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eDBOLETIM 44
Instituto Cultural
Judaico Marc Chagall
BOLETIM Nº 44 OUTUBRO 2016
eDBOLETIM 44
Destaques dessa Edição:
Histórias de Vida: Ilse Berg ____________________________________________ 3
Histórias de Vida: Hilde Weil __________________________________________ 4
Histórias de Vida: Clara Bliacheris_______________________________________5
Contribuição do Leitor: Centenário de Aron Menda ________________________6
Uma Pioneira em Quatro Irmãos: Rifka Agranionik ________________________7
Artista doa imagem para ICJMC _______________________________________8
Instituições da Comunidade: Fundação Kadima___________________________9
Entrevista com Sobrevivente do Holocausto —————————————–—10
Pesquisas no ICJMC————————————————————————11
Painel Compromisso Moral e Lições de Solidariedade ——————————–13
Para Ler ————————————————————————————–15
Personalidades da Comunidade: Saul Steimbruch Nicolaiewsky ——————16
ICJMC recebe doação de objetos———————————————————17
Ilse Berg, filha de Arthur e Dorothea Knoche, nasceu em 22 de março de 1916, na cidade de Hin-
denburg, região da Alta Silésia, que na época pertencia à Alemanha [a partir de 1945, esta cidade passou
a fazer parte da Polônia, com o nome Zabrze]. Seu pai era dono de lojas de miudezas e tinha boas condi-
ções econômicas. Junto com seus cinco irmãos, ela teve uma infância relativamente tranquila. Frequentou
um colégio ídiche até o quarto ano do primário e depois foi enviada para uma escola pública só para mo-
ças, a Reisenstadt Schule, onde aprendeu a datilografar, costurar, cuidar de doentes e de crianças. Aos
dezoito anos, quando pensou em ingressar no ensino superior, teve de desistir dos estudos, pois, com a
ascensão do nazismo, passaram a negar a entrada de judeus nas universidades.
Durante sua adolescência, Ilse participou da Juventude Judaica Esportiva, organização criada por
filhos de combatentes judeus que lutaram na I Guerra Mundial, e tornou-se uma exímia esportista. Foi
competidora de salto em distância e natação chegando a cogitar cursar Educação Física. Também sonhou
formar-se em Análises Clínicas, mas como não conseguiu dar continuidade à sua formação foi auxiliar o
pai nas vendas.
Em 1937, aos 21 anos, casou-se com Siegbert Berg que, na época, chegou a ter um alto cargo na
mesma entidade esportista que Ilse frequentou. Em virtude da falta de expectativa para os jovens e do au-
mento das políticas restritivas para os judeus o casal decidiu sair da Alemanha. Tentaram imigrar para o
Brasil após pagar uma elevada soma em dinheiro e receber uma carta de chamada do cunhado, mas fo-
ram recusados. Imigraram para a Argentina onde permanecem morando em uma pensão, na cidade de
Buenos Aires, por seis meses. Novamente com a ajuda do cunhado, Harry Berg, e mais um pagamento pa-
ra obtenção do visto, Ilse e o marido conseguiram ajeitar os papéis para entrar legalmente no Brasil.
Em solo brasileiro Siegbert arrumou um emprego como representante de vendas da fábrica dos
brinquedos Estrela e após um ano residindo em São Paulo mudaram-se para Porto Alegre. Com as notí-
cias cada vez mais alarmantes dos familiares que ainda permaneciam na Alemanha o casal começou a
fazer as tratativas para trazê-los ao Rio Grande do Sul, a fim de que todos pudessem reunir-se o mais rá-
pido possível.
Na cidade de Hindenburg os nazistas quebraram a loja da família de Ilse, revistaram a casa atrás de
dinheiro, ouro, utensílios de valor e enviaram seu pai ao campo de Buchenwald. Ao saber do ocorrido,
ela e o marido esforçaram-se para apressar a papelada e emitir uma carta de chamada para todos os fa-
miliares.
HISTÓRIAS DE VIDA
Homenagem aos nascidos em 1916 que cederam depoimento ao ICJMC e que
estariam completando 100 anos em 2016
Ilse Berg
3
Após duas semanas no campo de concentração seu pai saiu e a família conseguiu chegar ao Bra-
sil em 1939. Ilse Berg tornou-se dona de casa e cuidou de todos seus parentes. Teve uma filha, Rita
Berg, e dedicou-se, por muitos anos, a ser voluntária no Lar das Crianças Anne Frank.
Sempre se considerou meio alemã, meio brasileira.
Hilde Weil
Hilde Weil, filha de Benedito José Goldschmidt e Ana Clara Goldschmidt, nasceu na cidade de
Frankfurt, em 01 de setembro de 1916. Viveu na Alemanha até os 19 anos quando imigrou para a Ar-
gentina, em 1936.
Ela, seus pais e os irmãos atravessaram os difíceis anos da década de 1920, período no qual a
Alemanha estava sendo assolada por uma inflação exorbitante. Seu pai foi dono de uma empresa que
revendia relógios e também trabalhou na Bolsa de Valores. Faleceu em 1928. Após a morte do pai, sua
mãe abriu uma loja de materiais de limpeza e perfumaria.
Hilde completou os estudos na Escola Geral e posteriormente se formou na Escola de Comércio
tendo trabalhado durante algum tempo em escritórios.
Com a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, a discriminação contra os judeus aumentou e as
manifestações antissemitas se tornaram frequentes. O medo foi se espalhando. Hilde passou por uma
experiência que reafirmava as ações discriminatórias existentes. Quando estava numa piscina pública,
em Frankfurt, membros da Juventude Hitlerista chegaram ao local e começaram a gritar: “Juden Haus,
Juden Haus” (Judeus, fora! Judeus, fora!), obrigando os judeus presentes a se vestirem e irem embora.
Esse episódio motivou-a a deixar a Alemanha.
Quando estava decidindo para onde ir Hilde perguntou à irmã, que residia na Holanda, se po-
deria morar com ela, seu marido e filhos. A resposta foi negativa, pois a distância entre a Alemanha e a
Holanda era muito pequena para ela estar realmente segura.
Decidiu que iria para a Argentina, visto que uma prima de seu pai já havia morado naquele país.
Emigrou sozinha, deixando a mãe e os irmãos para trás. Na capital portenha conheceu seu marido,
Kurt Weil, e casou-se com ele no mesmo ano. Eles mudaram-se para Porto Alegre em dezembro de
1936. O primeiro filho do casal nasceu em 1937, contudo a criança faleceu pouco tempo depois devi-
do a problemas cardíacos. Para felicidade de ambos, logo tiveram o segundo filho e em seguida vieram
mais dois.
Em 1940 Hilde recebeu a notícia de que os alemães haviam marchado para a Holanda. Durante
a invasão, sua irmã se separou dos filhos, que foram levados para um lar de crianças. Ela e o marido
entraram para a clandestinidade, escondendo-se junto a uma família. Acabaram sendo pegos e manda-
dos para Auschwitz, onde foram mortos nas câmaras de gás.
Quando a guerra acabou, Hilde descobriu que os sobrinhos ainda estavam vivos e obteve os vis-
4
tos para as crianças emigrarem e morarem com ela. Apesar das dificuldades eles conseguiram
imigrar para o Brasil e passaram a viver junto com sua família.
Clara Bliacheris
Clara Bliacheris nasceu em 27 de dezembro de 1916, em Porto Alegre. Seu avô materno era pe-
dreiro e costumava fazer lareiras, fornos e túmulos. Viúvo, ele imigrou com os filhos, dentre eles, Gui-
lhermina Gudis, mãe de Clara. Já seu avô paterno era alfaiate e veio da Rússia para o Brasil fugindo das
perseguições. Seu pai, Maurício Lechtman, morou durante um período na Argentina e depois se mudou
para as colônias brasileiras. Os sete irmãos de Clara nasceram em Quatro Irmãos, ela foi a única filha
que nasceu em Porto Alegre. Contudo, quando tinha nove meses toda família retornou à Colônia, pois seu
pai iria trabalhar no engenho dos Ioschpe.
Quando pequena Clara costumava ir sozinha para a aula e voltar de carona em uma carroça. Em
seu depoimento, ela recorda-se das festas realizadas na escola, que ficava no mesmo prédio da sinagoga,
para arrecadar fundos para a biblioteca. Entretanto, nem tudo foi fácil na sua infância, pois a região onde
ela morava foi umas das mais afetadas pela Revolução de 1923, o que levou muitos colonos a saírem de
Quatro Irmãos e se mudarem para Passo Fundo. Com o término da revolução, Clara retornou com a fa-
mília para a Colônia, mas seu pai adoeceu em seguida e todos se mudaram para a vila de Barão Hirsch,
onde ela permaneceu até se casar.
Clara conheceu seu marido, Joselis Bliacheris, em uma viagem de trem que fez a Santa Catarina.
Quando foi trocar de um vagão para outro, ela o viu pela primeira vez. Depois desse primeiro encontro
repentino o casal se reencontrou num baile, em Baronesa Clara. Os dois se apaixonaram e logo em segui-
da se casaram.
Ela e o esposo foram morar em Encruzilhada do Sul, onde permaneceram por sete anos. Na cida-
de, ela relembra-se de ter sido bem aceita mesmo estando em tempos de guerra e perseguição aos judeus.
Depois de alguns anos, seu cunhado ofereceu-lhes uma lojinha em Quatro Irmãos, o que levou a família
a retornar à antiga morada. No entanto, o que movia a economia da colônia era a fabrica de papel dos
Ioschpe e quando essa pegou fogo, um ano após a mudança, houve uma nova debandada da Colônia.
Quando Joselis adoeceu, Clara se viu obrigada a sair de Quatro Irmãos em busca de recursos mé-
dicos. Mudou-se para Porto Alegre, pois possuía parentes na cidade. Morando na esquina da Domingos
Crescêncio, no bairro Santana, ela sobreviveu aos seus primeiros anos na capital gaúcha com um peque-
no comércio. Sua loja foi progredindo e rapidamente ela mudou-se para o Bom Fim. Depois de atingir
certa idade ela deixou o comando da loja para os filhos.
Clara Bliacheris considerava-se uma boa judia. Frequentava a sinagoga Linat Hatzedek e partici-
pava ativamente das atividades da Wizo, Associação Israelita Damas de Caridade e do Lar Maurício Car-
doso. Faleceu em 10 de julho de 1993.
5
Em 1927, David Menda, acompanhado pela esposa Mari e seus seis filhos chegaram a Porto
Alegre, vindos da Turquia. Alugaram uma casa na Rua Fernando Machado, que na época se chamava
Rua do Arvoredo, onde viveram por muitas décadas, criaram seus filhos e viram nascer e crescer seus
netos e netas.
O terceiro filho do casal chamava-se Aron Menda,
nascido em 25 de setembro de 1916 em Lule Burgaz, Tur-
quia. Frequentou o curso primário no Grupo Escolar Paula
Soares e o ginásio no Colégio Anchieta. Naturalizado brasi-
leiro ingressou na Faculdade de Ciências Contábeis e for-
mou-se em 1941. Cursou a Faculdade de Direito da
UFRGS, formando-se em 1959. Na colação de grau, rece-
beu uma placa de prata ofertada pelos colegas por ser con-
siderado “o melhor colega do curso”. Na condição de advo-
gado, exerceu suas funções na Procuradoria Geral do Esta-
do, Tribunal de Justiça e, posteriormente, com escritório
particular.
Como funcionário público estadual trabalhou na Biblioteca
Pública de Porto Alegre e lecionou na Escola Evarista Flores da Cunha. Foi também Diretor do Theatro
São Pedro sucedendo a Dante Barone. Grande incentivador do teatro amador no Rio Grande do Sul
começou a fazer teatro em 1942, além de atuar no Grande Teatro Farroupilha, programação que ia ao
ar na Rádio Farroupilha aos domingos à noite. Fundou o Teatro do Estudante juntamente com Paschoal
Carlos Magno (posteriormente Embaixador) e Marina Santana. Trabalhou na famosíssima peça Topa-
ze, ao lado de José Lewgoy.
Colaborou na fundação de inúmeras entidades, entre elas o Círculo de Pesquisas Literárias
(CIPEL), o Teatro Cinco de Setembro, a Federação Riograndense de Amadores Teatrais (FRAT), o Grê-
mio Literário Castro Alves, a Casa do Poeta Riograndense e a Casa do Artista Riograndense, onde atuou
como diretor por vários anos. Foi sócio do Foto Cine Clube Gaúcho de Porto Alegre, tendo participado
como coadjuvante em filmes de curta metragem nos anos 1950. Dirigiu dezenas de peças, nelas atu-
ando; entre as de maior sucesso está, A Ratoeira, de Agatha Christie, encenada pela extinta TV Piratini
em duas oportunidades. Na época, estas apresentações eram realizadas ao vivo.
Contribuição do Leitor
Aron Menda
CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ARON MENDA Z¨l (1916 – 2016)
por David Menda
6
Durante 30 anos trabalhou na Sul América, empresa ligada ao ramo securitário. Participou de
inúmeros congressos jurídicos e ligados às artes e ao teatro, além de ter sido representante no estado
da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais durante 13 anos e do Sindicato Nacional da Indústria Ci-
nematográfica por três anos.
A partir de uma ideia sua, e com o apoio do Presidente da Casa do Poeta Riograndense, Nelson
Fachinelli, foi criada a efeméride Dia das Avós, oficializada pela Câmara Municipal de Porto Alegre
em 1974.
Grande ativista judaico/sefaradi, exerceu em praticamente toda sua existência cargos diretivos
no Centro Hebraico Riograndense. Em maio de 1975 foi o organizador de evento no litoral gaúcho
sobre a origem da comunidade sefaradi em Porto Alegre, quando foi lançada, de sua autoria, a Carta
de Capão da Canoa. Faleceu em Porto Alegre em 12 de fevereiro de 1982.
Em 1984, considerando sua atuação em prol da cultura porto-alegrense, foi sancionada Lei cri-
ando logradouro denominado Rua Dr. Aron Menda, no Bairro Rubem Berta, com os dizeres: Advoga-
do, Homem de Teatro e de Letras.
Ao seu lado sempre teve a presença da esposa, Joia Castiel Menda, sua grande incentivadora
em todas as atividades. A descendência atual do casal é constituída pelos filhos Davi e Isaac, das netas
Cynthia, Samantha, Patrícia e Simone e dos bisnetos Sophia, Renato e Roberta.
UMA PIONEIRA EM QUATRO IRMÃOS
Rifka Agranionik nasceu em Varsóvia, Polônia. Veio para o Brasil, por meio da Jewish Colonizati-
on Association (ICA), com três anos de idade. Sua mãe pretendia ir para Palestina, mas o pai resolveu
vir para América. Primeiro a família foi para as colônias da ICA na Argentina, onde o pai cortava alfa-
fa. Depois, em 1911, imigraram para Quatro Irmãos, no sul do Brasil. Ao chegarem na colônia depa-
raram-se com um habitat coberto pelo mato. A casa, que na verdade era um galpão, mal alojava a nu-
merosa família. Rifka trabalhou na lavoura plantando mandioca, amendoim, feijão e girassol. Passou a
produzir farinha após o pai investir em uma máquina, comprada na cidade de Não-me-Toque, para
lavar e descascar o aipim. Comercializava a sua produção por sete mil réis levando-a para os armazéns
7
da região, utilizando-se de uma carroça como transporte.
O trabalho diário era muito pesado. Rifka, em suas memórias, relata que acordava às 4h da
manhã para retirar o leite das vacas e depois ia para lavoura tratar a terra com um arado de 40 dentes.
Em seguida, arava-a novamente com tração animal e logo após abria covas e plantava as carreiras de
mandioca, amendoim e milho. Voltava para casa a pé ou a cavalo.
Em 1926 casou-se com Jacob Agranionik e seu cotidiano ficou ainda mais trabalhoso, pois após
o nascimento dos filhos tinha que voltar da lida no campo e preparar almoço para as crianças e o ma-
rido, além de dar-lhes atenção e cuidados.
Seu primeiro filho nasceu em casa. Na época, só havia médico na colônia de Barão Hirsch e justo
no momento em que ela foi dar à luz ele não estava na vila, o que a levou a solicitar ajuda de uma par-
teira. Seus outros dois filhos nasceram na casa de sua mãe, também pelas mãos da Sra. Peretchinski.
A família começou a prosperar com o início da fabricação de queijos. Em média, eles produziam
17kg de queijo a partir de 200 litros de leite, o que lhes rendia muito mais que as plantações. Durante
cerca de 20 anos essa foi a principal tarefa de Rifka.
Quando a colheita passou por um processo de modernização isso aliviou-a um pouco do traba-
lho braçal mais duro. Então, começou a costurar calças, bombachas e culotes para os vizinhos que lhe
pagavam pelos serviços. Como possuía máquina de costura e habilidades para coser, as roupas dos fi-
lhos foram todas confeccionadas por ela.
Rifka permaneceu na colônia até 1972, quando adoeceu e teve que ser operada. Como precisava
de cuidados médicos mudou-se com a família para Erechim.
Fernando Baril é pintor, professor e desenhista. Iniciou em 1959
estudos de desenho e pintura com Vasco Prado(1914-1998). Em 1967
ajudou a organizar a 1ª Feira de Artes Plásticas de Porto Alegre. Na
década de 1960, viajou para a Europa e Israel diversas vezes a fim de
estudar. Em 1971 iniciou curso de arquitetura. Cursou xilogravura e
pintura no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre em 1973. Dedi-
cou-se exclusivamente à arte a partir de 1977. Paralelamente aos es-
tudos realizados na década de 1970, iniciou atividades docentes, aju-
dando a formar um grupo de artistas rio-grandenses. Lecionou no
Ateliê Encontro de Arte, onde se constitui, no início da década de
1980, o Grupo Pigmento. Durante a década de 1990, assessorou o
Grupo da Quinta e lecionou no Museu de Arte do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre. Em 2001 de cursos de criatividade e técnica de pin-
tura, no Estúdio Arte Integrada, na cidade de Novo Hamburgo.
Na foto, Fernando Baril em seu atelier. A imagem de uma obra
do artista foi doada para ser capa da próxima revista WebMosaica do
Instituto Cultural Judaico Marc Chagall.
Artista doa imagem para ICJMC
8
Fundação Kadima
Quando da passagem dos 25 anos de atividades, em 2005, o Grupo de Dança Israeli Kadima mos-
trou-se por inteiro. Em primorosa edição, a obra “Nos Passos do Kadima: A Dança Israeli no Rio Grande
do Sul”¹, narra a história deste grupo. No entanto, o texto não se restringe à história do Kadima, mas vai
além, inclusive destacando a relação da dança com os grupos sociais. Textualmente:
A dança faz parte dos folclores regionais, transmitidos de geração em geração através de rituais de
passagem e festas populares. Pode-se compreender a história e os traços sociais de uma comunida-
de através de seus passos e movimentos rítmicos. Estudiosos do comportamento humano saberão
“ler” nas coreografias como ocorrem as relações sociais, o papel da mulher no contexto, se o perfil é
pacífico ou guerreiro, quem são os dominadores e dominados, níveis de hierarquia, se a atividade
agropastoril prevalece sobre o artesanato e a manufatura, se a trama de interações é depressiva ou
harmônica. (Espindola, 2005, p. 18)
Analisando os 25 anos de atividades ininterruptas, a obra nos dá conhecimento de que neste um
quarto de século podem ser identificados quatro momentos distintos, mas entrelaçados na história do Ka-
dima: O primeiro, (1979 a 1983) seria o do pioneirismo e do assentamento das raízes do grupo, a etapa
seguinte (1983 a 1986) seria a época da “estabilização e acendimento da chama”, no período ocorreram o
1º Festival de Dança, viagens, múltiplas apresentações e a participação em festivais. O terceiro momento,
(1986-1997) seria marcado por uma maior revitalização do grupo e o da criação de alicerces de coreo-
grafias temáticas e viagens de apresentações, inclusive internacionais (Israel); é nesta época que a Entida-
de se organiza sob a forma de uma Fundação e, especialmente por coreografias criadas nos próprios
“quadros de dançarinos”. No final do século XX, inícios do presente (1998-2005, data final analisada no
livro), trazem como características a época da modernidade e a certeza da permanência. Este último as-
pecto é fundamental. Pois, passada mais de uma dezena de anos a expectativa da autora em relação ao
Kadima torna-se realidade: ele permanece cheio de vida e atuante, dando continuidade a sua expansão
interna no sentido de qualidade e de apresentações locais, mas também externa, continuando a apresen-
tar-se além das fronteiras do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Em seus mais de 30 anos de atividades, diretorias se sucederam:
1993/1994 - Salomão Fridman; 1995/1996 - Salomão Fridman; 1997/1998 - Ida Lewcowicz Bo-
chernitsan; 1999/2000 - Ida Lewcowicz Bochernitsan; 2001/2002 - Sérgio Saffer; 2003/2004 - Leila
Chmelnitsky Kruter; 2005/2006 - Rejane Matone Chanin; 2007/2008 - Ellane Kives; 2009/2010 - Daniel
Schwetz; 2011/2014 - Denise Boianovsky Turkienicz e atualmente é presidente do Kadima Gina Schvartz
Saffer.
____________________________
¹Organização e edição (de) Suzana Sondermann Espindola. Porto Alegre: Fundação Israelita Brasileira de Arte e Cultura Kadi-
ma, 2005.
Instituições da Comunidade
9
Bem como coreógrafas (os):
Judith Gantman (1979 a 1980); Adina Baruch (1981 a 1982); Sueli Windholz (1982 a 1984);
Ieda Bogdanski (1985 a 1989); Elana Fridman (1990 a 2010); Fabrício Contini Zaltzman (2011 a 2013);
Amanda Chmelnitsky de Mattos (2014) e Lucas Fridman Schwetz (2014).
São nomes que sugerem a existência de uma forte identidade de grupo que se manifesta através
da dedicação dada ao Kadima, hoje com 35 anos de existência.
Fotos retiradas do facebook do grupo: http://www.facebook.com/leakatkadima
Na última semana de setembro, no Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, reuniram-se Ieda Gut-
freind, Liana Richter e Mirko Epinger para entrevistar o sobrevivente do Holocausto, Peter Fischer. Com
vista a dar continuidade ao projeto Histórias de Vida, do Departamento de Documentação e Memória
(DDM) do ICJMC, Peter, nascido em 1937, na cidade de Budapeste, Hungria, relatou suas memórias do
período da II Guerra Mundial em uma narrativa comovente. A transcrição do áudio será realizada pelos
bolsistas do ICJMC e em breve estará disponível no Instituto para leitura. A Instituição agrade-
ce publicamente a disposição do senhor Peter em dividir suas lembranças, sejam elas felizes ou tristes, na
certeza de que estas ficarão registradas e conservadas para um bom uso das gerações futuras.
Entrevista com Sobrevivente do Holocausto
10
PESQUISAS NO ICJMC
Manoela de Calazans Gonçalves, estudante de
graduação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), recebeu na quinta-
feira, 14 de setembro, o prêmio de destaque no
XXVIII Salão de Iniciação Científica com indi-
cação para ao Prêmio Jovem Pesquisador de
2016. Manoela, que atualmente está cursando
Licenciatura em Pedagogia, apresentou a pes-
quisa: “Da inércia ao movimento: um estudo
sobre memórias de mulheres judias alemãs sal-
vaguardadas em um "Acervo de Histó-
ria Oral" (1927-1991)”. Com orientação da
professora Dóris Almeida Bittencourt, linha de
pesquisa História da Educação, da Faculdade de
Educação da UFRGS, todo trabalho de pesquisa
foi realizado no Acervo de História Oral do Ins-
tituto Cultural Judaico Marc Chagall.
A estudante de mestrado em História Helen
Rotta procurou o ICJMC para explorar o
acervo de periódicos. Suas fontes de pesquisa
foram as edições da Revista “Aonde Vamos”
datadas entre 1935 a 1950 e os informativos
do Grupo Feminino Wizo-RS produzidos en-
tre as décadas de 1930 a 1950. Helen fre-
quenta a Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) e recentemente
apresentou seu projeto de pesquisa no XIII
Encontro Estadual de História ANPUH-RS.
Thaís Rios é estudante na área de Letras, da
Universidade Estadual de Montes Claros, Mi-
nas Gerais. Atualmente desenvolve sua dis-
sertação de mestrado sobre a novela "O cen-
tauro no Jardim", de Moacyr Scliar. Esteve em
visita a Porto Alegre, no final do mês de se-
tembro, para fazer uma busca sobre a colônia
de Quatro Irmãos com foco nos aspectos da
vida cotidiana dos imigrantes judeus que são
brevemente retratados na obra do escritor
gaúcho. Thaís consultou o acervo fotográfico,
bibliográfico e os mapas da região da Colônia.
No final do mês de agosto a Prof. Dra. Lydia
Schmuck esteve no ICJMC para retomar a
proposta de reorganização e digitalização
do acervo de Herbert Caro. Lydia trabalha
no Deutsches Literaturarchiv Marbach, on-
de é responsável pelo projeto Arquivos Glo-
bais Brasil e durante três semanas ficou em
Porto Alegre para trabalhar com o acervo de
Caro.
O cinegrafista Cassio Tolpolar, que está pro-
duzindo um documentário sobre a colônia de
Philippson, realizou uma pesquisa no arqui-
vo fotográfico do ICJMC. O objetivo do curta
metragem é difundir, nacional e internacio-
nalmente, como foi o processo de imigração e
a vida cotidiana na primeira colônia judaica
do interior do Rio Grande do Sul. Para seu
trabalho Cássio solicitou o uso de 11 imagens
do acervo.
11
Anelise Fróes é doutoranda em Antropologia Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Fez sua graduação em Ciências Sociais também na UFRGS e Mestrado em Antropologia na UFSC. Seu
tema de pesquisa são as associações de ajuda mútua, fundadas e mantidas em sua maioria por mu-
lheres judias entre o século XIX e o século XX e seu papel de resistência e cuidado diante dos episó-
dios de tráfico e exploração de mulheres e meninas da Europa central e do leste, trazidas para o con-
tinente americano. Para a realização de sua tese, está realizando levantamento documental sobre di-
versos assuntos que se entrelaçam com esta questão específica. Além disso, ela investiga dados sobre
imigração, diáspora, associações que auxiliaram os imigrantes em seus novos países, espaços de re-
sistência cultural e religiosa, preservação de cerimônias e a guarda de patrimônios culturais e mate-
riais, a chegada a outro continente, o recomeço e o impacto da primeira e da segunda guerra sobre
os judeus da Europa e das Américas. Para sua pesquisa, Anelise está trabalhando com cerca de 90
entrevistas de mulheres judias que estão depositadas no acervo de História Oral do ICJMC.
Leo Urnauer e Iuleska da Fontoura Valls são
estudantes de Jornalismo da PUCRS. Estão de-
senvolvendo um projeto de conclusão de cur-
so cujo objetivo é a escrita de um livro sobre a
história de Rachela Braude, sobrevivente do
Holocausto que morou por 60 anos em Porto
Alegre. Ambos procuraram o ICJMC em bus-
ca de documentos e informações que pudes-
sem ajudar a contar a história de Rachela. Se-
lecionaram mais de vinte depoimentos do
acervo de história oral para leitura e anota-
ções bem como consultaram a biblioteca do
Instituto.
Júlio César dos Santos Nardino é aluno da
Uniritter e está elaborando sua dissertação de
mestrado, cujo tema é o Hospital Fêmina,
projetado pelo arquiteto gaúcho Irineu Breit-
man. Na banca de qualificação foi sugerido a
ele pesquisar as conexões judaicas que pos-
sam ter auxiliado o arquiteto a projetar,
quando recém formado, em 1955, esse proje-
to de alta complexidade. Como forma de am-
pliar sua investigação Júlio procurou o ICJMC
para consultar o acervo de História Oral, que
resguarda um depoimento de Irineu e de al-
guns de seus familiares, bem como utilizou-se
da biblioteca da Instituição.
Diego Galantier, bisneto de Marcos e
Ida Plavnik, que moraram na colônia
de Quatro Irmãos durante as décadas
de 1920-1930, encontrou, por meio
do catálogo online, as fotografias dos
bisavôs. Solicitou as imagens do
acervo do ICJMC para recuperar a
memória familiar.
Vagner Rener Fernandes da Silva, estudante da
Haifa University, está realizando um trabalho so-
bre os assentamentos judaicos vinculados à Jewish
Colonization Association. No Brasil, por meio dos
catálogos online, Vagner localizou material para
sua pesquisa e solicitou ao ICJMC o escaneamento
de 10 documentos que lhe foram encaminhados
por e-mail.
12
O Painel Compromisso Moral e Lições de Solidariedade é desenvolvido desde 2008, em parceria
entre o Instituto Cultural Judaico Marc Chagall e a B’nai B’rith, com o intuito de promover discussões
sobre direitos humanos, respeito à diversidade étnica, cultural, religiosa e social. Os sobrevivente rela-
tam, por cerca de trinta minutos, como conseguiram superar o Holocausto. A mediação do painel e feita
pela professora e historiadora Ieda Gutfreind e o contato, levantamento de informações e agendamento
com as escolas é realizado pela professora Liana Richter.
O painel, que já está na sua 78ª apresentação, visitou no último trimestre:
- Colégio Contemporâneo - Camaquã/RS
- Colégio Farroupilha - Porto Alegre/RS (participaram desta edição os alunos do 9º ano da sede
do Colégio Corrêa Lima)
- Colégio Marista Santa Maria - Santa Maria/RS (participaram desta edição os alunos do Totem
Vestibular, preparatório para Medicina)
Painel Compromisso Moral e Lições de Solidariedade
Colégio Contemporâneo
Camaquã/RS
Colégio Farroupilha
Porto Alegre/RS
Colégio Marista Santa Maria
Santa Maria/RS
Colégio Vicentino Santa Cecília
Porto Alegre/RS
13
A última apresentação do trimestre ocorreu no III Fórum Gusmão por um Mundo Melhor – He-
róis, realizado pela EMEF Gusmão e por uma turma da Escola Municipal Martha Wartenberg, de
Novo Hamburgo. Ao entrarem no auditório os sobreviventes foram aplaudidos, de pé, por cerca de 320
alunos. Além da encenação realizada pelos estudantes, destaca-se a interpretação de Richard Schuch da
Rosa, de 11 anos, da EMEF Gusmão, que toca violino. O menino apresenta-se nas ruas tentando obter re-
cursos para comprar seu próprio instrumento. Seu sonho, segundo relatou, é tocar na Filarmônica de Ber-
lim. Outro destaque foi a presença de Rosecler Winter, filha de ciganos russos, que vieram para o Brasil
como alemães. Rosa publicou um texto intitulado “Holocausto Esquecido” .
14
Rindo do Trágico: O Humor na Literatura Israelense
(Leniza Kautz Menda)
Em Rindo do trágico: o humor na literatura israelense contemporâ-
nea, são apresentadas e dissecadas as obras de escritores como Sa-
yed Kashua (mestre da autoironia), David Grossman (com seu hu-
mor cáustico, que flerta com o preconceito), Meir Shalev (de um
humor delicado, saudosista, que aponta um caminho de esperança
mesmo em meio a adversidades e à guerra), Yoram Kaniuk (autor
que tangencia o “humor negro”, explorando a sátira grotesca) e
Amós Oz (cujos textos estão recheados de uma comicidade profun-
damente humana, capaz de lançar luzes sobre temas tão espinhosos
quanto o conflito árabe-israelense). Esses e outros prosadores têm
suas características gerais, a sua literalidade e – por que não? – suas
obsessões aqui analisadas diretamente a partir de trechos das suas
obras.
Volto ao Anoitecer (Aharon Appelfeld )
"Volto ao anoitecer" é a história de dois meninos judeus, de nove anos de
idade, que sobrevivem à Segunda guerra Mundial ao se unirem na floresta.
Eles estão sozinhos, e devem aprender a sobreviver. Ecos da guerra fazem-
se ouvir na floresta. Os meninas encontram fugitivos tentando salvar suas
vidas e ajudam-nos. Aprendem a desaparecer em momentos de perigo. são
ajudados por conhecidos e desconhecidos. E sobrevivem às temperaturas
mais severas do inverno. quando o frio aumenta e acabam os alimentos,
um milagre acontece. O premiado autor é sobrevivente do holocausto e
também se refugiou na floresta. Paulo Geiger traduziu do hebraico. Eloar
Guazzelli ilustra a floresta, o clima, as personagens, a passagem do tempo,
mas deixa certo mistério, para o leitor criar seu próprio cenário.
Para Ler
15
Saul Steimbruch Nicolaiewsky
Personalidades da Comunidade
Saul Steinbruch Nicolaiewsky, filho de Alegria Steinbruch e Alfredo Nico-
laiewsky, nasceu em 05 de agosto de 1914, na cidade de São Gabriel, interior
do Rio Grande do Sul. Os avôs de Saul imigraram da Bessarábia, na época per-
tencente ao Império Russo, por conta das constantes restrições e perseguições
impostas aos judeus. Foram ocupantes do primeiro lote da Colônia de Philippson e exerceram grande
influência entre os colonos.
Saul foi criado dentro da tradição judaica em que se ressaltam os valores éticos e morais. Foi
um exímio estudante e trabalhou, junto com seus irmãos, nas atividades empreendidas pelo pai. En-
tretanto, resolveu trilhar seu próprio caminho. Ainda jovem escolheu ser professor e cursou a Escola
Normal Olavo Bilac, em Santa Maria, onde veio a exercer o magistério no nível primário.
Mudou-se para Porto Alegre a fim de cursar nível superior. Ingressou no curso de Medicina,
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, formando-se em 1940. Para se sustentar na capital ga-
úcha, enquanto estudante universitário, criou o Curso Preparatório Ruy Barbosa, no qual jovens e
adultos se preparavam para os exames do artigo 91, mais tarde artigo 99, precursores do atual suple-
tivo.¹
Desempenhou por pouco tempo a função de médico, pois optou por se dedicar intensivamente
ao curso que havia fundado. Foi professor de História Natural, Química e Língua Inglesa e dirigiu o
educandário por mais de 36 anos. Na trajetória da Instituição formaram-se milhares de jovens sob a
ênfase do respeito e estímulo ao indivíduo. Entre os muitos nomes conhecidos que por lá passaram
destacam-se: Joaquim Felizardo, que posteriormente foi secretário de Educação de Porto Alegre; Carlos
Araújo, advogado ainda atuante em Porto Alegre. Tiago Sarmento Leite, Vinício D. Garcia, Sergio Pinto
Ribeiro, ainda vivos e em atividade; o já falecido procurador Aloísio Canibal, o professor Gervásio Ne-
ves entre outros tantos.
Criou a Revista Cultura que publicava textos e artigos de intelectuais gaúchos e homenageava
anualmente alguma personalidade do passado. Esse trabalho rendeu-lhe a inclusão no quadro
_____________________________
¹No final dos anos 1930, início dos anos 1940, na legislação de ensino secundário, existia o Artigo 91, que autorizava a
prestação de exame e que permitia a conclusão do Ginásio, inicialmente em cinco séries, depois reduzidas para quatro,
com a inclusão da criação dos cursos Clássico e Científico, que levavam aos vestibulares. Este artigo permitiu a criação, no
Brasil, dos cursos chamados de Madureza ou Artigo 91, permitindo que estudantes pobres que queriam se formar em cur-
sos médios e universitários tendo cursado antes o Clássico ou Científico. Em Porto Alegre, criaram-se vários, sendo um o
Curso Ginasial Ruy Barbosa. (Extraído do site: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=94168. Acesso em 27/10/2016)
16
da Associação Riograndense de Imprensa. Após o governo federal criar do Dia da Cultura e da
Ciência alterou o nome do anuário para Revista da Cultura e Ciência, empreendendo, assim, no-
vos rumos à publicação.
Ao longo de sua trajetória assumiu várias funções no âmbito educacional, destacando-se as de
Membro do Conselho Estadual de Educação, Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de
Ensino, Presidente da Câmara de Ciências e do Conselho Estadual de Cultura. Também foi agraciado com
diversos prêmios e homenagens por seus serviços prestados à educação.
Na condição de proprietário da escola concedeu diversas bolsas, integrais e parciais, auxiliando
os jovens, posteriormente, a conseguir emprego e se sustentar. Leonel Brizola, quando prefeito de Porto
Alegre, manifestou-se da seguinte maneira:
(...) o Colégio Ruy Barbosa serve, principalmente, os estudantes do setor mais hu-
milde e desprovido de recursos de nossa metrópole, em particular uma numerosa
classe noturna, e que, pelo montante de alunos e matricula com o benefício de
gratuidade ou descontos substanciais, colabora de tal forma com o cruciante pro-
blema do ensino gratuito no município de Porto Alegre que se impôs à nossa con-
sideração, sendo até, por muitos, confundido como se fosse um educandário da
municipalidade.
Saul foi um pioneiro na educação e exerceu com grande sabedoria sua jornada no educandário.
Casou-se com Sarita Nicolaiewsky, de quem sempre obteve apoio para seus empreendimentos, e teve
dois filhos Lilian e Norman. Faleceu, em 12 de abril de 2012, aos 97 anos, na cidade do Rio de Janeiro.
**Texto extraído do livreto “Dr. Saul Nicolaiewsky: um gaúcho dedicado à educação” (In Memoriam) de
autoria de Norman Nicolaiewsky
O Instituto Cultural Judaico Marc Chagall recebeu de Élida
Tessler a doação de dois trabalhos artesanais feitos em gar-
rafas de vidro com a representação de Seder de Pessach e de
Bar Mitzvá. Os objetos foram adquiridos na loja do Arqui-
vo Judaico de Pernambuco, que oportuniza a artesãos locais
apresentar suas técnicas em diferentes materiais utilizando-
se da temática judaica para a construção das obras. As pe-
ças estão expostas no Museu Nacional das Migrações Judai-
cas. Na foto estão Élida Tessler (em pé), seu irmão e sua tia
Paulina Starosta Zelmanovich.
ICJMC recebe doção de objetos
17
Doações Recebidas pelo Instituto Cultural Judaico Marc Chagall
de agosto de 2016 a outubro de 2016
Doador Publicações, objetos e documentos
Marili Scliar Buchalter
Silêncio Singular - Autora: Sarita Nicolaiewsky
Uma História Delicada - Autora: Sarita Nicolaiewsky
Jogo de Espera - Autora: Sarita Nicolaiewsky
Dr. Saul Nicolaiewsky : um gaúcho dedicado à educação (In Memoriam)
Anita Brumer Bendito é o fruto – Festa da Uva e Identidade entre os Descendentes de Imi-
grantes Italianos – Autora: Miriam Santos
Costumbres y Tradiciones Judías – Autora: Ana Maria Adler
Zuleika Schanz Meafelá Leor Gadol – Leis, Costumese Motivos do Sêder de Pêssach – Autor:
Meir Koschland
Casher na Teoria – Autor: Rabino Ezra Dayan
El Libro Judio del Por que? – Autor: Alfred J. Kolatch
As 3 dimensões da Kabalá – Essência, Infinito e Alma – Autor: Chaim David
Zukerwar
Por que os judeus devem casar entre si? – Autor: Doron Kornbluth
A arte de amar o bem – Autor: Chefts Chaim
Se Deus é bom, por que o mundo é tão ruim? – Autor: Rabino Benjamin Blech
O que é Cashrut? Antologia do Pensamento Judaico sobre as Leis Dietéticas
Judaicas – Autor: Rabino Eliahu Birnbaum e Prof. Shalom Rosemberg
A arte da alegria – Autor: Rabino Hadar Iehudá Margolin
Cartas para a próxima geração – Reflexões para o Iom Kipur – Autor: Rabino
Lord Jonathan Sacks
Folhetos
Vivendo com Significado – Rabino Mosher Meier Weiss
Tempos de Desafios – Rabino Mosher Meier Weiss
Grupo Na’amat Pioneiras O Terrível Segredo: a verdade sobre a manipulação de informações na
“solução final” de Hitler – Walter Laqueur
Eva – Autor: Meyer Levin
Escalas no Tempo – Samuel Malamud
O anjo da Morte- dossiê Mengele – Ben Abraham
A opção dos judeus – Jean Jacques/Servan Schreiber
Ministro da Morte: O caso Eichmannn
E a bíblia tinha razão- Werner Keller
Fim do povo judeu? – Georges Friedmann
Doador Publicações, objetos e documentos
Grupo Na’amat Pioneiras
Guerra Relâmpago: A Luta de Israel pela sobrevivência – Autor: Ury Paz
O Kibutz e as Cooperativas Integrais – Autor: Waldirio Bulgarelli
História das Crenças e das Ideias Religiosas – Autor: Mircea Eliade
Os abismos – Autor: Malka Lorber Rolnik
As razões da Independência – Autor: Nelson Werneck Sodré
Breve História de Israel “De Abraão a Camp David” – Autora: Nilza Pereira da
Silva Portocarrero
O Judaísmo – Autora: Régine Azria
Religião: Prós e Contras – Autora: A. da Silva Mello
O Hebreu José e seus faraós – Autor: Kurt Krakauer
Sionismo, Israel e os Árabes Palestinos – Autor: Michael Comay
Lições de uma época – Coletâneas de Escritos e relatos sobre o Levante do
Gueto
Rei de Carne e Osso – Autor: M. Schamir
A História do Povo de Israel – Autor: Abba Eban
Longe, e há muito tempo – Autor: William Henry Hudson
Política e Estruturalismo em Israel – Autor: Ziva Bem Porat e Benjamin
Hrushovski
Centenário de Herzl – Org. Comisión Conjunta del Gobierno de Israel y de la
Agencia Judía para la conmemoración del centenário del nascimento de
Herzl
A mulher em Israel – Organização das Pioneiras
Treblinka – A revolta de um campo de extermínio – Autor: François Steiner
The Jews of Ethiopia – Autor: Menachem Waldman
Associação Cemitério Israelita de São Paulo – 85 anos Patrimônio da história
da comunidade judaica e da cidade de São Paulo – Org. Chevra Kadisha As-
sociação Cemitério Israelita de São Paulo
Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein – História
do Departamento de Voluntários
Festival – Autor: J. P. Priestley
A 3ª Guerra – o mais completo relato da guerra no Oriente Médio – Autor:
Robert J. Donovan
Amor e Exílio – Autor: Isaac B. Singer
O Caso Suez – Autor: Hugh Thomas
La Minoria Judia Frente a La “Justicia” Sovietica – La voz de Los Combatentes
20 años de actividad Sionista 1948 – 1968
Doador Publicações, objetos e documentos
Grupo Na’amat Pioneiras
Pioneira Histórica – Autora: Esther Schnitman
La Segunda Alia – Publicado por el Departamento de la Juventud y del Jalutz
de la Organización Sionista Mundial
Folhetos
Sionismo 70 Material de Consulta para uma apreciação. – Volume 4: O sio-
nismo e o movimento nacional árabe: nossas relações com o povo vizinho
Israel num relance
Israel Hoje -1995
Israel Hoje – 1993
Woman in Israel
Kibutz
O julgamento de Eichmann na imprensa brasileira
História de um Extermínio
Herzl Up Close and Personal in pursuit of the Zionist vision
Theodr Herzl – Cinquentenário da morte do visionário de Israel
Os refugiados árabes
Contra o assassinato em massa
Relembrando a história a mãe que conta ao filho o que foi o nazismo
OLP – Organização de Liquidação da Paz
Confront Antisemitism – a strategic perspective
Las Cartas de Bar Cojba
Organizacion Sionista Mundial
Revistas
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano I – número 2 – out/nov/dez 2002
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano II – número 7 – maio/junho 2004
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano II – número 8 – julho/agosto 2004
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano IV – número 18 – janeiro/fevereiro
2007
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano V – número 21 – setembro/outubro/
novembro 2007
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano V – número 22 – janeiro/fevereiro
2008
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano VI – número 25 – julho/agosto 2008
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano VI – número 25 – julho/agosto 2008
Revista do Centro Cultura Judaica – Ano VI – número 26 – janeiro/fevereiro
2009
Doador Publicações, objetos e documentos
Grupo Na’amat Pioneiras
Revista Bases – Cuadernos de Profundizacion Ideologica – Março de 1961,–
Vol.4 – Nº 14
Revista Bases – Cuadernos de Profundizacion Ideologica – Noviembre de
1963 – Vol.5 – Nº 18-19
Revista Ariel – Revista de Artes y Letras de Israel –
Revista Comentário – Revista Trimestral – Ano X – Vol.10 – Nº 1 – Trimestre
1969
Revista Comentário – Revista Trimestral – 1967
Hedy Hofmann 60 meses que mudarm o Oriente Médio - Autor: David Tabacof
O antissemitismo nas Américas - Autora: Maria Luiza Tucci Carneiro
Miriam Zelmanovitz História Ilustrada do Povo Judeu
Judáismo y Antissetimisto a la luz de la história - Autor: Raino Hirsch Zelko-
vicz
Revista Aventuras na História
Livros em ídiche
Instituto Cultural Judaico Marc Chagall
Rua Gen. João Telles, 329 - 2º andar - Bom Fim, Porto Alegre/RS
Tel: (51) 3019 3100 - ramal: 34
icjmc@hotmail.com
www.facebook.com/icjmcrs
www.seer.ufrgs.br/webmosaica
Criação e Edição: Fabiana Pinheiro
Revisão: Anita Brumer e Ieda Gutfreind
Colaboração: Anielly Tedesco e Rafael Spumberg

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Histórias de vida de judeus no Brasil

  • 1. eDBOLETIM 44 Instituto Cultural Judaico Marc Chagall BOLETIM Nº 44 OUTUBRO 2016
  • 2. eDBOLETIM 44 Destaques dessa Edição: Histórias de Vida: Ilse Berg ____________________________________________ 3 Histórias de Vida: Hilde Weil __________________________________________ 4 Histórias de Vida: Clara Bliacheris_______________________________________5 Contribuição do Leitor: Centenário de Aron Menda ________________________6 Uma Pioneira em Quatro Irmãos: Rifka Agranionik ________________________7 Artista doa imagem para ICJMC _______________________________________8 Instituições da Comunidade: Fundação Kadima___________________________9 Entrevista com Sobrevivente do Holocausto —————————————–—10 Pesquisas no ICJMC————————————————————————11 Painel Compromisso Moral e Lições de Solidariedade ——————————–13 Para Ler ————————————————————————————–15 Personalidades da Comunidade: Saul Steimbruch Nicolaiewsky ——————16 ICJMC recebe doação de objetos———————————————————17
  • 3. Ilse Berg, filha de Arthur e Dorothea Knoche, nasceu em 22 de março de 1916, na cidade de Hin- denburg, região da Alta Silésia, que na época pertencia à Alemanha [a partir de 1945, esta cidade passou a fazer parte da Polônia, com o nome Zabrze]. Seu pai era dono de lojas de miudezas e tinha boas condi- ções econômicas. Junto com seus cinco irmãos, ela teve uma infância relativamente tranquila. Frequentou um colégio ídiche até o quarto ano do primário e depois foi enviada para uma escola pública só para mo- ças, a Reisenstadt Schule, onde aprendeu a datilografar, costurar, cuidar de doentes e de crianças. Aos dezoito anos, quando pensou em ingressar no ensino superior, teve de desistir dos estudos, pois, com a ascensão do nazismo, passaram a negar a entrada de judeus nas universidades. Durante sua adolescência, Ilse participou da Juventude Judaica Esportiva, organização criada por filhos de combatentes judeus que lutaram na I Guerra Mundial, e tornou-se uma exímia esportista. Foi competidora de salto em distância e natação chegando a cogitar cursar Educação Física. Também sonhou formar-se em Análises Clínicas, mas como não conseguiu dar continuidade à sua formação foi auxiliar o pai nas vendas. Em 1937, aos 21 anos, casou-se com Siegbert Berg que, na época, chegou a ter um alto cargo na mesma entidade esportista que Ilse frequentou. Em virtude da falta de expectativa para os jovens e do au- mento das políticas restritivas para os judeus o casal decidiu sair da Alemanha. Tentaram imigrar para o Brasil após pagar uma elevada soma em dinheiro e receber uma carta de chamada do cunhado, mas fo- ram recusados. Imigraram para a Argentina onde permanecem morando em uma pensão, na cidade de Buenos Aires, por seis meses. Novamente com a ajuda do cunhado, Harry Berg, e mais um pagamento pa- ra obtenção do visto, Ilse e o marido conseguiram ajeitar os papéis para entrar legalmente no Brasil. Em solo brasileiro Siegbert arrumou um emprego como representante de vendas da fábrica dos brinquedos Estrela e após um ano residindo em São Paulo mudaram-se para Porto Alegre. Com as notí- cias cada vez mais alarmantes dos familiares que ainda permaneciam na Alemanha o casal começou a fazer as tratativas para trazê-los ao Rio Grande do Sul, a fim de que todos pudessem reunir-se o mais rá- pido possível. Na cidade de Hindenburg os nazistas quebraram a loja da família de Ilse, revistaram a casa atrás de dinheiro, ouro, utensílios de valor e enviaram seu pai ao campo de Buchenwald. Ao saber do ocorrido, ela e o marido esforçaram-se para apressar a papelada e emitir uma carta de chamada para todos os fa- miliares. HISTÓRIAS DE VIDA Homenagem aos nascidos em 1916 que cederam depoimento ao ICJMC e que estariam completando 100 anos em 2016 Ilse Berg 3
  • 4. Após duas semanas no campo de concentração seu pai saiu e a família conseguiu chegar ao Bra- sil em 1939. Ilse Berg tornou-se dona de casa e cuidou de todos seus parentes. Teve uma filha, Rita Berg, e dedicou-se, por muitos anos, a ser voluntária no Lar das Crianças Anne Frank. Sempre se considerou meio alemã, meio brasileira. Hilde Weil Hilde Weil, filha de Benedito José Goldschmidt e Ana Clara Goldschmidt, nasceu na cidade de Frankfurt, em 01 de setembro de 1916. Viveu na Alemanha até os 19 anos quando imigrou para a Ar- gentina, em 1936. Ela, seus pais e os irmãos atravessaram os difíceis anos da década de 1920, período no qual a Alemanha estava sendo assolada por uma inflação exorbitante. Seu pai foi dono de uma empresa que revendia relógios e também trabalhou na Bolsa de Valores. Faleceu em 1928. Após a morte do pai, sua mãe abriu uma loja de materiais de limpeza e perfumaria. Hilde completou os estudos na Escola Geral e posteriormente se formou na Escola de Comércio tendo trabalhado durante algum tempo em escritórios. Com a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, a discriminação contra os judeus aumentou e as manifestações antissemitas se tornaram frequentes. O medo foi se espalhando. Hilde passou por uma experiência que reafirmava as ações discriminatórias existentes. Quando estava numa piscina pública, em Frankfurt, membros da Juventude Hitlerista chegaram ao local e começaram a gritar: “Juden Haus, Juden Haus” (Judeus, fora! Judeus, fora!), obrigando os judeus presentes a se vestirem e irem embora. Esse episódio motivou-a a deixar a Alemanha. Quando estava decidindo para onde ir Hilde perguntou à irmã, que residia na Holanda, se po- deria morar com ela, seu marido e filhos. A resposta foi negativa, pois a distância entre a Alemanha e a Holanda era muito pequena para ela estar realmente segura. Decidiu que iria para a Argentina, visto que uma prima de seu pai já havia morado naquele país. Emigrou sozinha, deixando a mãe e os irmãos para trás. Na capital portenha conheceu seu marido, Kurt Weil, e casou-se com ele no mesmo ano. Eles mudaram-se para Porto Alegre em dezembro de 1936. O primeiro filho do casal nasceu em 1937, contudo a criança faleceu pouco tempo depois devi- do a problemas cardíacos. Para felicidade de ambos, logo tiveram o segundo filho e em seguida vieram mais dois. Em 1940 Hilde recebeu a notícia de que os alemães haviam marchado para a Holanda. Durante a invasão, sua irmã se separou dos filhos, que foram levados para um lar de crianças. Ela e o marido entraram para a clandestinidade, escondendo-se junto a uma família. Acabaram sendo pegos e manda- dos para Auschwitz, onde foram mortos nas câmaras de gás. Quando a guerra acabou, Hilde descobriu que os sobrinhos ainda estavam vivos e obteve os vis- 4
  • 5. tos para as crianças emigrarem e morarem com ela. Apesar das dificuldades eles conseguiram imigrar para o Brasil e passaram a viver junto com sua família. Clara Bliacheris Clara Bliacheris nasceu em 27 de dezembro de 1916, em Porto Alegre. Seu avô materno era pe- dreiro e costumava fazer lareiras, fornos e túmulos. Viúvo, ele imigrou com os filhos, dentre eles, Gui- lhermina Gudis, mãe de Clara. Já seu avô paterno era alfaiate e veio da Rússia para o Brasil fugindo das perseguições. Seu pai, Maurício Lechtman, morou durante um período na Argentina e depois se mudou para as colônias brasileiras. Os sete irmãos de Clara nasceram em Quatro Irmãos, ela foi a única filha que nasceu em Porto Alegre. Contudo, quando tinha nove meses toda família retornou à Colônia, pois seu pai iria trabalhar no engenho dos Ioschpe. Quando pequena Clara costumava ir sozinha para a aula e voltar de carona em uma carroça. Em seu depoimento, ela recorda-se das festas realizadas na escola, que ficava no mesmo prédio da sinagoga, para arrecadar fundos para a biblioteca. Entretanto, nem tudo foi fácil na sua infância, pois a região onde ela morava foi umas das mais afetadas pela Revolução de 1923, o que levou muitos colonos a saírem de Quatro Irmãos e se mudarem para Passo Fundo. Com o término da revolução, Clara retornou com a fa- mília para a Colônia, mas seu pai adoeceu em seguida e todos se mudaram para a vila de Barão Hirsch, onde ela permaneceu até se casar. Clara conheceu seu marido, Joselis Bliacheris, em uma viagem de trem que fez a Santa Catarina. Quando foi trocar de um vagão para outro, ela o viu pela primeira vez. Depois desse primeiro encontro repentino o casal se reencontrou num baile, em Baronesa Clara. Os dois se apaixonaram e logo em segui- da se casaram. Ela e o esposo foram morar em Encruzilhada do Sul, onde permaneceram por sete anos. Na cida- de, ela relembra-se de ter sido bem aceita mesmo estando em tempos de guerra e perseguição aos judeus. Depois de alguns anos, seu cunhado ofereceu-lhes uma lojinha em Quatro Irmãos, o que levou a família a retornar à antiga morada. No entanto, o que movia a economia da colônia era a fabrica de papel dos Ioschpe e quando essa pegou fogo, um ano após a mudança, houve uma nova debandada da Colônia. Quando Joselis adoeceu, Clara se viu obrigada a sair de Quatro Irmãos em busca de recursos mé- dicos. Mudou-se para Porto Alegre, pois possuía parentes na cidade. Morando na esquina da Domingos Crescêncio, no bairro Santana, ela sobreviveu aos seus primeiros anos na capital gaúcha com um peque- no comércio. Sua loja foi progredindo e rapidamente ela mudou-se para o Bom Fim. Depois de atingir certa idade ela deixou o comando da loja para os filhos. Clara Bliacheris considerava-se uma boa judia. Frequentava a sinagoga Linat Hatzedek e partici- pava ativamente das atividades da Wizo, Associação Israelita Damas de Caridade e do Lar Maurício Car- doso. Faleceu em 10 de julho de 1993. 5
  • 6. Em 1927, David Menda, acompanhado pela esposa Mari e seus seis filhos chegaram a Porto Alegre, vindos da Turquia. Alugaram uma casa na Rua Fernando Machado, que na época se chamava Rua do Arvoredo, onde viveram por muitas décadas, criaram seus filhos e viram nascer e crescer seus netos e netas. O terceiro filho do casal chamava-se Aron Menda, nascido em 25 de setembro de 1916 em Lule Burgaz, Tur- quia. Frequentou o curso primário no Grupo Escolar Paula Soares e o ginásio no Colégio Anchieta. Naturalizado brasi- leiro ingressou na Faculdade de Ciências Contábeis e for- mou-se em 1941. Cursou a Faculdade de Direito da UFRGS, formando-se em 1959. Na colação de grau, rece- beu uma placa de prata ofertada pelos colegas por ser con- siderado “o melhor colega do curso”. Na condição de advo- gado, exerceu suas funções na Procuradoria Geral do Esta- do, Tribunal de Justiça e, posteriormente, com escritório particular. Como funcionário público estadual trabalhou na Biblioteca Pública de Porto Alegre e lecionou na Escola Evarista Flores da Cunha. Foi também Diretor do Theatro São Pedro sucedendo a Dante Barone. Grande incentivador do teatro amador no Rio Grande do Sul começou a fazer teatro em 1942, além de atuar no Grande Teatro Farroupilha, programação que ia ao ar na Rádio Farroupilha aos domingos à noite. Fundou o Teatro do Estudante juntamente com Paschoal Carlos Magno (posteriormente Embaixador) e Marina Santana. Trabalhou na famosíssima peça Topa- ze, ao lado de José Lewgoy. Colaborou na fundação de inúmeras entidades, entre elas o Círculo de Pesquisas Literárias (CIPEL), o Teatro Cinco de Setembro, a Federação Riograndense de Amadores Teatrais (FRAT), o Grê- mio Literário Castro Alves, a Casa do Poeta Riograndense e a Casa do Artista Riograndense, onde atuou como diretor por vários anos. Foi sócio do Foto Cine Clube Gaúcho de Porto Alegre, tendo participado como coadjuvante em filmes de curta metragem nos anos 1950. Dirigiu dezenas de peças, nelas atu- ando; entre as de maior sucesso está, A Ratoeira, de Agatha Christie, encenada pela extinta TV Piratini em duas oportunidades. Na época, estas apresentações eram realizadas ao vivo. Contribuição do Leitor Aron Menda CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ARON MENDA Z¨l (1916 – 2016) por David Menda 6
  • 7. Durante 30 anos trabalhou na Sul América, empresa ligada ao ramo securitário. Participou de inúmeros congressos jurídicos e ligados às artes e ao teatro, além de ter sido representante no estado da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais durante 13 anos e do Sindicato Nacional da Indústria Ci- nematográfica por três anos. A partir de uma ideia sua, e com o apoio do Presidente da Casa do Poeta Riograndense, Nelson Fachinelli, foi criada a efeméride Dia das Avós, oficializada pela Câmara Municipal de Porto Alegre em 1974. Grande ativista judaico/sefaradi, exerceu em praticamente toda sua existência cargos diretivos no Centro Hebraico Riograndense. Em maio de 1975 foi o organizador de evento no litoral gaúcho sobre a origem da comunidade sefaradi em Porto Alegre, quando foi lançada, de sua autoria, a Carta de Capão da Canoa. Faleceu em Porto Alegre em 12 de fevereiro de 1982. Em 1984, considerando sua atuação em prol da cultura porto-alegrense, foi sancionada Lei cri- ando logradouro denominado Rua Dr. Aron Menda, no Bairro Rubem Berta, com os dizeres: Advoga- do, Homem de Teatro e de Letras. Ao seu lado sempre teve a presença da esposa, Joia Castiel Menda, sua grande incentivadora em todas as atividades. A descendência atual do casal é constituída pelos filhos Davi e Isaac, das netas Cynthia, Samantha, Patrícia e Simone e dos bisnetos Sophia, Renato e Roberta. UMA PIONEIRA EM QUATRO IRMÃOS Rifka Agranionik nasceu em Varsóvia, Polônia. Veio para o Brasil, por meio da Jewish Colonizati- on Association (ICA), com três anos de idade. Sua mãe pretendia ir para Palestina, mas o pai resolveu vir para América. Primeiro a família foi para as colônias da ICA na Argentina, onde o pai cortava alfa- fa. Depois, em 1911, imigraram para Quatro Irmãos, no sul do Brasil. Ao chegarem na colônia depa- raram-se com um habitat coberto pelo mato. A casa, que na verdade era um galpão, mal alojava a nu- merosa família. Rifka trabalhou na lavoura plantando mandioca, amendoim, feijão e girassol. Passou a produzir farinha após o pai investir em uma máquina, comprada na cidade de Não-me-Toque, para lavar e descascar o aipim. Comercializava a sua produção por sete mil réis levando-a para os armazéns 7
  • 8. da região, utilizando-se de uma carroça como transporte. O trabalho diário era muito pesado. Rifka, em suas memórias, relata que acordava às 4h da manhã para retirar o leite das vacas e depois ia para lavoura tratar a terra com um arado de 40 dentes. Em seguida, arava-a novamente com tração animal e logo após abria covas e plantava as carreiras de mandioca, amendoim e milho. Voltava para casa a pé ou a cavalo. Em 1926 casou-se com Jacob Agranionik e seu cotidiano ficou ainda mais trabalhoso, pois após o nascimento dos filhos tinha que voltar da lida no campo e preparar almoço para as crianças e o ma- rido, além de dar-lhes atenção e cuidados. Seu primeiro filho nasceu em casa. Na época, só havia médico na colônia de Barão Hirsch e justo no momento em que ela foi dar à luz ele não estava na vila, o que a levou a solicitar ajuda de uma par- teira. Seus outros dois filhos nasceram na casa de sua mãe, também pelas mãos da Sra. Peretchinski. A família começou a prosperar com o início da fabricação de queijos. Em média, eles produziam 17kg de queijo a partir de 200 litros de leite, o que lhes rendia muito mais que as plantações. Durante cerca de 20 anos essa foi a principal tarefa de Rifka. Quando a colheita passou por um processo de modernização isso aliviou-a um pouco do traba- lho braçal mais duro. Então, começou a costurar calças, bombachas e culotes para os vizinhos que lhe pagavam pelos serviços. Como possuía máquina de costura e habilidades para coser, as roupas dos fi- lhos foram todas confeccionadas por ela. Rifka permaneceu na colônia até 1972, quando adoeceu e teve que ser operada. Como precisava de cuidados médicos mudou-se com a família para Erechim. Fernando Baril é pintor, professor e desenhista. Iniciou em 1959 estudos de desenho e pintura com Vasco Prado(1914-1998). Em 1967 ajudou a organizar a 1ª Feira de Artes Plásticas de Porto Alegre. Na década de 1960, viajou para a Europa e Israel diversas vezes a fim de estudar. Em 1971 iniciou curso de arquitetura. Cursou xilogravura e pintura no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre em 1973. Dedi- cou-se exclusivamente à arte a partir de 1977. Paralelamente aos es- tudos realizados na década de 1970, iniciou atividades docentes, aju- dando a formar um grupo de artistas rio-grandenses. Lecionou no Ateliê Encontro de Arte, onde se constitui, no início da década de 1980, o Grupo Pigmento. Durante a década de 1990, assessorou o Grupo da Quinta e lecionou no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em 2001 de cursos de criatividade e técnica de pin- tura, no Estúdio Arte Integrada, na cidade de Novo Hamburgo. Na foto, Fernando Baril em seu atelier. A imagem de uma obra do artista foi doada para ser capa da próxima revista WebMosaica do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall. Artista doa imagem para ICJMC 8
  • 9. Fundação Kadima Quando da passagem dos 25 anos de atividades, em 2005, o Grupo de Dança Israeli Kadima mos- trou-se por inteiro. Em primorosa edição, a obra “Nos Passos do Kadima: A Dança Israeli no Rio Grande do Sul”¹, narra a história deste grupo. No entanto, o texto não se restringe à história do Kadima, mas vai além, inclusive destacando a relação da dança com os grupos sociais. Textualmente: A dança faz parte dos folclores regionais, transmitidos de geração em geração através de rituais de passagem e festas populares. Pode-se compreender a história e os traços sociais de uma comunida- de através de seus passos e movimentos rítmicos. Estudiosos do comportamento humano saberão “ler” nas coreografias como ocorrem as relações sociais, o papel da mulher no contexto, se o perfil é pacífico ou guerreiro, quem são os dominadores e dominados, níveis de hierarquia, se a atividade agropastoril prevalece sobre o artesanato e a manufatura, se a trama de interações é depressiva ou harmônica. (Espindola, 2005, p. 18) Analisando os 25 anos de atividades ininterruptas, a obra nos dá conhecimento de que neste um quarto de século podem ser identificados quatro momentos distintos, mas entrelaçados na história do Ka- dima: O primeiro, (1979 a 1983) seria o do pioneirismo e do assentamento das raízes do grupo, a etapa seguinte (1983 a 1986) seria a época da “estabilização e acendimento da chama”, no período ocorreram o 1º Festival de Dança, viagens, múltiplas apresentações e a participação em festivais. O terceiro momento, (1986-1997) seria marcado por uma maior revitalização do grupo e o da criação de alicerces de coreo- grafias temáticas e viagens de apresentações, inclusive internacionais (Israel); é nesta época que a Entida- de se organiza sob a forma de uma Fundação e, especialmente por coreografias criadas nos próprios “quadros de dançarinos”. No final do século XX, inícios do presente (1998-2005, data final analisada no livro), trazem como características a época da modernidade e a certeza da permanência. Este último as- pecto é fundamental. Pois, passada mais de uma dezena de anos a expectativa da autora em relação ao Kadima torna-se realidade: ele permanece cheio de vida e atuante, dando continuidade a sua expansão interna no sentido de qualidade e de apresentações locais, mas também externa, continuando a apresen- tar-se além das fronteiras do Rio Grande do Sul e do Brasil. Em seus mais de 30 anos de atividades, diretorias se sucederam: 1993/1994 - Salomão Fridman; 1995/1996 - Salomão Fridman; 1997/1998 - Ida Lewcowicz Bo- chernitsan; 1999/2000 - Ida Lewcowicz Bochernitsan; 2001/2002 - Sérgio Saffer; 2003/2004 - Leila Chmelnitsky Kruter; 2005/2006 - Rejane Matone Chanin; 2007/2008 - Ellane Kives; 2009/2010 - Daniel Schwetz; 2011/2014 - Denise Boianovsky Turkienicz e atualmente é presidente do Kadima Gina Schvartz Saffer. ____________________________ ¹Organização e edição (de) Suzana Sondermann Espindola. Porto Alegre: Fundação Israelita Brasileira de Arte e Cultura Kadi- ma, 2005. Instituições da Comunidade 9
  • 10. Bem como coreógrafas (os): Judith Gantman (1979 a 1980); Adina Baruch (1981 a 1982); Sueli Windholz (1982 a 1984); Ieda Bogdanski (1985 a 1989); Elana Fridman (1990 a 2010); Fabrício Contini Zaltzman (2011 a 2013); Amanda Chmelnitsky de Mattos (2014) e Lucas Fridman Schwetz (2014). São nomes que sugerem a existência de uma forte identidade de grupo que se manifesta através da dedicação dada ao Kadima, hoje com 35 anos de existência. Fotos retiradas do facebook do grupo: http://www.facebook.com/leakatkadima Na última semana de setembro, no Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, reuniram-se Ieda Gut- freind, Liana Richter e Mirko Epinger para entrevistar o sobrevivente do Holocausto, Peter Fischer. Com vista a dar continuidade ao projeto Histórias de Vida, do Departamento de Documentação e Memória (DDM) do ICJMC, Peter, nascido em 1937, na cidade de Budapeste, Hungria, relatou suas memórias do período da II Guerra Mundial em uma narrativa comovente. A transcrição do áudio será realizada pelos bolsistas do ICJMC e em breve estará disponível no Instituto para leitura. A Instituição agrade- ce publicamente a disposição do senhor Peter em dividir suas lembranças, sejam elas felizes ou tristes, na certeza de que estas ficarão registradas e conservadas para um bom uso das gerações futuras. Entrevista com Sobrevivente do Holocausto 10
  • 11. PESQUISAS NO ICJMC Manoela de Calazans Gonçalves, estudante de graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), recebeu na quinta- feira, 14 de setembro, o prêmio de destaque no XXVIII Salão de Iniciação Científica com indi- cação para ao Prêmio Jovem Pesquisador de 2016. Manoela, que atualmente está cursando Licenciatura em Pedagogia, apresentou a pes- quisa: “Da inércia ao movimento: um estudo sobre memórias de mulheres judias alemãs sal- vaguardadas em um "Acervo de Histó- ria Oral" (1927-1991)”. Com orientação da professora Dóris Almeida Bittencourt, linha de pesquisa História da Educação, da Faculdade de Educação da UFRGS, todo trabalho de pesquisa foi realizado no Acervo de História Oral do Ins- tituto Cultural Judaico Marc Chagall. A estudante de mestrado em História Helen Rotta procurou o ICJMC para explorar o acervo de periódicos. Suas fontes de pesquisa foram as edições da Revista “Aonde Vamos” datadas entre 1935 a 1950 e os informativos do Grupo Feminino Wizo-RS produzidos en- tre as décadas de 1930 a 1950. Helen fre- quenta a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e recentemente apresentou seu projeto de pesquisa no XIII Encontro Estadual de História ANPUH-RS. Thaís Rios é estudante na área de Letras, da Universidade Estadual de Montes Claros, Mi- nas Gerais. Atualmente desenvolve sua dis- sertação de mestrado sobre a novela "O cen- tauro no Jardim", de Moacyr Scliar. Esteve em visita a Porto Alegre, no final do mês de se- tembro, para fazer uma busca sobre a colônia de Quatro Irmãos com foco nos aspectos da vida cotidiana dos imigrantes judeus que são brevemente retratados na obra do escritor gaúcho. Thaís consultou o acervo fotográfico, bibliográfico e os mapas da região da Colônia. No final do mês de agosto a Prof. Dra. Lydia Schmuck esteve no ICJMC para retomar a proposta de reorganização e digitalização do acervo de Herbert Caro. Lydia trabalha no Deutsches Literaturarchiv Marbach, on- de é responsável pelo projeto Arquivos Glo- bais Brasil e durante três semanas ficou em Porto Alegre para trabalhar com o acervo de Caro. O cinegrafista Cassio Tolpolar, que está pro- duzindo um documentário sobre a colônia de Philippson, realizou uma pesquisa no arqui- vo fotográfico do ICJMC. O objetivo do curta metragem é difundir, nacional e internacio- nalmente, como foi o processo de imigração e a vida cotidiana na primeira colônia judaica do interior do Rio Grande do Sul. Para seu trabalho Cássio solicitou o uso de 11 imagens do acervo. 11
  • 12. Anelise Fróes é doutoranda em Antropologia Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fez sua graduação em Ciências Sociais também na UFRGS e Mestrado em Antropologia na UFSC. Seu tema de pesquisa são as associações de ajuda mútua, fundadas e mantidas em sua maioria por mu- lheres judias entre o século XIX e o século XX e seu papel de resistência e cuidado diante dos episó- dios de tráfico e exploração de mulheres e meninas da Europa central e do leste, trazidas para o con- tinente americano. Para a realização de sua tese, está realizando levantamento documental sobre di- versos assuntos que se entrelaçam com esta questão específica. Além disso, ela investiga dados sobre imigração, diáspora, associações que auxiliaram os imigrantes em seus novos países, espaços de re- sistência cultural e religiosa, preservação de cerimônias e a guarda de patrimônios culturais e mate- riais, a chegada a outro continente, o recomeço e o impacto da primeira e da segunda guerra sobre os judeus da Europa e das Américas. Para sua pesquisa, Anelise está trabalhando com cerca de 90 entrevistas de mulheres judias que estão depositadas no acervo de História Oral do ICJMC. Leo Urnauer e Iuleska da Fontoura Valls são estudantes de Jornalismo da PUCRS. Estão de- senvolvendo um projeto de conclusão de cur- so cujo objetivo é a escrita de um livro sobre a história de Rachela Braude, sobrevivente do Holocausto que morou por 60 anos em Porto Alegre. Ambos procuraram o ICJMC em bus- ca de documentos e informações que pudes- sem ajudar a contar a história de Rachela. Se- lecionaram mais de vinte depoimentos do acervo de história oral para leitura e anota- ções bem como consultaram a biblioteca do Instituto. Júlio César dos Santos Nardino é aluno da Uniritter e está elaborando sua dissertação de mestrado, cujo tema é o Hospital Fêmina, projetado pelo arquiteto gaúcho Irineu Breit- man. Na banca de qualificação foi sugerido a ele pesquisar as conexões judaicas que pos- sam ter auxiliado o arquiteto a projetar, quando recém formado, em 1955, esse proje- to de alta complexidade. Como forma de am- pliar sua investigação Júlio procurou o ICJMC para consultar o acervo de História Oral, que resguarda um depoimento de Irineu e de al- guns de seus familiares, bem como utilizou-se da biblioteca da Instituição. Diego Galantier, bisneto de Marcos e Ida Plavnik, que moraram na colônia de Quatro Irmãos durante as décadas de 1920-1930, encontrou, por meio do catálogo online, as fotografias dos bisavôs. Solicitou as imagens do acervo do ICJMC para recuperar a memória familiar. Vagner Rener Fernandes da Silva, estudante da Haifa University, está realizando um trabalho so- bre os assentamentos judaicos vinculados à Jewish Colonization Association. No Brasil, por meio dos catálogos online, Vagner localizou material para sua pesquisa e solicitou ao ICJMC o escaneamento de 10 documentos que lhe foram encaminhados por e-mail. 12
  • 13. O Painel Compromisso Moral e Lições de Solidariedade é desenvolvido desde 2008, em parceria entre o Instituto Cultural Judaico Marc Chagall e a B’nai B’rith, com o intuito de promover discussões sobre direitos humanos, respeito à diversidade étnica, cultural, religiosa e social. Os sobrevivente rela- tam, por cerca de trinta minutos, como conseguiram superar o Holocausto. A mediação do painel e feita pela professora e historiadora Ieda Gutfreind e o contato, levantamento de informações e agendamento com as escolas é realizado pela professora Liana Richter. O painel, que já está na sua 78ª apresentação, visitou no último trimestre: - Colégio Contemporâneo - Camaquã/RS - Colégio Farroupilha - Porto Alegre/RS (participaram desta edição os alunos do 9º ano da sede do Colégio Corrêa Lima) - Colégio Marista Santa Maria - Santa Maria/RS (participaram desta edição os alunos do Totem Vestibular, preparatório para Medicina) Painel Compromisso Moral e Lições de Solidariedade Colégio Contemporâneo Camaquã/RS Colégio Farroupilha Porto Alegre/RS Colégio Marista Santa Maria Santa Maria/RS Colégio Vicentino Santa Cecília Porto Alegre/RS 13
  • 14. A última apresentação do trimestre ocorreu no III Fórum Gusmão por um Mundo Melhor – He- róis, realizado pela EMEF Gusmão e por uma turma da Escola Municipal Martha Wartenberg, de Novo Hamburgo. Ao entrarem no auditório os sobreviventes foram aplaudidos, de pé, por cerca de 320 alunos. Além da encenação realizada pelos estudantes, destaca-se a interpretação de Richard Schuch da Rosa, de 11 anos, da EMEF Gusmão, que toca violino. O menino apresenta-se nas ruas tentando obter re- cursos para comprar seu próprio instrumento. Seu sonho, segundo relatou, é tocar na Filarmônica de Ber- lim. Outro destaque foi a presença de Rosecler Winter, filha de ciganos russos, que vieram para o Brasil como alemães. Rosa publicou um texto intitulado “Holocausto Esquecido” . 14
  • 15. Rindo do Trágico: O Humor na Literatura Israelense (Leniza Kautz Menda) Em Rindo do trágico: o humor na literatura israelense contemporâ- nea, são apresentadas e dissecadas as obras de escritores como Sa- yed Kashua (mestre da autoironia), David Grossman (com seu hu- mor cáustico, que flerta com o preconceito), Meir Shalev (de um humor delicado, saudosista, que aponta um caminho de esperança mesmo em meio a adversidades e à guerra), Yoram Kaniuk (autor que tangencia o “humor negro”, explorando a sátira grotesca) e Amós Oz (cujos textos estão recheados de uma comicidade profun- damente humana, capaz de lançar luzes sobre temas tão espinhosos quanto o conflito árabe-israelense). Esses e outros prosadores têm suas características gerais, a sua literalidade e – por que não? – suas obsessões aqui analisadas diretamente a partir de trechos das suas obras. Volto ao Anoitecer (Aharon Appelfeld ) "Volto ao anoitecer" é a história de dois meninos judeus, de nove anos de idade, que sobrevivem à Segunda guerra Mundial ao se unirem na floresta. Eles estão sozinhos, e devem aprender a sobreviver. Ecos da guerra fazem- se ouvir na floresta. Os meninas encontram fugitivos tentando salvar suas vidas e ajudam-nos. Aprendem a desaparecer em momentos de perigo. são ajudados por conhecidos e desconhecidos. E sobrevivem às temperaturas mais severas do inverno. quando o frio aumenta e acabam os alimentos, um milagre acontece. O premiado autor é sobrevivente do holocausto e também se refugiou na floresta. Paulo Geiger traduziu do hebraico. Eloar Guazzelli ilustra a floresta, o clima, as personagens, a passagem do tempo, mas deixa certo mistério, para o leitor criar seu próprio cenário. Para Ler 15
  • 16. Saul Steimbruch Nicolaiewsky Personalidades da Comunidade Saul Steinbruch Nicolaiewsky, filho de Alegria Steinbruch e Alfredo Nico- laiewsky, nasceu em 05 de agosto de 1914, na cidade de São Gabriel, interior do Rio Grande do Sul. Os avôs de Saul imigraram da Bessarábia, na época per- tencente ao Império Russo, por conta das constantes restrições e perseguições impostas aos judeus. Foram ocupantes do primeiro lote da Colônia de Philippson e exerceram grande influência entre os colonos. Saul foi criado dentro da tradição judaica em que se ressaltam os valores éticos e morais. Foi um exímio estudante e trabalhou, junto com seus irmãos, nas atividades empreendidas pelo pai. En- tretanto, resolveu trilhar seu próprio caminho. Ainda jovem escolheu ser professor e cursou a Escola Normal Olavo Bilac, em Santa Maria, onde veio a exercer o magistério no nível primário. Mudou-se para Porto Alegre a fim de cursar nível superior. Ingressou no curso de Medicina, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, formando-se em 1940. Para se sustentar na capital ga- úcha, enquanto estudante universitário, criou o Curso Preparatório Ruy Barbosa, no qual jovens e adultos se preparavam para os exames do artigo 91, mais tarde artigo 99, precursores do atual suple- tivo.¹ Desempenhou por pouco tempo a função de médico, pois optou por se dedicar intensivamente ao curso que havia fundado. Foi professor de História Natural, Química e Língua Inglesa e dirigiu o educandário por mais de 36 anos. Na trajetória da Instituição formaram-se milhares de jovens sob a ênfase do respeito e estímulo ao indivíduo. Entre os muitos nomes conhecidos que por lá passaram destacam-se: Joaquim Felizardo, que posteriormente foi secretário de Educação de Porto Alegre; Carlos Araújo, advogado ainda atuante em Porto Alegre. Tiago Sarmento Leite, Vinício D. Garcia, Sergio Pinto Ribeiro, ainda vivos e em atividade; o já falecido procurador Aloísio Canibal, o professor Gervásio Ne- ves entre outros tantos. Criou a Revista Cultura que publicava textos e artigos de intelectuais gaúchos e homenageava anualmente alguma personalidade do passado. Esse trabalho rendeu-lhe a inclusão no quadro _____________________________ ¹No final dos anos 1930, início dos anos 1940, na legislação de ensino secundário, existia o Artigo 91, que autorizava a prestação de exame e que permitia a conclusão do Ginásio, inicialmente em cinco séries, depois reduzidas para quatro, com a inclusão da criação dos cursos Clássico e Científico, que levavam aos vestibulares. Este artigo permitiu a criação, no Brasil, dos cursos chamados de Madureza ou Artigo 91, permitindo que estudantes pobres que queriam se formar em cur- sos médios e universitários tendo cursado antes o Clássico ou Científico. Em Porto Alegre, criaram-se vários, sendo um o Curso Ginasial Ruy Barbosa. (Extraído do site: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=94168. Acesso em 27/10/2016) 16
  • 17. da Associação Riograndense de Imprensa. Após o governo federal criar do Dia da Cultura e da Ciência alterou o nome do anuário para Revista da Cultura e Ciência, empreendendo, assim, no- vos rumos à publicação. Ao longo de sua trajetória assumiu várias funções no âmbito educacional, destacando-se as de Membro do Conselho Estadual de Educação, Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino, Presidente da Câmara de Ciências e do Conselho Estadual de Cultura. Também foi agraciado com diversos prêmios e homenagens por seus serviços prestados à educação. Na condição de proprietário da escola concedeu diversas bolsas, integrais e parciais, auxiliando os jovens, posteriormente, a conseguir emprego e se sustentar. Leonel Brizola, quando prefeito de Porto Alegre, manifestou-se da seguinte maneira: (...) o Colégio Ruy Barbosa serve, principalmente, os estudantes do setor mais hu- milde e desprovido de recursos de nossa metrópole, em particular uma numerosa classe noturna, e que, pelo montante de alunos e matricula com o benefício de gratuidade ou descontos substanciais, colabora de tal forma com o cruciante pro- blema do ensino gratuito no município de Porto Alegre que se impôs à nossa con- sideração, sendo até, por muitos, confundido como se fosse um educandário da municipalidade. Saul foi um pioneiro na educação e exerceu com grande sabedoria sua jornada no educandário. Casou-se com Sarita Nicolaiewsky, de quem sempre obteve apoio para seus empreendimentos, e teve dois filhos Lilian e Norman. Faleceu, em 12 de abril de 2012, aos 97 anos, na cidade do Rio de Janeiro. **Texto extraído do livreto “Dr. Saul Nicolaiewsky: um gaúcho dedicado à educação” (In Memoriam) de autoria de Norman Nicolaiewsky O Instituto Cultural Judaico Marc Chagall recebeu de Élida Tessler a doação de dois trabalhos artesanais feitos em gar- rafas de vidro com a representação de Seder de Pessach e de Bar Mitzvá. Os objetos foram adquiridos na loja do Arqui- vo Judaico de Pernambuco, que oportuniza a artesãos locais apresentar suas técnicas em diferentes materiais utilizando- se da temática judaica para a construção das obras. As pe- ças estão expostas no Museu Nacional das Migrações Judai- cas. Na foto estão Élida Tessler (em pé), seu irmão e sua tia Paulina Starosta Zelmanovich. ICJMC recebe doção de objetos 17
  • 18. Doações Recebidas pelo Instituto Cultural Judaico Marc Chagall de agosto de 2016 a outubro de 2016 Doador Publicações, objetos e documentos Marili Scliar Buchalter Silêncio Singular - Autora: Sarita Nicolaiewsky Uma História Delicada - Autora: Sarita Nicolaiewsky Jogo de Espera - Autora: Sarita Nicolaiewsky Dr. Saul Nicolaiewsky : um gaúcho dedicado à educação (In Memoriam) Anita Brumer Bendito é o fruto – Festa da Uva e Identidade entre os Descendentes de Imi- grantes Italianos – Autora: Miriam Santos Costumbres y Tradiciones Judías – Autora: Ana Maria Adler Zuleika Schanz Meafelá Leor Gadol – Leis, Costumese Motivos do Sêder de Pêssach – Autor: Meir Koschland Casher na Teoria – Autor: Rabino Ezra Dayan El Libro Judio del Por que? – Autor: Alfred J. Kolatch As 3 dimensões da Kabalá – Essência, Infinito e Alma – Autor: Chaim David Zukerwar Por que os judeus devem casar entre si? – Autor: Doron Kornbluth A arte de amar o bem – Autor: Chefts Chaim Se Deus é bom, por que o mundo é tão ruim? – Autor: Rabino Benjamin Blech O que é Cashrut? Antologia do Pensamento Judaico sobre as Leis Dietéticas Judaicas – Autor: Rabino Eliahu Birnbaum e Prof. Shalom Rosemberg A arte da alegria – Autor: Rabino Hadar Iehudá Margolin Cartas para a próxima geração – Reflexões para o Iom Kipur – Autor: Rabino Lord Jonathan Sacks Folhetos Vivendo com Significado – Rabino Mosher Meier Weiss Tempos de Desafios – Rabino Mosher Meier Weiss Grupo Na’amat Pioneiras O Terrível Segredo: a verdade sobre a manipulação de informações na “solução final” de Hitler – Walter Laqueur Eva – Autor: Meyer Levin Escalas no Tempo – Samuel Malamud O anjo da Morte- dossiê Mengele – Ben Abraham A opção dos judeus – Jean Jacques/Servan Schreiber Ministro da Morte: O caso Eichmannn E a bíblia tinha razão- Werner Keller Fim do povo judeu? – Georges Friedmann
  • 19. Doador Publicações, objetos e documentos Grupo Na’amat Pioneiras Guerra Relâmpago: A Luta de Israel pela sobrevivência – Autor: Ury Paz O Kibutz e as Cooperativas Integrais – Autor: Waldirio Bulgarelli História das Crenças e das Ideias Religiosas – Autor: Mircea Eliade Os abismos – Autor: Malka Lorber Rolnik As razões da Independência – Autor: Nelson Werneck Sodré Breve História de Israel “De Abraão a Camp David” – Autora: Nilza Pereira da Silva Portocarrero O Judaísmo – Autora: Régine Azria Religião: Prós e Contras – Autora: A. da Silva Mello O Hebreu José e seus faraós – Autor: Kurt Krakauer Sionismo, Israel e os Árabes Palestinos – Autor: Michael Comay Lições de uma época – Coletâneas de Escritos e relatos sobre o Levante do Gueto Rei de Carne e Osso – Autor: M. Schamir A História do Povo de Israel – Autor: Abba Eban Longe, e há muito tempo – Autor: William Henry Hudson Política e Estruturalismo em Israel – Autor: Ziva Bem Porat e Benjamin Hrushovski Centenário de Herzl – Org. Comisión Conjunta del Gobierno de Israel y de la Agencia Judía para la conmemoración del centenário del nascimento de Herzl A mulher em Israel – Organização das Pioneiras Treblinka – A revolta de um campo de extermínio – Autor: François Steiner The Jews of Ethiopia – Autor: Menachem Waldman Associação Cemitério Israelita de São Paulo – 85 anos Patrimônio da história da comunidade judaica e da cidade de São Paulo – Org. Chevra Kadisha As- sociação Cemitério Israelita de São Paulo Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein – História do Departamento de Voluntários Festival – Autor: J. P. Priestley A 3ª Guerra – o mais completo relato da guerra no Oriente Médio – Autor: Robert J. Donovan Amor e Exílio – Autor: Isaac B. Singer O Caso Suez – Autor: Hugh Thomas La Minoria Judia Frente a La “Justicia” Sovietica – La voz de Los Combatentes 20 años de actividad Sionista 1948 – 1968
  • 20. Doador Publicações, objetos e documentos Grupo Na’amat Pioneiras Pioneira Histórica – Autora: Esther Schnitman La Segunda Alia – Publicado por el Departamento de la Juventud y del Jalutz de la Organización Sionista Mundial Folhetos Sionismo 70 Material de Consulta para uma apreciação. – Volume 4: O sio- nismo e o movimento nacional árabe: nossas relações com o povo vizinho Israel num relance Israel Hoje -1995 Israel Hoje – 1993 Woman in Israel Kibutz O julgamento de Eichmann na imprensa brasileira História de um Extermínio Herzl Up Close and Personal in pursuit of the Zionist vision Theodr Herzl – Cinquentenário da morte do visionário de Israel Os refugiados árabes Contra o assassinato em massa Relembrando a história a mãe que conta ao filho o que foi o nazismo OLP – Organização de Liquidação da Paz Confront Antisemitism – a strategic perspective Las Cartas de Bar Cojba Organizacion Sionista Mundial Revistas Revista do Centro Cultura Judaica – Ano I – número 2 – out/nov/dez 2002 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano II – número 7 – maio/junho 2004 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano II – número 8 – julho/agosto 2004 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano IV – número 18 – janeiro/fevereiro 2007 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano V – número 21 – setembro/outubro/ novembro 2007 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano V – número 22 – janeiro/fevereiro 2008 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano VI – número 25 – julho/agosto 2008 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano VI – número 25 – julho/agosto 2008 Revista do Centro Cultura Judaica – Ano VI – número 26 – janeiro/fevereiro 2009
  • 21. Doador Publicações, objetos e documentos Grupo Na’amat Pioneiras Revista Bases – Cuadernos de Profundizacion Ideologica – Março de 1961,– Vol.4 – Nº 14 Revista Bases – Cuadernos de Profundizacion Ideologica – Noviembre de 1963 – Vol.5 – Nº 18-19 Revista Ariel – Revista de Artes y Letras de Israel – Revista Comentário – Revista Trimestral – Ano X – Vol.10 – Nº 1 – Trimestre 1969 Revista Comentário – Revista Trimestral – 1967 Hedy Hofmann 60 meses que mudarm o Oriente Médio - Autor: David Tabacof O antissemitismo nas Américas - Autora: Maria Luiza Tucci Carneiro Miriam Zelmanovitz História Ilustrada do Povo Judeu Judáismo y Antissetimisto a la luz de la história - Autor: Raino Hirsch Zelko- vicz Revista Aventuras na História Livros em ídiche Instituto Cultural Judaico Marc Chagall Rua Gen. João Telles, 329 - 2º andar - Bom Fim, Porto Alegre/RS Tel: (51) 3019 3100 - ramal: 34 icjmc@hotmail.com www.facebook.com/icjmcrs www.seer.ufrgs.br/webmosaica Criação e Edição: Fabiana Pinheiro Revisão: Anita Brumer e Ieda Gutfreind Colaboração: Anielly Tedesco e Rafael Spumberg