texto reflexivo sobre a empatia e inclusão. em como os espaços escolares podem acolher as diferenças através da sensibilidade, como acolher as diferenças, as diversidades no contexto escolar.
1. Empatia e inclusão
A empatia é um conceito precioso, principalmente dentro de um mundo cada vez mais
volátil. Trata-se de um processo de imersão na perspectiva do outro, fundamental para
vivermos em uma sociedade coletivamente. É colocar-se no lugar do outro, sem
julgamentos, para compreender diferentes situações e visões de mundo.
O ser humano tem como essência ser social, então reconhecer o outro é essencial para
o processo de comunicação. Para além disso, entender o próximo nos faz crescer como
indivíduos, sendo um importante passo para a formação da identidade.
Não só no dia a dia, mas dentro da escola o conceito de empatia é extremamente
importante de ser aplicado. Isso porque ele facilita que entendamos que o mundo é
composto pela diversidade e entender a diferença nos torna cooperativos, abertos à
ter um novo olhar sobre a realidade vivenciada.
“Através da empatia consigo melhorar meu relacionamento, consigo cultivar
estratégias para reduzir conflitos e buscar cooperação. Consigo enxergar e fazer leitura
dos problemas que existem para atender demandas que não necessariamente me
afetem, mas que afetam os outros”.
É imprescindível que saibamos que o outro é diferente de nós. Ele tem suas próprias
expectativas, desejos, habilidades e valores. E só teremos certeza de que nosso
pensamento coincide com o dele por meio de um ato bastante simples e, no entanto,
extremamente complexo, relacionando-se com ele.
A empatia serve para “desobjetificar” o outro, para vê-lo como sujeito e para que o
coloquemos, simbolicamente, fora de nós. Ela é essencial para que possamos
compreender o outro como um ser autônomo, não como um mero reflexo de nós
mesmos. Essa compreensão é essencial para que percebamos a diferença.
Compreender que é no espaço construído entre as diferenças de um para outro que se
torna possível ensinar. Esse espaço surge quando percebemos que, para levar
conhecimento ao outro, precisamos primeiro conhecê-lo: ouvi-lo ao invés de
diagnosticá-lo; perceber suas necessidades individuais ao invés de massificá-lo, admitir
suas diferenças para construir uma relação de aprendizagem.
Não é um movimento simples, no entanto. Colocar-se nesse lugar significa conceber a
existência de um outro, diferente de nós. É um movimento duplo: percebê-lo como ser
humano – igual a mim – e percebê-lo como outro – diferente de mim. Só há empatia
quando existe a compreensão da igualdade (de poder ser, existir, ter direitos) e da
diferença (de necessidades, desejos etc.) simultaneamente.
Departamento de Inclusão - SME