1) O texto discute a ilusão da vida e como as pessoas ricas constroem grandes mansões para se sentir confortáveis, mas acabam se sentindo solitárias.
2) Fala também sobre como as pessoas investem muito em arquitetura luxuosa para suas casas, mas esquecem de investir na "casa principal", que é o próprio corpo.
3) No final, reflete que mesmo após a morte a vida de cada um se torna arte, seja para quem ama ou odeia a pessoa.
Quem disse que não existe pena de morte no brasil matéria realizada com sucesso
Crônica
1. CrônicaPor: JESUS RIOS
A ilusãoe adesgraça é Arte, tudo é arte, até
mesmo a sua gravata
O mais rico dos ricos pode ser lunático ao ponto de construir uma grande casa, mansões
ou o morar lá encima, no 19º andar onde sente o vento veloz das turbinas áreas
sussurrarem em seus ouvidos e rosto adentro.
Coitado, mal sabe que esta sendo bobo ao viver feito máquina robótica em um mundo
lunático. O mais belo dessa ilusão são as colunas dóricas, jônicas e coríntias que
seguram a laje pesada de toda uma arquitetura desenvolvida. As cores externas e
internas de referências Pantone, fazem deslumbrar durante o dia e ainda mais a noite.
Os quadros despendurados sobre as paredes são de obras primas, criação reflexiva de
um ser humano ou de um ser irracional capitalistanato correndo contra o tempo em
busca de fama e reconhecimento na mídia, vivo e depois de morto.
A arte é o que resta para o pobre engravatado. Investe o que tem e não tem em um
habitat 10 vezes maior que a massa de seu corpo. Para quê tanto desperdícios? Ou será a
busca do super-conforto enganoso, já que goza apenas 30% de todo o luxo arquitetônico
investido? Mais triste ainda é quando o costume visual pelo que tem chega, ou seja, o
olhar estrangeiro foi perdido e este imóvel que é belo, passa a ser algo natural ou
enjoativo, sem graça, mesmo sem perder a beleza.
Para completar o pacote coitado, esqueceu-se do mais importante: a casa principal de
todo o infinito de sua existência física e simbólica ao ar. Na sua principal casa ele não
investe. A casa que ficará para eternidade, até os fins da décima ou quinquagésima
geração. Esta casa quando bem feita é uma luxúria dentro de um condomínio onde
apenas meio metros as separam uma das outras.
Esta casa “ante-preocupada” serve como espelho para muitos, no dia 12 de Outubro de
cada ano brasileiro. São obras de arte baixas, forrada de mármores claros, escuros e
espelhados. Potes de bronze, a imagem do Criador e seus intercessores Santos. Muitos
2. valem metade daquela mansão... Outras são irmãs gêmeas do Morumbi ou do Maracanã.
E o mais pobre, dos Pobres, mas que não deixa de ser arte tem-se característica ao
semiárido brasileiro.
Além de investir na casa gigante, é preciso cair à ficha e ser mais responsável o bastante
de se lembrar da outra casa menor. O bastante e necessária para o seu corpo antes de
apodrecer e ser comido pelos bichos, os quais dão a prova real ao que ainda estão vivos,
que são todos iguais, que a gravata não serve para nada sob a terra ou o cal.
-Coitado! Coitado! Infelizmente Senhor, a sua gravata não tem serventia alguma neste
lugar abafado, sem oxigênio e escuro, mas que não deixa de ser arte, a desgraça ou o
sentido enganoso que a vida lhe passara é arte. Pode não ser para você, mas para quem
te odeia mesmo inexistente, em óbito... É ARTE.