2. Relatório mensal agosto 2016
Conselho dos Exportadores de Café do Brasil2
Conteúdo
1. Resumo das exportações de café – AGOSTO 2016
1.1. Exportações mensais de café – agosto/2016 .............................................................................. 4
1.2. Exportações mensais – últimos 12 meses ................................................................................... 5
1.3. Exportações ano-civil – janeiro a agosto ...................................................................................... 6
1.4. Evolução das Exportações Brasileiras de Café (ano-civil) ......................................................... 6
1.5. Exportações Brasileiras de Café - ano safra ................................................................................ 7
1.6. Exportações Brasileiras de Cafés Diferenciados......................................................................... 8
1.7. Exportações Brasileiras de Café por Continente, Grupo e Bloco Econômico .................... 9
1.8. Perfil do Consumo Mundial de Café .............................................................................................. 9
1.9. Exportações Brasileiras de Café para os principais destinos ................................................ 10
1.10. Exportações Brasileiras de Café por Unidades de Despacho e Embarque......................10
2. SÉRIES ESTATÍSTICAS
2.1. Exportações Brasileiras de café solúvel por destino nos últimos 5 anos (sacas 60 kg) .11
3. Cafeicultura Sustentável - Artigo
3.1 Desafios da cafeicultura mundial: o Brasil no rumo certo!...................................................... 15
4. Jurídico Tributário
4.1. Funrural, Santos Brasil, ICMS, ANTAQ, CARF e Taxas Indevidas ........................................... 17
5. Responsabilidade Social e Sustentabilidade
5.1. Dia de Campo .................................................................................................................................... 19
5.2. Produtor Informado.......................................................................................................................... 19
5.3. Cecafé - Eventos ............................................................................................................................... 20
6. Calendário das atividades 2016
6.1. Atividades do 2º semestre ............................................................................................................. 21
3. www.cecafe.com.br
Resumo das exportações 3
FONTE CECAFÉ
Resumo das exportações
de café - agosto 2016
Exportações brasileiras de Café retomam
crescimento em agosto
Até o momento foram 2.692.282* de sacas embarcadas neste mês,
crescimento de 37% em relação a julho
A
s exportações de café brasileiro retomaram o ritmo de crescimento no mês de agosto de 2016, segundo dados do relatório mensal
produzido pelo Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Até o momento foram 2.692.282* sacas de café no mês passado,
um crescimento de 37% em relação ao mês de julho, quando o país exportou 1.956.116.
Deste montante, 2.362.662 de sacas exportadas foram de café arábica, 39.327 de robusta, 287.916 de solúvel e 2.377 de
torrado e moído. Todo esse volume foi responsável por uma receita cambial de US$ 430,481 milhões.
O total exportado de janeiro até agosto de 2016 computou 20.936.248 sacas, com receita de US$ 3.127 milhões. Já a soma
dos últimos 12 meses (set/2015 até ago/2016) registrou 34.406.071, com total de receita de US$ 5,175 bilhões. O acumulado
dos primeiros dois meses do ano safra 2016/2017 atingiu 4.648.398 de sacas.
Segundo Nelson Carvalhaes, Presidente do Cecafé, a retomada do ritmo de exportações de café brasileiro em agosto já era
esperada. “Após um período de entressafra, certamente teremos um crescimento gradativo e sustentável daqui para frente,
uma vez que o café brasileiro, considerado como um dos mais qualificados e sustentáveis do mundo, continua com a demanda
necessária e crescente”, completa o executivo.
*Por conta da greve na alfândega do Porto de Santos não foi possível apurar todo o fechamento do mês de agosto, que traria re-
sultados ainda melhores. Os números serão atualizados pelo Cecafé nas próximas semanas.
Principais destinos
Entre os países de destino do café brasileiro, destaque para Rússia, que aumentou o nível de importação do produto em
16,6%, e da Suécia (incremento de 5,3%). Vale ressaltar ainda o crescimento de 8% nas exportações de café para o leste euro-
peu e de 9% na Oceania.
No acumulado do ano civil (janeiro a agosto de 2016), 120 países consumiram o café brasileiro. Os EUA continuam na li-
derança com 19% do volume (4.041.713 sacas), seguido pela Alemanha com 18% (3.760.198 sacas). Já a Itália, com 1.681.762
sacas, retomou o terceiro lugar antes ocupado pelo Japão, que com 1.578.423 sacas agora ocupa a quarta posição.
Cafés diferenciados
As exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas susten-
táveis, por exemplo) continuam se destacando. Em agosto de 2016, foram 406.040 sacas embarcadas, um crescimento de 9,1%
na comparação com julho desse ano.
4. Relatório mensal agosto 2016
Resumo das exportações4
FONTE CECAFÉ
Mês
volume em sacas de 60 Kg
Exportações
Totais de Café
(sacas 60Kg)
Receita
Cambial
US$ FOB Mil
Preço
Médio
(US$ / saca)
Café Verde Café Industrializado
Robusta Arábica
Total Café
Verde
Torrado
& Moído
Solúvel
Total Café
Industrializado
ago-12 233.483 2.034.171 2.267.654 3.795 356.967 360.762 2.628.416 534.074 203,19
ago-13 134.175 2.247.530 2.381.705 2.079 276.454 278.533 2.660.238 403.878 151,82
ago-14 386.086 2.389.590 2.775.676 2.569 317.641 320.210 3.095.886 581.171 187,72
ago-15 396.050 2.197.643 2.593.693 2.136 310.231 312.367 2.906.060 462.361 159,10
ago-16 39.327 2.362.662 2.401.989 2.377 287.916 290.293 2.692.282 430.481 159,89
Var. %
2016 x 2015
-90,1% 7,5% -7,4% 11,3% -7,2% -7,1% -7,4% -6,9% 0,5%
1.1. Exportações Brasileiras de Café - Mensal
Período: agosto
Sacas 60 Kg / US$ FOB Mil
No acumulado de janeiro a agosto de 2016, os cafés diferenciados representaram 19,2% dos embarques, com um total de
4.014.262 sacas, alcançando preços médios aproximadamente 26,6 % superiores à média total do café verde exportado.
Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados brasileiros representam 81,1% dos embarques. Os EUA continuam
sendo o maior comprador deste tipo de café, com uma fatia de 20% do total de exportações – 820.193 sacas no período. Japão,
com 14% (563.618 sacas) fica em segundo, seguido pela Alemanha com 12% (465.513 sacas).
Preços
O preço médio registrado em agosto de 2016 foi de US$ 159,89, com alta aproximada de 3% em relação ao mês anterior (US$
155,56). Este valor foi o mais alto dos últimos 12 meses.
Portos
O Porto de Santos segue como principal via de escoamento da safra para o exterior, com 84,1% (17.601.504 sacas) de parti-
cipação no acumulado entre janeiro e agosto de 2016. Porém, há um incremento no aumento nos volumes embarcados pelos
Portos do Rio de Janeiro (inclui Sepetiba), que representaram 11,6% (2.430.508).
O relatório completo está disponível no site do Cecafé: http://www.cecafe.com.br/.
Sobre o Cecafé
Fundado em 1999, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – representa e promove ativamente o desenvol-
vimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento
por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade
social. Atualmente, possui 139 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, corres-
pondendo a 95% dos agentes desse mercado no país.
Contatos para imprensa
CDN Comunicação
Rodrigo Ferrari (11) 3643-2734 rodrigo.ferrari@cdn.com.br
Rodrigo Garutti (11) 3643-2780 rodrigo.garutti@cdn.com.br
15. Relatório mensal agosto 2016
Artigo15
Desafios da cafeicultura mundial: o Brasil no
rumo certo!
Nos últimos anos, a cafeicultura mundial presenciou o im-
pacto da elevação das temperaturas e dos padrões de chuva, que
influenciaram no rendimento e na qualidade do café, assim como
no aumento de pragas e doenças em diversos países produtores,
principalmente nos da América Central.
Esse cenário ficou ainda mais sensível em 2015, quando re-
gistramos o ano mais quente da história do planeta desde que
começaram os registros de temperatura no final do século 19. Só
para ter uma ideia, no ano passado, a temperatura média da Ter-
ra e dos oceanos foi 0,90°C acima da média do século 20, a mais alta já registrada desde 1880, de acordo com
a agência espacial Nasa e a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos.
O notório aquecimento do planeta, bem como seus impactos, levou a cúpula do clima de Paris (COP 21),
ocorrida em dezembro de 2015, a aprovar o primeiro acordo de extensão global para frear as emissões de ga-
ses do efeito estufa. Pelo termo, os 195 países signatários devem iniciar ações que contenham a elevação da
temperatura média do planeta, reduzindo-a para abaixo de 2°C.
A elevação das temperaturas causam severos problemas de estiagem, que afetam diretamente a qualidade,
o preço e a produção de café no mundo, segundo relatório do The Climate Institute “A Brewing Storm: The
climate change risks to coffee report”, encomendado pela Fairtrade Australia & New Zealand.
Segundo o mesmo estudo, hoje, cerca de 80% a 90% dos 25 milhões de cafeicultores mundiais são de pe-
queno porte e, estão mais expostos aos problemas causados pela mudança climática, uma vez que dispõem
de menos capital para investir em tecnologias que lhes permitam manter a produtividade e competitividade
diante desses desafios.
Para ter uma ideia de quão grave é o problema, se não for adotado um conjunto amplo de ações para reduzir a
temperatura atual do planeta, estima-se a redução de até 50% nas áreas produtoras de café até 2050, segundo o
mesmo estudo do The Climate Institute. Tal situação é muito alarmante, pois seria difícil atender uma demanda
crescente de consumo de 2% ao ano (dados OIC últimos cinco anos) com a menor capacidade de produção.
O Brasil também sofre com essa situação. Em 2014, a forte seca e a alta temperatura no maior Estado
produtor de café – Minas Gerais, com 50% da produção nacional - afetou o rendimento da cafeicultura local.
Outro caso é o do Espírito Santo, segundo maior Estado produtor do país, que sofre, desde 2014, com a severa
estiagem, além disso, já é possível observar o impacto na produção.
Porém, a cafeicultura brasileira é uma das mais desenvolvidas tecnologicamente e do ponto de vista de susten-
tabilidade no mundo, o que faz com que o setor, no país, tenha ferramentas para superar esses inúmeros desafios.
Para isso, ao longo dos anos, o setor cafeeiro brasileiro investiu em pesquisa e desenvolvimento de novas
técnicas e tecnologias produtivas, bem como na capacitação de produtores nas boas práticas agrícolas.
Cafeicultura Sustentável
16. www.cecafe.com.br
Artigo 16
Um exemplo dessa evolução é que a produtividade de café no país é uma das que
mais evoluiu no mundo. Em 1960, o Brasil possuía uma área 4,9 milhões de hectares e
uma produtividade média de 6,08 sacas / ha, totalizando 29,8 milhões de sacas. Hoje,
segundo dados da CONAB, o território nacional possui uma área de 2,2 milhões de
hectares e uma produtividade média de 25,6 sacas / ha, indicando a redução de 55%
em sua área cultivada, mas com o aumento em 4 vezes a sua produtividade, o que re-
sultou no incremento de 66,4% da produção nacional de café, estimados pela CONAB
em 49,7 milhões de sacas.
Além disso, a produção de café brasileira também contribui para o sequestro de carbono. Isso porque a sua
árvore é considerada perene, com duração média entre 20 a 30 anos. Na comparação com o ano de 1960, o
Brasil possuía 4,3 bilhões de covas. Hoje, são 6,7 bilhões.
Mais do que isso, o setor cafeeiro brasileiro não para nunca e está sempre atento para se adequar às me-
lhores práticas de sustentabilidade em seus processos produtivos. Além da própria legislação nacional ser uma
das mais exigentes do planeta, em março de 2015 foi lançado o Currículo Mínimo de Sustentabilidade de Café,
construído com base em diversos protocolos/plataformas de sustentabilidade cafeeira de distintas institui-
ções e na Instrução Normativa 49/2013, do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA, sobre boas práticas
agrícolas e gestão da atividade cafeeira.
O Currículo Mínimo de Sustentabilidade consiste em um conjunto de normas comuns para a produção de
cafés sustentáveis e com qualidade no Brasil. Entre os principais temas contidos no Currículo Mínimo, desta-
cam-se a conservação da água na propriedade, gestão ambiental, gestão da propriedade, registro de informa-
ções e rastreabilidade, conservação do solo, destinação de resíduos e cuidados com a poluição e contaminação
de água e solo, adequação à legislação trabalhista, com a garantia de segurança e saúde para o trabalhador,
manejo agronômico produtivo e procedimentos corretos de colheita.
O Currículo Mínimo de Sustentabilidade é adotado e difundido em todo o setor. Incluindo os pequenos e
médios produtores, que conseguem ter acesso e incentivo para adotar as boas práticas agrícolas propostas por
meio de programas especiais de capacitação.
Um exemplo é o programa Produtor Informado (PI), projeto de inclusão digital criado pelo comércio expor-
tador de café em 2006, representado pelo Cecafé, que visa a capacitação de produtores em informática básica.
Em 2015, o programa foi reformulado e agora conta com a parceria da Plataforma Global do Café. No novo
formato, engloba também as boas práticas agrícolas, com a adoção de vários itens do Curriculum Mínimo de
Sustentabilidade, entre eles: manutenção do mato manejado nas entrelinhas da lavoura; preservação das áreas
protegidas (APPs e Reserva Legal); utilização de fontes alternativas de energia; proteção integrada; e o preparo
de café, predominantemente, de forma natural de secagem – usando a secagem ao sol, em terreiros, com pouco
gasto de energia de fontes não renováveis.
Sem dúvida, todas essas ações realizadas em conjunto pelas iniciativas privada e pública colocam a cafeicul-
tura brasileira como um exemplo a ser seguido no mundo todo no que diz respeito a processos produtivos cada vez
mais qualificados, tecnológicos e sustentáveis, inclusive atuando ativamente na mitigação dos efeitos climáticos.
Porém, ainda há grandes desafios pela frente e, para continuar nesta vanguarda, será fundamental manter os
investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, bem como na ampliação de programas como o Produtor Infor-
mado, difundir cada vez mais as boas práticas para os produtores de todos os portes e tornar a cadeia nacional
cada vez mais forte e ambientalmente correta.
Marjorie Miranda - Coordenadora dos programas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé