilização de recursos educativos digitais com o Google earth
– Contributos para análise das perceções dos docentes
Teresa Pombo
Escola Básica Carlos Gargaté / Almadaforma, Centro de Formação da Associação de Escolas de Almada
teresapombopereira@gmail.com
No contexto educativo, nomeadamente quando suportado por meios eletrónicos, presencialmente ou a distância, as ferramentas da web 2.0 têm
Neste poster, descrevem-se duas ações de desenvolvimento
Contextualização
assumido alguma importância. Como referiu Stephen Downes, estas ferramentas permitem a re-criação e partilha de conteúdos de uma forma
profissional docente para a integração curricular das TIC através da
O workshop
extraordinária: “….Web was shifting (…) being a platform, in which content was created, shared, remixed, repurposed, and passed along.” (Downes,
produção e utilização de recursos educativos digitais realizados
Introdução
2005) proporcionando a introdução de inovação em sala de aula.
com a ferramenta Google Earth: workshops e Ação de Formação
O projeto “Viagens literárias… mas não só – recursos educativos digitais com o Google Earth» (http://viagensliterarias.wordpress.com/) oferece desde
Docente Acreditada, sob o formato de um curso de quinze horas.
2008 exemplos de recursos educativos digitais multimédia elaborados com a ferramenta Google Earth por professores e alunos no contexto de várias
áreas disciplinares (Pereira, 2010). Disponibilizam-se também oportunidades de desenvolvimento profissional docentes através de comunicações,
workshops e formação docente creditada (curso de 15 horas). O projeto tem sido acompanhado, desde o seu início, por um processo de investigação
Figura 1: Página inicial do sítio web de apoio aos workshops “Viagens literárias”.
que procura compreender o impacto deste tipo de ações no desenvolvimento profissional dos docentes, na inovação educativa e, sobretudo, na
integração efetiva das TIC nos processos de ensino e aprendizagem. O sítio web de apoio aos workshops - de que já se realizaram três edições - está disponível
em https://sites.google.com/site/workshopredge/ . Trata-se de uma forma acessível de
Na sua opinião, o que é que ajudaria
à integração da tecnologia na sua prática letiva? mostrar aos participantes o contexto do workshop, deixar hiperligações interessantes como
Mais formação. sugestão, apresentar o questionário de avaliação e, sobretudo, reunir pequenos tutoriais que,
«Mais formação e envolvimento das lideranças
intermédias. a distância, poderão apoiar os docentes que desejem colocar em prática o que aprenderam
Cultura de escola em que se apele/mobilize/motive à
participação e ao envolvimento em trabalho de parceria e começaram a realizar durante o workshop presencialmente. Assim, a estrutura de
O Questionário
entre colegas. navegação distribui-se por nove áreas, a saber: Início / Apresentação do projeto “Viagens
Partilha de boas práticas.»
Na sua opinião, o que tornaria a formação literárias” / Ligações úteis / Tutoriais passo-a-passo / Tutoriais vídeo / Calendário de
docente que recebeu mais eficaz?
workshops / Fórum / Avaliação / Mapa do site. Foram já realizadas 3 edições (Coimbra,
«Dar ainda maior ênfase à forma de
integrar a tecnologia. Leiria, Rio Maior) com cerca de 60 participantes.
Muito mais importante do que saber usar O Curso de formação teve uma primeira edição com cerca de 20 inscritos.
uma tecnologia
[da Reflexão Crítica]
(não deixa de ser fundamental) Para este trabalho foram entrevistados 3 participantes no curso, 1 participamte no workshop
é saber mobilizá-la
«Espero poder aplicar o recurso no próximo e dois docentes que acompanham o projeto via Redes sociais e já assitiram a uma
em contexto de sala de aula.»
ano letivo para poder avaliar a sua eficácia,
para perceber se a forma como o concebi e comunicação sobre o memso.
como idealizei a sua apresentação funcionam
Figura 4 Blogue de apresentação do projeto e ponto de partida para e para, eventualmente, o poder reformular
a apresentação de recursos-exemplo + guiões e das partilhas num ou noutro ponto que se revele menos
realizadas. eficaz. »
O curso
[da Reflexão Crítica]
«Conseguir fazer um recurso que vai ter
Figura 4 Questionário exploratório “Projeto Viagens literárias: contributos para a mudança da utilização prática e, espero, enriquecer o
prática docente no que toca à integração das TIC no processo de ensino-aprendizagem processo de ensino e aprendizagem, é
(produção e utilização de recursos educativos digitais)”. superar um dos principais objetivos da [da Reflexão Crítica]
realização desta ação. A porta que se abriu é
um desafio…» «No futuro, espero conseguir concretizar em
(a) Utilização das TIC: tem como objetivo caracterizar os diversos tipos de utilização das TIC em sala de contexto de trabalho com os alunos, em sala
aula em áreas distintas bem como a competência profissional necessária para aplicar o que aprenderam na de aula ou através da plataforma Moodle da
formação; escola, as aprendizagens que adquiri nesta
(b) Obstáculos: pretende identificar os principais obstáculos à integração das TIC em contexto de sala de Oficina, com o objetivo de melhorar as
aula (à sua implementação com os alunos), nomeadamente das ferramentas inerentes à utilização específica minhas práticas pedagógicas.»
do Google Earth; Figura 2: Disciplina Moodle de apoio ao curso “Construção de Recursos Educativos Digitais com o Google Earth”.
(c) Perceções: tem como objetivo identificar como entendem os docentes a importância de uma efetiva
integração das TIC nos processos de ensino-aprendizagem, o que é que tal significa e como pode ser Cavanaugh, T. & Burg, J. (2011). Bookmapping: Lit Trips and Beyond. International Society for Technology in Education. ISTE
realizado o seu desenvolvimento profissional nesse domínio; – International Society for Technology for Education.
(d) Variáveis demográficas: com a intenção de caracterizar os docentes que integram as TIC em sala de aula Downes, D. (2005). E-Learning 2.0. eLearn Magazine. Publicado a 16 de outubro, Retirado de
e que procuram o seu desenvolvimento docente em contexto informal (participação em redes sociais e em http://www.downes.ca/post/31741
Referências
workshops) ou formal (formação docente acreditada). Hutchison, A.C. (2009). A national survey of teachers on their perceptions, challenges, and uses of information technology.
Graduate School of Clemson University.
Conclusão
Pereira, T. (2008). Avaliação formativa e aprendizagem da Língua Portuguesa no contexto de uma comunidade virtual de
O projeto “Viagens literárias” realiza, assim, alguns passos mais no seu desenvolvimento, assumindo a convicção de que, pela sua facilidade de utilização e, sobretudo, potencial de
aprendizagem. [Dissertação de Mestrado]. Lisboa: Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia e de Ciências da
integração multimédia dos diversos recursos disponíveis atualmente na Internet, o recurso ao Google Earth para a realização de recursos educativos (nas áreas de línguas e literatura mas Educação
não só) promove a literacia crítica, a leitura, a escrita e outras capacidades ao nível das tecnologias, tão imprescindíveis, quer a alunos, quer a docentes em pleno século XXI. Recordando Pereira, T. (2010). Viagens literárias: percursos geo-referenciados no estudo da Língua Portuguesa. I Encontro Internacional
o que afirmaram Terence W. Cavanaugh e Jerome Burg, “Integrating bookmapping with student participation can promote student reading, writing and technological skills.(…)Integrating TIC e Educação: Inovação curricular com TIC, ticEDUCA 2010, Actas do I Encontro Internacional TIC e Educação –
Inovação curricular com TIC, Lisboa.
Multimedia technology tools by using or creating bookmaps can assist students in their learning and transition to higher-level tasks”. (Cavanaugh & Burg, 2011, p.3).
Quivy, R. e Campenhoudt, L.V. (1998). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Trajectos, 2ª edição. Lisboa: Gradiva.
Estamos também convictos de que este tipo de ações têm tido algum impacto no desenvolvimento profissional docente pretendendo avaliar se devemos dar-lhe continuidade. Tuckman, B. W. (2000). Manual de Investigação em Educação. 1ª edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço de
Educação e Bolsas.
Teresa Pombo | www.profteresa.net | 2012
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