Lors de son arrêt dans la ville de Sao Paulo, le Premier Ministre a pris le temps de répondre aux questions du journaliste Sergio Siscaro de América Economía, la plus ancienne publication économique en Amérique du Sud.

1. NEGÓCIOS
ENTREVISTA
38 AméricaEconomia Junho, 2013
Em visita ao Brasil, primeiro-ministro
do Haiti, Laurent Lamothe, mostra
interesse em superar os problemas
sociais do país caribenho por meio
de parcerias com a iniciativa privada
Sérgio Siscaro, de São Paulo
A nova cara
do Haiti
U
ma das primeiras nações a de-
clarar sua independência no
continente americano, o Hai-
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nalnacondiçãodedependentederecursos
externosefazeroimpossívelparareerguer
sua economia. Após ter seus recursos dre-
nados durante a ditadura de Papa Doc e
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litaram ainda mais sua economia. A situa-
ção caótica que se seguiu ao afastamento
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um golpe: em janeiro, o país foi devastado
porumterremoto–quelevouàirrupçãode
vítimas e destruição.
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da atração de investimentos externos –
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tes nos últimos anos, é uma clara opção.
Com isso em mente, uma delegação do
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tre os dois países, como a construção de
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ção do Haiti; o fortalecimento das forças
de segurança após a retirada dos contin-
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tianos,queentramnoAcrepelafronteira
Entre uma reunião com o prefeito de
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AméricaEconomia.
AméricaEconomia – Quaissãoosobje-
tivos do governo haitiano ao promover
a aproximação com o Brasil?
Laurent Lamothe – Queremos trans-
formar o Haiti em um país para o qual
fazer caridade, mas sim de fazer inves-
o desenvolvimento do país. Queremos
uma política econômica agressiva, de
um modelo de desenvolvimento com o
setor privado que leve em conta as de-
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vem em uma condição de miséria extre-
ma. Queremos algo similar ao sistema
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tema privado e a necessidade de atender
às camadas mais carentes da população.
AE – Como o Brasil poderá colaborar
nessenovomomentodoHaiti–tantoem
termos de cooperação governamental
quanto de investimentos privados?
Lamothe – De duas maneiras. Em pri-
meirolugar,pormeiodacooperaçãoeda
Fonte: Cepal. *Dados de 2011
RAIO X DO HAITI
Localização: ocupa a metade
ocidental da ilha de Hispaniola
(o restante constitui a República
Dominicana), no Caribe
Área: 27,7 mil quilômetros quadrados
Capital: Porto Príncipe
População: 10,12 milhões*
PIB: US$ 7,346 bilhões*
PIB per capita: US$ 734*
Participação no PIB da América
Latina e Caribe: 0,1%*
Foto:RicardoStuckert/InstitutoLula

2. Junho, 2013 AméricaEconomia 39
O primeiro-ministro
Lamothe quer repetir em
seu país iniciativas brasileiras
como o Bolsa Família
solidariedade econômica e política exis-
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do lugar, por meio de uma política de in-
vestimentosprivados,principalmentena
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única no setor de montagem têxtil. Te-
mos um sistema com os Estados Unidos
por meio do qual as peças de roupas são
enviadas ao Haiti, onde é feita sua mon-
tagem, e dali são levadas de volta sem o
pagamentodeimpostos.Queremoscriar
por meio do qual o país possa importar
roupasmontadasnoHaitisempagarim-
em nosso país. Poderia ser instalado um
parque têxtil na região norte do Haiti, no
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ProdutoInternoBruto
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rar nesse processo de desenvolvimento.
AE – A experiência brasileira em pro-
gramas de combate à pobreza poderá
ser aplicada no Haiti?
Lamothe –
alguns programas sociais que são cal-
o Bolsa Família
Haiti, como o Programa Ajude o Povo
equivalente ao Bolsa Família -
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mento nacional, todos os setores estão
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AE – Alguma companhia brasileira
manifestou interesse em se estabele-
cer no Haiti?
Lamothe – Qualquer empresa que in-
vista em diversas partes do mundo tem
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ceiro. E o Haiti representa um enorme
campo de oportunidades para essas
empresas, tanto no setor têxtil quanto
no agrícola – além de representar a pos-
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ternacional, principalmente na região
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gum interesse de atuar no Haiti, apro-
veitando as muitas similaridades que
existem entre os dois países. Queremos
fazer parcerias com a iniciativa priva-
brasileira
desemprego e desenvolver nosso país.
AE – Além do Brasil, o Haiti tem bus-
cado formas de cooperação econômi-
ca e investimentos junto a outros paí-
ses da América Latina?
Lamothe – Temos uma cooperação
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Haiti tem nos permitido enfrentar mui-
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do com parceiros internacionais, não só
outros países. Juntos, iremos reduzir
em programas de educação, microcré-
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gos. Para tanto, precisamos de investi-
AE – Osenhormanteveconversascom
oministrobrasileirodasRelaçõesExte-
riores, Antonio Patriota, a respeito da
situação dos haitianos que entram ile-
galmente no Brasil. O que deverá ser
feito com relação a esta situação?
Lamothe –
a imigração ilegal e favorecer a imigra-
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Haiti, promovendo os métodos legais
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ACRE: O HAITI É AQUI
Na fronteira com Bolívia e Peru, o Acre es-
tá em uma localização que favorece a en-
trada de estrangeiros ilegais no Brasil. Em
abril, o governofederalcontabilizou1.315
imigrantes ilegais apenas na cidade de
Brasileia – a maioria é do Haiti, mas tam-
bém há cidadãos de Bangladesh, Nigé-
ria, Senegal e República Dominicana. Em
sua viagem ao Brasil, o primeiro-ministro
Lamothe discutiu o assunto com o minis-
tro Antonio Patriota (Relações Exteriores).
estão se esforçando para combater o trá-
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minhos legais para a migração.