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Recurso a diapositivos
ou transparências
Recurso a software
Recurso a videograma
Actividades / Avaliação
Destaque
Índice
Objectivos
Resumo
Bibliografia
Caso de estudo
ou exemplo
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balho IG . 1
IG . 1
IG . 1
IG . 1
IG . 1
ÍNDICE GERAL
I - PRODUTIVIDADE
• O que é a Produtividade ? I.2
• A Produtividade na empresa I.3
• Factores de produtividade I.3
• O Conteúdo do trabalho I.6
• Medidas de produtividade I.10
• As Curvas de experiência I.12
• Resumo I.15
• Actividades / Avaliação I.16
II - ESTUDO DE MÉTODOS DE TRABALHO
• Introdução ao Estudo dos métodos II.3
• Método fundamental II.3
• Factores a considerar II.5
• Considerações económicas II.5
• Considerações técnicas II.5
• Reacções do pessoal interessado II.6
• A que Situações se pode aplicar o estudo dos métodos? II.6
• Registar e Analisar II.9
• O registo dos dados II.9
• Utilização de símbolos II.12
• O gráfico de análise de processo II.13
• Os gráficos de sequência II.21
• A análise dos dados II.27
• O método interrogativo II.28
• As questões fundamentais II.28
• As questões secundárias II.29
• Circulação e movimentação de materiais II.30
• O diagrama de circulação II.31
• O diagrama de - para II.37
• Inter-relações não baseadas no fluxo de materiais
- O diagrama de Interligações preferenciais II.40
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balho
balho
balho
balho IG . 2
IG . 2
IG . 2
IG . 2
IG . 2
• Melhoramento da eficácia de movimentação II.49
• Layout II.50
• Implantação da obra num ponto fixo II.52
• Layout orientado para o processo II.53
• Layout orientado para o produto II.62
• Balanceamento de uma linha de montagem II.66
• As células de trabalho II.70
• A Tecnologia de Grupo II.72
• Deslocamento de trabalhadores no posto de trabalho II.76
• Diagrama de Cordões II.76
• Gráfico de Sequência-Executante II.77
• O Gráfico de Actividades Múltiplas II.78
• Métodos e movimentos no posto de trabalho II.79
• Princípios de economia de movimentos II.80
• Utilização do corpo humano II.80
• Disposição do posto de trabalho II.80
• Concepção da ferramenta e do material II.80
• O Gráfico dos Movimentos Simultâneos das Duas Mãos II.82
• Resumo II.85
• Actividades / Avaliação II.86
III - A MEDIDA DO TRABALHO
• Medida do Trabalho: conceitos essenciais III.3
• Medida do Trabalho por amostragem III.6
• Nível de confiança III.7
• Dimensão da amostra III.7
• Método estatístico III.11
• Método dos nomogramas III.14
• Campo de aplicação III.19
• Material necessário ao Estudo dos Tempos III.23
• Cronómetros e folhas de observação III.23
• Utilização de impressos III.24
• Folha de cronometragem III.25
• Folha de recolha de tempos III.26
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balho
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balho IG . 3
IG . 3
IG . 3
IG . 3
IG . 3
• Outros acessórios III.28
• Aparelho de fita Zeiter III.28
• Cronógrafo registador III.29
• A câmara de filmagem de velocidade constante III.29
• Escolher o trabalho a estudar III.30
• Diferentes fases do Estudo de Tempos III.31
• Decompor o trabalho em elementos III.32
• Dimensão da amostra III.34
• Cronometragem III.40
• Nível de actividade III.44
• Avaliação do factor de actividade III.46
• O Tempo Normal e Standard de uma actividade III.49
• Cálculo do Tempo Normal III.49
• Cálculo dos complementos III.51
• Complemento de repouso III.52
• Complementos fixos III.53
• Complementos variáveis III.53
• Complementos auxiliares III.54
• Complementos especiais III.54
• Tempo Standard III.54
• Normas para o trabalho com máquinas III.55
• Complemento de repouso III.52
• Normas de tempos pré-determinados III.63
• Resumo III.68
• Actividades / Avaliação III.69
IV - ERGONOMIA
• Conceitos gerais IV.2
• Tipos de trabalho IV.2
• A adaptação do Homem ao trabalho IV.3
• O rendimento humano IV.3
• O ritmo biológico diário IV.5
• A prática IV.6
• A idade IV.6
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balho IG . 4
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IG . 4
IG . 4
IG . 4
• A fadiga IV.8
• Turnos e trabalho nocturno IV.10
• A adaptação do trabalho ao Homem IV.11
• A Antropometria IV.12
• A posição do corpo IV.13
• O trabalho sentado IV.14
• O trabalho em pé IV.16
• O ambiente de trabalho IV.17
• A iluminação IV.17
• Resumo IV.18
• Actividades / Avaliação IV.19
ANEXO - TRABALHOS PRÁTICOS A.1
BIBLIOGRAFIA B.1
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Produtividade
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M.O.01 Produtividade
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balho
balho
balho
balho I . 1
I . 1
I . 1
I . 1
I . 1
OBJECTIVOS
No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:
• Definir produtividade;
• Identificar os diversos factores que poderão influenciar a produtividade de
uma empresa;
• Distinguir variação de produtividade e variação de produção;
• Identificar a importância dos diversos factores de produtividade no cálculo
da mesma;
• Identificar e distinguir os diferentes tipos de medidas de produtividade;
• Enunciar algumas formas de aumentar a produtividade;
• Caracterizar a importância da experiência na evolução da produtividade e a
utilizar correctamente as Curvas de Experiência.
TEMAS
• O que é a Produtividade ?
• A Produtividade na empresa
• O Conteúdo do Trabalho
• Factores de Produtividade
• Medidas de Produtividade
• As Curvas de Experiência
• Resumo
• Actividades / Avaliação
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Ut.01
M.O.01
Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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balho
balho
balho
balho I . 2
I . 2
I . 2
I . 2
I . 2
A produtividade pode ser definida como sendo a relação existente entre o produto
obtido e a quantidade de recursos utilizados para o obter.
Esta definição pode ser aplicada, segundo os casos, a uma empresa de serviços,
a uma unidade industrial ou ao conjunto de toda a economia.
Portanto, no sentido que aqui é utilizado, a produtividade não é mais do que a
relação aritmética entre a quantidade do produto e a quantidade dos recursos
utilizados na sua produção. Estes recursos podem ser:
• Terra;
• Matérias;
• Instalações, máquinas e ferramentas;
• Actividade do homem.
Geralmente, estes quatro recursos são combinados em proporções variáveis.
Verificar que a produtividade da mão-de-obra, da terra, das matérias ou das
máquinas numa empresa, numa indústria ou num país aumentou, nada nos diz
quanto às razões desse aumento.
O aumento da produtividade da mão-de-obra, por exemplo, pode ser devido a
uma melhor organização do trabalho por parte da direcção ou à instalação de
maquinaria moderna.
Um aumento da produtividade das matérias pode ter origem numa maior perícia
dos operários ou numa melhor concepção dos produtos fabricados, etc.
Alguns exemplos ajudarão a precisar o significado do termo produtividade:
Produtividade da terra
Se a utilização de melhores sementes, de melhores métodos de cultura e de
maior quantidade de fertilizante permitir obter, de um hectare de terra, três
quintais de trigo em vez de dois, a produtividade da terra, do ponto de vista
agrícola, terá aumentado 50%. Poderá dizer-se que a produtividade da terra
utilizada para fins industriais aumentou se a produção de bens ou serviços,
realizada no terreno em questão, foi aumentada por qualquer meio.
Produtividade das matérias
Quando um alfaiate hábil consegue cortar onze fatos completos de uma peça
de tecido da qual um alfaiate menos experiente só consegue cortar dez, pode
dizer-se que o primeiro obteve da peça uma produtividade 10% superior.
O QUE É A PRODUTIVIDADE
Produtividade da terra
Produtividade das matérias
Produtividade
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Ut.01
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Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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balho
balho
balho
balho I . 3
I . 3
I . 3
I . 3
I . 3
Produtividade das máquinas
Se uma máquina-ferramenta que produzia cem peças por dia consegue produzir
cento e vinte, graças ao uso de melhores ferramentas de corte, a sua
produtividade terá aumentado 20%.
Produtividade da mão-de-obra
Se um oleiro, adoptando um novo método de trabalho, eleva a sua produção
horária de trinta para quarenta pratos, a sua produtividade terá aumentado 33,3%.
Em todos estes exemplos, deliberadamente simples, o produto (ou a produção)
aumentou percentagem idêntica à da produtividade. Mas um aumento da
produção não implica, necessariamente, um aumento da produtividade.
Se o volume dos recursos utilizados aumenta proporcionalmente ao crescimento
da produção (nesse caso estaremos a produzir mais à custa de um maior
número de recursos utilizados), a produtividade permanece inalterável.
Se o volume dos recursos utilizados aumenta numa percentagem superior à da
produção, tal implicará, obrigatoriamente, uma descida da produtividade
(imagine-se o caso de um operário a efectuar horas extraordinárias: a sua
produtividade poderá baixar devido, por exemplo, à fadiga).
Numa palavra, elevar a produtividade significa produzir mais com um mesmo
consumo de recursos - terra, matérias, tempo de máquinas ou mão-de-obra
ou, inversamente, produzir uma mesma quantidade de bens utilizando menos
recursos de terra, de matérias, de tempos de máquinas ou de mão-de-obra, o
que liberta uma parte desses recursos para produção de outros bens.
A produtividade em cada empresa depende de múltiplos e diversos factores,
alguns dos quais escapam ao controlo do gestor da empresa, como, por
exemplo: o nível geral da procura, a política fiscal, a taxa de juro, a situação do
mercado das matérias-primas, as facilidades de aprovisionamento em máquinas
e material, a abundância ou a falta de mão-de-obra qualificada, etc.
Em contrapartida, existem certos factores de produtividade sobre os quais os
gestores da empresa podem actuar. É destes que falaremos a seguir.
Factores de Produtividade
Definimos a produtividade como a relação entre o produto obtido e os
recursos utilizados para o obter, quer se trate de uma empresa de serviços,
A PRODUTIVIDADE NA EMPRESA
Produtividade das máquinas
Produtividade da
mão-de-obra
Aumento de produtividade
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Componente Científico-Tecnológica
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balho
balho
balho
balho I . 4
I . 4
I . 4
I . 4
I . 4
de uma indústria ou do conjunto da economia. Temos, assim, que a produtividade
de uma dada categoria de recursos mede-se pela quantidade de bens e/ou
serviços que a mesma produz.
Quais são, então, os recursos de que uma empresa dispõe?
Terreno e construções
Um terreno bem situado, para a construção dos edifícios necessários à empresa,
e as próprias edificações.
Matérias
As matérias que serão transformadas em produtos destinados à venda, incluindo
os combustíveis, os produtos químicos utilizados no processo de fabricação e
as matérias de embalagem.
Máquinas
A fábrica, o material e todas as ferramentas necessárias à fabricação, às
movimentações e ao transporte das matérias; o sistema de aquecimento, de
ventilação e de produção de energia; o material e o mobiliário de escritório.
Mão-de-Obra
Os homens e as mulheres encarregados das operações de fabricação, de
organização e do controlo, dos trabalhos de escritório, dos estudos e das
pesquisas, das compras e das vendas.
A forma e as condições em que todos estes recursos são geridos e utilizados
irão determinar a produtividade da empresa.
É à Direcção da empresa que cabe zelar para que seja feito o melhor uso de
todos os recursos de produção, por forma a obter a maior produtividade possível.
A importância relativa de cada um dos factores anteriormente mencionados
varia segundo a natureza da empresa, o país onde se encontra, a disponibilidade
e custo dos diversos recursos e, naturalmente, a natureza do produto e do
processo de fabricação.
Existem indústrias onde o custo da matéria-prima representa 60% ou mais do
custo de produção do produto acabado, repartindo-se os restantes 40% entre o
custo de mão-de-obra e gastos gerais.
Verificando-se que numerosos países têm de importar as suas matérias-primas,
utilizando, frequentemente, divisas raras, veremos a importância que tem a
produtividade das matérias-primas, muitas das vezes mais do que a produtividade
da terra, da mão-de-obra ou mesmo das instalações ou máquinas.
A Importância relativa dos
diversos factores de
produtividade
Recursos disponíveis
GuiadoFormando
Ut.01
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Componente Científico-Tecnológica
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balho
balho
balho I . 5
I . 5
I . 5
I . 5
I . 5
A economia de matérias-primas poderá conseguir-se na fase de criação ou
especificação do produto (concebendo-o de forma a utilizar a menor quantidade
possível de matérias-primas), ou na fase de fabricação, fazendo com que ele
seja correctamente executado e utilizando um processo de fabricação adequado
ao fim em vista.
Igualmente importante é a produtividade dos terrenos e construções. A utilização
destes deverá ser efectuada da forma mais racional possível, de modo a evitar
empates de capital desnecessários, seja na compra de material ou terrenos
não necessários ou inadequados, seja em futuras despesas de conservação,
impostos, etc.
Bens e Serviços
A Direcção
informa-se
organiza
dirige
coordena
controla
estimula
a fim de produzir
Terreno e
Construções
Matérias
Instalações
Máquinas
Equipamento
Actividade
Humana
RECURSOS
PRODUÇÃO
Fig. I.1 - O papel da Direcção na coordenação dos recursos de uma empresa
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984, pág. 11
GuiadoFormando
Ut.01
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Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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balho
balho
balho I . 6
I . 6
I . 6
I . 6
I . 6
O Conteúdo do Trabalho
É, por vezes, utilizada, como unidade de medida da produtividade, a produção
de bens ou serviços num dado número de horas-homem ou horas-máquina.
Uma hora-homem representa o trabalho de um homem durante uma hora,
enquanto que uma hora-máquina será o trabalho de uma máquina ou
equipamento durante uma hora.
Podemos considerar, como mostra a figura seguinte, que o tempo gasto por
um homem ou por uma máquina para a produção de um determinado bem ou
produto se decompõe da seguinte forma:
Hora-homem
A
C onteúdo
de
Tra balho
Fun dam ental
D o produ to
ou d a
op eração
C onteúdo
de
Tra balho
Suplem en tar
D evido a
de fe ito s de
concep çã o
ou d e
espe cificação
do p ro duto
C onteúdo
de
Tra balho
Suplem en tar
D evido à
utilização
de m aus
m é to dos de
fabricação
ou d e
execução
Te mp o
Im produtivo
D evido a
insuficiências
da d ire cção
Te mp o
Im produtivo
Im pu tá ve l
ao
tra balh ado r
B C D
C onteú do de T rab alho T otal Te m po Im produ tivo To ta l
D uração Total da O peração n as C on dições Existe ntes
Fig. I.2 - Decomposição da duração total de uma operação ou processo de fabricação
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984
Note-se que a Unidade Temática II deste guia (Estudo dos Métodos de Trabalho)
se ocupa, fundamentalmente, do Conteúdo de Trabalho Total, através de uma
análise que tem por objectivo a redução do conteúdo de trabalho suplementar
resultante da utilização de maus métodos de fabricação ou de execução.
GuiadoFormando
Ut.01
M.O.01
Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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a
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a
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balho
balho
balho
balho I . 7
I . 7
I . 7
I . 7
I . 7
O Conteúdo de Trabalho Fundamental (do produto ou operação) é o chamado
“mínimo irredutível” de tempo necessário para fabricar um determinado produto.
É o tempo que levaria a executar uma dada tarefa se a concepção do produto
ou da operação fosse perfeita, se o processo de fabrico fosse perfeitamente
executado e não houvesse nenhuma perda de trabalho, qualquer que fosse a
razão, durante o período de trabalho.
Estas condições de fabricação “perfeitas” são, como é natural, teóricas, pois
na prática nunca se encontram, ainda que estejam, por vezes, muito perto de
ser realizadas, sobretudo em processos de fabricação contínuos.
Os tempos reais de fabricação, contudo, são muito superiores a este tempo
teórico, devido à existência de conteúdos de trabalho suplementar e a tempos
improdutivos, conforme se pode ver nas figuras seguintes:
Conteúdo de Trabalho
Fundamental
A
Conteúdo
de
Trabalho
Fundamental
Do produto
ou da
operação
Conteúdo
de
Trabalho
Suplementar
Devido a
defeitos de
concepção
ou de
especificação
do produto
Conteúdo
de
Trabalho
Suplementar
Devido à
utilização
de maus
métodos de
fabricação
ou de
execução
B
A. 1 - A má concepção do produto impede
a utilização de processos de produção mais
económicos
A. 3 - As normas de qualidade incorrectas
obrigam a trabalhos inúteis
A. 4 - A má concepção do produto obriga a
grandes desperdícios de matérias-primasB.
B. 1 - Utilização de máquinas inadequadas
B. 2 - Operações efectuadas em más
condições ou incorrectamente
B. 3 - Utilização de ferramentas
inadequadas
B. 4 - Deficientes métodos de trabalho do
operador
B. 5 - Deficientes métodos de trabalho do
operador
Fig. I.3 - Decomposição do conteúdo de trabalho suplementar
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos,Lda., 1984
A. 2 - A falta de normalização impede a
produção em grande série
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Ut.01
M.O.01
Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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balho
balho
balho I . 8
I . 8
I . 8
I . 8
I . 8
Fig. I.4 - Decomposição dos tempos improdutivos
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984
Tempo
Improdutivo
devido a
insuficiências
da direcção
Tempo
Improdutivo
imputável
ao
trabalhador
C D
C. 1 - Falta de normalização, impedindo a produção em fluxo
contínuo
C. 2 - Má planificação do trabalho e das encomendas,
originando tempos de espera para homens e máquinas
C. 3 - Falta de matérias-primas devido à má planificação
C. 4 - Avarias
C. 5 - Instalações em mau estado
C. 6 - Más condições de trabalho
C. 7 - Acidentes
D. 1 - Absentismo, atrasos e indolência
D. 2 - Trabalho descuidado
D. 3 - Acidentes
GuiadoFormando
Ut.01
M.O.01
Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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r
r
ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho I . 9
I . 9
I . 9
I . 9
I . 9
O conteúdo de trabalho suplementar poderá ser eliminado com a aplicação das
seguintes técnicas:
Quadro I.1 - Técnicas para eliminação do trabalho suplementar
Os tempos improdutivos (quer os dependentes da Direcção, quer os dependentes
do trabalhador), por sua vez, também poderão ser eliminados com a aplicação
de várias técnicas.
Em teoria, se todas as técnicas apresentadas fossem perfeitamente aplicadas,
ficaríamos com um tempo total reduzido ao conteúdo de trabalho fundamental.
Estaríamos em presença da Empresa Ideal.
No entanto, na prática, tal é impossível, pois existem sempre factores
imponderáveis, impossíveis de prever e, portanto, difíceis ou impossíveis de
controlar.
O que se pode e deve fazer é utilizar ao máximo as técnicas apresentadas,
controlando e planificando ao máximo aquilo que é possível controlar e planificar,
para que sejam reduzidos ao mínimo os ditos “imponderáveis” através de um
processo de melhorias contínuas.
Importante, também, é, sem dúvida, a criação de boas condições de trabalho,
evitando, desta forma, quebras na produtividade devidas à fadiga, à falta de
motivação, ao desconforto no trabalho, etc. (Unidade Temática 4-Ergonomia).
A existência, numa empresa, de indiferença e de má vontade (que se encontram
na origem, simultaneamente, de trabalho mal feito e de acidentes) é o resultado
de um estado de espírito dos trabalhadores. Este estado de espírito só pode
ser modificado por uma boa política de pessoal.
Técnicas Descrição
Aperfeiçoamento do produto e análise
do valor
Diminuem o conteúdo de trabalho suplementar
eliminando os defeitos de concepção e excesso de
materiais
Normalização
Permitem a utilização de processos de fabrico em fluxo
contínuo
Estudo do mercado, das necessidades
dos clientes e dos produtos
Permitem fixar normas correctas de qualidade
Preparação do trabalho e estudo dos
processos de fabricação
Permite a escolha das máquinas mais convenientes ao
fabrico assegurando a utilização dos processos de
fabricação mais correctos
Estudo dos métodos e formação da
mão-de-obra
Permite a escolha adequada das ferramentas, diminui o
conteúdo de trabalho devido a uma má implantação e a
deficientes métodos de trabalhos
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M.O.01
Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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abalho
balho
balho
balho
balho I . 10
I . 10
I . 10
I . 10
I . 10
É preciso não esquecer que o factor humano é essencial, estando na origem e
no destino de todos os tipos de produção de bens e serviços.
Conforme já foi referido, a produtividade, em sentido lato, pode ser definida da
seguinte forma:
Produtividade =
Output
Input
(I.1)
Obviamente, o que se pretende para qualquer situação é que a fracção acima
representada apresente o maior valor possível, o que indica que estamos a
produzir mais (output) do que aquilo que consumimos (input).
As unidades utilizadas na medida da produtividade para o output (aquilo que se
produz) poderão ser, por exemplo, escudos, bens produzidos ou número de
clientes servidos. Para o input, poderão utilizar-se escudos investidos, número
de horas-máquina ou horas-homem gastas.
Quando se pretendem comparar níveis de produtividade entre diversos países
ou indústrias, a unidade normalmente utilizada para o output é bens ou serviços
por hora de trabalho, sendo esta unidade preferível à utilização de, por exemplo,
escudos ou dólares, devido a problemas de ajustes de câmbio.
Exemplos de Medidas de Produtividade
• Medidas parciais
MEDIDAS DE PRODUTIVIDADE
Unidades de medida de
produtividade
(I.2)
Output
Horas de trabalho gastas
ou
Output
Capitalinvestido
ou
Output
Materiais gastos
ou
Output
Energia consumida
• Medidas com vários factores
Output
Horas de trabalho gastas Capital investido Energia consumida
+ +
(I.3)
ou
Output
Horas de trabalho gastas Capital investido Materiais gastos
+ +
(I.4)
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Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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anização do
anização do
anização do T
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a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho I . 11
I . 11
I . 11
I . 11
I . 11
• Medidas totais
Medida parcial, multi-factor e
total de produtividade
Output
Input
ou
Bens e ou seviços produzidos
Totalidade de recursos gastos
/
Quadro I.2 - Exemplo numérico de medidas de produtividade
Fonte: David J. Sumanth e Kitty Tang, “A Review of Some Approaches to the Measurement
of Total Productivity in a Company/Organization”, Institute of Industrial Engineering
Conference Proceedings, Fall 1984, pág. 305. Copyright Institute of Industrial Engineers,
25 Technology Park/Atlanta, Norcross, Georgia 30092
As diferenças entre os 3 tipos de medidas da produtividade apresentadas no
quadro acima (total, multifactor e parcial) dependem do tipo de inputs
considerados e não daquilo que é produzido.
Se apenas é considerado um tipo de input, estamos na presença de uma
medida parcial da produtividade. Se considerarmos mais do que um input,
mas não todos, trata-se de uma medida multifactor de produtividade.
Por último, se todos os inputs são considerados, então estamos na presença
de uma medida total de produtividade.
(I.5)
Produto 1 Produto 2 Total da Empresa
Períodos 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Output
1. Produtos acabados
2. Prod. semi-acabados
3. Dividendos
4. Juros de hipotecas
5. Salários
10 000
25 000
1 000
12 500
2 600
1 818
15 000
5 500
1 304
19 000
2 100
1 200
20 000
2 850
1 802
12 000
3 200
2 252
29 000
4 600
2 200
32 500
5 450
3 620
27 000
8 700
3 556
Output Total 13 500 16 918 21 804 22 300 24 652 17 452 35 800 41 570 39 256
Input
1. Humano
2. Material
3. Capital
4. Energia
5. Vários
3 000
153
10 000
540
15 000
2 400
195
10 909
805
3 869
2 100
170
12 712
863
1 737
2 480
231
20 000
351
2 480
2 790
172
21 818
395
4 435
3 100
215
23 729
407
7 415
5 480
384
30 000
891
3 980
5 190
367
32 727
1 200
8304
5 200
385
36 441
1 270
9 152
Input Total 15 193 18 178 17 582 25 542 29 610 34 866 40 735 47 788 52 448
Produtividade Total 0,89 0,93 1,24 0,87 0,83 0,50 0,88 0,87 0,75
Índice de Produtividade
(relativo ao 1º período)
1,00 1,04 1,39 1,00 0,95 0,57 1,00 0,99 0,85
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Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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a
a
abalho
balho
balho
balho
balho I . 12
I . 12
I . 12
I . 12
I . 12
Na produção de uma determinada quantidade de artigos, o número de horas
necessárias à sua fabricação pode diminuir de uma forma bastante acentuada,
à medida que o número de artigos produzidos aumenta. Esta diminuição é,
com frequência, suficientemente significativa para ser tomada em consideração
no planeamento da produção e de datas de entrega.
Normalmente, espera-se que a primeira unidade demore mais tempo a produzir
que a segunda, dado o tempo gasto na elaboração do projecto e nos diversos
estudos necessários para o seu fabrico. Contudo, em algumas indústrias, como
a indústria aeronáutica, metalomecânicas e produção de equipamentos
informáticos, verificou-se que essa redução se mantinha ao longo de centenas,
ou mesmo milhares de artigos. Este fenómeno é conhecido como curva de
experiência.
Umacurvadeexperiênciaéoresultadodarepresentaçãográficadeumaequação
que expressa a taxa de melhoria da produtividade, à medida que são produzidas
mais unidades. O termo “experiência” sugere que a redução no tempo de
produção resulta de um aumento da habilidade e destreza dos trabalhadores.
Actualmente, contudo, o aumento destes factores pouca influência tem na
melhoria da produtividade. As sugestões dos trabalhadores relativas à melhoria
de métodos de trabalho, o desenvolvimento de novas ferramentas, as
matérias-primas utilizadas, uma nova concepção do produto, de modo a facilitar
a sua produção e o desenvolvimento de novos processos tecnológicos, têm
uma importância muito maior na redução dos tempos de produção.
Verifica-se que os tempos de produção podem ser reduzidos através da aplicação
de algumas (poucas) fases significativas ou através de um grande número de
pequenas fases que, em conjunto, se traduzem numa redução significativa.
Assim, a progressão verificada, ou o efeito de aprendizagem, não é, muitas
vezes, uma progressão suave, mas sim caracterizada por uma série de “saltos”
um tanto ou quanto irregulares.
Contudo, para uma determinada indústria ou tipo de produto em particular,
consegue-se determinar uma relação bastante coerente entre o número de
unidades produzidas e o tempo de produção por unidade.
Verifica-se, assim, que o tempo de produção por unidade é percentualmente
reduzido de cada vez que a quantidade produzida duplica. Por exemplo, se um
determinado tipo de indústria ou actividade tem um comportamento de acordo
com uma curva de experiência de 80 %, a segunda unidade produzida requer
apenas 80 % do tempo de produção necessário ao fabrico da primeira. A quarta
unidade necessitará de 80 % do tempo necessário ao fabrico da segunda. A
centésima unidade necessitará de 80 % do tempo necessário para a produção
da 50.ª, e assim sucessivamente.
A expressão matemática mais utilizada para descrever a curva de experiência
é:
Y Y n
n
R
= ( )
1 (I.6)
AS CURVAS DE EXPERIÊNCIA
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Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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a
a
abalho
balho
balho
balho
balho I . 13
I . 13
I . 13
I . 13
I . 13
em que:
Yn
= Tempo necessário à produção da n-ésima unidade
Y1
= Tempo necessário à produção da primeira unidade
n = Número da unidade para a qual o cálculo está a ser efectuado
R = Razão entre o logaritmo da percentagem de redução estimada
para uma duplicação da quantidade produzida e o logaritmo de 2
Os logaritmos utilizados poderão ser decimais (base 10) ou naturais (base e),
desde que seja utilizada a mesma base, tanto no numerador como no
denominador.
Um fabricante de equipamento informático verificou que se aplicava uma curva
de experiência de 85 % para uma determinada gama de produtos e espera que
a mesma curva se aplique a um novo modelo.
A primeira unidade fabricada teve um tempo de produção de 3 000 horas.
Pretende-se determinar o número de horas necessárias ao fabrico da 50.ª
unidade.
Para os dados apresentados verifica-se que:
R = = −
log ,
log
,
0 85
2
0 23446
Y50
= 3 000 x 50(-0,23446)
= 3 000 x 0,39963 = 1198,9 Horas
A 50.ª unidade deverá necessitar de, aproximadamente, 1 200 horas de
fabricação.
A equação descritiva das curvas de experiência é uma equação exponencial,
pelo que, representada numa escala aritmética, toma o seguinte aspecto:
Fig. I.5 - Representação das curvas de experiência utilizando uma escala aritmética
Quando se efectua a representação gráfica utilizando uma escala logarítmica,
Exemplo I.1
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Componente Científico-Tecnológica
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anização do T
T
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r
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ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho I . 14
I . 14
I . 14
I . 14
I . 14
surgirão quatro rectas:
Fig. I.6 - Representação das curvas de experiência utilizando uma escala logarítmica
A tabela anterior mostra o número de horas necessárias ao fabrico de um
número cumulativo de unidades, sendo cada quantidade dupla da anterior,
utilizando curvas de experiência de 80 % e 90 %.
As quatro curvas representadas nas figuras acima encontram-se entre as que
aparecem mais frequentemente.
Se uma determinada empresa possuir uma estimativa da sua curva de
experiência, poderá utilizar essa informação no planeamento de capacidades,
prazos e, até, de preços para a produção de grandes quantidades.
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Componente Científico-Tecnológica
Produtividade
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a
a
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balho
balho
balho
balho I . 15
I . 15
I . 15
I . 15
I . 15
RESUMO
O aumento da produtividade é o grande objectivo de todas as empresas, quer
elas sejam do ramo industrial, comercial ou se dediquem à prestação de serviços,
sendo, também, um objectivo global de toda e qualquer economia.
A forma de aumentar a produtividade tem a ver com numerosos factores, desde
os factores humanos, passando pelos equipamentos, instalações, matérias-
primas, métodos de trabalho, etc., pelo que é necessário um exame cuidadoso
de todos os recursos postos à disposição da empresa, por forma a garantir que
todos eles são convenientemente utilizados.
Só desta forma se conseguirá um aumento da produtividade global da empresa,
actuando conjuntamente nas diversas “frentes”, pois não chega melhorar
determinados pontos, se continuarem a existir falhas noutros locais.
Esta preocupação deverá ser uma preocupação de todos os sectores da
empresa (ou de uma Economia), e não apenas da Direcção, pois, normalmente,
em todos os locais é possível efectuar algumas mudanças, por muito pequenas
que sejam, mas que, quanto tomadas no seu conjunto, terão uma grande
importância no desempenho de toda a empresa.
Foi aindafocadaainfluênciadaexperiênciana evoluçãodaprodutividade, através
do estudo das curvas de experiência.
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Componente Prática
Produtividade
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anização do T
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a
abalho
balho
balho
balho
balho I . 16
I . 16
I . 16
I . 16
I . 16
1. Defina produtividade.
2. Caracterize os três tipos de medidas de produtividade: total, parcial e
multifactor.
3. A tabela seguinte contém alguns dados relativos aos meses de Setembro e
Outubro da empresa Dhe Preça & Bhen, S.A., utilizados para determinar a
produtividade.
a) Determine a alteração ocorrida no valor da produtividade, para os meses
de Setembro e Outubro, tendo como base o número de clientes atendidos.
b) Observando os balanços da empresa, verificou-se que as vendas foram
de 4000 contos em Setembro e de 5000 contos em Outubro. Determine o
valor da produtividade, tendo como base o valor das vendas efectuadas nos
meses de Setembro e Outubro, e compare os resultados obtidos com os da
alínea anterior. Comente.
NOTA: Este exercício deverá ser efectuado utilizando uma folha de cálculo.
4. Uma determinada empresa fabrica equipamento para instalação em
plataformas de exploração petrolífera.
Recentemente, assinou um contrato em que se comprometeu a entregar
as seguintes quantidades de um determinado equipamento:
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
o
r
b
m
e
t
e
S o
r
b
m
e
t
e
S o
r
b
m
e
t
e
S o
r
b
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S o
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t
o
T l
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t
o
T l
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t
o
T 0
5
3
3 0
0
8
3
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Componente Prática
Produtividade
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IEFP · ISQ
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ISQ
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ganização do
anização do
anização do
anização do
anização do T
T
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abalho
balho
balho
balho
balho I . 17
I . 17
I . 17
I . 17
I . 17
O primeiro equipamento produzido teve um tempo total de fabricação e
montagem de 755 horas.
No passado, verificou-se que este tipo de fabricação se comportava de acordo
com curvas de experiência que variavam entre os 95 % e os 70 %.
A curva de experiência esperada para este contrato é de 95 %. Poderão ser
alcançadas melhores percentagens através de um treino adicional e de um
maior investimento na automatização da fábrica.
Pretende-se determinar o número de trabalhadores necessários em cada
mês e respectivos custos, para fabricar as quantidades pretendidas,
utilizando curvas de experiência de 95, 90, 85, 80, 75 e 70 por cento, sabendo
que os trabalhadores trabalham 180 horas por mês e auferem um salário de
1 500$00/hora.
NOTA: O número acumulado de horas de trabalho ΣYn
para produzir n artigos
pode ser calculado, aproximadamente, utilizando a fórmula:
Y
Y n
1 R
n
R
=
+
+
∑ 1
(1 )
( )
QUANTIDADE
1 100
2 150
3 175
4 200
5 250
6 250
7 250
MÊS
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Ut.01 IEFP
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balho
balho
balho
Estudos de Métodos de Trabalho
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Componente Científico-Tecnológica
Estudos de Métodos de Trabalho
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IEFP · ISQ
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anização do
anização do
anização do
anização do T
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a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 1
II . 1
II . 1
II . 1
II . 1
OBJECTIVOS
No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:
• Definir e caracterizar o Estudo dos Métodos;
• Distinguir as diferentes fases constituintes do Estudo dos Métodos;
• Enunciar algumas das considerações a ter em conta na realização de um
Estudo dos Métodos;
• Indicar os principais tipos de gráficos e diagramas utilizados para efectuar o
Estudo dos Métodos e os casos onde se aplicam;
• Distinguir os diferentes símbolos utilizados nos diagramas, indicando o seu
significado;
• Construir um Gráfico de Análise de Processo;
• Distinguir um Gráfico de Análise de Processo de um Gráfico de Sequência;
• Enunciar os diferentes componentes do método interrogativo, distinguindo
as questões fundamentais das questões secundárias;
• Distinguir os diferentes tipos de fluxos de materiais;
• Identificar um Diagrama de Circulação, indicando o seu modo de construção;
• Identificar e construir um Diagrama De-Para;
• Enunciar os diferentes factores a ter em consideração na elaboração de um
determinado layout;
• Identificar as principais características do sistema SLP;
• Identificar e caracterizar os diversos tipos de Layout: Ponto Fixo, Layout
Tipo Processo e Layout Tipo Produto;
• Efectuar um balanceamento simples de uma linha de montagem;
• Caracterizar o modo de funcionamento das células de trabalho;
• Enunciar a utilidade e o modo de construção de um Diagrama de Cordões e
de um Gráfico de Sequência-Executante;
• Enunciar alguns dos Princípios de Economia de Movimentos;
• Enunciar a utilidade e modo de construção de um Gráfico dos Movimentos
Simultâneos das Duas Mãos.
TEMAS
• Introdução ao Estudo dos Métodos
• Método fundamental
• Factores a considerar
• Considerações económicas
• Considerações técnicas
• Reacções do pessoal interessado
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Componente Científico-Tecnológica
Estudos de Métodos de Trabalho
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anização do T
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balho
balho
balho II . 2
II . 2
II . 2
II . 2
II . 2
• A que situações se pode aplicar o Estudo dos Métodos ?
• Registar e analisar
• O registo dos dados
• Utilização de símbolos
• O Gráfico de Análise de Processo
• Os Gráficos de Sequência
• A análise dos dados
• O método interrogativo
• As questões fundamentais
• As questões secundárias
• Circulação e movimentação de materiais
• O Diagrama de Circulação
• O Diagrama De - Para
• Inter-relações não baseadas no fluxo de materiais - O Diagrama de
Interligações Preferenciais
• Melhoramento da eficácia de movimentação
• Layout
• Implantação da obra num ponto fixo
• Layout orientado para o processo
• Layout orientado para o produto
• Balanceamento de uma linha de montagem
• As células de trabalho
• A Tecnologia de Grupo
• Deslocamento de trabalhadores no posto de trabalho
• Diagrama de Cordões
• Gráfico de Sequência-Executante
• O Gráfico de Actividades Múltiplas
• Métodos e movimentos no posto de trabalho
• Princípios de economia de movimentos
• Utilização do corpo humano
• Disposição do posto de trabalho
• Concepção da ferramenta e do material
• O Gráfico dos Movimentos Simultâneos das Duas Mãos
• Resumo
• Actividades / Avaliação
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balho
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balho II . 3
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II . 3
O Estudo dos Métodos consiste em registar e examinar, de maneira crítica e
sistemática, os métodos existentes e previstos de execução de um trabalho, a
fim de aperfeiçoar e fazer aplicar os métodos de execução mais cómodos e
mais eficazes e de diminuir os custos.
O Estudo dos Métodos tem por objectivos:
• Melhorar os processos e métodos de fabricação;
• Melhorar a implantação das fábricas, oficinas e postos de trabalho, e a
concepção das instalações e do material;
• Economizar o esforço humano e diminuir toda a fadiga inútil;
• Melhorar a utilização do material, das máquinas e da mão-de-obra;
• Criar condições materiais de trabalho favoráveis.
As técnicas do Estudo dos Métodos são numerosas e variadas e permitem
atacar problemas de toda a espécie, desde os mais ínfimos movimentos de
trabalhadores que efectuam um trabalho repetitivo, até à implantação de fábricas
inteiras. Mas, em qualquer caso, o método fundamental é o mesmo e deve ser
escrupulosamente seguido.
Método fundamental
O estudo de qualquer problema deve fazer-se segundo uma ordem de análise
bem definida. Para a aplicação da técnica fundamental do Estudo dos Métodos,
consideram-se definidas as seguintes fases:
• ESCOLHER o trabalho a estudar.
• REGISTAR todos os factos relativos ao método actual, por observação
directa.
• EXAMINAR os factos com espírito crítico, numa ordem lógica e servindo-se
das técnicas mais apropriadas.
• ESTABELECER o método mais prático, mais económico e mais eficaz,
tendo em conta todos os elementos da situação.
• DEFINIR o novo método de modo a poder sempre reconhecê-lo.
• FAZER ADOPTAR este método como método normal.
• VIGIAR a aplicação do método adoptado por meio de controlos regulares e
sistemáticos.
Nenhuma destas fases deverá ser esquecida quando se efectuar a aplicação
do Estudo dos Métodos. O êxito do estudo dependerá da observação rigorosa
da ordem e do conteúdo destas diferentes fases.
Não se deverá, no entanto, pelo simples facto de aqui termos enunciado as
anteriores fases, deduzir a simplicidade do referido estudo, considerando-o
uma operação fácil e sem importância. Pelo contrário, o Estudo dos Métodos
poderá revelar-se extremamente complexo, dependendo do caso a estudar e
do rigor pretendido. Apresentamos de seguida uma representação gráfica desta
técnica.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS MÉTODOS
Estudo dos Métodos
Objectivos
Método fundamental
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balho II . 4
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II . 4
Fig. II.1 - O Estudo dos Métodos
Fonte: Imperial Chemical Industries Ltd., Londres
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balho II . 5
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II . 5
Factores a considerar
Quando se pretender avaliar a adequabilidade da aplicação do Estudo dos
Métodos a um determinado trabalho ou situação, deverão ter-se em linha de
conta, antes de mais nada, três ordens de considerações:
• Considerações económicas;
• Considerações técnicas;
• Reacções do pessoal interessado.
Vejamos cada uma delas um pouco mais em pormenor:
Considerações económicas
Foram, são e sempre serão de uma importância primordial. É evidente que não
valerá a pena efectuar ou prosseguir um longo estudo sobre um determinado
trabalho ou situação, se o mesmo tiver uma importância económica insignificante
no âmbito de todo um projecto.
Antes de se iniciar um estudo deste tipo, deverá, pois, equacionar-se o problema
de iniciar ou prosseguir o mesmo.
Existem alguns trabalhos cuja escolha se impõe com evidência desde o princípio,
situações que são desde logo merecedoras de um pouco mais de atenção.
São elas:
• Os gargalos de estrangulamento, que bloqueiam o seguimento das
operações de produção;
• As deslocações importantes de materiais entre os diversos pontos da
empresa, ou as operações que exijam uma mão-de-obra considerável ou
movimentações repetidas de materiais;
• As operações que comportam trabalhos repetidos, utilizando numerosa mão-
-de-obra e susceptíveis de durar muito tempo.
Considerações técnicas
Poderão existir algumas condicionantes técnicas que impeçam a adopção de
um outro método de trabalho, eventualmente mais produtivo. No entanto, estas
condicionantes impor-se-ão por si próprias, sendo de extrema importância ter
o apoio de todos os técnicos necessários, que poderão alertar para essas
situações antes de se proceder a modificações no método de trabalho.
Alguns exemplos destas situações serão:
• O carregamento de objectos de barro não cozidos em fornos poderá ser
alvo de uma mudança de método que conduziria, teoricamente, a um
aumento da produtividade, quer do material, quer da mão-de-obra. Poderão,
no entanto, existir razões técnicas que impeçam essa mudança. É
necessário pedir os conselhos de um técnico em cerâmica.
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balho II . 6
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II . 6
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II . 6
• Uma máquina-ferramenta, que provoca um estrangulamento no circuito de
produção, trabalha a uma velocidade inferior à velocidade de eficácia máxima
das ferramentas de corte de que está equipada. Pode aumentar-se a sua
velocidade de funcionamento ou será a máquina incapaz de resistir a uma
velocidade de corte mais elevada? É ao especialista das máquinas que
compete resolver este problema técnico.
Reacções do pessoal interessado
São os elementos mais importantes a considerar, mas é necessário esperar
que as pessoas directamente afectadas pelos inquéritos e mudanças de métodos
reajam mais ou menos abertamente.
Um dos factores que poderá ajudar a reduzir as dificuldades encontradas neste
plano será um certo conhecimento prévio do estado de espírito do pessoal, por
forma a “apalpar” o terreno, avaliando quais serão as condições locais, maior
ou menor predisposição do pessoal em aceitar novos métodos de trabalho,
etc.
Convém ensinar os princípios gerais e os verdadeiros objectivos do estudo dos
métodos aos delegados sindicais, aos representantes dos trabalhadores e a
eles próprios.
Se, no entanto, o estudo de um trabalho parece ir causar agitação ou mau
estado de espírito entre os trabalhadores interessados, é necessário abandoná-
-lo temporariamente, qualquer que seja o interesse que ele apresenta do ponto
de vista económico.
Se outros trabalhos forem objecto de estudos bem sucedidos e todos tiverem a
possibilidade de ver as vantagens que daí advêm para os trabalhadores ligados
a esses trabalhos, os preconceitos cairão e tornar-se-á possível, ao fim de um
certo tempo, voltar à escolha inicialmente prevista.
A que situações se pode aplicar o Estudo dos Métodos ?
São inúmeros os casos aos quais podem ser aplicadas as técnicas constituintes
do Estudo dos Métodos. Em qualquer local de trabalho onde circulem materiais
ou onde sejam executados trabalhos manuais (incluindo os trabalhos correntes
de escritório), estas técnicas poderão ser utilizadas para melhorar os métodos
de trabalho, aumentando a produtividade.
Apresentam-se de seguida alguns casos que poderão ser alvo da aplicação do
Estudo dos Métodos, desde o funcionamento de toda uma fábrica, até ao estudo
dos movimentos de um só trabalhador, pretendendo-se ilustrar, assim, a
diversidade de situações que podem ser alvo de um estudo deste género.
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II . 7
Quadro II.1 - Algumas situações em que é possível efectuar o Estudo dos Métodos
Para facilitar a escolha dos trabalhos a estudar, existe toda a vantagem em
utilizar uma lista auxiliar de memória normalizada, impedindo, assim, que se
esqueçam certos factores e permitindo comparar facilmente o interesse que
apresentam as diferentes operações do ponto de vista do Estudo dos Métodos.
Apresenta-se, de seguida, um exemplo de uma lista bastante completa e que
deverá, naturalmente, ser adaptada aos casos específicos onde for utilizada.
LISTA AUXILIAR DE MEMÓRIA:
1. Produto e operação
2. Estudo proposto por
3. Motivo
4. Limites ao estudo
5. Dados pormenorizados:
a) Quantidade produzida ou movimentada por semana.
b) Percentagem (aproximada) da quantidade total produzida ou
movimentada na oficina ou fábrica.
c) Quanto tempo durará o trabalho?
Género de problemas Exemplos
Processo completo de produção
Fabricação de um motor eléctrico,
desde a recepção das matérias-
primas à expedição. Transformação
de fios em tecido, desde a
preparação à inspecção. Recepção,
empacotamento, encaixotagem e
expedição de frutos.
Implantação da fábrica: movimento
das matérias
Deslocação de uma culatra de motor
diesel durante a fabricação.
Movimento dos grãos entre as
diversas operações de moagem
Implantação da fábrica: movimento
dos trabalhadores
Trabalhadores alimentando com
bobinas uma máquina de fiar.
Cozinheiros preparando as refeições
na cozinha de um restaurante.
Movimentação das matérias
Armazenagem e saída das matérias
do armazém. Carregamento de
produtos acabados em camiões.
Indicação do posto de trabalho
Trabalhos ligeiros de montagem em
bancada. Composições manuais.
Trabalho de equipa ou condução
de uma máquina-ferramenta
Cadeia de montagem. Conduçaõ de
um torno semiautomático.
Movimento de trabalhadores no
trabalho
Trabalhadores efectuando um trabalho
repetitivo de ciclo breve. Operações
exigindo uma grande destreza.
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d) Diminuirá ou aumentará a utilidade do trabalho?
e) Número de trabalhadores que tomam parte no trabalho:
I) directamente
II) indirectamente
f) Número pormenorizado por classe e nível de salário
g) Produção diária média por operário (por equipa)
h) Qual a produção diária em comparação com a produção de um período
curto (uma hora, por exemplo)?
i) Modo de remuneração (trabalho em equipa, trabalho à peça, prémios,
salário ao tempo, etc.)
j) Produção diária:
I) do melhor trabalhador
II) do pior trabalhador
k) Data de fixação das normas de produção
l) Tem o trabalho características particularmente desagradáveis ou
perigosas? Provoca o descontentamento dos trabalhadores? Dos
quadros?
6. Equipamento:
a) Custo aproximado das instalações e do material
b) Taxa de ocupação actual das máquinas 1
7. Implantação:
a) É suficiente o espaço destinado à execução do trabalho?
b) Existem disponibilidades de espaço suplementar?
c) Poderá ser reduzido o espaço ocupado?
8. Produto:
a) Há frequentes mudanças de modelo, originando modificações da
fabricação?
b) Pode modificar-se o produto para tornar a fabricação mais fácil?
c) Que mínimo de qualidade é necessário respeitar?
d) Quando e como é o produto controlado?
9. Que economia ou que aumento da produtividade poderá resultar de um
método melhorado?
a) Redução do “conteúdo de trabalho” do produto ou do processo de
fabricação
b) Melhor ocupação das máquinas
c) Melhor utilização da mão-de-obra
1
Taxa de ocupação de uma máquina: relação entre o tempo de funcionamento da máquina e
o tempo-máquina disponível.
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balho
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balho II . 9
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II . 9
II . 9
II . 9
A economia ou o aumento poderão ser avaliados em termos de dinheiro, horas-
-homem, horas-máquina ou em percentagem.
O ponto 4 (limites ao estudo) merece algumas considerações.
Com efeito, a aplicação do Estudo dos Métodos faz aparecer, muitas vezes,
um grande número de possibilidades de melhoramentos noutros domínios que
não os inicialmente previstos.
Existe, então, uma enorme tentação de ceder e ultrapassar o objectivo
inicialmente traçado. Tal não deverá acontecer, sob pena de nos “perdermos”
numa miríade de pequenos problemas. Se se julgar conveniente, poderão anotar-
-se as operações para as quais julgamos ter descoberto possibilidades de
melhoramento, por forma a que estas sejam objecto de um estudo especial e
particular.
Este género de lista auxiliar de memória evitará que os agentes de estudo do
trabalho se lancem impulsivamente no estudo de um pequeno trabalho de
bancada, exigindo uma análise pormenorizada dos movimentos do trabalhador
que permita apenas a economia de alguns escassos segundos por operação;
bem entendido, os trabalhos deste género merecem ser estudados se são
efectuados por um grande número de trabalhadores e se a economia total
realizada se traduz numa redução sensível dos custos de produção da fábrica.
É perder tempo dedicar-se a recuperar, aqui e ali, alguns segundos ou a eliminar
alguns centímetros de movimentos inúteis, quando uma má implantação geral
da fábrica ou a movimentação de objectos pesados fazem desperdiçar tempo e
esforços consideráveis.
Nunca se deve esquecer o conselho: “Não se deve utilizar uma colher quando
é necessária uma escavadora mecânica”.
Sob reserva das condições acima indicadas, é necessário estudar, em primeiro
lugar, a operação que tem, verdadeiramente, o efeito mais considerável na
produtividade do conjunto da empresa.
O registo dos dados
Uma vez definido o trabalho ao qual vai ser aplicado o Estudo dos Métodos,
iremos proceder ao registo de todos os dados com interesse relativamente ao
método actual, isto é, iremos registar todos os factos que irão servir de base à
análise crítica do trabalho, com vista à elaboração de um método aperfeiçoado
de efectuar esse mesmo trabalho. O registo deverá, então, ser breve, claro e
objectivo.
A forma mais usual de registar esses dados é, muito simplesmente, o de
tomar notas por escrito. No entanto, e dada a minúcia e exactidão que são
necessárias, o simples facto de tomar notas por escrito não é o método mais
adequado, principalmente quando o estudo recai sobre operações complexas,
tão frequentes na indústria moderna.
REGISTAR E ANALISAR
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balho
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balho II . 10
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II . 10
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Descrever exactamente as menores fases, mesmo para um trabalho muito
simples, executado, talvez, no espaço de alguns minutos, requer diversas
páginas de escrita muito densa, exigindo ao leitor um estudo atento e diversas
leituras, até que todos os pormenores tenham sido apreendidos.
Para vencer esta dificuldade, foram estabelecidas outras técnicas ou
“instrumentos” de registo, de tal forma que uma informação pormenorizada
pode ser registada com precisão e, ao mesmo tempo, de uma forma normalizada,
que permite aos agentes do Estudo dos Métodos compreendê-la imediatamente,
qualquer que seja o local ou o país onde operem.
De entre as diversas técnicas de registo, as mais utilizadas são os gráficos e
os diagramas. Existem diversos tipos de gráficos e diagramas, tendo cada um
deles um objectivo específico. Para já, é suficiente notar que os gráficos
existentes se subdividem em dois grupos:
• Os que são utilizados para registar a sequência de um processo, ou seja,
uma série de acontecimentos, na ordem pela qual eles se efectuam, sem
que esses acontecimentos sejam representados à escala (não é utilizada
uma escala de tempos).
• Os que registam os acontecimentos, igualmente considerando a sua
sequência, mas utilizando uma escala de tempos, de modo a que se possa
estudar, mais facilmente, a influência recíproca dos acontecimentos ligados
entre si.
Osdiagramasindicamummovimentodemaneiramaisclaradoqueépossívelnos
gráficos.Emgeral,nãodãotodasasinformaçõesregistadasnosgráficos,servindo,
portanto, para os completar e não para os substituir. São os seguintes os diversos
tipos de gráficos e diagramas normalmente utilizados para o Estudo dos Métodos:
GRÁFICOS
Indicando a sequência
de um processo
GRÁFICOS
Utilizando uma escala
de tempos
DIAGRAMAS
Indicando o movimento
Gráfico de análise do processo
Gráfico de sequência-executante
Gráfico de sequência-matéria
Gráfico de sequência-equipamento
Gráfico dos movimentos
simultâneos das duas mãos
Gráfico de actividades múltiplas
Simograma
Diagrama de circulação
Diagrama de cordões
Ciclógrafo
Cronociclógrafo
Gráfico de circulação*
Quadro II.2 - Gráficos e diagramas utilizados em Estudo dos Métodos
Podemos agora completar o quadro apresentado anteriormente (exemplos de
casos que poderão ser alvo de um Estudo de Métodos), indicando qual o tipo
de técnica mais aconselhada a cada um.
* Criou-se o hábito de chamar "gráfico de circulação" a um dos diagramas.
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balho II . 11
II . 11
II . 11
II . 11
II . 11
Quadro II.3 - Gráficos e diagramas utilizados em Estudo dos métodos e técnicas
utilizáveis
Género de problema Exemplos Técnica aplicável
Processo completo de produçãoFabricação de um motor eléctrico, desde a
recepção das matérias-primas à expedição.
Transformação de fios em tecido, desde a
preparação à inspecção.
Recepção, empacotamento, encaixotagem
e expedição de frutos.
Gráfico de análise de processo
Gráfico de sequência
Diagrama de circulação
Implantação da fábrica:
movimento das matérias
Deslocação de uma culatra de motor diesel
durante a fabricação.
Movimento dos grãos entre as diversas
operações de moagem.
Gráfico de análise de processo
Gráfico de sequência-matéria
Diagrama de circulação
Gráfico de circulação
Modelos reduzidos
Implantação da fábrica:
movimentos dos trabalhadores
Trabalhadores alimentando com bobinas
uma máquina de fiar.
Cozinheiros preparando as refeições na
cozinha de um restaurante.
Gráfico de sequência-executante
Gráfico dos movimentos simultâneos
das duas mãos
Gráfico de actividades múltiplas
Simograma
Ciclógrafo
Cronociclógrafo
Movimentação das matérias Armazenagem e saída das matérias do
armazém.
Carregamento de produtos acabados em
camiões.
Gráfico de sequência-executante
Diagrama de circulação
Diagrama de cordões
Indicação do posto de trabalho Trabalhos ligeiros de montagem em bancada.
Composições manuais.
Gráfico de sequência-executante
Gráfico dos movimentos simultâneos
das duas mãos
Gráficos de actividades múltiplas
Simograma
Ciclógrafo
Cronociclógrafo
Trabalho de equipa ou
condução de uma
Cadeia de montagem.
Condução de um torno semiautomático.
Gráfico de actividades múltiplas
Gráfico de sequência-equipamento
Movimento de trabalhadores
no trabalho
Trabalhadores efectuando um trabalho
repetitivo de ciclo breve.
Operações exigindo uma grande destreza.
Filme
Análise de filme
Simograma
Memofilme
Análise dos micromovimentos
Máquina-ferramenta
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abalho
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balho
balho
balho II . 12
II . 12
II . 12
II . 12
II . 12
Utilização de símbolos
Para facilitar o registo dos factos respeitantes a um determinado trabalho ou
operação, convencionou-se utilizar cinco símbolos clássicos2
, que são
suficientes para representar todos os diferentes tipos de actividades que irão,
provavelmente, ser encontrados em todos os estabelecimentos industriais ou
escritórios. Estes símbolos constituem uma espécie de escrita estenográfica,
facilitando a compreensão de uma determinada sequência de operações e
evitando a escrita de uma grande quantidade de palavras.
Quadro II.4 Símbolos utilizados
2
Utilizam-se aqui os símbolos cujo uso foi recomendado pela American Society Mechanical
Engineers (ASME).
¡ Operação
Indica as fases de um processo, de um método ou de um circuito administrativo. Em geral, a peça,
a matéria ou o produto em causa é modificado ou alterado durante a operação.
Uma operaçãço faz sempre avançar a matéria, a peça ou serviço para o acabamento, quer por uma
modificação de forma (caso de uma peça maquinada) ou de composição química (durante um processo
químico), quer por uma adição ou subtracção de material (como numa operação de montagem). Uma operação
pode ser igualmente um trabalho de preparação para uma actividade que contribui para o acabamento do
produto.
Controlo Indica o controlo da qualidade e/ou a verificação da quantidade.
Um controlo não contribui directamente para acabar o produto. Tem apenas por objectivo verificar se uma dada
operação foi executada correctamente, do ponto de vista qualitativo ou quantitativo.
ð Transporte Designa a deslocação dos operadores, das matérias ou do material de um local para outro.
Existe transporte quando um objecto é mudado de lugar, salvo se esta deslocação faz parte de uma operação
ou é afectada por um trabalhador no seu posto de trabalho durante uma operação ou um controlo.
D
Armazenagem
Temporária
ou Espera
Designa um atraso ocorrido no decorrer de uma série de acontecimentos: poe exemplo, a espera
entre duas operações consecutivas ou quando um objecto é posto temporariamente de lado, sem
que esse facto seja registado, à espera que alguém o solicite.
Exemplos de armazenagens temporárias são: matérias em curso de fabricação empilhadas no chão entre
duas operações, caixotes à espera de serem abertos, peças soltas à espera de serem colocadas nos cacifos
de armazenagem, cartas à espera de serem assinadas, etc.
Ñ Armazenagem
Permanente
Designa uma armazenagem controlada na qual é requerida uma autorização para que o material
possa entrar e sair do armazém; ou ainda na qual um artigo é conservado para fins de referência.
Existe armazenagem permanente quando um objecto é conservado e protegido contra qualquer deslocação
não justificada. A diferença entre este tipo de armazenagem e a anterior é que neste caso é que neste caso é
geralmente necessário apresentar uma requisição ou uma outra justificação oficial para fazer sair um artigo do
armazém, enquanto que tal não é necessário quando a armazenagem é do tipo temporária.
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anização do T
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a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 13
II . 13
II . 13
II . 13
II . 13
Quando se quer indicar que várias actividades são executadas ao mesmo tempo
ou pela mesma pessoa no mesmo posto de trabalho, combinam-se os símbolos
destas diferentes actividades. Por exemplo, um círculo inscrito num quadrado
representa uma operação combinada com um controlo.
O Gráfico de Análise de Processo
O gráfico de análise de processo permite ter uma perspectiva de conjunto de
uma determinada actividade, antes de passarmos ao seu estudo minucioso.
Um gráfico de análise de processo é um gráfico de análise que dá uma visão de
conjunto, indicando somente como se sucedem as principais operações e os
principais controlos.
Com efeito, num gráfico de análise de processo não são mencionados nem o
local de execução da tarefa nem o próprio executante, sendo apenas utilizados
os símbolos de controlo e de operação. Complementarmente, ao lado de cada
símbolo é colocada uma pequena nota indicando a natureza de cada operação
ou inspecção, indicando-se igualmente (quando é conhecido) o tempo de
execução.
Para se compreender melhor a forma como é elaborado um gráfico deste tipo,
foi elaborado o exemplo que é apresentado a seguir, onde se acompanha a
montagem de um comutador rotativo 3
.
3
Segundo W. Rodgers: Methodes Engineering Chart and Glossary (school of Management
Studies Ltd., Nothingham, Reino Unido.
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a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 14
II . 14
II . 14
II . 14
II . 14
Gráfico de análise de processo: Montagem de um comutador rotativo
A figura seguinte representa um comutador rotativo de baixas rotações.
Caso de Estudo II.1
Fig. II.2 - Comutador rotativo de baixas rotações
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984, pág. 91
Esta peça é composta pelos seguintes elementos:
1) Eixo
2) Corpo em plástico moldado
3) Cavilha de fixação
Para facilitar a leitura de um gráfico de análise de processo, começa-se,
normalmente, por uma linha vertical partindo do canto superior direito e que
mostra, de cima para baixo, as diversas operações e controlos sofridos pelo
órgão (ou componente) principal da peça montada (neste caso será o eixo).
Nessa linha irão “desembocar” as outras linhas descritivas do processo de
fabrico dos restantes elementos (corpo em plástico e cavilha de fixação). O
tempo de cada operação é indicado à esquerda em milésimos da hora. Sendo
assim, teremos:
Fabricação do eixo
A fabricação do eixo (a partir de uma barra de aço de 10 mm de diâmetro) dá
lugar às operações e controlos que se passam a mencionar na página seguinte.
1
2
3
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ganização do
anização do
anização do
anização do
anização do T
T
T
T
Tr
r
r
r
ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 15
II . 15
II . 15
II . 15
II . 15
Toda esta sequência de operações e controlos é representada no gráfico de
análise de processo pelo seguinte:
Fig. II.3 - Gráfico de análise de processo para a montagem do eixo
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984
1
2
3
4
5
6
1
2
3
EIXO
(0,025)
(0,010)
(0,070)
(0,020)
(0,0015)
(0,008)
sem tempo
fixo
de 10 mm de diâm.
Varão de aço S.69,
sem tempo
fixo
sem tempo
fixo
Operação 1 Rectificar, tornear, cortar e seccionar em torno-revólver (0,025 h).
Operação 2 Rectificar a outra extremidade na mesma máquina (0,010h).
Depois desta operação a peça é enviada ao controlo para:
Controlo 1 Controlo das dimensões e do acabamento (sem tempo fixo).
Do controlo, a peça é enviada à oficina de fresagem.
Operação 3 Fresar quatro faces em fresa horizontal (0,070 h).
A peça é enviada à rebarbação.
Operação 4 Alisar arestas na rebarbadora (0,020 h).
A peça é novamente enviada ao controlo para:
Controlo 2 Controlo final de fabrico (sem tempo fixo).
A peça é depois enviada para a oficina de tratamento de superfícies
para:
Operação 5 Desengorduramento (0,0015 h).
Operação 6 Cadmiagem (0,008 h).
Da cadmiagem a peça volta ao controlo para:
Controlo 3 Controlo final (sem tempo fixo).
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ganização do
anização do
anização do
anização do
anização do T
T
T
T
Tr
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r
r
ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 16
II . 16
II . 16
II . 16
II . 16
Em seguida, é montado o corpo de plástico moldado, sendo que, para o fabricar,
são necessárias as seguintes operações (esta peça já é fornecida com um furo
concêntrico no eixo longitudinal):
Todo este processo relativo ao fabrico do corpo plástico moldado é representado
no gráfico de análise de processo da seguinte forma:
Fig. II.4 - Gráfico de análise de processo para a montagem do corpo plástico moldado
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984
A operação seguinte será a montagem desta peça no eixo:
sem tempo
fixo
(0,022)
(0,080)
Resina P. F.
CORPO PLÁSTICO MOLDADO
7
8
4
Operação 7 Rectificar os dois lados, furar e rectificar até ao diâmetro desejado em
torno-revólver (0,080 h).
Operação 8 Fazer o furo vertical (para a cavilha) e chanfrar em engenho de furar de
dois eixos (0,0022 h). A peça é enviada da oficina de furação ao controlo.
Controlo 4 Verificação final das dimensões e do acabamento (sem tempo fixo). Daí a
peça é enviada ao armazém de peças soltas acabadas aguardando
montagem.
Operação 9 Montar a peça moldada na extremidade mais estreita do veio e acabar a
perfuração do furo da cavilha que atravessa completamente a peça moldada
(0,020 h).
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anização do
anização do
anização do
anização do T
T
T
T
Tr
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r
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a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 17
II . 17
II . 17
II . 17
II . 17
Com a montagem do corpo plástico no eixo, o gráfico toma o seguinte aspecto:
Fig. II.5 - Gráfico de análise de processo para a montagem do eixo e do corpo
de plástico moldado
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984
Resta agora montar a cavilha de fixação (fabricada a partir de um varão de aço
de 5 mm de diâmetro), que foi preparada do seguinte modo:
1
2
3
4
5
6
1
2
3
EIXO
(0,025)
(0,010)
(0,070)
(0,020)
(0,0015)
(0,008)
sem tempo
fixo
de 10 mm de diâm.
Varão de aço S.69,
sem tempo
fixo
sem tempo
fixo
Resina P. F.
CORPO PLÁSTICO MOLDADO
sem tempo
fixo
(0,022)
(0,080) 7
8
4
9
Operação 10 Tornear um cilindro de 2 mm de diâmetro, chanfrar a extremidade
e seccionar em torno-revólver (0,025 h).
Operação 11 Rebarbar em mó abrasiva (0,005 h).
A peça é enviada ao controlo.
Controlo 5 Controlar as dimensões e o acabamento (sem tempo fixo).
Peça enviada à secção de tratamento de superfícies para:
Operação 12 Desengorduramento (0,0015 h).
Operação 13 Cadmiagem (0,006 h).
Peça enviada ao controlo para:
Controlo 6 Controlo final (sem tempo fixo).
Em seguida é enviada para o armazém das peças soltas
acabadas, donde é mais tarde retirada para:
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anização do
anização do
anização do
anização do T
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r
r
ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 18
II . 18
II . 18
II . 18
II . 18
Todo este processo é representado graficamente da seguinte forma:
Fig. II.6 - Gráfico de análise de processo para a montagem da cavilha de fixação
Fonte “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984
Seguem-se as operações finais, onde a cavilha é finalmente montada no eixo:
(0,025)
sem tempo
fixo
sem tempo
fixo
CAVILHA DE FIXAÇÃO
5,5 mm de diâmetro
Aço BSS32/4
(0,005)
(0,0015)
(0,006)
10
11
5
12
13
6
Operação 14 Montagem da cavilha na peça, onde é ligeiramente rebitada para fixação
(0,045 h).
Controlo 7 A peça acabada passa por um controlo final (sem tempo fixo).
É depois enviada ao armazém das peças acabadas.
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anização do
anização do
anização do
anização do T
T
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T
Tr
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r
r
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a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 19
II . 19
II . 19
II . 19
II . 19
O gráfico completo de análise de processo da montagem de um comutador
rotativo, é o seguinte:
1
2
3
4
5
6
1
2
3
EIXO
(0,025)
(0,010)
(0,070)
(0,020)
(0,0015)
(0,008)
sem tempo
fixo
de 10 mm de diâm.
Varão de aço S.69,
sem tempo
fixo
sem tempo
fixo
Resina P. F.
CORPO PLÁSTICO MOLDADO
sem tempo
fixo
(0,022)
(0,080) 7
8
4
CAVILHA DE FIXAÇÃO
5,5 mm de diâmetro
Aço BSS32/4
(0,020)
(0,045)
sem tempo
fixo
14
7
9
(0,025)
sem tempo
fixo
sem tempo
fixo
(0,005)
(0,0015)
(0,006)
11
5
12
13
6
10
Fig. II.7 - Gráfico de análise de processo para a montagem do comutador rotativo
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984
Na prática, para cada símbolo, ao lado e à direita, deveria ter sido feita uma
descrição abreviada do que se faz durante a operação ou controlo.
Estas inscrições foram aqui omitidas para melhor se destacar a sequência
principal das operações ou controlos.
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anização do
anização do
anização do
anização do T
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T
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r
r
ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 20
II . 20
II . 20
II . 20
II . 20
Na construção de um gráfico de análise de processo deverão ainda ter-se em
consideração os seguintes aspectos:
• Todas as peças soltas são dispostas em linhas verticais da direita para a
esquerda, consoante a ordem de montagem na peça principal. No exemplo
dado, o corpo de plástico moldado é a primeira peça a ser montada no eixo,
pelo que se encontra numa linha vertical mais próxima deste do que a cavilha
de fixação.
• Verifica-se que as operações e os controlos são numerados a partir de 1. A
numeração é contínua de uma peça para a seguinte, partindo sempre da
direita, até ao ponto em que a segunda peça é reunida à primeira. A sequência
dos números passa então à peça seguinte (indicada imediatamente à
esquerda) e continua até à montagem desta peça na primeira, prosseguindo
depois até nova montagem, e assim sucessivamente de peça em peça, e
da direita para a esquerda, pela ordem de montagem das peças na peça
principal.
• A montagem de uma peça na peça principal é indicada por uma linha
horizontal que parte da linha vertical da peça a montar e que termina no
ponto em que a montagem se efectua na linha principal. Naturalmente que
as peças a montar podem ser também compostas por vários elementos
reunidos antes da montagem na peça principal.
Para desenhar os gráficos de análise de processo são, ainda, normalmente,
utilizados alguns sinais convencionais:
6
3
7
Componente
secundária
Componente
principal
Montar agora
8
9
Repetir ainda 3 vezes
16
19
20
5
17
4
18
Indicação de uma
mudança de dimensão
ou de estado
Indicação das repetições
(atenção à numeração que
daí resulta)
Escolha entre
duas linhas
Fig. II.8 - Sinais convencionais utilizados no desenho de gráficos de análise de processo
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
e Científicos, Lda., 1984, pág. 203
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anização do
anização do
anização do T
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T
T
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r
r
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a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 21
II . 21
II . 21
II . 21
II . 21
Neste caso, a componente secundária junta-se à componente principal depois
do controlo 3 e é montada durante a operação 7.
A montagem compreende ainda duas operações, números 8 e 9, que se
efectuam cada uma quatro vezes no total, como indica a nota “repetir”. Convém
notar que a primeira operação após as repetições leva o número 16, e não 10.
Como já foi aqui dito anteriormente, o gráfico de análise de processo tem por
objectivodarumaperspectivadoconjuntodasoperações,comofimdeeliminaras
operações inúteis ou combinar as que podem ser efectuadas ao mesmo tempo.
Para tal, é geralmente necessário proceder a uma análise mais pormenorizada,
que o gráfico de análise de processo não permite.
Seguidamente será descrito o gráfico de sequência, sendo ilustrada a sua
utilização para o aperfeiçoamento dos métodos.
Os Gráficos de Sequência
O gráfico de sequência é executado de uma forma semelhante à utilizada para
efectuar os gráficos da análise de processo, mas desta vez são também utilizados
os símbolos de “transporte”, “espera” e “armazenagem”, além da “operação” e
“inspecção”. Desta forma, é possível efectuar uma análise mais profunda e
pormenorizada do processo a estudar.
Existem três tipos de gráficos de sequência, consoante o referencial que é
utilizado. Se registarmos num gráfico tudo aquilo que é efectuado por um
determinado trabalhador numa determinada tarefa, estamos perante um gráfico
de sequência-executante: o objecto do estudo é o trabalhador, é ele que é
observado e os movimentos, operações, esperas, etc., são referentes a ele.
Se, por outro lado se considerar a matéria-prima como referência do estudo,
registando as suas transformações e movimentações, então trata-se de um
gráfico de sequência-matéria.
Finalmente, podemos ainda registar a forma como o equipamento é utilizado
efectuando, nesse caso, um gráfico de sequência-equipamento.
Em resumo, poderá dizer-se que:
Um gráfico de sequência é um gráfico de análise que indica, pela sua ordem,
as fases do circuito efectuado por um produto ou um processo, sendo todas as
actividades em questão registadas com a ajuda de símbolos apropriados. Podem
considerar-se três tipos de gráficos de sequência:
• Gráfico de sequência-executante: gráfico de sequência que regista o que
faz o trabalhador.
• Gráfico de sequência-matéria: gráfico de sequência que regista como a
matéria é transformada ou movimentada.
• Gráfico de sequência-equipamento: gráfico de sequência que regista como
o equipamento é utilizado.
Gráfico de sequência-
-executante
Gráfico de sequência-
-equipamento
Gráfico de sequência-
-matéria
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ganização do
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anização do
anização do
anização do T
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r
r
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a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 22
II . 22
II . 22
II . 22
II . 22
Qualquer que seja o tipo de gráfico utilizado, o processo de o executar e os
símbolos utilizados são sempre idênticos. De tal forma que o impresso utilizado
para efectuar qualquer um dos três tipos de gráfico é sempre o mesmo, possuindo
a inscrição “Executante / Matéria / Equipamento”, na qual devem riscar-se as
palavras que não interessam.
Dado o maior grau de complexidade e de pormenor que é utilizado na execução
deste gráfico, ele é normalmente utilizado para descrever operações menos
numerosas do que as descritas pelo gráfico de análise de processo. São
efectuados gráficos distintos para cada peça ou elemento importante num
processo de montagem, por forma a que as diferentes armazenagens,
movimentações, operações e controlos possam ser analisados isoladamente.
Desta forma, ao contrário do que acontece com o gráfico de análise de processo,
não existem linhas de ligação representando a junção de diversos componentes,
sendo os gráficos de sequência constituídos por apenas uma única linha vertical.
Exemplo II. 1
Fig. II.9 - Diferenças na construção de gráficos de análise de processo e de sequência
Gráfico de sequência-matéria:desmontagem, limpeza e desengorduramento de
um motor.
Para verificarmos a forma como é construído um gráfico de sequência-matéria,
vamos examinar o presente exemplo, onde foi estudado o circuito percorrido
por um motor de autocarro numa oficina. O motor foi desmontado, limpo e
desengordurado e, após observação directa, todas as actividades envolvidas
neste processo foram resumidas no que a seguir se apresenta.
Quadro II.5 - Exemplo de desmontagem, limpeza e desengorduramento de um motor
6
3
7
Componente
secundária
Componente
principal
4
5
2
Gráfico de sequência:
representado por uma única
linha vertical
Gráfico de análise de processo:
junção de diversos componentes
num componente principal
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anização do
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anização do T
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a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 23
II . 23
II . 23
II . 23
II . 23
Para facilitar o trabalho de construção destes gráficos, existem modelos pré-
-impressos, havendo toda a conveniência em os utilizar, pois assim não se
corre o risco de esquecer alguma informação importante.
Para os dados apresentados acima, teremos o seguinte gráfico de sequência-
-matéria, constante da página seguinte, construído a partir de um modelo pré-
-impresso:
Fig. II.10 - Gráfico de sequência-matéria: desmontagem, limpeza e desengorduramento
de um motor (método aplicado)
Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos
Distância
(em metros)
Nºde
Ordem
Símbolo Actividade
Tipo de
Actividade
1 Ñ Motor no armazém dos motores usados
1 ð Retirar motor com grua eléctrica Não produtiva
24,5 2 ð Transportar até à próxima grua "
3 ð Pousar no solo "
4 ð Retirar motor com segunda grua eléctrica "
30,5 5 ð Transportar para a oficina de desmontagem "
6 ð Pousar no solo "
1 ¡ Desmontar motor Produtiva
2 ¡ Limpar e separar peças principais "
1 o Controlar desgaste das peças e redigir relatório de
inspecção
Não produtiva
3,0 7 ð Colocar peças na caixa de desengordurar "
8 ð Carregar com grua manual "
1,5 9 ð Transportar até à máquina de desengordurar "
10 ð Descarregar na máquina de desengordurar "
3 ¡ Desengordurar peças Produtiva
11 ð Retirar da máquina de desengordurar com grua Não produtiva
6,0 12 ð Afastar da máquina de desengordurar "
13 ð Pousar no solo "
1 D Deixar arrefecer "
12,0 14 ð Transportar à bancada de limpeza "
4 ¡ Limpar completamente todas as peças Produtiva
9,0 15 ð Colocar todas as peças limpas numa caixa Não produtiva
2 D Esperar transporte "
16 ð Carregar todas as peças, excepto bloco de cilindro e
cabeça, num carro
"
76,0 17 ð Transportar ao serviço de inspecção de motores "
18 ð Descarregar e dispor as peças na mesa de controlo "
19 ð Carregar bloco de cilindro e cabeça num carro "
76,0 20 ð Transportar ao serviço de inspecção dos motores "
------------- 21 ð Pousar no solo "
238,5 3 D Armazenar temporariamente, aguardando controlo
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ganização do
anização do
anização do
anização do
anização do T
T
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r
ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 24
II . 24
II . 24
II . 24
II . 24
e Científicos, Lda., 1984, pág. 98
Conforme se pode verificar, com o gráfico de sequência-matéria é possível ter
GRÁFICO DE SEQUENCIA EXECUTANTE / MATÉRIA / EQUIPAMENTO
RESUMO
GRÁFICO Nº1
DE 1
FOLHA Nº1 ACTIVIDADE ACTUAL PROPOSTA GANHO
OBJECTO:
Motor de autocarro usado Operação
Transporte
Espera D
Controlo
Armazenagem
∇
4
21
3
1
1
ACTIVIDADE:
Desmontagem, limpeza e lavagem de um motor antes da
inspecção
MÉTODO: ACTUAL / PROPOSTO
LOCALIZAÇÃO: Oficina de lavagem Distância (metros) 238,5
EXECUTANTE(S): FICHA
1234
571
Tempo (min-oper.) - - -
Custo -
-
-
GRÁFICO POR:
APROVADO POR: DATA:
TOTAL - - -
Descrição QDE. Distância
(metros)
Tempos
(Min)
Símbolos Observações
D ∇
Motor guardado no arm. de motores usados 1
Retirar motor Grua eléctrica
Transportar até grua próxima 24,0 Grua eléctrica
Pousar no solo
Retirar o motor Grua eléctrica
Transportar oficina desmontagem 30,0 Grua eléctrica
Pousar no solo
Desmontar motor
Limpar e separar peças principais
Controlar desgaste de peças;
redigir relatório de inspecção
Transportar peças p/ caixa desengordurar 30,0
Carregar p/ desengordurar
Transportar p/ máquina desengordurar 1,5 Grua manual
Descarregar na máquina desengordurar
Desengordurar peças
Tirar da máquina de desengordurar Grua manual
Afastar da máquina de desegordurar 6,0 Grua manual
Pousar no solo
Deixar arrefecer
Transportar à bancada de limpeza 12,0
Limpar completamente todas as peças
Colocar peças limpas numa caixa 9,0
Esperar transporte
Carregar todas as peças, excepto
bloco e cabeça, num carro
Transportar ao serviço de controlo motores 76,0 Carro
Descarregar e dispor peças
na mesa de inspecção
Carregar bloco e cabeça em carro
Transportar ao serviço de inspecção mot. 76,0 Carro
Pousar no solo
Armazenar temporaria/ aguard. inspecção
TOTAL 237,5 4 21 3 1 1
^
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ganização do
anização do
anização do
anização do
anização do T
T
T
T
Tr
r
r
r
ra
a
a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 25
II . 25
II . 25
II . 25
II . 25
uma visão geral de todas as actividades envolvidas num determinado processo,
permitindo compreender, de uma forma relativamente rápida, quais as relações
existentes entre as mesmas.
Um ponto importante a ter em consideração na elaboração destes gráficos diz
respeito à observação das diferentes actividades. Os pormenores indicados
deverão ser obtidos por observação directa, por forma a evitar eventuais
esquecimentos e/ou distorções da realidade.
Não devem ser estabelecidos gráficos de memória, a não ser, claro está, na
situação de elaboração de um novo método. Os elementos recolhidos deverão
ser registados de uma forma clara e precisa, evitando futuros erros de leitura e
garantindo, assim, a sua compreensão por várias pessoas.
No registo dos dados deverá ter-se também um certo bom senso em relação à
simplificação ou não do problema a estudar: se, por um lado, não se deve
tornar o registo demasiado pormenorizado (não esquecer que se pretende,
com este tipo de gráficos, dar uma visão de conjunto das diversas actividades
envolvidas), não se deve também cair no extremo oposto, simplificando de tal
forma o problema que corremos o risco de omitir observações, tornando o estudo
menos exacto.
Por forma a conservar o seu valor para uma consulta futura e para fornecer
informações tão completas quanto possível, deverá ter-se um especial cuidado
no preenchimento de todos os registos constantes no cabeçalho do gráfico
acima representado.
A ACE Construction Company
A ACE Construction Company possui um método de pagamento de facturas
que, por vezes, conduz a demoras exageradas.
Algumas das facturas oferecem um desconto se forem pagas num prazo de 10
dias.
O procedimento existente passa pela realização de cópias da factura e sua
numeração, por forma a que todo o “pacote” possa dar entrada num processo
automático de tratamento de informação. Só então as facturas são enviadas ao
responsável para aprovação.
Dado que a pessoa responsável pela aprovação das facturas se encontra
frequentemente fora da Empresa, nos locais de construção, o processo de
aprovação das facturas chega a demorar 3 e 4 dias.
A companhia pretende que o pagamento das facturas não seja efectuado sem
que o responsável pelo projecto confirme a recepção do material no local
adequado e que o mesmo se encontrava em condições aceitáveis de qualidade.
A ACE adoptou um método melhorado que permitiu reduzir o tempo que medeia
entre a recepção das facturas e o pagamento das mesmas.
No novo processo, é enviada uma cópia ao responsável pelo projecto antes de
se efectuar o processo de codificação e de verificação. O responsável pode
efectuar, imediatamente ou não, as verificações necessárias. Entretanto,
prossegue-se com o restante processo burocrático. Se, por qualquer motivo, o
responsável não autoriza o pagamento da factura (o que raramente acontece),
o pagamento é cancelado. Caso contrário, os descontos são aproveitados.
O método antigo e o método novo de recebimento e pagamento de facturas são
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Componente Científico-Tecnológica
Estudos de Métodos de Trabalho
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a
a
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abalho
balho
balho
balho
balho II . 26
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II . 26
II . 26
mostrados nos gráficos de sequência de processo da página seguinte.
O novo procedimento permitiu reduzir o tempo de processamento das facturas
de 9 - 10 dias (inicialmente) para 4 - 5 dias. Uma redução de poucos dias
resultou numa redução significativa de custos para a Empresa, observando-se
que o novo método não é mais dispendioso que o anterior.
ACE Construction Company - Processo Antigo
Fonte: Dilworth, James B., Production and Operations Management-Manufacturing
and Services, McGraw Hill International Editions, 1993
Descrição Distância
(metros)
Tempos
(min)
Símbolos
¡ ð D ¨ ∇
Recepção de factura e colocação
da data
•
Envio ao responsável 20 •
Secretária do responsável 1/2 •
Junção da ordem de compra •
Envio à contabilidade 25 •
Secretária do contabilista 1/2 •
Codificação •
Envio ao responsável 25 •
Secretária do responsável 1/2 •
Fazer cópias •
Envio do original ao gestor do
processo
110 •
Secretária do gestor 3 •
Inspecção e aprovação do gestor •
Envio ao responsável 90 •
Secretária do responsável 1/2 •
Número de vendedor e data
confirmadas 1 •
Informação gravada em fita magnética 1 •
Factura paga •
Envio ao responsável 30 •
Secretária do responsável 2 •
Arquivo de factura •
Total: 300 9 7 6 5 2 1
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balho
balho
balho II . 27
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II . 27
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II . 27
ACE Construction Company - Processo Novo
Grupos de actividades
Fonte: Dilworth, James B., Production and Operations Management-Manufacturing
and Services, McGraw Hill International Editions, 1993
Análise de dados
Depois de registados os dados relativos a um determinado processo, chegou a
altura de os analisar convenientemente, por forma a introduzir possíveis
melhorias no referido processo.
As cinco categorias de actividades registadas nos gráficos de sequência
(operação ο, transporte ⇒, espera ∆, controlo, e armazenagem ∇) podem ser
classificadas em dois grandes grupos:
• Actividades durante as quais acontece qualquer coisa à matéria ou objecto:
ele é trabalhado, transportado ou examinado;
• Actividades durante as quais não se toca no objecto: ele é armazenado ou
Descrição Distância
(metros)
Tempos
(min)
Símbolos
¡ ð D ¨ ∇
Recepção de factura e colocação
da data
•
Envio ao responsável 20 •
Secretária do responsável 1/2 •
Junção da ordem e efectivas cópias •
Envio de cópias ao getor de projecto 110 •
Secretária do gestor
1/2
•
Aprovação de pagamento •
Envio ao responsável
•
Secretária do responsável
1
•
Factura paga •
Envio do original para responsável 10 •
Verificação de vendedor e de data
2
•
Gravação em fita magnética •
Envio para responsável 30 •
Secretária do responsável
•
Arquivo da factura
•
3
Total: 170 7 5 5 4 1 1
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anização do
anização do
anização do
anização do T
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Tr
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r
r
ra
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a
a
abalho
balho
balho
balho
balho II . 28
II . 28
II . 28
II . 28
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permanece à espera.
O primeiro grupo poderá ainda subdividir-se em três sub-categorias:
• Actividades de preparação: o material ou o objecto é preparado ou colocado
em posição de ser trabalhado (representadas pelo símbolo de transporte
ou controlo);
• Operações positivas: nestas, a forma, a composição química ou o estado
físico do produto são modificados (representadas apenas pelo símbolo
operação);
• Actividades de evacuação: o objecto é retirado da máquina ou oficina
(representadas pelo símbolo de transporte ⇒ ou controlo ). Note-se que
as actividades de evacuação de uma operação podem ser as actividades de
preparação da operação seguinte.
O objectivo do estudo dos métodos é, obviamente, aumentar o mais possível
as operações ditas “positivas”, pois são estas as que mais contribuem para
avançar o produto desde a sua forma original de matéria-prima até à fase final
de produto acabado.
Estas operações são “produtivas” e todas as outras, embora necessárias,
poderão ser consideradas como “não produtivas”. Serão então estas (as não
produtivas)quedeverãoserpostasemdúvidaemprimeirolugar,poisrepresentam
uma imobilização de capital que poderia ser utilizado noutras áreas mais
lucrativas.
Da mesma forma que o registo dos dados é efectuado segundo determinadas
normas e utilizando técnicas previamente estabelecidas, a análise dos dados
também deverá obedecer a um exame crítico, obedecendo a alguns princípios
quetêmpor finalidade,porumlado,facilitarotrabalhoe, por outro, evitar possíveis
descuidos e esquecimentos.
Para tal, cada actividade deverá ser submetida a uma série sistemática e
progressiva de perguntas: é o chamado método interrogativo.
O método interrogativo
O método interrogativo é um meio de efectuar o exame crítico que consiste em
submeter cada actividade a uma série sistemática e progressiva de perguntas.
As questões fundamentais
A primeira parte do método interrogativo consiste na formulação das chamadas
questões fundamentais. Estas perguntas deverão ser formuladas segundo uma
ordem bem estabelecida, devendo ser interrogados sistematicamente, para
cada actividade, o objectivo, o local, o momento, a pessoa e os meios, procurando
dar uma justificação para essas perguntas.
Método interrogativo
Questões fundamentais do
método interrogativo
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  • 1. Formação Modular M .O .0 4 INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL
  • 2. M.O.01 GuiadoFormando Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Copyright, 1997 Todos os direitos reservados IEFP Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo sem o consentimento prévio, por escrito, do IEFP Colecção Título Suporte Didáctico Coordenação Técnico-Pedagógica Apoio Técnico-Pedagógico Coordenação do Projecto Autor Capa Maquetagem e Fotocomposição Revisão Montagem Impressão e Acabamento Propriedade Preço 1.ª Edição Tiragem Depósito Legal ISBN MODULFORM - Formação Modular Organização do Trabalho Guia do Formando IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional Departamento de Formação Profissional Direcção de Serviços de Recursos Formativos CENFIM-CentrodeFormaçãoProfissionaldaIndústriaMetalúrgica e Metalomecânica ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade Direcção de Formação Luís Barros SAF - Sistemas Avançados de Formação, SA ISQ / José Artur Almeida OMNIBUS, LDA UNIPRINT, LDA UNIPRINT, LDA Instituto do Emprego e Formação Profissional Av. José Malhoa, 11 1 000 Lisboa 4 500 esc. Portugal, Lisboa, Junho de 1997 1 000 Exemplares
  • 3. GuiadoFormando M.O.01 IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho Recurso a diapositivos ou transparências Recurso a software Recurso a videograma Actividades / Avaliação Destaque Índice Objectivos Resumo Bibliografia Caso de estudo ou exemplo
  • 4. GuiadoFormando M.O.01 Índice Geral IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho IG . 1 IG . 1 IG . 1 IG . 1 IG . 1 ÍNDICE GERAL I - PRODUTIVIDADE • O que é a Produtividade ? I.2 • A Produtividade na empresa I.3 • Factores de produtividade I.3 • O Conteúdo do trabalho I.6 • Medidas de produtividade I.10 • As Curvas de experiência I.12 • Resumo I.15 • Actividades / Avaliação I.16 II - ESTUDO DE MÉTODOS DE TRABALHO • Introdução ao Estudo dos métodos II.3 • Método fundamental II.3 • Factores a considerar II.5 • Considerações económicas II.5 • Considerações técnicas II.5 • Reacções do pessoal interessado II.6 • A que Situações se pode aplicar o estudo dos métodos? II.6 • Registar e Analisar II.9 • O registo dos dados II.9 • Utilização de símbolos II.12 • O gráfico de análise de processo II.13 • Os gráficos de sequência II.21 • A análise dos dados II.27 • O método interrogativo II.28 • As questões fundamentais II.28 • As questões secundárias II.29 • Circulação e movimentação de materiais II.30 • O diagrama de circulação II.31 • O diagrama de - para II.37 • Inter-relações não baseadas no fluxo de materiais - O diagrama de Interligações preferenciais II.40
  • 5. GuiadoFormando M.O.01 Índice Geral IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho IG . 2 IG . 2 IG . 2 IG . 2 IG . 2 • Melhoramento da eficácia de movimentação II.49 • Layout II.50 • Implantação da obra num ponto fixo II.52 • Layout orientado para o processo II.53 • Layout orientado para o produto II.62 • Balanceamento de uma linha de montagem II.66 • As células de trabalho II.70 • A Tecnologia de Grupo II.72 • Deslocamento de trabalhadores no posto de trabalho II.76 • Diagrama de Cordões II.76 • Gráfico de Sequência-Executante II.77 • O Gráfico de Actividades Múltiplas II.78 • Métodos e movimentos no posto de trabalho II.79 • Princípios de economia de movimentos II.80 • Utilização do corpo humano II.80 • Disposição do posto de trabalho II.80 • Concepção da ferramenta e do material II.80 • O Gráfico dos Movimentos Simultâneos das Duas Mãos II.82 • Resumo II.85 • Actividades / Avaliação II.86 III - A MEDIDA DO TRABALHO • Medida do Trabalho: conceitos essenciais III.3 • Medida do Trabalho por amostragem III.6 • Nível de confiança III.7 • Dimensão da amostra III.7 • Método estatístico III.11 • Método dos nomogramas III.14 • Campo de aplicação III.19 • Material necessário ao Estudo dos Tempos III.23 • Cronómetros e folhas de observação III.23 • Utilização de impressos III.24 • Folha de cronometragem III.25 • Folha de recolha de tempos III.26
  • 6. GuiadoFormando M.O.01 Índice Geral IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho IG . 3 IG . 3 IG . 3 IG . 3 IG . 3 • Outros acessórios III.28 • Aparelho de fita Zeiter III.28 • Cronógrafo registador III.29 • A câmara de filmagem de velocidade constante III.29 • Escolher o trabalho a estudar III.30 • Diferentes fases do Estudo de Tempos III.31 • Decompor o trabalho em elementos III.32 • Dimensão da amostra III.34 • Cronometragem III.40 • Nível de actividade III.44 • Avaliação do factor de actividade III.46 • O Tempo Normal e Standard de uma actividade III.49 • Cálculo do Tempo Normal III.49 • Cálculo dos complementos III.51 • Complemento de repouso III.52 • Complementos fixos III.53 • Complementos variáveis III.53 • Complementos auxiliares III.54 • Complementos especiais III.54 • Tempo Standard III.54 • Normas para o trabalho com máquinas III.55 • Complemento de repouso III.52 • Normas de tempos pré-determinados III.63 • Resumo III.68 • Actividades / Avaliação III.69 IV - ERGONOMIA • Conceitos gerais IV.2 • Tipos de trabalho IV.2 • A adaptação do Homem ao trabalho IV.3 • O rendimento humano IV.3 • O ritmo biológico diário IV.5 • A prática IV.6 • A idade IV.6
  • 7. GuiadoFormando M.O.01 Índice Geral IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho IG . 4 IG . 4 IG . 4 IG . 4 IG . 4 • A fadiga IV.8 • Turnos e trabalho nocturno IV.10 • A adaptação do trabalho ao Homem IV.11 • A Antropometria IV.12 • A posição do corpo IV.13 • O trabalho sentado IV.14 • O trabalho em pé IV.16 • O ambiente de trabalho IV.17 • A iluminação IV.17 • Resumo IV.18 • Actividades / Avaliação IV.19 ANEXO - TRABALHOS PRÁTICOS A.1 BIBLIOGRAFIA B.1
  • 8. GuiadoFormando M.O.01 Ut.01 IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho Produtividade
  • 9. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 1 I . 1 I . 1 I . 1 I . 1 OBJECTIVOS No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a: • Definir produtividade; • Identificar os diversos factores que poderão influenciar a produtividade de uma empresa; • Distinguir variação de produtividade e variação de produção; • Identificar a importância dos diversos factores de produtividade no cálculo da mesma; • Identificar e distinguir os diferentes tipos de medidas de produtividade; • Enunciar algumas formas de aumentar a produtividade; • Caracterizar a importância da experiência na evolução da produtividade e a utilizar correctamente as Curvas de Experiência. TEMAS • O que é a Produtividade ? • A Produtividade na empresa • O Conteúdo do Trabalho • Factores de Produtividade • Medidas de Produtividade • As Curvas de Experiência • Resumo • Actividades / Avaliação
  • 10. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 2 I . 2 I . 2 I . 2 I . 2 A produtividade pode ser definida como sendo a relação existente entre o produto obtido e a quantidade de recursos utilizados para o obter. Esta definição pode ser aplicada, segundo os casos, a uma empresa de serviços, a uma unidade industrial ou ao conjunto de toda a economia. Portanto, no sentido que aqui é utilizado, a produtividade não é mais do que a relação aritmética entre a quantidade do produto e a quantidade dos recursos utilizados na sua produção. Estes recursos podem ser: • Terra; • Matérias; • Instalações, máquinas e ferramentas; • Actividade do homem. Geralmente, estes quatro recursos são combinados em proporções variáveis. Verificar que a produtividade da mão-de-obra, da terra, das matérias ou das máquinas numa empresa, numa indústria ou num país aumentou, nada nos diz quanto às razões desse aumento. O aumento da produtividade da mão-de-obra, por exemplo, pode ser devido a uma melhor organização do trabalho por parte da direcção ou à instalação de maquinaria moderna. Um aumento da produtividade das matérias pode ter origem numa maior perícia dos operários ou numa melhor concepção dos produtos fabricados, etc. Alguns exemplos ajudarão a precisar o significado do termo produtividade: Produtividade da terra Se a utilização de melhores sementes, de melhores métodos de cultura e de maior quantidade de fertilizante permitir obter, de um hectare de terra, três quintais de trigo em vez de dois, a produtividade da terra, do ponto de vista agrícola, terá aumentado 50%. Poderá dizer-se que a produtividade da terra utilizada para fins industriais aumentou se a produção de bens ou serviços, realizada no terreno em questão, foi aumentada por qualquer meio. Produtividade das matérias Quando um alfaiate hábil consegue cortar onze fatos completos de uma peça de tecido da qual um alfaiate menos experiente só consegue cortar dez, pode dizer-se que o primeiro obteve da peça uma produtividade 10% superior. O QUE É A PRODUTIVIDADE Produtividade da terra Produtividade das matérias Produtividade
  • 11. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 3 I . 3 I . 3 I . 3 I . 3 Produtividade das máquinas Se uma máquina-ferramenta que produzia cem peças por dia consegue produzir cento e vinte, graças ao uso de melhores ferramentas de corte, a sua produtividade terá aumentado 20%. Produtividade da mão-de-obra Se um oleiro, adoptando um novo método de trabalho, eleva a sua produção horária de trinta para quarenta pratos, a sua produtividade terá aumentado 33,3%. Em todos estes exemplos, deliberadamente simples, o produto (ou a produção) aumentou percentagem idêntica à da produtividade. Mas um aumento da produção não implica, necessariamente, um aumento da produtividade. Se o volume dos recursos utilizados aumenta proporcionalmente ao crescimento da produção (nesse caso estaremos a produzir mais à custa de um maior número de recursos utilizados), a produtividade permanece inalterável. Se o volume dos recursos utilizados aumenta numa percentagem superior à da produção, tal implicará, obrigatoriamente, uma descida da produtividade (imagine-se o caso de um operário a efectuar horas extraordinárias: a sua produtividade poderá baixar devido, por exemplo, à fadiga). Numa palavra, elevar a produtividade significa produzir mais com um mesmo consumo de recursos - terra, matérias, tempo de máquinas ou mão-de-obra ou, inversamente, produzir uma mesma quantidade de bens utilizando menos recursos de terra, de matérias, de tempos de máquinas ou de mão-de-obra, o que liberta uma parte desses recursos para produção de outros bens. A produtividade em cada empresa depende de múltiplos e diversos factores, alguns dos quais escapam ao controlo do gestor da empresa, como, por exemplo: o nível geral da procura, a política fiscal, a taxa de juro, a situação do mercado das matérias-primas, as facilidades de aprovisionamento em máquinas e material, a abundância ou a falta de mão-de-obra qualificada, etc. Em contrapartida, existem certos factores de produtividade sobre os quais os gestores da empresa podem actuar. É destes que falaremos a seguir. Factores de Produtividade Definimos a produtividade como a relação entre o produto obtido e os recursos utilizados para o obter, quer se trate de uma empresa de serviços, A PRODUTIVIDADE NA EMPRESA Produtividade das máquinas Produtividade da mão-de-obra Aumento de produtividade
  • 12. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 4 I . 4 I . 4 I . 4 I . 4 de uma indústria ou do conjunto da economia. Temos, assim, que a produtividade de uma dada categoria de recursos mede-se pela quantidade de bens e/ou serviços que a mesma produz. Quais são, então, os recursos de que uma empresa dispõe? Terreno e construções Um terreno bem situado, para a construção dos edifícios necessários à empresa, e as próprias edificações. Matérias As matérias que serão transformadas em produtos destinados à venda, incluindo os combustíveis, os produtos químicos utilizados no processo de fabricação e as matérias de embalagem. Máquinas A fábrica, o material e todas as ferramentas necessárias à fabricação, às movimentações e ao transporte das matérias; o sistema de aquecimento, de ventilação e de produção de energia; o material e o mobiliário de escritório. Mão-de-Obra Os homens e as mulheres encarregados das operações de fabricação, de organização e do controlo, dos trabalhos de escritório, dos estudos e das pesquisas, das compras e das vendas. A forma e as condições em que todos estes recursos são geridos e utilizados irão determinar a produtividade da empresa. É à Direcção da empresa que cabe zelar para que seja feito o melhor uso de todos os recursos de produção, por forma a obter a maior produtividade possível. A importância relativa de cada um dos factores anteriormente mencionados varia segundo a natureza da empresa, o país onde se encontra, a disponibilidade e custo dos diversos recursos e, naturalmente, a natureza do produto e do processo de fabricação. Existem indústrias onde o custo da matéria-prima representa 60% ou mais do custo de produção do produto acabado, repartindo-se os restantes 40% entre o custo de mão-de-obra e gastos gerais. Verificando-se que numerosos países têm de importar as suas matérias-primas, utilizando, frequentemente, divisas raras, veremos a importância que tem a produtividade das matérias-primas, muitas das vezes mais do que a produtividade da terra, da mão-de-obra ou mesmo das instalações ou máquinas. A Importância relativa dos diversos factores de produtividade Recursos disponíveis
  • 13. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 5 I . 5 I . 5 I . 5 I . 5 A economia de matérias-primas poderá conseguir-se na fase de criação ou especificação do produto (concebendo-o de forma a utilizar a menor quantidade possível de matérias-primas), ou na fase de fabricação, fazendo com que ele seja correctamente executado e utilizando um processo de fabricação adequado ao fim em vista. Igualmente importante é a produtividade dos terrenos e construções. A utilização destes deverá ser efectuada da forma mais racional possível, de modo a evitar empates de capital desnecessários, seja na compra de material ou terrenos não necessários ou inadequados, seja em futuras despesas de conservação, impostos, etc. Bens e Serviços A Direcção informa-se organiza dirige coordena controla estimula a fim de produzir Terreno e Construções Matérias Instalações Máquinas Equipamento Actividade Humana RECURSOS PRODUÇÃO Fig. I.1 - O papel da Direcção na coordenação dos recursos de uma empresa Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984, pág. 11
  • 14. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 6 I . 6 I . 6 I . 6 I . 6 O Conteúdo do Trabalho É, por vezes, utilizada, como unidade de medida da produtividade, a produção de bens ou serviços num dado número de horas-homem ou horas-máquina. Uma hora-homem representa o trabalho de um homem durante uma hora, enquanto que uma hora-máquina será o trabalho de uma máquina ou equipamento durante uma hora. Podemos considerar, como mostra a figura seguinte, que o tempo gasto por um homem ou por uma máquina para a produção de um determinado bem ou produto se decompõe da seguinte forma: Hora-homem A C onteúdo de Tra balho Fun dam ental D o produ to ou d a op eração C onteúdo de Tra balho Suplem en tar D evido a de fe ito s de concep çã o ou d e espe cificação do p ro duto C onteúdo de Tra balho Suplem en tar D evido à utilização de m aus m é to dos de fabricação ou d e execução Te mp o Im produtivo D evido a insuficiências da d ire cção Te mp o Im produtivo Im pu tá ve l ao tra balh ado r B C D C onteú do de T rab alho T otal Te m po Im produ tivo To ta l D uração Total da O peração n as C on dições Existe ntes Fig. I.2 - Decomposição da duração total de uma operação ou processo de fabricação Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984 Note-se que a Unidade Temática II deste guia (Estudo dos Métodos de Trabalho) se ocupa, fundamentalmente, do Conteúdo de Trabalho Total, através de uma análise que tem por objectivo a redução do conteúdo de trabalho suplementar resultante da utilização de maus métodos de fabricação ou de execução.
  • 15. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 7 I . 7 I . 7 I . 7 I . 7 O Conteúdo de Trabalho Fundamental (do produto ou operação) é o chamado “mínimo irredutível” de tempo necessário para fabricar um determinado produto. É o tempo que levaria a executar uma dada tarefa se a concepção do produto ou da operação fosse perfeita, se o processo de fabrico fosse perfeitamente executado e não houvesse nenhuma perda de trabalho, qualquer que fosse a razão, durante o período de trabalho. Estas condições de fabricação “perfeitas” são, como é natural, teóricas, pois na prática nunca se encontram, ainda que estejam, por vezes, muito perto de ser realizadas, sobretudo em processos de fabricação contínuos. Os tempos reais de fabricação, contudo, são muito superiores a este tempo teórico, devido à existência de conteúdos de trabalho suplementar e a tempos improdutivos, conforme se pode ver nas figuras seguintes: Conteúdo de Trabalho Fundamental A Conteúdo de Trabalho Fundamental Do produto ou da operação Conteúdo de Trabalho Suplementar Devido a defeitos de concepção ou de especificação do produto Conteúdo de Trabalho Suplementar Devido à utilização de maus métodos de fabricação ou de execução B A. 1 - A má concepção do produto impede a utilização de processos de produção mais económicos A. 3 - As normas de qualidade incorrectas obrigam a trabalhos inúteis A. 4 - A má concepção do produto obriga a grandes desperdícios de matérias-primasB. B. 1 - Utilização de máquinas inadequadas B. 2 - Operações efectuadas em más condições ou incorrectamente B. 3 - Utilização de ferramentas inadequadas B. 4 - Deficientes métodos de trabalho do operador B. 5 - Deficientes métodos de trabalho do operador Fig. I.3 - Decomposição do conteúdo de trabalho suplementar Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos,Lda., 1984 A. 2 - A falta de normalização impede a produção em grande série
  • 16. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 8 I . 8 I . 8 I . 8 I . 8 Fig. I.4 - Decomposição dos tempos improdutivos Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984 Tempo Improdutivo devido a insuficiências da direcção Tempo Improdutivo imputável ao trabalhador C D C. 1 - Falta de normalização, impedindo a produção em fluxo contínuo C. 2 - Má planificação do trabalho e das encomendas, originando tempos de espera para homens e máquinas C. 3 - Falta de matérias-primas devido à má planificação C. 4 - Avarias C. 5 - Instalações em mau estado C. 6 - Más condições de trabalho C. 7 - Acidentes D. 1 - Absentismo, atrasos e indolência D. 2 - Trabalho descuidado D. 3 - Acidentes
  • 17. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 9 I . 9 I . 9 I . 9 I . 9 O conteúdo de trabalho suplementar poderá ser eliminado com a aplicação das seguintes técnicas: Quadro I.1 - Técnicas para eliminação do trabalho suplementar Os tempos improdutivos (quer os dependentes da Direcção, quer os dependentes do trabalhador), por sua vez, também poderão ser eliminados com a aplicação de várias técnicas. Em teoria, se todas as técnicas apresentadas fossem perfeitamente aplicadas, ficaríamos com um tempo total reduzido ao conteúdo de trabalho fundamental. Estaríamos em presença da Empresa Ideal. No entanto, na prática, tal é impossível, pois existem sempre factores imponderáveis, impossíveis de prever e, portanto, difíceis ou impossíveis de controlar. O que se pode e deve fazer é utilizar ao máximo as técnicas apresentadas, controlando e planificando ao máximo aquilo que é possível controlar e planificar, para que sejam reduzidos ao mínimo os ditos “imponderáveis” através de um processo de melhorias contínuas. Importante, também, é, sem dúvida, a criação de boas condições de trabalho, evitando, desta forma, quebras na produtividade devidas à fadiga, à falta de motivação, ao desconforto no trabalho, etc. (Unidade Temática 4-Ergonomia). A existência, numa empresa, de indiferença e de má vontade (que se encontram na origem, simultaneamente, de trabalho mal feito e de acidentes) é o resultado de um estado de espírito dos trabalhadores. Este estado de espírito só pode ser modificado por uma boa política de pessoal. Técnicas Descrição Aperfeiçoamento do produto e análise do valor Diminuem o conteúdo de trabalho suplementar eliminando os defeitos de concepção e excesso de materiais Normalização Permitem a utilização de processos de fabrico em fluxo contínuo Estudo do mercado, das necessidades dos clientes e dos produtos Permitem fixar normas correctas de qualidade Preparação do trabalho e estudo dos processos de fabricação Permite a escolha das máquinas mais convenientes ao fabrico assegurando a utilização dos processos de fabricação mais correctos Estudo dos métodos e formação da mão-de-obra Permite a escolha adequada das ferramentas, diminui o conteúdo de trabalho devido a uma má implantação e a deficientes métodos de trabalhos
  • 18. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 10 I . 10 I . 10 I . 10 I . 10 É preciso não esquecer que o factor humano é essencial, estando na origem e no destino de todos os tipos de produção de bens e serviços. Conforme já foi referido, a produtividade, em sentido lato, pode ser definida da seguinte forma: Produtividade = Output Input (I.1) Obviamente, o que se pretende para qualquer situação é que a fracção acima representada apresente o maior valor possível, o que indica que estamos a produzir mais (output) do que aquilo que consumimos (input). As unidades utilizadas na medida da produtividade para o output (aquilo que se produz) poderão ser, por exemplo, escudos, bens produzidos ou número de clientes servidos. Para o input, poderão utilizar-se escudos investidos, número de horas-máquina ou horas-homem gastas. Quando se pretendem comparar níveis de produtividade entre diversos países ou indústrias, a unidade normalmente utilizada para o output é bens ou serviços por hora de trabalho, sendo esta unidade preferível à utilização de, por exemplo, escudos ou dólares, devido a problemas de ajustes de câmbio. Exemplos de Medidas de Produtividade • Medidas parciais MEDIDAS DE PRODUTIVIDADE Unidades de medida de produtividade (I.2) Output Horas de trabalho gastas ou Output Capitalinvestido ou Output Materiais gastos ou Output Energia consumida • Medidas com vários factores Output Horas de trabalho gastas Capital investido Energia consumida + + (I.3) ou Output Horas de trabalho gastas Capital investido Materiais gastos + + (I.4)
  • 19. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 11 I . 11 I . 11 I . 11 I . 11 • Medidas totais Medida parcial, multi-factor e total de produtividade Output Input ou Bens e ou seviços produzidos Totalidade de recursos gastos / Quadro I.2 - Exemplo numérico de medidas de produtividade Fonte: David J. Sumanth e Kitty Tang, “A Review of Some Approaches to the Measurement of Total Productivity in a Company/Organization”, Institute of Industrial Engineering Conference Proceedings, Fall 1984, pág. 305. Copyright Institute of Industrial Engineers, 25 Technology Park/Atlanta, Norcross, Georgia 30092 As diferenças entre os 3 tipos de medidas da produtividade apresentadas no quadro acima (total, multifactor e parcial) dependem do tipo de inputs considerados e não daquilo que é produzido. Se apenas é considerado um tipo de input, estamos na presença de uma medida parcial da produtividade. Se considerarmos mais do que um input, mas não todos, trata-se de uma medida multifactor de produtividade. Por último, se todos os inputs são considerados, então estamos na presença de uma medida total de produtividade. (I.5) Produto 1 Produto 2 Total da Empresa Períodos 1 2 3 1 2 3 1 2 3 Output 1. Produtos acabados 2. Prod. semi-acabados 3. Dividendos 4. Juros de hipotecas 5. Salários 10 000 25 000 1 000 12 500 2 600 1 818 15 000 5 500 1 304 19 000 2 100 1 200 20 000 2 850 1 802 12 000 3 200 2 252 29 000 4 600 2 200 32 500 5 450 3 620 27 000 8 700 3 556 Output Total 13 500 16 918 21 804 22 300 24 652 17 452 35 800 41 570 39 256 Input 1. Humano 2. Material 3. Capital 4. Energia 5. Vários 3 000 153 10 000 540 15 000 2 400 195 10 909 805 3 869 2 100 170 12 712 863 1 737 2 480 231 20 000 351 2 480 2 790 172 21 818 395 4 435 3 100 215 23 729 407 7 415 5 480 384 30 000 891 3 980 5 190 367 32 727 1 200 8304 5 200 385 36 441 1 270 9 152 Input Total 15 193 18 178 17 582 25 542 29 610 34 866 40 735 47 788 52 448 Produtividade Total 0,89 0,93 1,24 0,87 0,83 0,50 0,88 0,87 0,75 Índice de Produtividade (relativo ao 1º período) 1,00 1,04 1,39 1,00 0,95 0,57 1,00 0,99 0,85
  • 20. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 12 I . 12 I . 12 I . 12 I . 12 Na produção de uma determinada quantidade de artigos, o número de horas necessárias à sua fabricação pode diminuir de uma forma bastante acentuada, à medida que o número de artigos produzidos aumenta. Esta diminuição é, com frequência, suficientemente significativa para ser tomada em consideração no planeamento da produção e de datas de entrega. Normalmente, espera-se que a primeira unidade demore mais tempo a produzir que a segunda, dado o tempo gasto na elaboração do projecto e nos diversos estudos necessários para o seu fabrico. Contudo, em algumas indústrias, como a indústria aeronáutica, metalomecânicas e produção de equipamentos informáticos, verificou-se que essa redução se mantinha ao longo de centenas, ou mesmo milhares de artigos. Este fenómeno é conhecido como curva de experiência. Umacurvadeexperiênciaéoresultadodarepresentaçãográficadeumaequação que expressa a taxa de melhoria da produtividade, à medida que são produzidas mais unidades. O termo “experiência” sugere que a redução no tempo de produção resulta de um aumento da habilidade e destreza dos trabalhadores. Actualmente, contudo, o aumento destes factores pouca influência tem na melhoria da produtividade. As sugestões dos trabalhadores relativas à melhoria de métodos de trabalho, o desenvolvimento de novas ferramentas, as matérias-primas utilizadas, uma nova concepção do produto, de modo a facilitar a sua produção e o desenvolvimento de novos processos tecnológicos, têm uma importância muito maior na redução dos tempos de produção. Verifica-se que os tempos de produção podem ser reduzidos através da aplicação de algumas (poucas) fases significativas ou através de um grande número de pequenas fases que, em conjunto, se traduzem numa redução significativa. Assim, a progressão verificada, ou o efeito de aprendizagem, não é, muitas vezes, uma progressão suave, mas sim caracterizada por uma série de “saltos” um tanto ou quanto irregulares. Contudo, para uma determinada indústria ou tipo de produto em particular, consegue-se determinar uma relação bastante coerente entre o número de unidades produzidas e o tempo de produção por unidade. Verifica-se, assim, que o tempo de produção por unidade é percentualmente reduzido de cada vez que a quantidade produzida duplica. Por exemplo, se um determinado tipo de indústria ou actividade tem um comportamento de acordo com uma curva de experiência de 80 %, a segunda unidade produzida requer apenas 80 % do tempo de produção necessário ao fabrico da primeira. A quarta unidade necessitará de 80 % do tempo necessário ao fabrico da segunda. A centésima unidade necessitará de 80 % do tempo necessário para a produção da 50.ª, e assim sucessivamente. A expressão matemática mais utilizada para descrever a curva de experiência é: Y Y n n R = ( ) 1 (I.6) AS CURVAS DE EXPERIÊNCIA
  • 21. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 13 I . 13 I . 13 I . 13 I . 13 em que: Yn = Tempo necessário à produção da n-ésima unidade Y1 = Tempo necessário à produção da primeira unidade n = Número da unidade para a qual o cálculo está a ser efectuado R = Razão entre o logaritmo da percentagem de redução estimada para uma duplicação da quantidade produzida e o logaritmo de 2 Os logaritmos utilizados poderão ser decimais (base 10) ou naturais (base e), desde que seja utilizada a mesma base, tanto no numerador como no denominador. Um fabricante de equipamento informático verificou que se aplicava uma curva de experiência de 85 % para uma determinada gama de produtos e espera que a mesma curva se aplique a um novo modelo. A primeira unidade fabricada teve um tempo de produção de 3 000 horas. Pretende-se determinar o número de horas necessárias ao fabrico da 50.ª unidade. Para os dados apresentados verifica-se que: R = = − log , log , 0 85 2 0 23446 Y50 = 3 000 x 50(-0,23446) = 3 000 x 0,39963 = 1198,9 Horas A 50.ª unidade deverá necessitar de, aproximadamente, 1 200 horas de fabricação. A equação descritiva das curvas de experiência é uma equação exponencial, pelo que, representada numa escala aritmética, toma o seguinte aspecto: Fig. I.5 - Representação das curvas de experiência utilizando uma escala aritmética Quando se efectua a representação gráfica utilizando uma escala logarítmica, Exemplo I.1
  • 22. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 14 I . 14 I . 14 I . 14 I . 14 surgirão quatro rectas: Fig. I.6 - Representação das curvas de experiência utilizando uma escala logarítmica A tabela anterior mostra o número de horas necessárias ao fabrico de um número cumulativo de unidades, sendo cada quantidade dupla da anterior, utilizando curvas de experiência de 80 % e 90 %. As quatro curvas representadas nas figuras acima encontram-se entre as que aparecem mais frequentemente. Se uma determinada empresa possuir uma estimativa da sua curva de experiência, poderá utilizar essa informação no planeamento de capacidades, prazos e, até, de preços para a produção de grandes quantidades.
  • 23. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 15 I . 15 I . 15 I . 15 I . 15 RESUMO O aumento da produtividade é o grande objectivo de todas as empresas, quer elas sejam do ramo industrial, comercial ou se dediquem à prestação de serviços, sendo, também, um objectivo global de toda e qualquer economia. A forma de aumentar a produtividade tem a ver com numerosos factores, desde os factores humanos, passando pelos equipamentos, instalações, matérias- primas, métodos de trabalho, etc., pelo que é necessário um exame cuidadoso de todos os recursos postos à disposição da empresa, por forma a garantir que todos eles são convenientemente utilizados. Só desta forma se conseguirá um aumento da produtividade global da empresa, actuando conjuntamente nas diversas “frentes”, pois não chega melhorar determinados pontos, se continuarem a existir falhas noutros locais. Esta preocupação deverá ser uma preocupação de todos os sectores da empresa (ou de uma Economia), e não apenas da Direcção, pois, normalmente, em todos os locais é possível efectuar algumas mudanças, por muito pequenas que sejam, mas que, quanto tomadas no seu conjunto, terão uma grande importância no desempenho de toda a empresa. Foi aindafocadaainfluênciadaexperiênciana evoluçãodaprodutividade, através do estudo das curvas de experiência.
  • 24. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Prática Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 16 I . 16 I . 16 I . 16 I . 16 1. Defina produtividade. 2. Caracterize os três tipos de medidas de produtividade: total, parcial e multifactor. 3. A tabela seguinte contém alguns dados relativos aos meses de Setembro e Outubro da empresa Dhe Preça & Bhen, S.A., utilizados para determinar a produtividade. a) Determine a alteração ocorrida no valor da produtividade, para os meses de Setembro e Outubro, tendo como base o número de clientes atendidos. b) Observando os balanços da empresa, verificou-se que as vendas foram de 4000 contos em Setembro e de 5000 contos em Outubro. Determine o valor da produtividade, tendo como base o valor das vendas efectuadas nos meses de Setembro e Outubro, e compare os resultados obtidos com os da alínea anterior. Comente. NOTA: Este exercício deverá ser efectuado utilizando uma folha de cálculo. 4. Uma determinada empresa fabrica equipamento para instalação em plataformas de exploração petrolífera. Recentemente, assinou um contrato em que se comprometeu a entregar as seguintes quantidades de um determinado equipamento: ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO o r b m e t e S o r b m e t e S o r b m e t e S o r b m e t e S o r b m e t e S o r b u t u O o r b u t u O o r b u t u O o r b u t u O o r b u t u O s o d i d n e t a s e t n e i l c e d º N ) s o t n o c m e ( s o t s u C s e r e u g u l A a n i l o s a G e d a d i c i r t c e l E o ã ç n e t u n a M e d s a s e p s e D 0 5 0 0 0 1 0 0 6 0 5 9 0 0 8 0 7 0 0 1 1 0 0 9 0 0 0 1 0 0 8 l a t o T l a t o T l a t o T l a t o T l a t o T 0 5 3 3 0 0 8 3
  • 25. GuiadoFormando Ut.01 M.O.01 Componente Prática Produtividade IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho I . 17 I . 17 I . 17 I . 17 I . 17 O primeiro equipamento produzido teve um tempo total de fabricação e montagem de 755 horas. No passado, verificou-se que este tipo de fabricação se comportava de acordo com curvas de experiência que variavam entre os 95 % e os 70 %. A curva de experiência esperada para este contrato é de 95 %. Poderão ser alcançadas melhores percentagens através de um treino adicional e de um maior investimento na automatização da fábrica. Pretende-se determinar o número de trabalhadores necessários em cada mês e respectivos custos, para fabricar as quantidades pretendidas, utilizando curvas de experiência de 95, 90, 85, 80, 75 e 70 por cento, sabendo que os trabalhadores trabalham 180 horas por mês e auferem um salário de 1 500$00/hora. NOTA: O número acumulado de horas de trabalho ΣYn para produzir n artigos pode ser calculado, aproximadamente, utilizando a fórmula: Y Y n 1 R n R = + + ∑ 1 (1 ) ( ) QUANTIDADE 1 100 2 150 3 175 4 200 5 250 6 250 7 250 MÊS
  • 26. GuiadoFormando M.O.01 Ut.01 IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho Estudos de Métodos de Trabalho
  • 27. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 1 II . 1 II . 1 II . 1 II . 1 OBJECTIVOS No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a: • Definir e caracterizar o Estudo dos Métodos; • Distinguir as diferentes fases constituintes do Estudo dos Métodos; • Enunciar algumas das considerações a ter em conta na realização de um Estudo dos Métodos; • Indicar os principais tipos de gráficos e diagramas utilizados para efectuar o Estudo dos Métodos e os casos onde se aplicam; • Distinguir os diferentes símbolos utilizados nos diagramas, indicando o seu significado; • Construir um Gráfico de Análise de Processo; • Distinguir um Gráfico de Análise de Processo de um Gráfico de Sequência; • Enunciar os diferentes componentes do método interrogativo, distinguindo as questões fundamentais das questões secundárias; • Distinguir os diferentes tipos de fluxos de materiais; • Identificar um Diagrama de Circulação, indicando o seu modo de construção; • Identificar e construir um Diagrama De-Para; • Enunciar os diferentes factores a ter em consideração na elaboração de um determinado layout; • Identificar as principais características do sistema SLP; • Identificar e caracterizar os diversos tipos de Layout: Ponto Fixo, Layout Tipo Processo e Layout Tipo Produto; • Efectuar um balanceamento simples de uma linha de montagem; • Caracterizar o modo de funcionamento das células de trabalho; • Enunciar a utilidade e o modo de construção de um Diagrama de Cordões e de um Gráfico de Sequência-Executante; • Enunciar alguns dos Princípios de Economia de Movimentos; • Enunciar a utilidade e modo de construção de um Gráfico dos Movimentos Simultâneos das Duas Mãos. TEMAS • Introdução ao Estudo dos Métodos • Método fundamental • Factores a considerar • Considerações económicas • Considerações técnicas • Reacções do pessoal interessado
  • 28. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 2 II . 2 II . 2 II . 2 II . 2 • A que situações se pode aplicar o Estudo dos Métodos ? • Registar e analisar • O registo dos dados • Utilização de símbolos • O Gráfico de Análise de Processo • Os Gráficos de Sequência • A análise dos dados • O método interrogativo • As questões fundamentais • As questões secundárias • Circulação e movimentação de materiais • O Diagrama de Circulação • O Diagrama De - Para • Inter-relações não baseadas no fluxo de materiais - O Diagrama de Interligações Preferenciais • Melhoramento da eficácia de movimentação • Layout • Implantação da obra num ponto fixo • Layout orientado para o processo • Layout orientado para o produto • Balanceamento de uma linha de montagem • As células de trabalho • A Tecnologia de Grupo • Deslocamento de trabalhadores no posto de trabalho • Diagrama de Cordões • Gráfico de Sequência-Executante • O Gráfico de Actividades Múltiplas • Métodos e movimentos no posto de trabalho • Princípios de economia de movimentos • Utilização do corpo humano • Disposição do posto de trabalho • Concepção da ferramenta e do material • O Gráfico dos Movimentos Simultâneos das Duas Mãos • Resumo • Actividades / Avaliação
  • 29. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 3 II . 3 II . 3 II . 3 II . 3 O Estudo dos Métodos consiste em registar e examinar, de maneira crítica e sistemática, os métodos existentes e previstos de execução de um trabalho, a fim de aperfeiçoar e fazer aplicar os métodos de execução mais cómodos e mais eficazes e de diminuir os custos. O Estudo dos Métodos tem por objectivos: • Melhorar os processos e métodos de fabricação; • Melhorar a implantação das fábricas, oficinas e postos de trabalho, e a concepção das instalações e do material; • Economizar o esforço humano e diminuir toda a fadiga inútil; • Melhorar a utilização do material, das máquinas e da mão-de-obra; • Criar condições materiais de trabalho favoráveis. As técnicas do Estudo dos Métodos são numerosas e variadas e permitem atacar problemas de toda a espécie, desde os mais ínfimos movimentos de trabalhadores que efectuam um trabalho repetitivo, até à implantação de fábricas inteiras. Mas, em qualquer caso, o método fundamental é o mesmo e deve ser escrupulosamente seguido. Método fundamental O estudo de qualquer problema deve fazer-se segundo uma ordem de análise bem definida. Para a aplicação da técnica fundamental do Estudo dos Métodos, consideram-se definidas as seguintes fases: • ESCOLHER o trabalho a estudar. • REGISTAR todos os factos relativos ao método actual, por observação directa. • EXAMINAR os factos com espírito crítico, numa ordem lógica e servindo-se das técnicas mais apropriadas. • ESTABELECER o método mais prático, mais económico e mais eficaz, tendo em conta todos os elementos da situação. • DEFINIR o novo método de modo a poder sempre reconhecê-lo. • FAZER ADOPTAR este método como método normal. • VIGIAR a aplicação do método adoptado por meio de controlos regulares e sistemáticos. Nenhuma destas fases deverá ser esquecida quando se efectuar a aplicação do Estudo dos Métodos. O êxito do estudo dependerá da observação rigorosa da ordem e do conteúdo destas diferentes fases. Não se deverá, no entanto, pelo simples facto de aqui termos enunciado as anteriores fases, deduzir a simplicidade do referido estudo, considerando-o uma operação fácil e sem importância. Pelo contrário, o Estudo dos Métodos poderá revelar-se extremamente complexo, dependendo do caso a estudar e do rigor pretendido. Apresentamos de seguida uma representação gráfica desta técnica. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS MÉTODOS Estudo dos Métodos Objectivos Método fundamental
  • 30. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 4 II . 4 II . 4 II . 4 II . 4 Fig. II.1 - O Estudo dos Métodos Fonte: Imperial Chemical Industries Ltd., Londres
  • 31. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 5 II . 5 II . 5 II . 5 II . 5 Factores a considerar Quando se pretender avaliar a adequabilidade da aplicação do Estudo dos Métodos a um determinado trabalho ou situação, deverão ter-se em linha de conta, antes de mais nada, três ordens de considerações: • Considerações económicas; • Considerações técnicas; • Reacções do pessoal interessado. Vejamos cada uma delas um pouco mais em pormenor: Considerações económicas Foram, são e sempre serão de uma importância primordial. É evidente que não valerá a pena efectuar ou prosseguir um longo estudo sobre um determinado trabalho ou situação, se o mesmo tiver uma importância económica insignificante no âmbito de todo um projecto. Antes de se iniciar um estudo deste tipo, deverá, pois, equacionar-se o problema de iniciar ou prosseguir o mesmo. Existem alguns trabalhos cuja escolha se impõe com evidência desde o princípio, situações que são desde logo merecedoras de um pouco mais de atenção. São elas: • Os gargalos de estrangulamento, que bloqueiam o seguimento das operações de produção; • As deslocações importantes de materiais entre os diversos pontos da empresa, ou as operações que exijam uma mão-de-obra considerável ou movimentações repetidas de materiais; • As operações que comportam trabalhos repetidos, utilizando numerosa mão- -de-obra e susceptíveis de durar muito tempo. Considerações técnicas Poderão existir algumas condicionantes técnicas que impeçam a adopção de um outro método de trabalho, eventualmente mais produtivo. No entanto, estas condicionantes impor-se-ão por si próprias, sendo de extrema importância ter o apoio de todos os técnicos necessários, que poderão alertar para essas situações antes de se proceder a modificações no método de trabalho. Alguns exemplos destas situações serão: • O carregamento de objectos de barro não cozidos em fornos poderá ser alvo de uma mudança de método que conduziria, teoricamente, a um aumento da produtividade, quer do material, quer da mão-de-obra. Poderão, no entanto, existir razões técnicas que impeçam essa mudança. É necessário pedir os conselhos de um técnico em cerâmica.
  • 32. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 6 II . 6 II . 6 II . 6 II . 6 • Uma máquina-ferramenta, que provoca um estrangulamento no circuito de produção, trabalha a uma velocidade inferior à velocidade de eficácia máxima das ferramentas de corte de que está equipada. Pode aumentar-se a sua velocidade de funcionamento ou será a máquina incapaz de resistir a uma velocidade de corte mais elevada? É ao especialista das máquinas que compete resolver este problema técnico. Reacções do pessoal interessado São os elementos mais importantes a considerar, mas é necessário esperar que as pessoas directamente afectadas pelos inquéritos e mudanças de métodos reajam mais ou menos abertamente. Um dos factores que poderá ajudar a reduzir as dificuldades encontradas neste plano será um certo conhecimento prévio do estado de espírito do pessoal, por forma a “apalpar” o terreno, avaliando quais serão as condições locais, maior ou menor predisposição do pessoal em aceitar novos métodos de trabalho, etc. Convém ensinar os princípios gerais e os verdadeiros objectivos do estudo dos métodos aos delegados sindicais, aos representantes dos trabalhadores e a eles próprios. Se, no entanto, o estudo de um trabalho parece ir causar agitação ou mau estado de espírito entre os trabalhadores interessados, é necessário abandoná- -lo temporariamente, qualquer que seja o interesse que ele apresenta do ponto de vista económico. Se outros trabalhos forem objecto de estudos bem sucedidos e todos tiverem a possibilidade de ver as vantagens que daí advêm para os trabalhadores ligados a esses trabalhos, os preconceitos cairão e tornar-se-á possível, ao fim de um certo tempo, voltar à escolha inicialmente prevista. A que situações se pode aplicar o Estudo dos Métodos ? São inúmeros os casos aos quais podem ser aplicadas as técnicas constituintes do Estudo dos Métodos. Em qualquer local de trabalho onde circulem materiais ou onde sejam executados trabalhos manuais (incluindo os trabalhos correntes de escritório), estas técnicas poderão ser utilizadas para melhorar os métodos de trabalho, aumentando a produtividade. Apresentam-se de seguida alguns casos que poderão ser alvo da aplicação do Estudo dos Métodos, desde o funcionamento de toda uma fábrica, até ao estudo dos movimentos de um só trabalhador, pretendendo-se ilustrar, assim, a diversidade de situações que podem ser alvo de um estudo deste género.
  • 33. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 7 II . 7 II . 7 II . 7 II . 7 Quadro II.1 - Algumas situações em que é possível efectuar o Estudo dos Métodos Para facilitar a escolha dos trabalhos a estudar, existe toda a vantagem em utilizar uma lista auxiliar de memória normalizada, impedindo, assim, que se esqueçam certos factores e permitindo comparar facilmente o interesse que apresentam as diferentes operações do ponto de vista do Estudo dos Métodos. Apresenta-se, de seguida, um exemplo de uma lista bastante completa e que deverá, naturalmente, ser adaptada aos casos específicos onde for utilizada. LISTA AUXILIAR DE MEMÓRIA: 1. Produto e operação 2. Estudo proposto por 3. Motivo 4. Limites ao estudo 5. Dados pormenorizados: a) Quantidade produzida ou movimentada por semana. b) Percentagem (aproximada) da quantidade total produzida ou movimentada na oficina ou fábrica. c) Quanto tempo durará o trabalho? Género de problemas Exemplos Processo completo de produção Fabricação de um motor eléctrico, desde a recepção das matérias- primas à expedição. Transformação de fios em tecido, desde a preparação à inspecção. Recepção, empacotamento, encaixotagem e expedição de frutos. Implantação da fábrica: movimento das matérias Deslocação de uma culatra de motor diesel durante a fabricação. Movimento dos grãos entre as diversas operações de moagem Implantação da fábrica: movimento dos trabalhadores Trabalhadores alimentando com bobinas uma máquina de fiar. Cozinheiros preparando as refeições na cozinha de um restaurante. Movimentação das matérias Armazenagem e saída das matérias do armazém. Carregamento de produtos acabados em camiões. Indicação do posto de trabalho Trabalhos ligeiros de montagem em bancada. Composições manuais. Trabalho de equipa ou condução de uma máquina-ferramenta Cadeia de montagem. Conduçaõ de um torno semiautomático. Movimento de trabalhadores no trabalho Trabalhadores efectuando um trabalho repetitivo de ciclo breve. Operações exigindo uma grande destreza.
  • 34. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 8 II . 8 II . 8 II . 8 II . 8 d) Diminuirá ou aumentará a utilidade do trabalho? e) Número de trabalhadores que tomam parte no trabalho: I) directamente II) indirectamente f) Número pormenorizado por classe e nível de salário g) Produção diária média por operário (por equipa) h) Qual a produção diária em comparação com a produção de um período curto (uma hora, por exemplo)? i) Modo de remuneração (trabalho em equipa, trabalho à peça, prémios, salário ao tempo, etc.) j) Produção diária: I) do melhor trabalhador II) do pior trabalhador k) Data de fixação das normas de produção l) Tem o trabalho características particularmente desagradáveis ou perigosas? Provoca o descontentamento dos trabalhadores? Dos quadros? 6. Equipamento: a) Custo aproximado das instalações e do material b) Taxa de ocupação actual das máquinas 1 7. Implantação: a) É suficiente o espaço destinado à execução do trabalho? b) Existem disponibilidades de espaço suplementar? c) Poderá ser reduzido o espaço ocupado? 8. Produto: a) Há frequentes mudanças de modelo, originando modificações da fabricação? b) Pode modificar-se o produto para tornar a fabricação mais fácil? c) Que mínimo de qualidade é necessário respeitar? d) Quando e como é o produto controlado? 9. Que economia ou que aumento da produtividade poderá resultar de um método melhorado? a) Redução do “conteúdo de trabalho” do produto ou do processo de fabricação b) Melhor ocupação das máquinas c) Melhor utilização da mão-de-obra 1 Taxa de ocupação de uma máquina: relação entre o tempo de funcionamento da máquina e o tempo-máquina disponível.
  • 35. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 9 II . 9 II . 9 II . 9 II . 9 A economia ou o aumento poderão ser avaliados em termos de dinheiro, horas- -homem, horas-máquina ou em percentagem. O ponto 4 (limites ao estudo) merece algumas considerações. Com efeito, a aplicação do Estudo dos Métodos faz aparecer, muitas vezes, um grande número de possibilidades de melhoramentos noutros domínios que não os inicialmente previstos. Existe, então, uma enorme tentação de ceder e ultrapassar o objectivo inicialmente traçado. Tal não deverá acontecer, sob pena de nos “perdermos” numa miríade de pequenos problemas. Se se julgar conveniente, poderão anotar- -se as operações para as quais julgamos ter descoberto possibilidades de melhoramento, por forma a que estas sejam objecto de um estudo especial e particular. Este género de lista auxiliar de memória evitará que os agentes de estudo do trabalho se lancem impulsivamente no estudo de um pequeno trabalho de bancada, exigindo uma análise pormenorizada dos movimentos do trabalhador que permita apenas a economia de alguns escassos segundos por operação; bem entendido, os trabalhos deste género merecem ser estudados se são efectuados por um grande número de trabalhadores e se a economia total realizada se traduz numa redução sensível dos custos de produção da fábrica. É perder tempo dedicar-se a recuperar, aqui e ali, alguns segundos ou a eliminar alguns centímetros de movimentos inúteis, quando uma má implantação geral da fábrica ou a movimentação de objectos pesados fazem desperdiçar tempo e esforços consideráveis. Nunca se deve esquecer o conselho: “Não se deve utilizar uma colher quando é necessária uma escavadora mecânica”. Sob reserva das condições acima indicadas, é necessário estudar, em primeiro lugar, a operação que tem, verdadeiramente, o efeito mais considerável na produtividade do conjunto da empresa. O registo dos dados Uma vez definido o trabalho ao qual vai ser aplicado o Estudo dos Métodos, iremos proceder ao registo de todos os dados com interesse relativamente ao método actual, isto é, iremos registar todos os factos que irão servir de base à análise crítica do trabalho, com vista à elaboração de um método aperfeiçoado de efectuar esse mesmo trabalho. O registo deverá, então, ser breve, claro e objectivo. A forma mais usual de registar esses dados é, muito simplesmente, o de tomar notas por escrito. No entanto, e dada a minúcia e exactidão que são necessárias, o simples facto de tomar notas por escrito não é o método mais adequado, principalmente quando o estudo recai sobre operações complexas, tão frequentes na indústria moderna. REGISTAR E ANALISAR
  • 36. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 10 II . 10 II . 10 II . 10 II . 10 Descrever exactamente as menores fases, mesmo para um trabalho muito simples, executado, talvez, no espaço de alguns minutos, requer diversas páginas de escrita muito densa, exigindo ao leitor um estudo atento e diversas leituras, até que todos os pormenores tenham sido apreendidos. Para vencer esta dificuldade, foram estabelecidas outras técnicas ou “instrumentos” de registo, de tal forma que uma informação pormenorizada pode ser registada com precisão e, ao mesmo tempo, de uma forma normalizada, que permite aos agentes do Estudo dos Métodos compreendê-la imediatamente, qualquer que seja o local ou o país onde operem. De entre as diversas técnicas de registo, as mais utilizadas são os gráficos e os diagramas. Existem diversos tipos de gráficos e diagramas, tendo cada um deles um objectivo específico. Para já, é suficiente notar que os gráficos existentes se subdividem em dois grupos: • Os que são utilizados para registar a sequência de um processo, ou seja, uma série de acontecimentos, na ordem pela qual eles se efectuam, sem que esses acontecimentos sejam representados à escala (não é utilizada uma escala de tempos). • Os que registam os acontecimentos, igualmente considerando a sua sequência, mas utilizando uma escala de tempos, de modo a que se possa estudar, mais facilmente, a influência recíproca dos acontecimentos ligados entre si. Osdiagramasindicamummovimentodemaneiramaisclaradoqueépossívelnos gráficos.Emgeral,nãodãotodasasinformaçõesregistadasnosgráficos,servindo, portanto, para os completar e não para os substituir. São os seguintes os diversos tipos de gráficos e diagramas normalmente utilizados para o Estudo dos Métodos: GRÁFICOS Indicando a sequência de um processo GRÁFICOS Utilizando uma escala de tempos DIAGRAMAS Indicando o movimento Gráfico de análise do processo Gráfico de sequência-executante Gráfico de sequência-matéria Gráfico de sequência-equipamento Gráfico dos movimentos simultâneos das duas mãos Gráfico de actividades múltiplas Simograma Diagrama de circulação Diagrama de cordões Ciclógrafo Cronociclógrafo Gráfico de circulação* Quadro II.2 - Gráficos e diagramas utilizados em Estudo dos Métodos Podemos agora completar o quadro apresentado anteriormente (exemplos de casos que poderão ser alvo de um Estudo de Métodos), indicando qual o tipo de técnica mais aconselhada a cada um. * Criou-se o hábito de chamar "gráfico de circulação" a um dos diagramas.
  • 37. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 11 II . 11 II . 11 II . 11 II . 11 Quadro II.3 - Gráficos e diagramas utilizados em Estudo dos métodos e técnicas utilizáveis Género de problema Exemplos Técnica aplicável Processo completo de produçãoFabricação de um motor eléctrico, desde a recepção das matérias-primas à expedição. Transformação de fios em tecido, desde a preparação à inspecção. Recepção, empacotamento, encaixotagem e expedição de frutos. Gráfico de análise de processo Gráfico de sequência Diagrama de circulação Implantação da fábrica: movimento das matérias Deslocação de uma culatra de motor diesel durante a fabricação. Movimento dos grãos entre as diversas operações de moagem. Gráfico de análise de processo Gráfico de sequência-matéria Diagrama de circulação Gráfico de circulação Modelos reduzidos Implantação da fábrica: movimentos dos trabalhadores Trabalhadores alimentando com bobinas uma máquina de fiar. Cozinheiros preparando as refeições na cozinha de um restaurante. Gráfico de sequência-executante Gráfico dos movimentos simultâneos das duas mãos Gráfico de actividades múltiplas Simograma Ciclógrafo Cronociclógrafo Movimentação das matérias Armazenagem e saída das matérias do armazém. Carregamento de produtos acabados em camiões. Gráfico de sequência-executante Diagrama de circulação Diagrama de cordões Indicação do posto de trabalho Trabalhos ligeiros de montagem em bancada. Composições manuais. Gráfico de sequência-executante Gráfico dos movimentos simultâneos das duas mãos Gráficos de actividades múltiplas Simograma Ciclógrafo Cronociclógrafo Trabalho de equipa ou condução de uma Cadeia de montagem. Condução de um torno semiautomático. Gráfico de actividades múltiplas Gráfico de sequência-equipamento Movimento de trabalhadores no trabalho Trabalhadores efectuando um trabalho repetitivo de ciclo breve. Operações exigindo uma grande destreza. Filme Análise de filme Simograma Memofilme Análise dos micromovimentos Máquina-ferramenta
  • 38. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 12 II . 12 II . 12 II . 12 II . 12 Utilização de símbolos Para facilitar o registo dos factos respeitantes a um determinado trabalho ou operação, convencionou-se utilizar cinco símbolos clássicos2 , que são suficientes para representar todos os diferentes tipos de actividades que irão, provavelmente, ser encontrados em todos os estabelecimentos industriais ou escritórios. Estes símbolos constituem uma espécie de escrita estenográfica, facilitando a compreensão de uma determinada sequência de operações e evitando a escrita de uma grande quantidade de palavras. Quadro II.4 Símbolos utilizados 2 Utilizam-se aqui os símbolos cujo uso foi recomendado pela American Society Mechanical Engineers (ASME). ¡ Operação Indica as fases de um processo, de um método ou de um circuito administrativo. Em geral, a peça, a matéria ou o produto em causa é modificado ou alterado durante a operação. Uma operaçãço faz sempre avançar a matéria, a peça ou serviço para o acabamento, quer por uma modificação de forma (caso de uma peça maquinada) ou de composição química (durante um processo químico), quer por uma adição ou subtracção de material (como numa operação de montagem). Uma operação pode ser igualmente um trabalho de preparação para uma actividade que contribui para o acabamento do produto. Controlo Indica o controlo da qualidade e/ou a verificação da quantidade. Um controlo não contribui directamente para acabar o produto. Tem apenas por objectivo verificar se uma dada operação foi executada correctamente, do ponto de vista qualitativo ou quantitativo. ð Transporte Designa a deslocação dos operadores, das matérias ou do material de um local para outro. Existe transporte quando um objecto é mudado de lugar, salvo se esta deslocação faz parte de uma operação ou é afectada por um trabalhador no seu posto de trabalho durante uma operação ou um controlo. D Armazenagem Temporária ou Espera Designa um atraso ocorrido no decorrer de uma série de acontecimentos: poe exemplo, a espera entre duas operações consecutivas ou quando um objecto é posto temporariamente de lado, sem que esse facto seja registado, à espera que alguém o solicite. Exemplos de armazenagens temporárias são: matérias em curso de fabricação empilhadas no chão entre duas operações, caixotes à espera de serem abertos, peças soltas à espera de serem colocadas nos cacifos de armazenagem, cartas à espera de serem assinadas, etc. Ñ Armazenagem Permanente Designa uma armazenagem controlada na qual é requerida uma autorização para que o material possa entrar e sair do armazém; ou ainda na qual um artigo é conservado para fins de referência. Existe armazenagem permanente quando um objecto é conservado e protegido contra qualquer deslocação não justificada. A diferença entre este tipo de armazenagem e a anterior é que neste caso é que neste caso é geralmente necessário apresentar uma requisição ou uma outra justificação oficial para fazer sair um artigo do armazém, enquanto que tal não é necessário quando a armazenagem é do tipo temporária.
  • 39. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 13 II . 13 II . 13 II . 13 II . 13 Quando se quer indicar que várias actividades são executadas ao mesmo tempo ou pela mesma pessoa no mesmo posto de trabalho, combinam-se os símbolos destas diferentes actividades. Por exemplo, um círculo inscrito num quadrado representa uma operação combinada com um controlo. O Gráfico de Análise de Processo O gráfico de análise de processo permite ter uma perspectiva de conjunto de uma determinada actividade, antes de passarmos ao seu estudo minucioso. Um gráfico de análise de processo é um gráfico de análise que dá uma visão de conjunto, indicando somente como se sucedem as principais operações e os principais controlos. Com efeito, num gráfico de análise de processo não são mencionados nem o local de execução da tarefa nem o próprio executante, sendo apenas utilizados os símbolos de controlo e de operação. Complementarmente, ao lado de cada símbolo é colocada uma pequena nota indicando a natureza de cada operação ou inspecção, indicando-se igualmente (quando é conhecido) o tempo de execução. Para se compreender melhor a forma como é elaborado um gráfico deste tipo, foi elaborado o exemplo que é apresentado a seguir, onde se acompanha a montagem de um comutador rotativo 3 . 3 Segundo W. Rodgers: Methodes Engineering Chart and Glossary (school of Management Studies Ltd., Nothingham, Reino Unido.
  • 40. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Prática Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 14 II . 14 II . 14 II . 14 II . 14 Gráfico de análise de processo: Montagem de um comutador rotativo A figura seguinte representa um comutador rotativo de baixas rotações. Caso de Estudo II.1 Fig. II.2 - Comutador rotativo de baixas rotações Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984, pág. 91 Esta peça é composta pelos seguintes elementos: 1) Eixo 2) Corpo em plástico moldado 3) Cavilha de fixação Para facilitar a leitura de um gráfico de análise de processo, começa-se, normalmente, por uma linha vertical partindo do canto superior direito e que mostra, de cima para baixo, as diversas operações e controlos sofridos pelo órgão (ou componente) principal da peça montada (neste caso será o eixo). Nessa linha irão “desembocar” as outras linhas descritivas do processo de fabrico dos restantes elementos (corpo em plástico e cavilha de fixação). O tempo de cada operação é indicado à esquerda em milésimos da hora. Sendo assim, teremos: Fabricação do eixo A fabricação do eixo (a partir de uma barra de aço de 10 mm de diâmetro) dá lugar às operações e controlos que se passam a mencionar na página seguinte. 1 2 3
  • 41. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Prática Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 15 II . 15 II . 15 II . 15 II . 15 Toda esta sequência de operações e controlos é representada no gráfico de análise de processo pelo seguinte: Fig. II.3 - Gráfico de análise de processo para a montagem do eixo Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984 1 2 3 4 5 6 1 2 3 EIXO (0,025) (0,010) (0,070) (0,020) (0,0015) (0,008) sem tempo fixo de 10 mm de diâm. Varão de aço S.69, sem tempo fixo sem tempo fixo Operação 1 Rectificar, tornear, cortar e seccionar em torno-revólver (0,025 h). Operação 2 Rectificar a outra extremidade na mesma máquina (0,010h). Depois desta operação a peça é enviada ao controlo para: Controlo 1 Controlo das dimensões e do acabamento (sem tempo fixo). Do controlo, a peça é enviada à oficina de fresagem. Operação 3 Fresar quatro faces em fresa horizontal (0,070 h). A peça é enviada à rebarbação. Operação 4 Alisar arestas na rebarbadora (0,020 h). A peça é novamente enviada ao controlo para: Controlo 2 Controlo final de fabrico (sem tempo fixo). A peça é depois enviada para a oficina de tratamento de superfícies para: Operação 5 Desengorduramento (0,0015 h). Operação 6 Cadmiagem (0,008 h). Da cadmiagem a peça volta ao controlo para: Controlo 3 Controlo final (sem tempo fixo).
  • 42. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Prática Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 16 II . 16 II . 16 II . 16 II . 16 Em seguida, é montado o corpo de plástico moldado, sendo que, para o fabricar, são necessárias as seguintes operações (esta peça já é fornecida com um furo concêntrico no eixo longitudinal): Todo este processo relativo ao fabrico do corpo plástico moldado é representado no gráfico de análise de processo da seguinte forma: Fig. II.4 - Gráfico de análise de processo para a montagem do corpo plástico moldado Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984 A operação seguinte será a montagem desta peça no eixo: sem tempo fixo (0,022) (0,080) Resina P. F. CORPO PLÁSTICO MOLDADO 7 8 4 Operação 7 Rectificar os dois lados, furar e rectificar até ao diâmetro desejado em torno-revólver (0,080 h). Operação 8 Fazer o furo vertical (para a cavilha) e chanfrar em engenho de furar de dois eixos (0,0022 h). A peça é enviada da oficina de furação ao controlo. Controlo 4 Verificação final das dimensões e do acabamento (sem tempo fixo). Daí a peça é enviada ao armazém de peças soltas acabadas aguardando montagem. Operação 9 Montar a peça moldada na extremidade mais estreita do veio e acabar a perfuração do furo da cavilha que atravessa completamente a peça moldada (0,020 h).
  • 43. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Prática Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 17 II . 17 II . 17 II . 17 II . 17 Com a montagem do corpo plástico no eixo, o gráfico toma o seguinte aspecto: Fig. II.5 - Gráfico de análise de processo para a montagem do eixo e do corpo de plástico moldado Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984 Resta agora montar a cavilha de fixação (fabricada a partir de um varão de aço de 5 mm de diâmetro), que foi preparada do seguinte modo: 1 2 3 4 5 6 1 2 3 EIXO (0,025) (0,010) (0,070) (0,020) (0,0015) (0,008) sem tempo fixo de 10 mm de diâm. Varão de aço S.69, sem tempo fixo sem tempo fixo Resina P. F. CORPO PLÁSTICO MOLDADO sem tempo fixo (0,022) (0,080) 7 8 4 9 Operação 10 Tornear um cilindro de 2 mm de diâmetro, chanfrar a extremidade e seccionar em torno-revólver (0,025 h). Operação 11 Rebarbar em mó abrasiva (0,005 h). A peça é enviada ao controlo. Controlo 5 Controlar as dimensões e o acabamento (sem tempo fixo). Peça enviada à secção de tratamento de superfícies para: Operação 12 Desengorduramento (0,0015 h). Operação 13 Cadmiagem (0,006 h). Peça enviada ao controlo para: Controlo 6 Controlo final (sem tempo fixo). Em seguida é enviada para o armazém das peças soltas acabadas, donde é mais tarde retirada para:
  • 44. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Prática Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 18 II . 18 II . 18 II . 18 II . 18 Todo este processo é representado graficamente da seguinte forma: Fig. II.6 - Gráfico de análise de processo para a montagem da cavilha de fixação Fonte “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984 Seguem-se as operações finais, onde a cavilha é finalmente montada no eixo: (0,025) sem tempo fixo sem tempo fixo CAVILHA DE FIXAÇÃO 5,5 mm de diâmetro Aço BSS32/4 (0,005) (0,0015) (0,006) 10 11 5 12 13 6 Operação 14 Montagem da cavilha na peça, onde é ligeiramente rebitada para fixação (0,045 h). Controlo 7 A peça acabada passa por um controlo final (sem tempo fixo). É depois enviada ao armazém das peças acabadas.
  • 45. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Prática Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 19 II . 19 II . 19 II . 19 II . 19 O gráfico completo de análise de processo da montagem de um comutador rotativo, é o seguinte: 1 2 3 4 5 6 1 2 3 EIXO (0,025) (0,010) (0,070) (0,020) (0,0015) (0,008) sem tempo fixo de 10 mm de diâm. Varão de aço S.69, sem tempo fixo sem tempo fixo Resina P. F. CORPO PLÁSTICO MOLDADO sem tempo fixo (0,022) (0,080) 7 8 4 CAVILHA DE FIXAÇÃO 5,5 mm de diâmetro Aço BSS32/4 (0,020) (0,045) sem tempo fixo 14 7 9 (0,025) sem tempo fixo sem tempo fixo (0,005) (0,0015) (0,006) 11 5 12 13 6 10 Fig. II.7 - Gráfico de análise de processo para a montagem do comutador rotativo Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984 Na prática, para cada símbolo, ao lado e à direita, deveria ter sido feita uma descrição abreviada do que se faz durante a operação ou controlo. Estas inscrições foram aqui omitidas para melhor se destacar a sequência principal das operações ou controlos.
  • 46. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 20 II . 20 II . 20 II . 20 II . 20 Na construção de um gráfico de análise de processo deverão ainda ter-se em consideração os seguintes aspectos: • Todas as peças soltas são dispostas em linhas verticais da direita para a esquerda, consoante a ordem de montagem na peça principal. No exemplo dado, o corpo de plástico moldado é a primeira peça a ser montada no eixo, pelo que se encontra numa linha vertical mais próxima deste do que a cavilha de fixação. • Verifica-se que as operações e os controlos são numerados a partir de 1. A numeração é contínua de uma peça para a seguinte, partindo sempre da direita, até ao ponto em que a segunda peça é reunida à primeira. A sequência dos números passa então à peça seguinte (indicada imediatamente à esquerda) e continua até à montagem desta peça na primeira, prosseguindo depois até nova montagem, e assim sucessivamente de peça em peça, e da direita para a esquerda, pela ordem de montagem das peças na peça principal. • A montagem de uma peça na peça principal é indicada por uma linha horizontal que parte da linha vertical da peça a montar e que termina no ponto em que a montagem se efectua na linha principal. Naturalmente que as peças a montar podem ser também compostas por vários elementos reunidos antes da montagem na peça principal. Para desenhar os gráficos de análise de processo são, ainda, normalmente, utilizados alguns sinais convencionais: 6 3 7 Componente secundária Componente principal Montar agora 8 9 Repetir ainda 3 vezes 16 19 20 5 17 4 18 Indicação de uma mudança de dimensão ou de estado Indicação das repetições (atenção à numeração que daí resulta) Escolha entre duas linhas Fig. II.8 - Sinais convencionais utilizados no desenho de gráficos de análise de processo Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, Lda., 1984, pág. 203
  • 47. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 21 II . 21 II . 21 II . 21 II . 21 Neste caso, a componente secundária junta-se à componente principal depois do controlo 3 e é montada durante a operação 7. A montagem compreende ainda duas operações, números 8 e 9, que se efectuam cada uma quatro vezes no total, como indica a nota “repetir”. Convém notar que a primeira operação após as repetições leva o número 16, e não 10. Como já foi aqui dito anteriormente, o gráfico de análise de processo tem por objectivodarumaperspectivadoconjuntodasoperações,comofimdeeliminaras operações inúteis ou combinar as que podem ser efectuadas ao mesmo tempo. Para tal, é geralmente necessário proceder a uma análise mais pormenorizada, que o gráfico de análise de processo não permite. Seguidamente será descrito o gráfico de sequência, sendo ilustrada a sua utilização para o aperfeiçoamento dos métodos. Os Gráficos de Sequência O gráfico de sequência é executado de uma forma semelhante à utilizada para efectuar os gráficos da análise de processo, mas desta vez são também utilizados os símbolos de “transporte”, “espera” e “armazenagem”, além da “operação” e “inspecção”. Desta forma, é possível efectuar uma análise mais profunda e pormenorizada do processo a estudar. Existem três tipos de gráficos de sequência, consoante o referencial que é utilizado. Se registarmos num gráfico tudo aquilo que é efectuado por um determinado trabalhador numa determinada tarefa, estamos perante um gráfico de sequência-executante: o objecto do estudo é o trabalhador, é ele que é observado e os movimentos, operações, esperas, etc., são referentes a ele. Se, por outro lado se considerar a matéria-prima como referência do estudo, registando as suas transformações e movimentações, então trata-se de um gráfico de sequência-matéria. Finalmente, podemos ainda registar a forma como o equipamento é utilizado efectuando, nesse caso, um gráfico de sequência-equipamento. Em resumo, poderá dizer-se que: Um gráfico de sequência é um gráfico de análise que indica, pela sua ordem, as fases do circuito efectuado por um produto ou um processo, sendo todas as actividades em questão registadas com a ajuda de símbolos apropriados. Podem considerar-se três tipos de gráficos de sequência: • Gráfico de sequência-executante: gráfico de sequência que regista o que faz o trabalhador. • Gráfico de sequência-matéria: gráfico de sequência que regista como a matéria é transformada ou movimentada. • Gráfico de sequência-equipamento: gráfico de sequência que regista como o equipamento é utilizado. Gráfico de sequência- -executante Gráfico de sequência- -equipamento Gráfico de sequência- -matéria
  • 48. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 22 II . 22 II . 22 II . 22 II . 22 Qualquer que seja o tipo de gráfico utilizado, o processo de o executar e os símbolos utilizados são sempre idênticos. De tal forma que o impresso utilizado para efectuar qualquer um dos três tipos de gráfico é sempre o mesmo, possuindo a inscrição “Executante / Matéria / Equipamento”, na qual devem riscar-se as palavras que não interessam. Dado o maior grau de complexidade e de pormenor que é utilizado na execução deste gráfico, ele é normalmente utilizado para descrever operações menos numerosas do que as descritas pelo gráfico de análise de processo. São efectuados gráficos distintos para cada peça ou elemento importante num processo de montagem, por forma a que as diferentes armazenagens, movimentações, operações e controlos possam ser analisados isoladamente. Desta forma, ao contrário do que acontece com o gráfico de análise de processo, não existem linhas de ligação representando a junção de diversos componentes, sendo os gráficos de sequência constituídos por apenas uma única linha vertical. Exemplo II. 1 Fig. II.9 - Diferenças na construção de gráficos de análise de processo e de sequência Gráfico de sequência-matéria:desmontagem, limpeza e desengorduramento de um motor. Para verificarmos a forma como é construído um gráfico de sequência-matéria, vamos examinar o presente exemplo, onde foi estudado o circuito percorrido por um motor de autocarro numa oficina. O motor foi desmontado, limpo e desengordurado e, após observação directa, todas as actividades envolvidas neste processo foram resumidas no que a seguir se apresenta. Quadro II.5 - Exemplo de desmontagem, limpeza e desengorduramento de um motor 6 3 7 Componente secundária Componente principal 4 5 2 Gráfico de sequência: representado por uma única linha vertical Gráfico de análise de processo: junção de diversos componentes num componente principal
  • 49. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 23 II . 23 II . 23 II . 23 II . 23 Para facilitar o trabalho de construção destes gráficos, existem modelos pré- -impressos, havendo toda a conveniência em os utilizar, pois assim não se corre o risco de esquecer alguma informação importante. Para os dados apresentados acima, teremos o seguinte gráfico de sequência- -matéria, constante da página seguinte, construído a partir de um modelo pré- -impresso: Fig. II.10 - Gráfico de sequência-matéria: desmontagem, limpeza e desengorduramento de um motor (método aplicado) Fonte: “Introdução ao Estudo do Trabalho”, Editora Portuguesa de Livros Técnicos Distância (em metros) Nºde Ordem Símbolo Actividade Tipo de Actividade 1 Ñ Motor no armazém dos motores usados 1 ð Retirar motor com grua eléctrica Não produtiva 24,5 2 ð Transportar até à próxima grua " 3 ð Pousar no solo " 4 ð Retirar motor com segunda grua eléctrica " 30,5 5 ð Transportar para a oficina de desmontagem " 6 ð Pousar no solo " 1 ¡ Desmontar motor Produtiva 2 ¡ Limpar e separar peças principais " 1 o Controlar desgaste das peças e redigir relatório de inspecção Não produtiva 3,0 7 ð Colocar peças na caixa de desengordurar " 8 ð Carregar com grua manual " 1,5 9 ð Transportar até à máquina de desengordurar " 10 ð Descarregar na máquina de desengordurar " 3 ¡ Desengordurar peças Produtiva 11 ð Retirar da máquina de desengordurar com grua Não produtiva 6,0 12 ð Afastar da máquina de desengordurar " 13 ð Pousar no solo " 1 D Deixar arrefecer " 12,0 14 ð Transportar à bancada de limpeza " 4 ¡ Limpar completamente todas as peças Produtiva 9,0 15 ð Colocar todas as peças limpas numa caixa Não produtiva 2 D Esperar transporte " 16 ð Carregar todas as peças, excepto bloco de cilindro e cabeça, num carro " 76,0 17 ð Transportar ao serviço de inspecção de motores " 18 ð Descarregar e dispor as peças na mesa de controlo " 19 ð Carregar bloco de cilindro e cabeça num carro " 76,0 20 ð Transportar ao serviço de inspecção dos motores " ------------- 21 ð Pousar no solo " 238,5 3 D Armazenar temporariamente, aguardando controlo
  • 50. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 24 II . 24 II . 24 II . 24 II . 24 e Científicos, Lda., 1984, pág. 98 Conforme se pode verificar, com o gráfico de sequência-matéria é possível ter GRÁFICO DE SEQUENCIA EXECUTANTE / MATÉRIA / EQUIPAMENTO RESUMO GRÁFICO Nº1 DE 1 FOLHA Nº1 ACTIVIDADE ACTUAL PROPOSTA GANHO OBJECTO: Motor de autocarro usado Operação Transporte Espera D Controlo Armazenagem ∇ 4 21 3 1 1 ACTIVIDADE: Desmontagem, limpeza e lavagem de um motor antes da inspecção MÉTODO: ACTUAL / PROPOSTO LOCALIZAÇÃO: Oficina de lavagem Distância (metros) 238,5 EXECUTANTE(S): FICHA 1234 571 Tempo (min-oper.) - - - Custo - - - GRÁFICO POR: APROVADO POR: DATA: TOTAL - - - Descrição QDE. Distância (metros) Tempos (Min) Símbolos Observações D ∇ Motor guardado no arm. de motores usados 1 Retirar motor Grua eléctrica Transportar até grua próxima 24,0 Grua eléctrica Pousar no solo Retirar o motor Grua eléctrica Transportar oficina desmontagem 30,0 Grua eléctrica Pousar no solo Desmontar motor Limpar e separar peças principais Controlar desgaste de peças; redigir relatório de inspecção Transportar peças p/ caixa desengordurar 30,0 Carregar p/ desengordurar Transportar p/ máquina desengordurar 1,5 Grua manual Descarregar na máquina desengordurar Desengordurar peças Tirar da máquina de desengordurar Grua manual Afastar da máquina de desegordurar 6,0 Grua manual Pousar no solo Deixar arrefecer Transportar à bancada de limpeza 12,0 Limpar completamente todas as peças Colocar peças limpas numa caixa 9,0 Esperar transporte Carregar todas as peças, excepto bloco e cabeça, num carro Transportar ao serviço de controlo motores 76,0 Carro Descarregar e dispor peças na mesa de inspecção Carregar bloco e cabeça em carro Transportar ao serviço de inspecção mot. 76,0 Carro Pousar no solo Armazenar temporaria/ aguard. inspecção TOTAL 237,5 4 21 3 1 1 ^
  • 51. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 25 II . 25 II . 25 II . 25 II . 25 uma visão geral de todas as actividades envolvidas num determinado processo, permitindo compreender, de uma forma relativamente rápida, quais as relações existentes entre as mesmas. Um ponto importante a ter em consideração na elaboração destes gráficos diz respeito à observação das diferentes actividades. Os pormenores indicados deverão ser obtidos por observação directa, por forma a evitar eventuais esquecimentos e/ou distorções da realidade. Não devem ser estabelecidos gráficos de memória, a não ser, claro está, na situação de elaboração de um novo método. Os elementos recolhidos deverão ser registados de uma forma clara e precisa, evitando futuros erros de leitura e garantindo, assim, a sua compreensão por várias pessoas. No registo dos dados deverá ter-se também um certo bom senso em relação à simplificação ou não do problema a estudar: se, por um lado, não se deve tornar o registo demasiado pormenorizado (não esquecer que se pretende, com este tipo de gráficos, dar uma visão de conjunto das diversas actividades envolvidas), não se deve também cair no extremo oposto, simplificando de tal forma o problema que corremos o risco de omitir observações, tornando o estudo menos exacto. Por forma a conservar o seu valor para uma consulta futura e para fornecer informações tão completas quanto possível, deverá ter-se um especial cuidado no preenchimento de todos os registos constantes no cabeçalho do gráfico acima representado. A ACE Construction Company A ACE Construction Company possui um método de pagamento de facturas que, por vezes, conduz a demoras exageradas. Algumas das facturas oferecem um desconto se forem pagas num prazo de 10 dias. O procedimento existente passa pela realização de cópias da factura e sua numeração, por forma a que todo o “pacote” possa dar entrada num processo automático de tratamento de informação. Só então as facturas são enviadas ao responsável para aprovação. Dado que a pessoa responsável pela aprovação das facturas se encontra frequentemente fora da Empresa, nos locais de construção, o processo de aprovação das facturas chega a demorar 3 e 4 dias. A companhia pretende que o pagamento das facturas não seja efectuado sem que o responsável pelo projecto confirme a recepção do material no local adequado e que o mesmo se encontrava em condições aceitáveis de qualidade. A ACE adoptou um método melhorado que permitiu reduzir o tempo que medeia entre a recepção das facturas e o pagamento das mesmas. No novo processo, é enviada uma cópia ao responsável pelo projecto antes de se efectuar o processo de codificação e de verificação. O responsável pode efectuar, imediatamente ou não, as verificações necessárias. Entretanto, prossegue-se com o restante processo burocrático. Se, por qualquer motivo, o responsável não autoriza o pagamento da factura (o que raramente acontece), o pagamento é cancelado. Caso contrário, os descontos são aproveitados. O método antigo e o método novo de recebimento e pagamento de facturas são
  • 52. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 26 II . 26 II . 26 II . 26 II . 26 mostrados nos gráficos de sequência de processo da página seguinte. O novo procedimento permitiu reduzir o tempo de processamento das facturas de 9 - 10 dias (inicialmente) para 4 - 5 dias. Uma redução de poucos dias resultou numa redução significativa de custos para a Empresa, observando-se que o novo método não é mais dispendioso que o anterior. ACE Construction Company - Processo Antigo Fonte: Dilworth, James B., Production and Operations Management-Manufacturing and Services, McGraw Hill International Editions, 1993 Descrição Distância (metros) Tempos (min) Símbolos ¡ ð D ¨ ∇ Recepção de factura e colocação da data • Envio ao responsável 20 • Secretária do responsável 1/2 • Junção da ordem de compra • Envio à contabilidade 25 • Secretária do contabilista 1/2 • Codificação • Envio ao responsável 25 • Secretária do responsável 1/2 • Fazer cópias • Envio do original ao gestor do processo 110 • Secretária do gestor 3 • Inspecção e aprovação do gestor • Envio ao responsável 90 • Secretária do responsável 1/2 • Número de vendedor e data confirmadas 1 • Informação gravada em fita magnética 1 • Factura paga • Envio ao responsável 30 • Secretária do responsável 2 • Arquivo de factura • Total: 300 9 7 6 5 2 1
  • 53. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 27 II . 27 II . 27 II . 27 II . 27 ACE Construction Company - Processo Novo Grupos de actividades Fonte: Dilworth, James B., Production and Operations Management-Manufacturing and Services, McGraw Hill International Editions, 1993 Análise de dados Depois de registados os dados relativos a um determinado processo, chegou a altura de os analisar convenientemente, por forma a introduzir possíveis melhorias no referido processo. As cinco categorias de actividades registadas nos gráficos de sequência (operação ο, transporte ⇒, espera ∆, controlo, e armazenagem ∇) podem ser classificadas em dois grandes grupos: • Actividades durante as quais acontece qualquer coisa à matéria ou objecto: ele é trabalhado, transportado ou examinado; • Actividades durante as quais não se toca no objecto: ele é armazenado ou Descrição Distância (metros) Tempos (min) Símbolos ¡ ð D ¨ ∇ Recepção de factura e colocação da data • Envio ao responsável 20 • Secretária do responsável 1/2 • Junção da ordem e efectivas cópias • Envio de cópias ao getor de projecto 110 • Secretária do gestor 1/2 • Aprovação de pagamento • Envio ao responsável • Secretária do responsável 1 • Factura paga • Envio do original para responsável 10 • Verificação de vendedor e de data 2 • Gravação em fita magnética • Envio para responsável 30 • Secretária do responsável • Arquivo da factura • 3 Total: 170 7 5 5 4 1 1
  • 54. GuiadoFormando Ut.02 M.O.01 Componente Científico-Tecnológica Estudos de Métodos de Trabalho IEFP IEFP IEFP IEFP IEFP · ISQ ISQ ISQ ISQ ISQ Or Or Or Or Org g g g ganização do anização do anização do anização do anização do T T T T Tr r r r ra a a a abalho balho balho balho balho II . 28 II . 28 II . 28 II . 28 II . 28 permanece à espera. O primeiro grupo poderá ainda subdividir-se em três sub-categorias: • Actividades de preparação: o material ou o objecto é preparado ou colocado em posição de ser trabalhado (representadas pelo símbolo de transporte ou controlo); • Operações positivas: nestas, a forma, a composição química ou o estado físico do produto são modificados (representadas apenas pelo símbolo operação); • Actividades de evacuação: o objecto é retirado da máquina ou oficina (representadas pelo símbolo de transporte ⇒ ou controlo ). Note-se que as actividades de evacuação de uma operação podem ser as actividades de preparação da operação seguinte. O objectivo do estudo dos métodos é, obviamente, aumentar o mais possível as operações ditas “positivas”, pois são estas as que mais contribuem para avançar o produto desde a sua forma original de matéria-prima até à fase final de produto acabado. Estas operações são “produtivas” e todas as outras, embora necessárias, poderão ser consideradas como “não produtivas”. Serão então estas (as não produtivas)quedeverãoserpostasemdúvidaemprimeirolugar,poisrepresentam uma imobilização de capital que poderia ser utilizado noutras áreas mais lucrativas. Da mesma forma que o registo dos dados é efectuado segundo determinadas normas e utilizando técnicas previamente estabelecidas, a análise dos dados também deverá obedecer a um exame crítico, obedecendo a alguns princípios quetêmpor finalidade,porumlado,facilitarotrabalhoe, por outro, evitar possíveis descuidos e esquecimentos. Para tal, cada actividade deverá ser submetida a uma série sistemática e progressiva de perguntas: é o chamado método interrogativo. O método interrogativo O método interrogativo é um meio de efectuar o exame crítico que consiste em submeter cada actividade a uma série sistemática e progressiva de perguntas. As questões fundamentais A primeira parte do método interrogativo consiste na formulação das chamadas questões fundamentais. Estas perguntas deverão ser formuladas segundo uma ordem bem estabelecida, devendo ser interrogados sistematicamente, para cada actividade, o objectivo, o local, o momento, a pessoa e os meios, procurando dar uma justificação para essas perguntas. Método interrogativo Questões fundamentais do método interrogativo