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Tecendo um plano para o futuro
Fazer escolhas não é fácil para ninguém. Embora elas sejam um fato constante na
nossa vida e, algumas delas, realmente, sejam bem simples, em alguns momentos da vida
nos deparamos com possibilidades que são excludentes entre si e que nos impõem a
necessidade de tomar uma decisão, o que frequentemente, gera dúvida e - dependendo da
importância da escolha que faremos ou do quanto cada uma das possibilidades que temos é
estimada por nós, tem uma carga emocional envolvida – pode causar ansiedade e muita
angústia também. Esses dois sentimentos são bem comuns entre as pessoas e costumam
ser um sinal de que algo importante está acontecendo conosco internamente. Não são,
então, motivo para desespero ou para querer ignorar que eles existam, mas com certeza
são mais um aspecto com o qual temos que lidar.
Os motivos que vão basear uma decisão são os mais variados possíveis e, é claro,
cada pessoa usará aquilo que tem como experiência de vida e desejos para o futuro para
realizá-la. Uma boa forma de refletir acerca da tomada de uma decisão é olhar para si,
para o que eu quero, e o que eu quero tem a ver com quem sou hoje, com o meu presente –
que idade tenho, quem são meus amigos, onde vivo, como é e como me relaciono com a
minha família, quais sonhos temos para mim. Contudo, a pessoa que sou hoje não surgiu do
nada, sou o resultado de uma história que começou antes mesmo que eu nascesse. A forma
como vejo o mundo, como me relaciono com os outros, como busco aquilo que é do meu
desejo e tudo mais que diz respeito a mim é resultado da minha experiência de vida. Uma
boa maneira, então, de pensar sobre quem sou hoje é olhar para dentro e saber como me
tornei essa pessoa: quais as escolhas que já fiz, quais as expectativas que as outras
pessoas fizeram sobre mim (meus pais, irmãos, tios, amigos), como eu escolhi responder a
essas expectativas (fiz exatamente o que queriam, fiz de outro jeito, fiz o oposto) quem
foram as outras pessoas importantes que me acompanharam em minhas decisões, quais as
oportunidades que tive e como as aproveitei, quais os fatos que me marcaram e que ainda
hoje influenciam na minha vida? Há uma infinidade de outros aspectos que fazem parte da
vida que poderiam ser citados e passaríamos horas só falando sobre isso, por isso, o
importante aqui é que tenhamos em mente a idéia central: olhar para aquilo que já vivi me
faz ter mais clareza de quem sou hoje, de quem me tornei.
Buscar a nossa história e pensar em como ela ajudou a formar as pessoas que somos
hoje é uma boa forma de nos conhecermos, de saber quem somos, de entender como nós
escolhemos ser quem somos hoje. As pessoas que nos tornamos são, antes de tudo,
resultado daquilo que escolhemos para nós diante das possibilidades que nos foram dadas
(que sabemos que não são iguais para todos).
Já falamos bastante sobre fazer escolhas de uma forma geral, contudo, aqui
estamos tratando de um aspecto específico e muito importante que faz parte da vida de
todas as pessoas: o trabalho. Escolher o caminho profissional que vamos seguir depende de

1
uma série de fatores que vão desde aquilo que queremos para nosso futuro até
necessidades que estão ligadas à sobrevivência, envolvendo, ainda, as possibilidades que
estão ao nosso alcance.
O exercício que vou propor agora é uma das formas de pensar sobre o futuro e a
vida no trabalho. Depois de realizar uma reflexão acerca da nossa história e sobre como
nos tornamos as pessoas que somos hoje e como isso influencia nos desejos que temos e
nas escolhas que fazemos, propomos que cada um agora faça um pequeno plano para o
futuro respondendo algumas perguntas que estão aqui para ajudar a refletir sobre alguns
pontos. Um plano para o futuro não é algo estático, ele pode mudar à medida que temos
novas experiências e decidimos por outras coisas, mas ele nos ajuda a pensar o que
queremos e quais as formas que temos para conseguir isso.
O que? – Essa é a primeira pergunta que é preciso ser feita quando estamos falando de
futuro. O que eu quero para o meu futuro? Daqui a 5, 10, 20 anos? As coisas que quero
hoje possivelmente mudarão no decorrer da minha vida à medida que a minha experiência e
as minhas escolhas mudem a pessoa que sou (assim como quem sou hoje é resultado da
história que já vivi e das escolhas que fiz, quem serei no futuro também é resultado do
que estou vivendo agora e do que ainda viverei), contudo, há várias coisas que sei que
quero para meu futuro profissional e que preciso pensar como vou chegar até elas. Uma
boa forma de ter mais clareza do que eu quero é pensar naquilo que eu já faço bem e que
eu gosto de fazer, que me dá prazer.
Por que? – É importante saber quais os motivos que me fazem tomar uma decisão e
empreender esforço para levá-la adiante. As razões para escolher uma profissão podem
ser as mais variadas e, nesse caso, olhar para trás é uma forma de entender alguns
porquês. Perguntar-se o porquê de alguma coisa permite saber se a energia que
gastaremos para conseguir aquilo realmente se justifica, ou se é grande demais. Existe
uma infinidade de motivos para se fazer uma escolha profissional: o desejo que temos, a
necessidade imediata de ganho de dinheiro, a vontade de viver algum tipo de experiência,
o desejo que meus pais têm para mim, a vontade de provar algo para alguém. A pergunta
que se faz é se o que quero se justifica para mim, que sou a pessoa mais importante na
hora dessa decisão.
Quem? – Quem fará esse meu plano? Obviamente, só eu mesmo posso fazer um plano para
o meu futuro e realizá-lo. Mas essa pergunta vale, ainda, para refletir acerca de quem
pode me ajudar nesse plano. Quais são as pessoas com quem posso contar para chegar até
o ponto onde quero. Pais, irmãos, amigos, professores, conhecidos, vizinhos, o dono da
padaria da rua onde moro. Há várias pessoas que podem, em algum ponto, ser importantes

2
para conseguirmos realizar nosso plano de futuro e é preciso pensar quem são elas e como
podemos contar com cada uma de forma honesta e sincera.
Como? – Como vou fazer, qual caminho seguirei para chegar até o ponto que quero? Há
muitas formas de se chegar a um mesmo lugar. Muitas vezes, realizar o que desejamos
nesse momento exige coisas que estão muito além do que podemos alcançar. Isso não
significa, contudo, que não poderei chegar lá, mas que terei de adotar estratégias para
realizar essas possibilidades. Suponhamos que o que eu queira para o meu futuro seja ser
professora de história. Para isso eu preciso fazer um curso superior de história. Contudo,
nesse momento eu não tenho condições de pagar por isso. Quais são as possibilidades que
tenho para conseguir fazer meu curso superior e chegar onde eu quero (o que), que é ser
professora de história? Há vários caminhos que me fariam chegar lá e cada um deles tem
um custo que vamos analisar em seguida. Eu poderia, por exemplo, conseguir um trabalho e
juntar dinheiro para pagar os meus estudos. Outra possibilidade seria a de me informar
sobre programas de governo que financiem meus estudos, como o Prouni, por exemplo, e
saber o que é necessário para conseguir esse tipo de incentivo (isso exigiria um novo mini
plano sobre como conseguir cumprir as exigências). Há, ainda, a possibilidade de pegar um
financiamento junto a um banco. Uma alternativa é, também, a Universidade pública, para
qual é preciso estudar muito para passar no vestibular. Como podemos ver, um aspecto
muito importante sobre o “como” é a busca de informação, pois é ela que me possibilita
saber as possibilidades que eu tenho.
Quando? – um aspecto importante para se traçar um plano de futuro é pensar quando
colocarei em ação cada uma das etapas que pensei no “como”. Isso é importante para que o
plano, daqui a um tempo, não caia no esquecimento.
Onde? – Qual será o cenário em que meu plano se desenrolará. Será na minha cidade? Se
sim, quais os tipos de oportunidade que ela oferece? Qual o tipo de trabalhador que a
cidade emprega? Quais as atividades econômicas desenvolvidas? O que se exige para que a
pessoa possa ter uma oportunidade de trabalho? Suponhamos, contudo, que o meu plano de
futuro envolva algum aspecto que a cidade não oferece. Como posso fazer para buscar o
“onde” do meu plano de futuro? Buscando informações, conhecendo os lugares que possam
oferecer essas oportunidades. E onde estão as informações? Em todos os lugares: nos
jornais, revistas, internet, na rua, nas pessoas, na administração da cidade, na escola, em
casa. O importante é buscá-la.
Quanto? – Já falamos no “como” que implementar a minha decisão envolve dedicar alguns
recursos, que podem ser dinheiro, tempo, energia e vários outros. No caso do exemplo que
já demos, sobre ser professora de história, pensamos várias formas de chegar a um

3
mesmo lugar e cada uma delas exige um tipo de investimento diferente. Se eu decido
trabalhar e estudar para pagar minha faculdade, isso significa que sobrará pouquíssimo
tempo para fazer qualquer outra coisa que não seja trabalhar ou estudar. Se opto por
tentar uma vaga do Prouni preciso cumprir uma série de exigências que muitas vezes me
exigirão bastante tempo para conseguir. Se decido pegar um financiamento com um banco
terei que pagar minha dívida depois e isso significa que passarei muitos anos dedicando
uma parte do meu salário a isso. Se quero estudar para o vestibular da UnB terei que
dedicar muito tempo aos estudos, conseguir bons livros em bibliotecas e tenho que avaliar
se tenho condições de fazer isso. Avaliar o “quanto” não deve servir para desanimar, mas
para que se tenha consciência do que será preciso investir para conseguir o que se quer e
pensar em quais as possibilidades que estão mais próximas de mim. Eu posso, por exemplo,
não ter dinheiro, mas ter tempo, o que já ajuda a conduzir minha decisão. Pode ser que eu
não tenha nenhum dos dois, às vezes, o que não significa que preciso abandonar meu plano,
mas que terei que adaptá-lo e colocá-lo dentro das minhas possibilidades, no que voltamos
ao “como” mesmo que isso signifique que vou levar mais tempo para chegar aonde quero.
Como se pode ver, fazer um plano para o futuro exige pensar acerca de muitas
coisas que já aconteceram, que estão acontecendo e que irão acontecer. Ou seja, passado,
presente e futuro. Inclui ainda, estudar os desejos que temos, pensar em quais as
possibilidades que estão ao meu alcance e quais as formas que tenho para chegar ao ponto
onde quero. Quanto mais velhos ficamos, mais as nossas escolhas tomam importância e
influem no futuro que teremos, por isso é necessário ter consciência de que somos
responsáveis por nós mesmos, por quem somos e por quem vamos nos tornar. É bom
ressaltar, antes de encerrar, que uma escolha é, antes de tudo, uma expressão do nosso
desejo e, portanto, é algo que deve vir em nossa vida para torná-la melhor. Se uma
escolha, seja ela qual for – profissional, amorosa, pessoal, familiar -, se torna um peso,
está no momento de revê-la e, se necessário, fazer um plano com novas escolhas.

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  • 1. Tecendo um plano para o futuro Fazer escolhas não é fácil para ninguém. Embora elas sejam um fato constante na nossa vida e, algumas delas, realmente, sejam bem simples, em alguns momentos da vida nos deparamos com possibilidades que são excludentes entre si e que nos impõem a necessidade de tomar uma decisão, o que frequentemente, gera dúvida e - dependendo da importância da escolha que faremos ou do quanto cada uma das possibilidades que temos é estimada por nós, tem uma carga emocional envolvida – pode causar ansiedade e muita angústia também. Esses dois sentimentos são bem comuns entre as pessoas e costumam ser um sinal de que algo importante está acontecendo conosco internamente. Não são, então, motivo para desespero ou para querer ignorar que eles existam, mas com certeza são mais um aspecto com o qual temos que lidar. Os motivos que vão basear uma decisão são os mais variados possíveis e, é claro, cada pessoa usará aquilo que tem como experiência de vida e desejos para o futuro para realizá-la. Uma boa forma de refletir acerca da tomada de uma decisão é olhar para si, para o que eu quero, e o que eu quero tem a ver com quem sou hoje, com o meu presente – que idade tenho, quem são meus amigos, onde vivo, como é e como me relaciono com a minha família, quais sonhos temos para mim. Contudo, a pessoa que sou hoje não surgiu do nada, sou o resultado de uma história que começou antes mesmo que eu nascesse. A forma como vejo o mundo, como me relaciono com os outros, como busco aquilo que é do meu desejo e tudo mais que diz respeito a mim é resultado da minha experiência de vida. Uma boa maneira, então, de pensar sobre quem sou hoje é olhar para dentro e saber como me tornei essa pessoa: quais as escolhas que já fiz, quais as expectativas que as outras pessoas fizeram sobre mim (meus pais, irmãos, tios, amigos), como eu escolhi responder a essas expectativas (fiz exatamente o que queriam, fiz de outro jeito, fiz o oposto) quem foram as outras pessoas importantes que me acompanharam em minhas decisões, quais as oportunidades que tive e como as aproveitei, quais os fatos que me marcaram e que ainda hoje influenciam na minha vida? Há uma infinidade de outros aspectos que fazem parte da vida que poderiam ser citados e passaríamos horas só falando sobre isso, por isso, o importante aqui é que tenhamos em mente a idéia central: olhar para aquilo que já vivi me faz ter mais clareza de quem sou hoje, de quem me tornei. Buscar a nossa história e pensar em como ela ajudou a formar as pessoas que somos hoje é uma boa forma de nos conhecermos, de saber quem somos, de entender como nós escolhemos ser quem somos hoje. As pessoas que nos tornamos são, antes de tudo, resultado daquilo que escolhemos para nós diante das possibilidades que nos foram dadas (que sabemos que não são iguais para todos). Já falamos bastante sobre fazer escolhas de uma forma geral, contudo, aqui estamos tratando de um aspecto específico e muito importante que faz parte da vida de todas as pessoas: o trabalho. Escolher o caminho profissional que vamos seguir depende de 1
  • 2. uma série de fatores que vão desde aquilo que queremos para nosso futuro até necessidades que estão ligadas à sobrevivência, envolvendo, ainda, as possibilidades que estão ao nosso alcance. O exercício que vou propor agora é uma das formas de pensar sobre o futuro e a vida no trabalho. Depois de realizar uma reflexão acerca da nossa história e sobre como nos tornamos as pessoas que somos hoje e como isso influencia nos desejos que temos e nas escolhas que fazemos, propomos que cada um agora faça um pequeno plano para o futuro respondendo algumas perguntas que estão aqui para ajudar a refletir sobre alguns pontos. Um plano para o futuro não é algo estático, ele pode mudar à medida que temos novas experiências e decidimos por outras coisas, mas ele nos ajuda a pensar o que queremos e quais as formas que temos para conseguir isso. O que? – Essa é a primeira pergunta que é preciso ser feita quando estamos falando de futuro. O que eu quero para o meu futuro? Daqui a 5, 10, 20 anos? As coisas que quero hoje possivelmente mudarão no decorrer da minha vida à medida que a minha experiência e as minhas escolhas mudem a pessoa que sou (assim como quem sou hoje é resultado da história que já vivi e das escolhas que fiz, quem serei no futuro também é resultado do que estou vivendo agora e do que ainda viverei), contudo, há várias coisas que sei que quero para meu futuro profissional e que preciso pensar como vou chegar até elas. Uma boa forma de ter mais clareza do que eu quero é pensar naquilo que eu já faço bem e que eu gosto de fazer, que me dá prazer. Por que? – É importante saber quais os motivos que me fazem tomar uma decisão e empreender esforço para levá-la adiante. As razões para escolher uma profissão podem ser as mais variadas e, nesse caso, olhar para trás é uma forma de entender alguns porquês. Perguntar-se o porquê de alguma coisa permite saber se a energia que gastaremos para conseguir aquilo realmente se justifica, ou se é grande demais. Existe uma infinidade de motivos para se fazer uma escolha profissional: o desejo que temos, a necessidade imediata de ganho de dinheiro, a vontade de viver algum tipo de experiência, o desejo que meus pais têm para mim, a vontade de provar algo para alguém. A pergunta que se faz é se o que quero se justifica para mim, que sou a pessoa mais importante na hora dessa decisão. Quem? – Quem fará esse meu plano? Obviamente, só eu mesmo posso fazer um plano para o meu futuro e realizá-lo. Mas essa pergunta vale, ainda, para refletir acerca de quem pode me ajudar nesse plano. Quais são as pessoas com quem posso contar para chegar até o ponto onde quero. Pais, irmãos, amigos, professores, conhecidos, vizinhos, o dono da padaria da rua onde moro. Há várias pessoas que podem, em algum ponto, ser importantes 2
  • 3. para conseguirmos realizar nosso plano de futuro e é preciso pensar quem são elas e como podemos contar com cada uma de forma honesta e sincera. Como? – Como vou fazer, qual caminho seguirei para chegar até o ponto que quero? Há muitas formas de se chegar a um mesmo lugar. Muitas vezes, realizar o que desejamos nesse momento exige coisas que estão muito além do que podemos alcançar. Isso não significa, contudo, que não poderei chegar lá, mas que terei de adotar estratégias para realizar essas possibilidades. Suponhamos que o que eu queira para o meu futuro seja ser professora de história. Para isso eu preciso fazer um curso superior de história. Contudo, nesse momento eu não tenho condições de pagar por isso. Quais são as possibilidades que tenho para conseguir fazer meu curso superior e chegar onde eu quero (o que), que é ser professora de história? Há vários caminhos que me fariam chegar lá e cada um deles tem um custo que vamos analisar em seguida. Eu poderia, por exemplo, conseguir um trabalho e juntar dinheiro para pagar os meus estudos. Outra possibilidade seria a de me informar sobre programas de governo que financiem meus estudos, como o Prouni, por exemplo, e saber o que é necessário para conseguir esse tipo de incentivo (isso exigiria um novo mini plano sobre como conseguir cumprir as exigências). Há, ainda, a possibilidade de pegar um financiamento junto a um banco. Uma alternativa é, também, a Universidade pública, para qual é preciso estudar muito para passar no vestibular. Como podemos ver, um aspecto muito importante sobre o “como” é a busca de informação, pois é ela que me possibilita saber as possibilidades que eu tenho. Quando? – um aspecto importante para se traçar um plano de futuro é pensar quando colocarei em ação cada uma das etapas que pensei no “como”. Isso é importante para que o plano, daqui a um tempo, não caia no esquecimento. Onde? – Qual será o cenário em que meu plano se desenrolará. Será na minha cidade? Se sim, quais os tipos de oportunidade que ela oferece? Qual o tipo de trabalhador que a cidade emprega? Quais as atividades econômicas desenvolvidas? O que se exige para que a pessoa possa ter uma oportunidade de trabalho? Suponhamos, contudo, que o meu plano de futuro envolva algum aspecto que a cidade não oferece. Como posso fazer para buscar o “onde” do meu plano de futuro? Buscando informações, conhecendo os lugares que possam oferecer essas oportunidades. E onde estão as informações? Em todos os lugares: nos jornais, revistas, internet, na rua, nas pessoas, na administração da cidade, na escola, em casa. O importante é buscá-la. Quanto? – Já falamos no “como” que implementar a minha decisão envolve dedicar alguns recursos, que podem ser dinheiro, tempo, energia e vários outros. No caso do exemplo que já demos, sobre ser professora de história, pensamos várias formas de chegar a um 3
  • 4. mesmo lugar e cada uma delas exige um tipo de investimento diferente. Se eu decido trabalhar e estudar para pagar minha faculdade, isso significa que sobrará pouquíssimo tempo para fazer qualquer outra coisa que não seja trabalhar ou estudar. Se opto por tentar uma vaga do Prouni preciso cumprir uma série de exigências que muitas vezes me exigirão bastante tempo para conseguir. Se decido pegar um financiamento com um banco terei que pagar minha dívida depois e isso significa que passarei muitos anos dedicando uma parte do meu salário a isso. Se quero estudar para o vestibular da UnB terei que dedicar muito tempo aos estudos, conseguir bons livros em bibliotecas e tenho que avaliar se tenho condições de fazer isso. Avaliar o “quanto” não deve servir para desanimar, mas para que se tenha consciência do que será preciso investir para conseguir o que se quer e pensar em quais as possibilidades que estão mais próximas de mim. Eu posso, por exemplo, não ter dinheiro, mas ter tempo, o que já ajuda a conduzir minha decisão. Pode ser que eu não tenha nenhum dos dois, às vezes, o que não significa que preciso abandonar meu plano, mas que terei que adaptá-lo e colocá-lo dentro das minhas possibilidades, no que voltamos ao “como” mesmo que isso signifique que vou levar mais tempo para chegar aonde quero. Como se pode ver, fazer um plano para o futuro exige pensar acerca de muitas coisas que já aconteceram, que estão acontecendo e que irão acontecer. Ou seja, passado, presente e futuro. Inclui ainda, estudar os desejos que temos, pensar em quais as possibilidades que estão ao meu alcance e quais as formas que tenho para chegar ao ponto onde quero. Quanto mais velhos ficamos, mais as nossas escolhas tomam importância e influem no futuro que teremos, por isso é necessário ter consciência de que somos responsáveis por nós mesmos, por quem somos e por quem vamos nos tornar. É bom ressaltar, antes de encerrar, que uma escolha é, antes de tudo, uma expressão do nosso desejo e, portanto, é algo que deve vir em nossa vida para torná-la melhor. Se uma escolha, seja ela qual for – profissional, amorosa, pessoal, familiar -, se torna um peso, está no momento de revê-la e, se necessário, fazer um plano com novas escolhas. 4