(1) O documento discute as características da narrativa clássica em comparação com narrativas contemporâneas.
(2) Na narrativa clássica, há uma estrutura linear em três atos com premissa dramática, obstáculos e resolução. Já nas narrativas contemporâneas, há maior liberdade e não linearidade.
(3) Com as novas tecnologias, surgem novas formas de narrativa interativas que requerem participação do público na resolução de problemas.
1. IUVA, Patricia de Oliveira
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
patiuva@yahoo.com.br
3. PADRÃO CANÔNICO DE ESTABELECIMENTO DE UM
ESTADO INICIAL DE COISAS QUE ÉVIOLADO E DEVE SER
RESTABELECIDO.
ATRAMA É COMPOSTA POR UM ESTÁGIO DE EQUILÍBRIO,
SUA PERTURBAÇÃO, A LUTA E A ELIMINAÇÃO DO
ELEMENTO PERTURBADOR.
4. POR UM LADO CONCLUSÃO LÓGICA DE UMA CADEIA DE
EVENTOS, EFEITO FINAL DE UMA CAUSA INICIAL.
POR OUTRO LADO PODE SER UM AJUSTE ESTRUTURAL
MAIS OU MENOS ARBITRÁRIO,TAL COMO UMA NORMA
EXTRÍNSECA QUE FORÇA O FINAL FELIZ.
ver pg. 283
5. De um modo geral a narração clássica tende a ser
ONISCIENTE, possuir alto grau de COMUNICABILIDADE e
ser apenas moderamente AUTOCONSCIENTE.
A narração sabe mais do que qualquer um, esconde
relativamente pouco e quase nunca reconhece que está se
dirigindo ao público. [universo diegético]
6. A partir da forma de tratamento doTEMPO e do ESPAÇO, a
narração clássica faz do mundo da fábula um constructo
internamente consistente, sobre o qual a narração parece
intervir de fora.
A manipulação da mise-en-scene
(personagens, iluminação, cenários, figurinos) cria um evento
pró-fílmico aparentemente independente, que se torna o
mundo tangível da história, enquadrado e registrado a partir
do exterior.
7. FORNECE INDICAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA TEMPORALIDADE, DA
ESPACIALIDADE E DA LÓGICA (CAUSALIDADE, PARALELISMOS) DA
HISTÓRIA, SEMPRE DE MODO A FAZER COM QUE OS EVENTOS À
FRENTE DA CÂMERA SEJAM NOSSA PRINCIPAL FONTE DE
INFORMAÇÕES .
NARRATIVAS HOLLYWOODIANAS SÃO REDUNDANTES, A FIM DE QUE
OS FUNDAMENTOS DA HISTÓRIA SEJAM REITERADOS E O
ESPECTADOR NÃO SE PERCA NO ENTENDIMENTO.
8. (1) EM SEU CONJUNTO, A NARRAÇÃO CLÁSSICATRATAATÉCNICA
CINEMATOGRÁFICA COMO UMVEÍCULO PARA ATRANSMISSÃO DE
INFORMAÇÕES SOBRE A FÁBULA PELATRAMA.[Pg.291] CENA
(2) NA NARRAÇÃO CLÁSSICA, O ESTILO CARACTERISTICAMENTE
ESTIMULA O ESPECTADOR A CONSTRUIR UMTEMPO E UM ESPAÇO DA
AÇÃO DA FÁBULA QUE SEJA COERENTE E CONSISTENTE.
(3) O ESTILO CLÁSSICO CONSISTE EM UM NÚMERO ESTRITAMENTE
LIMITADO DE DISPOSITIVOSTÉCNICOS ESPECÍFICOS ORGANIZADOS
EM UM PARADIGMA ESTÁVEL E CLASSIFICADOS
PROBABILISTICAMENTE DE ACORDO COM AS DEMANDAS DATRAMA.
9. ESSES TRÊS FATORES CONTRIBUEM COM BOA PARTE DA
EXPLICAÇÃO DE POR QUE O ESTILO HOLLYWOODIANO
PASSA RELATIVAMENTE DESPERCEBIDO. CADA FILME
RECOMBINA NORMAS FAMILIARES EM PADRÕES
PREVISÍVEIS, CONFORME AS EXIGÊNCIAS DA TRAMA. O
ESPECTADOR RARAMENTE TERÁ DIFICULDADES PARA
COMPREENDER OS ELEMENTOS DO ESTILO PORQE ESTÁ
ORIENTADO NO TEMPO E NO ESPAÇO, E PORQUE AS
FIGURAS ESTILÍSTICAS SERÃO INTERPRETÁVEIS À LUZ DO
PARADIGMA EM 3 ATOS.
10. FORMA NARRATIVA AUDIOVISUALCLÁSSICA
UNIDADE NARRATIVA – desenvolve-se uma única ação à
qual se subordinam ações secundárias
TRAMA – fragmentada numa sequência de eventos
conflituosos, encadeados numa relação de causa e efeito
11. Questão central = premissa dramática = aceleração
programática da tecnologia narrativa audiovisual
PREMISSA DRAMÁTICA LINEAR – é contestada no
desenrolar da narrativa e resolvida no final da mesma. É
o fio lógico que costura todos os fragmentos
sequenciais da obra e lhes confere substância
argumentativa LINEAR, DIACRÔNICA e COERENTE.
12. a) Atuação de um sujeito (geralmente herói)
b) Ação no sentido de superar as adversidades para
resolver a premissa dramática (conflito)
13. A resolução da premissa dramática instaura uma
unidade de sentido da narrativa de caráter
silogístico de vertente aristotélica, traduzida no
drama audiovisual contemporâneo.
Obs: silogismo - argumentação lógica perfeita
Todo homem é mortal (premissa maior)
Sócrates é homem (premissa menor)
Sócrates é mortal (conclusão)
14. Mensagem pré-programada,
“cujos cânones não permitem que nenhum
dos agentes possa distanciar-se da premissa
dramática dada, quer pela afirmação, quer
pela negação, sob pena de romper a estrutura
narrativa em 3 atos”
15. 1º ATO – apresentação da premissa dramática e
os objetivos das personagens, pondo a trama em
movimento
2º ATO – conflito de interesses antagônicos
3º ATO – o conflito é resolvido quando o
protagonista alcança seus objetivos
18. 1º ato
centra a situação em uma linha argumentativa
coerente, coloca em marcha o relato e orienta o
espectador para que o mesmo possa prosseguir
o filme
19. 2º ato
a platéia é induzida para “dentro da trama”, os
agentes dramáticos operam a fim de que o
protagonista trilha o caminho do “ser mais”
20. 3º ato
a narrativa transita do estado de conflito para o
estado de resolução do problema, posto
difusamente no início e “experimentado” no
desenrolar da trama.
21. O EPÍLOGO
A platéia promove no seu íntimo a compleição
do sentimentos experimentados no decorrer da
narrativa. Há aqui, neste
momento, convencimento e catarse, impostos
pela narrativa.
22. As cenas são demarcadas por meio de critérios
neoclássicos:
Unidade de tempo
Unidade de espaço
Unidade de ação
E os limites da seqüência são indicados por
pontuações padronizadas
(fusão, escurecimento, chicote, pontes sonoras)
23. A fase de introdução de uma cena envolve um plano que estabelece os
personagens no tempo e no espaço.
À medida que os personagens interagem, a cena é segmentada em
imagens mais próximas de ação e reação, enquanto o cenário, a
iluminação, a música, a composição e os movimentos de câmera
ajudam acentuar o processo de formulação de objetivos, de luta, de
decisão.
A cena geralmente finaliza com uma porção de espaço –uma reação
facial, um objeto significativo- que fornece uma transição para a
próxima cena.
24. Se no primeiro ato a premissa dramática está
condensada, em estado potencial e
hipotético, no segundo ela transita para sua
atualização, pelo litígio retórico entre forças
contraditórias. No terceiro, finalmente, a
premissa se realiza em termos de comprovação
da tese que a narrativa pretendia demonstrar.
26. DO PROTAGONISTA?
Neo (Sr. Anderson) durante o dia é um operador de sistemas e à noite um
hacker. Personagem cuja angústia vem do fato de saber que algo está
errado em sua vida, mas ele não sabe o quê. Neo é um personagem
movido pela busca de maior controle sobre a sua vida.
Tal busca, já no início do filme, toma forma na pergunta:
"O que é a Matrix?".
27. DA PREMISSA DRAMÁTICA ?
Trata-se de um jovem que deseja eliminar suas dúvidas a respeito de sua
própria vida e tomar controle da mesma, mas percebe-se envolto numa
outra realidade, uma realidade imposta/construída pela Matrix. Aqui
começa a luta para compreensão e superação desse mundo dominado
pelas Máquinas.
28. DOSOBSTÁCULOS ?
Centram-se na dúvida se Neo conseguirá superar as leis impostas pela
Matrix e assumir o comando (conflitos internos – suas dúvidas/descrença;
conflitos externos – os agentes, Cypher o traidor, as máquinas). A tensão é
sempre reforçada pela dúvida de se ele é ou não o Escolhido.
29. DA RESOLUÇÃO?
A resolução vem com a afirmação de Neo, o protagonista, de que ele vai
libertar as pessoas dominadas pela Matrix. Nesse ponto Neo se afasta da
cabine telefônica que estava falando e alça vôo.
30. Os artistas contemporâneos voltam-se para os
ideais de informalidade, desordem, indeterminação
de resultados
31. FORMA NÃO SEQÜENCIAL DE ORGANIZAÇÃO DA
NARRATIVA.
O ESPECTADOR ESTÁ LIBERADO DA
OBRIGATORIEDADE DE UM LEITURA LINEAR.
O PARADIGMA DA DIVISÃO EM 3 ATOS FOI
HEGEMÔNICO DURANTE O SÉCULO XX.
32. •Busca de inovações na linguagem audiovisual
(movimentos/escolas neo-realismo italiano, nouvelle
vague, o novo cinema alemão, cinema novo no Brasil.
•Movimentos sociais e políticos dos anos 60 e 70
•A partir dos anos 80 – tecnologia [vídeo, televisão]
33. FORMULAÇÃO DE PREMISSAS DRAMÁTICAS MAIS
FLUIDAS OU IMPLÍCITAS.
UMA CENA NÃO PRECISA, NECESSARIAMENTE
REMETER À PRÓXIMA
PODE HAVER SALTOS DESCONEXOS DETEMPO E
ESPAÇO, CORTES ABRUPTOS DE RACIOCÍNIO
34. TIPO DE ROTEIRO QUE DERIVA EM PRODUTOS
CUJOS RUMOS DA NARRATIVA SOFREM
INTERFERÊNCIA DO PÚBLICO OU ENTÃO
FORMULAÇÃO DE CONCLUSÕES POUCO
PREVISÍVEIS.
37. O autor de audiovisuais interativos “há de conceber
sua obra de maneira reticular, arborescente e
relacional, em estreita parceria com as ferramentas
de síntese e com os usuários.
38. NOVA CLASSE DE NARRATIVAS QUE EXIGE DA
AUDIÊNCIAA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
COMPLEXOS.
NOS GAMES INAUGURAM-SE NOVAS SOLICITAÇÕES
COGNITIVAS: NÃO SE EXIGE A CAPACIDADE DE
ENTENDER SIMPLESMENTE, MAS DE CALCULAR SAÍDAS
POSSÍVEIS (PRÉ-PROGRAMADAS)