O documento discute como identificar se um produto é realmente sustentável. Existem muitos selos verdes que não seguem critérios confiáveis, e as empresas podem criar seus próprios selos sem certificação independente. Os consumidores devem buscar informações sobre os critérios usados e a credibilidade dos selos para evitar greenwashing. Selos independentes e obrigatórios como o SisOrg são mais confiáveis.
1. Consumo Sustentável
16 de Agosto de 2011
Saiba como identificar se um produto é realmente sustentável
Apesar de existirem diversos selos que classificam os produtos como "verdes", nem
todos seguem critérios realmente confiáveis.
A busca constante do consumidor por produtos ecologicamente corretos vem atraindo a
atenção e o investimento de muitas empresas. A consequência dessa onda verde pode
ser observada nas prateleiras dos supermercados e na publicidade. São centenas de
marcas e produtos que, por meio dos mais diversos selos, certificados, prêmios e afins,
se autointitulam ecológicos, na tentativa de dizer que seu processo de produção não
prejudica o meio ambiente.
Porém, nem todo produto que se diz comprometido com as questões ambientais
efetivamente o são. É muito frequente que o consumidor se depare com uma realidade
diferente do discurso. "De fato é um momento complicado, pois existem muitos apelos
que remetem à questão de sustentabilidade e é difícil distinguir ações corretas das
maquiagens verdes, o chamado greenwash", afirma a pesquisadora do Idec, Adriana
Charoux.
Outro fator que agrava essa situação e gera desconfiança quanto à real veracidade da
certificação é o caráter voluntário dos selos. A empresa tanto não é obrigada a possuir
nenhum tipo de "certificado verde" quanto pode criar sua própria certificação. Nos selos
autodeclaratórios, a própria fabricante do produto afirma que ele foi produzido com
certos critérios de responsabilidade socioambiental. Nesses casos, o consumidor deve
procurar informações sobre quais foram os critérios utilizados para se chegar a essa
conclusão.
É importante ficar atento porque existem muitas embalagens e fornecedores que
enganam o consumidor. Para escapar dos discursos vazios, é preciso checar a
credibilidade dos selos presentes nos rótulos dos produtos. "O consumidor deve buscar
informações mais claras e concretas, porque existem apelos muito vagos e genéricos",
orienta Adriana.
Além dos selos autodeclaratórios, o consumidor encontra outros tipos de "certificados
verdes" no mercado. As mais confiáveis são as independentes, fornecidas por
organizações não governamentais e entidades privadas. Para recebê-los, as empresas
se submetem a um processo de certificação voluntário e são certificados apenas se
seus produtos estiverem realmente adequados.
Selos obrigatórios
Também existem as certificações compulsórias determinadas pelo governo. Um
exemplo é o SisOrg (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica),
administrado pelo Ministério da Agricultura em parceria com outras certificadoras.
"Qualquer produto agroecológico, orgânico, que deseje colocar na sua embalagem a
informação eco, sustentável, ecológico, ou algo do gênero, precisa desse selo", explica
a pesquisadora.
Caso o selo presente na embalagem não seja conhecido, a orientação é pesquisar mais
sobre o certificador. "Às vezes é uma embalagem pequena e não cabem todos os dados
naquele espaço, mas mesmo assim o rótulo deve conter uma orientação, um site onde o
consumidor pode encontrar mais informações sobre o selo", conclui Adriana.
Fonte: http://www.idec.org.br/emacao.asp?id=2799