Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)
R0743 1
1. Informações preliminares sobre os camarões coletados
nas águas interiores do Sertão do Pajeú, PE. (Crustacea,
Decapoda, Caridea)
Albérico Alves Camello Neto1,2, Rafael Liano de Souza 1,3, Everson Jairo da Silva Cavalcanti1, Izadora dos Santos Silva1,4 e
Girlene Fábia Segundo Viana5
Introdução Talhada/UFRPE, com o auxílio de estereomicroscópio e
bibliografia pertinente [4]. Em seguida, os espécimes foram
Camarões do gênero Macrobrachium Bate, 1868
quantificados, medidos com régua milimetrada o
estão representados por mais de cem espécies,
comprimento da carapaça (CC): medida tomada do ângulo
distribuídas nas zonas tropicais e subtropicais, sendo
orbital até a extremidade mediana dorsal do cefalotórax; o
que mais de um quarto delas são encontradas nas
comprimento total (CT): medida tomada da extremidade do
Américas. Esses animais habitam águas interiores,
rostro à extremidade do telson; pesados individualmente:
incluindo rios, lagos, canais e áreas estuarinas [1]. São
peso, em gramas do camarão fixado utilizando uma balança
de grande interesse comercial, sendo utilizados como
digital de duas casas decimais; sexados, onde foi observada
alimento em diversas partes do mundo [2].
a presença do apêndice masculino nos machos, ou a
Para o Brasil, dezenove espécies estão citadas [3],
ausência deste apêndice nas fêmeas.
destas apenas Macrobrachium amazonicum (Heller,
1862) e M. jelskii (Miers, 1877) são mencionadas para a
área em estudo. Resultados
O trabalho tem como objetivo estudar a estrutura Até o momento foram identificadas duas espécies:
populacional dos camarões na região do sertão do Macrobrachium amazonicum e M. jelskii.
Pajeú, Pernambuco visando fornecer subsídios para No açude Cachoeira foram coletados 147 indivíduos de
futuros projetos de pesca sustentável e de cultivo. M. amazonicum sendo 44 machos, 102 fêmeas e uma fêmea
ovígera. O maior comprimento e peso registrados foram o de
Material e métodos uma fêmea com 49,9 CT e 0,92 g.
Na Barragem do Jazigo foram capturados 134 exemplares
de M. amazonicum, sendo 63 machos, 68 fêmeas e 3 fêmeas
A. Metodologia em campo ovígeras. O maior comprimento e peso registrados foram o
de um macho com 91,4 CT e 5,96 g.
As coletas foram realizadas em três áreas: no açude No Rio Pajeú, Floresta ocorreram ambas as espécies
Cachoeira II, na barragem do Jazigo, ambos em Serra sendo duas fêmeas e uma fêmea ovígera de M. amazonicum
Talhada, e no Rio Pajeú no município de Floresta, e um macho e uma fêmea ovígera de M. jelskii. O maior
durante os meses de outubro e novembro de 2007, e comprimento e peso registrados para a primeira espécie foi
março, abril e junho de 2008, através de puçás com o de uma fêmea com 93,2 CT e 5,05g. Para M. jelskii o maior
abertura de malha de 5 mm e armadilhas fabricadas com comprimento e peso registrados foram de uma fêmea
garrafas pet iscadas com farinha. Em seguida os ovígera com 48,3 CT e 0,86g
camarões foram fixados em álcool a 70% e colocados em Dados sobre comprimento e peso médio, mínimo e
potes plásticos etiquetados. Durante as coletas foram máximo das referidas espécies por localidade podem ser
obtidos os seguintes dados: local, período de captura vistos nas tabelas 01 e 02.
(hora de início e fim), petrecho de pesca utilizado.
Discussão
B. Metodologia em laboratório
Indivíduos juvenis destas espécies podem ser
As espécies foram identificadas, no laboratório de confundidos diferindo, no entanto, por M. amazonicum
Zoologia da Unidade Acadêmica de Serra apresentar, em relação a M. jelskii, o rostro mais delgado e
comprido e um número maior de dentes na margem ventral,
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1. Aluno do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE-
UAST). E-mail para contato: acamelloneto@hotmail.com
2. Bolsista da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia - FACEPE
3. Bolsista de Iniciação Científica – PIC / UFRPE
4. Bolsista de Iniciação Científica – PIBIC / UFRPE
5. Professora do Curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada
(UFRPE-UAST). E-mail: fabiaviana@uast.ufrpe.br.
2. além do telson e urópodos serem mais estreitos.
As metodologias empregadas para a captura desses
camarões variam nas diversas localidades do país indo
desde puçás, tarrafas e redes de arrastos a armadilhas
tradicionais como “matapi”, usadas no Pará, ou garrafas
de refrigerante pet nos açudes de Serra Talhada, PE.
No presente trabalho foi observado que o emprego
de garrafas pet foi bem eficiente, principalmente quando
esta se manteve submersa por 10min, onde se obteve
uma melhor captura de camarões, por outro lado,
quando estas passavam mais tempo, ocorria uma maior
incidência de peixes e os camarões ou saiam delas ou
não se aproximavam. Observou-se também que as
melhores coletas foram em águas mais calmas e turvas.
Com relação ao comprimento dos indivíduos, estes
se apresentaram, em sua maioria, pequenos,
provavelmente, devido a pouca profundidade das
estações de coletas.
Agradecimentos
À professora Luciana Matos pelo apoio recebido, à
Direção Administrativa da UAST por viabilizar o
transporte dos bolsistas, e a vários anônimos nas
coletas.
Referências
[1] CAVALCANTE, L.B. 1986. Camarão: Manual de cultivo do
Macrobrachium rosembergii (pitu havaiano – gigante da
Malásia), Recife: Aquaconsult, 143p.
[2] HOLTHUIS, L.B. 1952. A general revision of the
Palaemonidae (Crustacea Decapoda Natantia) of the Americas.
2. The subfamily Palaemoninae. Los Angeles: The University
of Southern California Press 2. (Allan Hancock Foundation
Publications. Occasional Papper, 12), 396p.
[3] PORTO, L.A.C. 1998. Estrutura populacional e biologia
reprodutiva de Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862)
(Crustácea, Decapoda, Palaemonidae), na Bacia Hidrográfica do
Rio Meia Ponte, Bela Vista de Goiás – GO, Brasil. Dissertação
(Mestrado em Zoologia, Instituto de Biociências da USP), 115p.
[4] MELO, G.A.S. 2003. Manual de identificação dos
Crustacea Decapoda de água doce do Brasil. São Paulo:
Edições Loyola: Centro Universitário São Camilo: Museu de
Zoologia, Universidade de São Paulo, 430p.
3. Tabela 1 - Comprimento total (CT) e da carapaça (CC) e peso individual de Macrobrachium amazonicum coletado no Açude
Cachoeira, Barragem do Jazigo e Rio Pajeú – Floresta, durante os meses de outubro e novembro de 2007, e março, abril e junho de
2008. (Max = máximo; Med. = médio; Min = mínimo).
Local Açude Cachoeira Barragem do Jazigo Rio Pajeú – Floresta
Tamanho
Max 49,9 91,4 93,2
CT Med 32,8 53,9 88,0
Min 14,8 29,7 84,8
Max 11,3 20,9 18,6
CC Med 7,2 11,7 18,0
Min 3,2 7,2 17,6
Max 0,92 5,96 5,05
Peso Med 0,27 1,24 4,58
Min 0,02 0,28 4,20
Tabela 2 - Comprimento total (CT) e da carapaça (CC) e peso total de Macrobrachium jelskii coletado no Rio Pajeú – Floresta, no
mês de novembro de 2007.
Local Rio Pajeú – Floresta
Tamanho
Max 48,3
CT Med 42,3
Min 36,3
Max 10,5
CC Med 9,0
Min 7,4
Max 0,86
Peso Med 0,6
Min 0,29