SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 114
Baixar para ler offline
0
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO
PARANÁ CAMPUS JACAREZINHO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
LUCAS VILAS BOAS SIMIRIO
DIABETES MELLITUS TIPO II:
ANÁLISE DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL E DA OCORRÊNCIA DE
ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES DE SÃO PEDRO DO
TURVO - SP
JACAREZINHO – PR
2013
1
LUCAS VILAS BOAS SIMIRIO
DIABETES MELLITUS TIPO II:
ANÁLISE DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL E DA OCORRÊNCIA DE
ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES DE SÃO PEDRO DO
TURVO - SP
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Licenciatura Plena em
Biologia, da Universidade Estadual do Norte do
Paraná, Centro de Ciências Humanas e da
Educação, como requisito parcial para obtenção
do título de licenciada em Biologia Plena.
Orientador: Profº Especialista Juarez Assis
Soares
JACAREZINHO – PR
2013
2
LUCAS VILAS BOAS SIMIRIO
DIABETES MELLITUS TIPO II:
ANÁLISE DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL E DA OCORRÊNCIA DE
ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES DE SÃO PEDRO DO
TURVO - SP
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Licenciatura Plena em
Biologia, da Universidade Estadual do Norte do
Paraná, Centro de Ciências Humanas e da
Educação, como requisito parcial para obtenção
do título de licenciada em Biologia Plena.
_____________________________________
Professor Esp. Juarez Assis Soares
Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
_____________________________________
Professor Ddo.Alexandre Fernandes de Oliveira
Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
Jacarezinho, 03 de novembro de 2013.
3
À Deus, meu melhor Amigo, por guiar-me
sempre às melhores escolhas, por conceder-
me a sabedoria necessária e por dar sublime
consolo nos momentos de angústia
Aos meus pais, Narciso e Deolice, e irmã
Luana, que sempre estiveram ao meu lado
sustentando-me e ministrando todo amor e
apoio necessários. Sem vocês eu não seria
capaz.
Aos meus tios e primos que sempre
presentes nos melhores e piores momentos
de minha vida.
Aos meus queridos e significativos amigos
Ana Eliza, Letícia, Luiz Fernando, Maiara e
Thaís pela circunstancial lição,
representatividade, apoio e sublime
participação em todo meu trajeto acadêmico,
não fosse suas respectivas presenças e os
momentos que tive a grande oportunidade
de compartilhar com vós, estes quatro anos
não teriam sido quão especiais e singulares.
A todos os mestres que tive, desde a pré-
escola até a universidade, que dedicaram
seu tempo aos ensinamentos, não apenas
técnicos, mas de vida.
Ao orientadordo presente trabalho, Professor
Juarez Assis Soares, pelos preceitos e
confiança a mim dedicados, essenciais para
este feito.
4
“Que seu alimento seja teu
remédio e que teu remédio
seja seu alimento.”
(Hipócrates)
5
A aprovação deste trabalho de conclusão de
curso não significará o endosso do Professor
Orientador, da Banca Examinadora e da
Universidade Estadual do Norte do Paraná à
ideologia que o fundamenta ou que nele é
exposta.
6
SIMIRIO, Lucas Vilas Boas. Diabetes mellitus tipo II: Análise da nutrição funcional
e da ocorrência de alterações lipídicas em pacientes de São Pedro do Turvo –
SP. 2013. 102 páginas. Trabalho de conclusão do curso de graduação em
Biologia. Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, Jacarezinho, 2013.
RESUMO
7
SIMIRIO, Lucas Vilas Boas. Diabetes mellitus type II: Analysis of functional
nutrition and the presence of lipid abnormalities in patients of São Pedro ofTurvo–
SP. In 2013.102 pages.Workcompletionof the degree course inBiology.
Universityof North ParanáState – UENP, Jacarezinho, 2013.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - estrutura................................................................................................42
Figura 2 - lipoproteína...........................................................................................43
Figura 3 – Metabolismo das lipoproteínas ............................................................44
Figura 4 – Patogenese da aterosclerose ..............................................................52
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – os valores de referencia para diagnóstico de dislipidemias em adultos
> 20 anos ..............................................................................................................42
Tabela 2 – classificação fenótipica das hiperlipidemias........................................43
Tabela 3 – dislipidemias secundarias e doenças..................................................44
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01- Frequência do total do gênero participante da pesquisa....................79
Gráfico 02- Frequência total dos participantes da pesquisa em relação a idade .80
Gráfico 03- Porcentagem total dos participantes em relação à escolaridade .......80
Gráffico 04- Frequência de presença ou ausência de hipertrigliceridemia em
pacientes com diabetes mellitus tipo 2.............................................................81
Gráfico 05- Frequência de triglicérides normais e elevados em homens e
mulheres com diabetes mellitus tipo 2 ..................................................................82
Gráfico 06- Frequência de participantes em relação ao nível de instrução acerca
dos alimentos funcionais.......................................................................................83
Gráfico 07- Frequência total de respostas dos pacientes sobre as características
dos alimentos funcionais.......................................................................................84
Gráfico 8- Frequência de respostas dos pacientes sobre os alimentos funcionais
com propriedades no diabetes mellitus.................................................................84
Gráfico 9- Porcentagem total de respostas dos pacientes sobre os alimentos
funcionais com propriedades nas alterações lipídicas ..........................................85
Gráfico 10- Valor total dos pacientes que não ingerem os alimentos funcionais
analisados.............................................................................................................86
Gráfico 11- Porcentagem total dos pacientes que ingerem os alimentos funcionais
analisados mais de uma vez ou mais na semana.................................................86
11
LISTA DE SIGLAS
HDL– Lipoproteína de Alta Densidade
LDL – Lipoproteína de Baixa Densidade
VLDL– Lipoproteína de Muito Baixa Densidade
IDL– Lipoproteína de Densidade Intermediária
DM2 –Diabetes Mellitus tipo 2
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................184
1 OBJETIVOS.........................................................................................................18
1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................18
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................18
2 MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................19
3 CRÔNICO-DEGENERATIVA: DIABETES MELLITUS.............................................22
3.1 DIABETES MELLITUS: HISTÓRICO, CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA .................................22
3.1.2 CATEGORIZAÇÃO DO DIABETES MELLITUS.............................................................25
3.2 DIABETES MELLITUS TIPO II ...........................................................................28
3.2.1 FISIOPATOLOGIA DO DIABETES TIPO II ..................................................................30
3.2.2 RESISTÊNCIA À INSULINA NA FISIOPATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS TIPO II..............32
3.2.3 DEFEITO DAS CÉLULAS BETA-PANCREÁTICA NA FISIOPATOGÊNESE DO DIABETES
MELLITUS TIPO II .......................................................................................................34
3.3 COMPLICAÇÕES DECORRENTES DO DIABETES MELLITUS TIPO II .................36
3.3.1 COMPLICAÇÕES METABÓLICAS E MACROVASCULARES.............................................38
4 COMPLICAÇÃO METABÓLICA DO DIABETES MELLITUS: DISLIPIDEMIA ...........41
4.1 DISLIPIDEMIA ......................................................................................................44
4.2 DISLIPIDEMIA E DOENÇA CARDIOVASCULAR .............................................................49
N´ASK (2011) ..........................................................................................................52
4.2.1 DISLIPIDEMIA NO DIABETES MELLITUS ...................................................................53
4.2.2 HIPERTRIGLICERIDEMIA E DIABETES MELLITUS TIPO II..............................................57
4.2.3 FISIOPATOLOGIA DA HIPERTRIGLICERIDEMIA NO DIABETES MELLITUS TIPO II ................59
5 NUTRIÇÃO FUNCIONAL NO CONTEXTO PATOLÓGICO......................................63
5.1 ALIMENTOS FUNCIONAIS.......................................................................................63
5.2 ALIMENTOS FUNCIONAIS E DIABETES MELLITUS .......................................................67
5.3 ALIMENTO FUNCIONAL E DISLIPIDEMIA ....................................................................70
5.4 PROPRIEDADES FUNCIONAIS NO DIABETES MELLITUS TIPO II E N DISLIPIDEMIA DE
ALIMENTOS ..............................................................................................................72
5.4.1 SOJA E SUAS CARACTERÍSTICAS BIOATIVAS NO DIABETES TIPO II E NAS ALTERAÇÕES
LIPÍDICAS .................................................................................................................72
13
5.4.2 LINHAÇA E SUAS IMPLICAÇÕES NO DIABETES TIPO II E DISLIPIDEMIAS.........................74
5.4.3 ALHO E CARACTERÍSTICAS BIOATIVAS NOS DISTÚRBIOS LIPÍDICOS E DIABETES.............76
6 RESULTADOS.....................................................................................................79
6.1 DADOS DO QUESTIONÁRIO ....................................................................................82
7 DISCUSSÃO........................................................................................................87
CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................95
REFERÊNCIAS.......................................................................................................97
14
INTRODUÇÃO
Instituído desde períodos remotos da antiguidade grega, o Diabetes
mellitus compreende uma patologia de acentuada significação em face da nova
perspectiva epidemiológica, pois exprimi um conjunto de distúrbios
plurimetabólicos que culmina em hiperglicemiacrônicaoriunda da insuficiência
geral ou parcial dasecreção de insulina, problemas na sinalização ou
sensibilidade deste hormônio ou da participação de ambos os eventos
concomitantemente.
Implica em uma disfunção representativa de caráter epidêmico e um
importante fator de comprometimento biopsicossocial cuja etiopatogenia dispõe
de fundo gênico e ambiental e termina por distinguir as formas denominadas de:
diabetes mellitus tipo 1 (DM1) , diabetes mellitus tipo 2 (DM2), diabetes
gestacional e formas monogênicas da moléstia. Acomete na atualidade cerca de
370 milhões de pessoas, número passível de duplicação até 2030, de maneira
que só no Brasil afeta 6,5% da população com destaque a forma do tipo II que
abrange 6% das ocorrências em geral.
Sobre esta perspectiva, verifica-se que o (DM2) é a forma mais corriqueira
com predomínio em 90% dos adultos e é frequentemente assinalada por dois
defeitos fisiopatológicos, a resistência à ação da insulina, em aliança a
insuficiência relativa à secreção deste hormônio, doença que se potencializa pelo
aumento populacional, avanço da expectativa de vida, incorporação de estilos de
vida modernos, o que contribui por gerar encargos na saúde pública, economia,
sociedade e aos pacientes a nível físico e psicológico.
Uma vez a doença atuante, em principal o DM2 correlaciona-se e age
como promotor de potenciais disfunções, haja vista que, a hiperglicemia mantida
corrobora em significativas complicações a nível microvascular da retina, nervos e
rins caracterizando as microangiopatias, definidas respectivamente como
retinopatia, neuropatia e nefropatia, estimulainfecções, além de agir em sinergia
com outras moléstias.
15
Por outro lado e de modo bastante agravante, os problemas
macrovasculares do diabetes residem na aterosclerose, que é uma desordem
endotelial inflamatória multicausal, desencadeadora de placa ateromatosa e
responde por 75% das condições de mortes cardiovasculares e por agravamento
encefálico, vascular periférico e principalmente coronariano, de maneira que as
alterações lipídicas ou hiperlipidemia é o fator que mais instiga esta disfunção no
DM2.
Sobre esta temática, uma das complicações metabólicas do DM2 refere-se
às dislipidemias, que consiste nas alterações quantitativas e qualitativas das
lipoproteínas plasmáticas, cuja etiologia pode ser consequente ou secundária a
diversas patologias em que o DM atua de forma significativa. Condição que se
atribui em grande parte a elevação glicêmica e a ação resistente do hormônio
insulina, porém, também interferente pela síndrome plurimetabólica, evento que
permite que DM2 e hiperlipidemia sejam elementos conjuntos por compartilhar da
condição de menor atividade insulínica.
Portanto, são correntes no DM anormalidades lipídicas expressas pelo
aumento de triglicérides, reduções de HDL-c e mudanças na qualidade das LDL-
c, as quais favorecem a aterogênese, de modo que no geral este processo é
denominado de dislipidemia diabética. A despeito deste entendimento, verifica-se
que a insulina é determinante nas reações metabólicas dos lípides corpóreos e
uma vez restrita ou sua baixa ação na vigência de DM, tem-se uma elevação de
TG pelo aumento da síntese das VLDL-c na região hepática e regressões da
atividade lipolítica destes lipídeos pela reduzida atividade das lipases lipoproteicas
(LPL) que clivam quilomícrons e VLDL; assim os TGs são menos armazenados
nos adipócitos pela privação de glicose; também são menos degradados com
consequente deposição hepática, o que influi por determinar a hipertrigliceridemia
ou concentração plasmática de triglicérides superior a um valor de 200 mg/dl.
Esta disfunção em sinergia com decréscimo de HDL-c e atuação de síndrome
metabólica acentua as doenças cardiovasculares no DM2, fazendo necessário
assim, à compreensão do perfil lipídico do paciente diabético.
Dentro desta perspectiva, a gestão e terapêutica da dislipidemia e do DM2
requer intervenções farmacológicas e dietéticas e neste âmbito a condição
16
nutricional é imprescindível, pois não se consegue um metabolismo regularizado
sem uma necessária adequação alimentar. Assim, há uma classe alimentícia
definida como funcional, que assegura benefícios ao organismo além dos
nutritivos, pois também fornecem componentes biologicamente ativos de origem
animal e vegetal como: fibras dietéticas, fitoquímicos, probióticos, prebióticos e
ácidos graxos poliinsaturados, capazes de potencializar e modular processos
fisiológicos e metabólicos caso seja participante de uma dieta convencional, além
de conter riscos de patologias crônicas não transmissíveis epromover a saúde.
Possuem importantes atribuições no manejo e precaução de DM2, pois
agem na ação e secreção da insulina, na sensibilidade tecidual aumentada a
sinalização deste hormônio e na promissora absorção atenuada da glicose.
Também são significativos nas disfunções das gorduras plasmáticas com atenção
aos seus componentes flavonoides, ômega 3 e fibras insolúveis e solúveis,
importantes na minoração dos níveis de LDL-c, e por disporem de ação
antitrombogênica; antiaterogênica, hipopressórica e anticoagulatória.
Diante do DM2, dislipidemia correlata e DCVs, faz-se necessário e
viabiliza-se a execução da nutrição funcional, pela ingesta de alguns alimentos
específicos como: alho,por dispor de fitoquímicos interferentes no diabetes com
compostos hipoglicemiantes, melhoria da atividade secretória do hormônio
insulina e diminuição da resistência insulínica, além de bioflavonóides que agem
comoantioxidantes com benefícios ao coração e ao sistema vascular, pelo fato de
atuarem como hipolipemiante e antiaterogênico.
Outro alimento dotado de bioativos na patologia diabética e alteração
lipídica é a linhaça, por dispor de ômega 3, fitoesteróis, antioxidantes flavonóides,
as lignanas que auxiliam na inibição de agregação plaquetária, minimizam
ocorrências cardiovasculares, com benefícios na normalização glicêmica. A soja
também é um importante alimento funcional pois possui carboidratos de baixo
índice glicêmico, fibras solúveis e insolúveis que geram melhorias da dinâmica da
glicose e insulina; além de ser hipolipemiantes na diminuição de triglicérides com
predominância de acidos graxos poliinsaturados, capaz de normalizar os lipídeos
séricos e conferir sua finalidade nutritiva em sinergia com a promoção da saúde.
17
Com base nestes dispostos, este trabalho propõe a verificar a ocorrência
de alterações lipídicas pela elevação de triglicérides em pacientes acometidos por
Diabetes mellitus tipo II, haja vista que,existe uma elucidada relação da
resistência insulínica característica da patologia com a promoção de desordens
séricas dos lipídeos, em principal as hipertrigliceridemias; assim como, intenta
avaliar o nível de instrução em relação aos alimentos com propriedades
funcionais e ingesta de três representantes típicos desta categoria com ênfase no
alho, linhaça e soja, uma vez que esta tipologia alimentar é determinante na
modulação fisiológica e metabólica, além de ser favorável à nutrição e saúde, com
reduções de riscos e agravantes patogênicos, em essência pelos pronunciados
benefícios e interferências no DM2 e nas alterações lipídicas, em principal as
hiperlipidemias, de maneira que a informação, aceitação e uso, fomentam a
garantia de seus benefícios à qualidade de vida do homem.
18
1 OBJETIVOS
1.1 Objetivo Geral
Investigar a existência de anormalidades lipídicas e avaliar a concepção e
participação da nutrição funcional em pacientes com diabetes mellitus tipo II no
município de São Pedro do Turvo- SP como instrumento de verificação da
qualidade de vida.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Identificar as alterações lipídicas relacionadas ao aumento de triglicérides
(hipertrigliceridemia) a partir de valores acima de 200 mg/dl;
• Obter em relação ao gênero dos componentes de estudo, valores de
triglicérides normais e elevados;
• Examinar a compreensão e/ou existência de entendimento e conhecimento
sobre a categoria dos alimentos definidos como funcionais dos pacientes
diabéticos totais integrantes da pesquisa;
• Conceber a presença e/ou frequência de ingesta de três alimentos
funcionais com bioativos de importância na redução de riscos e minimização de
agravos do diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemia pelos participantes da pesquisa.
19
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Como mecanismo de resposta das questões de pesquisa definidas, o
trabalho se instrumentou com base em um estudo exploratório descritivo por meio
de análise quantitativa e qualitativa, mediante revisão de literatura pertinente ao
diabetes mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemias e alimentos funcionais;coleta de
dados referente ao (DM2) e dislipidemias; bem como, obtenção de informações
por meio de execução de questionário versando sobre o conhecimento e
consumo de alimentos funcionais.
Para sua efetivação, o estudo se processou entre os meses de Março a
Outubro de 2013 e seu início, se deu por meio do envio de Declaração
formalizada pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) à Secretaria
de Saúde de São Pedro do Turvo – SP município de desenvolvimento da
pesquisa, mediante a solicitação local para a disponibilização de dados sobre a
incidência de diabetes mellitus tipo II e análise de prontuários médicos para
verificação exames sobre frações de colesterol, terminando com a devida
confirmação.
Assim foram designados os critérios de inclusão, enquadrando no
trabalho apenas pacientes diabéticos do tipo II, não insulino-dependentes, com
idades entre 30 a 60 anos, não analfabetos e com realização de exames de
frações de colesterol num período igual ou inferior a três meses.
Em seguida,foi obtido pelo sistema HIPERDIA local 250 pacientes
diagnosticados com diabetes mellitus tipo 2, que mediante a adequação dos
critérios definidos obteve-se um total de 30 indivíduos. Estes ao serem
esclarecidos e informados sobre a questão de pesquisa permitiram a obtenção de
seus dados cadastrais e aceitaram posteriormente responder um questionário
sobre os alimentos funcionais.
Houve, portanto, após este processo uma busca minuciosa aos respectivos
prontuários médicos dos indivíduos selecionados e por sua vez cadastrados na
Secretaria de Saúde do município, cuja intenção concentrou-se na avaliação de
presença ou ocorrência de anormalidades lipídicas pelo exclusivo aumento de
20
triglicérides (TG) plasmáticos, por intermédio de verificação de exames de frações
de colesterol total cuja realização se processou em um período igual ou inferior a
três meses da coleta dos dados.
Para tanto, o valor definido para se definir a ocorrência ou não de
alterações de elevação de triglicérides ou hipertrigliceridemia foi o critério
estabelecido pela Sociedade Brasileira de Dislipidemia que adota a proporção
anormal de TG o valor superior a 200mg/dl.
O terceiro momento e processo do estudo foi compreendido, pela aplicação
de um questionário aos pacientes verificados, os quais foram convocados em dois
dias específicos para a resolução do mesmo nas dependências da Secretaria de
Saúde de São Pedro do Turvo, de modo que em cada dia participaram 15
integrantes. O conteúdo das perguntas foi concernente à concepção e
conhecimento dos pacientes verificados sobre os alimentos funcionais e
participação de três componentes desta categoria na refeição diária dos
indivíduos, com referência ao alho, linhaça e soja pela peculiaridade e importância
na gestão e precaução da patogenia do diabetes e suas implicações nas
dislipidemias.
Desta forma, o questionário se ocupou em definir questões condizentes as
características pessoais dos entrevistados, o que para tanto distinguiu três
variáveis, destacando o gênero, a idade e escolaridade. Mas também, se
atentouem buscar a compreensão aceitabilidade da categoria alimentícia definida
como funcional; entendimento das características desta classe; a frequência do
uso ou não de três tipos destes alimentos e as suas respectivas propriedades no
diabetes e nas alterações lipídicas segundo a visão do entrevistado.
Por fim, os dados e informações encontradas foram compilados em
gráficos reportando-se ao gênero; idade; sexo; ausência e presença de alterações
lipídicas no paciente com (DM2); distinção do gênero dos pacientes com
alterações lipídicas e dos indivíduos sem estas anormalidades; porcentagem de
instrução dos pacientes acerca dos alimentos funcionais; percentual total de
pacientes de acordo com as características dos alimentos funcionais; alimentos
funcionais com propriedades no diabetes segundo os entrevistados; alimentos
funcionais com propriedades nas dislipidemias segundo os entrevistados; valor
21
total dos pacientes que não ingerem cada alimento funcional analisado e valor
total de pacientes que ingerem os alimentos funcionais definidos uma ou mais
vezes na semana.
22
3 CRÔNICO-DEGENERATIVA: DIABETES MELLITUS
Com o advento de modificações na esfera econômica, política, cultural e
social, novas formas de organização e comportamentos de vida foram
concebidas, de maneira que o mundo perpassa por modificações no âmbito
nutricional, demográfico e principalmente epidemiológico uma vez que, o padrão
de diversas moléstias transitou da condição infectocontagiosa para o patamar das
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), dentre as quais se destaca o
diabetes mellitus, doença atuante por conferir uma nova perspectiva do padrão de
mortalidade, morbidade e agravos à saúde em países emergentes e de primeiro
mundo acresce Brasil (2006) e Menezes (2001).
3.1 Diabetes Mellitus: Histórico, Conceito e Epidemiologia
Instaurada como moléstia de grande comprometimento e de atuante
desapropriação e impactação à vida e aos parâmetros biopsicossociais, o
diabetes mellitus (DM), constitui na contemporaneidade, uma patologia de
relevância mundial e culmina em uma epidemia que sensibiliza atenções e
desafios para a promoção, controle e desenvolvimento da qualidade de vida,
acresce Brasil (2006).
No tocante a perspectiva histórica, o percurso de entendimento e
concepção patológica do diabetes suportou significativos equívocos, contradições
e conquistas, denotando assim, sua ocorrência em períodos remotos da
antiguidade a mais de 3500 anos em povos gregos e orientais, por meio de
observações quanto à presença de sede em excesso, abundância de excretas
urinárias e hálito ácido. Porém a terminologia diabetes mellitus foi elucidada no
século II a. C pelo médico Arateu da Capadócia ao conceber a doença como
interferente nas grandes eliminações de fluidos corpóreos que permitiu uma
analogia a um sifão "maravilhosamente doce", além de ter sido considerada de
condição gradativa e corrente para grandes desfechos de mortes argumenta Cruz
23
(2013).
Por sua vez, a doença continuou a suscitar inquietações e compreensões
rudimentares na Idade Média e Idade Moderna, e somente obteve proposições
fisiopatológicas mais aclaradas e novos aparatos médicos, clínicos e terapêuticos
na Idade Contemporânea, sobretudo pela descoberta do peptídeo hormonal
insulina em 1921 por Best e Bent e apropriados métodos diagnósticos
(SETCHELL et.al., 2002; UCHA, 2007).
Em termos conceituais a situação patogênica atribuída como diabetes
mellitus abrange uma coletividade de distúrbios metabólicos cuja condição
comum reside na hiperglicemia, a qual é oriunda da insuficiência geral ou gradual
da secreção insulínica, problemas de ação deste hormônio ou até mesmo de
defeitos concomitantes da sua produção e atividade. É resultante de etiologias de
cunho ambiental e genético, capazes de propiciar disfunções no metabolismo das
macromoléculas orgânicas e inúmeros comprometimentos ao estado de saúde
corpóreo (GUYTON e HALL, 1996; WHO, 1999; OLIVEIRA, 2006; SBD, 2009;
ROBBINS, 2010; COSTA E ROSA, 2010).
Consiste em uma doença de caráter epidêmico em nível mundial o que
pressupõe gastos e problemas para os sistemas de saúde global e tem como
potencialização o aumento da expectativa de vida; crescimento demográfico; o
advento da modernização que induz maior crescimento urbano e suas
consequências no estilo de vida expressas pelo sedentarismo, incremento de
maior obesidade, dietas não saudáveis; e principalmente uma maior vivência aos
portadores da patologia. Condições que isoladas ou conjuntas contribuem para a
elevação da incidência e prevalência da doença no Brasil e no mundo (WHO,
2002 e BRASIL, 2006).
Sobre esta perspectiva, conceituadas publicações de FILHO et. al., 2013 e
Diabetes Atlas (IDF) 2012, conferem conclusões significativas de que o número
de pessoas diabéticas no mundo hoje é expressivo, pois, extrapola uma margem
de 371 milhões, valores com crescimento considerável no planeta, e passível de
ser duplicado até 2030. Requer importância já que grande parte dos afetados não
supõe dispor da patologia e ainda por ceifar um total de aproximadamente 4,8
milhões de pessoas anualmente e exigir até então, um investimento global de
24
S$U 471 bilhões para ser gerida, de modo nações empregam cerca de 10% de
seus gastos com a patologia em especial para condições decorrentes do seu
agravamento.
O Brasil por sua vez segundo Rodrigues (2003), desponta com um total
aproximado de 13,4 milhões de diabéticos, o que faz com que o país ocupe a
quarta posição da prevalência da doença com uma dimensão de 6,5% de
pessoas com idade entre 20 a 79 anos. De maneira que análises quantitativas
atuais estimam que a ocorrência de indivíduos acometidos pelo diabetes mellitus
tipo 2 no Brasil, compõe um valor de 12.054.827, o que perfaz um total de a 6%
dos habitantes da nação (DAMACENO, 2012).
A atenção delegada à doença é imprescindível, pois o peso principalmente
da tipologia II e suas consequentes complicações incorporam desafios para os
sistemas de saúde, assim como gastos, que não se concentram apenas na esfera
econômica já que o DM2 é uma doença crônica e assim, exige investimentos no
seu controle, alto índice de hospitalizações e atenções médicas contínuas. O
custo social e psicológico também é notório, uma vez que os pacientes e seus
familiares perpassam por dificuldades no monitoramento e vivência da doença e
suas complicações, além de muita das vezes serem privados em tenra idade de
continuar a exercer suas atividades na sociedade quando são ativos
economicamente devido à manifestação da doença (Day, 2013 e SBD, 2009).
A prevalência da doença sugere uma extensão e custo aos sistemas de
saúde mundiais e a sociedade, além de presumir a carga que os problemas
decorrentes da doença constituem, já que ocasiona custos em diversas ordens e
em especial para o sistema de saúde em função do alto índice de mortalidade que
promove e as morbidades correlacionadas, elevados índices de problemas de
saúde por suas complicações, atenções médicas constantes por diminuir a vida
útil dos pacientes entre cinco a dez anos e suas complicações compõem entre a
quarta ou quinta posição de causas de óbitos mundiais (FRANCO, 2006).
Portando estudos salientam que o diabetes mellitus tipo II não possui cura
assim como as demais categorias da doença, sendo que a redução de sua
propensão se intensifica principalmente pela perda de peso, alteração na
dinâmica de vida, realização de atividade física, reduções do tabagismo e
25
alcoolismo, dieta adequada, mas também implica alterações socioeconômicas e
psíquicas (FERNANDES et. al. 2005; MANSON et. al. 2001).
3.1.2 Categorização do Diabetes Mellitus
Face às múltiplas manifestações metabólicas que concebem a patogenia
do diabetes, a hiperglicemia ocupa maior acentuação e é o fator mais
característico derivado e partilhado pelas diferentes expressões da moléstia
coloca a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009).
No entanto, apesar da doença compartilhar a elevação glicêmica mantida,
as causas deste aumento distinguem suas tipologias e categorias (ROBBINS,
2010), pois o critério classificatório não segue os estágios glicêmicos, por serem
inviáveis na determinação consistente, já que são passíveis de variações e
podem subestimar a patogenia. Portanto o padrão utilizado para discernir as
formas de DM é o etiológico (WHO, 1999).
Verifica-se que etiologia é uma nomenclatura utilizada para designar os
motivos dos problemas de saúde (Ferreira, 2001) e por meio de sua adoção e
interferência, a síndrome diabética passou a ser analisada com mais propriedade
em relação ao seu contexto imunológico, predeterminação gênica, em aliança a
influência exercida pelo hábito de vida e também do meio ambiente (OLIVEIRA,
2002).
Assim, do ponto de vista clínico, o diabetes mellitus se divide em quatro
categorias etiológicas, de modo que são concebidas as formas: diabetes mellitus
tipo I (DM1) que se subclassifica no tipo autoimune e idiopático; diabetes mellitus
tipo II (DM2); diabetes mellitus gestacional (DMG) e outros tipos específicos de
diabetes que constitui uma série de causalidades monogênicas e secundárias do
problema (ADA, 2007, SBD, 2009 e ROBBINS, 2010).
Ainda nessa classificação, participam duas situações configuradas como
pré-diabetes, definidas como glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose
diminuída, o que não consiste na enfermidade, mas sim na transição para seu
desenvolvimento, além de serem poderosos predisponentes às doenças
cardiovasculares DCVs (SBD, 2009).
26
Descrito previamente como juvenil, o diabetes mellitus tipo I compreende
10% da totalidade de casos existentes da doença e sua presença decorre da
destruição das células beta pancreática por mecanismos geralmente autoimunes,
as quais são implicadas quanto à redução de tamanho e no processo de
produção insulínica que comumente leva a deficiência absoluta da secreção do
hormônio e influi na necessidade do paciente acometido fazer uso de insulina
exógena em razão dos constantes níveis de hiperglicemia. Culmina em grande
excreta urinária, sede elevada, fome excessiva, eventos que respectivamente são
definidos por poliúria, polidipsia e polifagia; desencadeia também, desordens
metabólicas das macromoléculas orgânicas com tendência a cetoacidose pela
grande produção de corpos cetônicos (HANSEL, 2010; BRASIL, 2006; ROBBINS,
2010 e GROSS, 2002).
No entanto, a imunidade celular no incremento do DM1 não é regra posto
que, anticorpos e agentes imunológicos em principal o linfócito T CD8+
responsivos pela morte das células pancreáticas podem ser apenas adjuntos na
dinâmica de origem desta patologia, a qual também pode se processar sem
interferências imunogênicas com frequentes quadros de cetoacidose e variáveis
produções de insulina denominada de forma idiopática (COURI, 2013, ADA,
2010). Todavia, a nutrição, rápido crescimento infantil; idade de vida da mãe em
relação à gestação; aspectos socioeconômicos; peso corpóreo infantil; estilo de
vida; acometimento por problemas e infecções por vírus, também podem
contribuir para o desencadeamento da patologia (ALVAREZ, 2012).
Exibe um crescimento na população infantil e incidência crescente em
adolescentes, embora também possa ocorrer a forma autoimune no indivíduo
adulto, contudo os diagnósticos referenciais de DM1 concentram-se na população
jovem, sendo geralmente sintomática sem ainda uma precaução aplicável
(DAMIANI, 2012; OLIVEIRA, 2002; SBD, 2009).
Outra tipologia consta do diabetes mellitus gestacional ou (GDM), cuja
significação se traduz por qualquer intensidade de intolerância à glicose, com
princípio ou identificação clínica na gravidez, capaz de subsistir ou inexistir após o
parto. Decorrem de alterações metabólicas no percurso da gestação por conta de
modificações hormonais face o desenvolvimento do feto, que pode desencadear
27
importantes mudanças na produção dos níveis de insulina pelo pâncreas
endócrino e sua atuação reduzida, comprometendo a normalização glicêmica, já
que a gravidez desestabiliza diversos hormonas com atenção aos
hiperglicemiantes, dos quais se destaca o lactogênico placentário promotor de
resistência insulínica, o que resulta em aumento da glicemia pela
descompensação do hormônio beta pancreático. A fisiopatologia do DMG também
esta correlacionada aos aumentos de contrarreguladores da insulina, estresse
fisiológico gerado pela gravidez bem como, predeterminantes gênicos e/ou
ambientais (OPPERMANN et. al. 2011; ZADJENVERG, 2013; LINDSAY, 2009;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA, 2003).
A patologia em gestantes responsabiliza-se pela maior prevalência de
morbidade no período gravídico, além de possuir incidência ascendente. Isso
implica uma vez a enfermidade em curso, no aumento de complicações a nível
materno, fetal e perinatal (BUCHANAN et. al. 2007; GOMES et. al. 2012), pois a
criança gerada tem probabilidade aumentada para problemas na sua formação,
disfunções nos rins, coração, sistema nervoso e cérebro; pode vir a sofrer
macrossomia ou aumento fetal; icterícia; hipocalemia; problemas respiratórios;
possível desenvolvimento futuro de diabetes tipo II possibilidade que também se
estende para a mãe, além de ser mais propensa a obesidade (LINDSAY, 2009;
GOMES et. al. 2012; OPPERMANN et. al. 2011).
O diagnóstico desta patologia ocorre ao longo da gravidez, sendo que sua
prevalência é de 7,6% de mulheres acima de 20 anos fertilizadas, das quais 94%
expressam tolerância diminuída à glicose e 6% agregam o diabetes por meio de
hiperglicemia após o parto. Distingue do diabetes pré-gestacional que
compreende as formas de DM1 e DM2 detectada anterior ao desenvolvimento
fetal (BRASIL, 2010).
Assim o tratamento insulínico, modificações nutricionais, intervenção
medicamentosa, além de rigorosa supervisão da mãe e do feto em aliança ao
acompanhamento multidisciplinar assegura a minimização dos riscos para a
gestante diabética e sua prole, com posterior atenção e novas análises e
detecções clínicas da situação metabólica característica pós-parto como objeto
preventivo e de remediação (SALAZAR et. al. 2011; ZAJDENVERG, 2013).
28
Por sua vez, formas mais específicas e particularizadas do diabetes com
favorável reconhecimento sobre os possíveis distúrbios e dinâmica causal
compõe outra categoria da doença, na qual se integram múltiplas expressões da
enfermidade, com detecções clínicas distintas, resultantes de esforço e
compreensões sobre o desenvolvimento e esclarecimento da patogenia (GROSS
et. al. 2002; SBD, 2010).
Neste contexto inserem-se os outros tipos específicos de diabetes
caracterizados por defeitos monogênicos na expressão do fenótipo característico
da patologia e, portanto desencadeiam defeitos nas células beta ou na sinalização
do hormônio insulina compreendendo as endocrinopatias, problemas gênicos na
atividade e secreção insulínica, patogenias exócrinas do pâncreas, processos
infecciosos ou administração de drogas afirma Lyra et. al., (2013).
3.2 DIABETES MELLITUS TIPO II
Envolve o padrão mais característico da doença e a forma de maior
prevalência, pois predomina com 90% dos casos que assolam o ser humano.
Assume assim, um caráter epidêmico com alto crescimento nos países de um
modo geral, mas com atenção as nações em desenvolvimento coloca Franco
(2006).
A literatura é unânime ao considerar que em termos etiopatogênicos, o
DM2 apresenta mecanismos promotores decorrentes de entidades heterogêneas.
Consiste na forma da doença anteriormente concebida como diabetes-insulino-
independente ou diabetes de adulto, resultante de associações de influências
ambientais e estilo de vida por meio do sedentarismo e condições dietéticas, além
de predisposição genética e familiar em função dos vínculos de genes
diabetogênicos (RAHILLY, 1997; ROBBINS, 2010; OLIVEIRA, 2002; RAHILLY,
1997; WHO, 1999; GROSS et. al., 2002; ADA, 2010 e SBD, 2009).
Trata-se de uma patologia frequentemente detectada em pacientes com
mais de 40 anos, embora esteja presente em diferentes idades, caracteriza-se por
ser gradativa e comumente sem sintomas abruptos. A administração de insulina
29
exógena é realizada apenas para fins de controle do metabolismo corporal de um
modo geral, dado a secreção mesmo deficiente desse hormônio nesta categoria
da enfermidade e casos de cetoacidose são raros (HANSEL, 2010; OLIVEIRA,
2002).
Os defeitos do metabolismo que assinalam a existência do DM2 residem
na ocorrência de eventos progressivos de diminuição da ação insulínica, por meio
da redução de respostas e sensibilidade dos tecidos periféricos a atividade do
hormônio que caracteriza o aumento de resistência à insulina bem como, ou em
aliança, a defeitos ou insuficiência por parte das células beta pancreática que
passam a sofrer variações, diminuições ou mesmo inadequações na secreção de
insulina frente o estímulo da hiperglicemia (ZIMMET et. al. 1992; GROSS et. al.
2002; ADA, 2007; ROBBINS, 2010; ARAÚJO et. al. 2000; OLIVEIRA, 2002 e
ADA, 2010).
Em geral o evento corriqueiro na elevação glicêmica do diabetes é
representado pela disfunção simultânea das duas vias, ou por meio da expressão
mais significativa de problemas de produção insulínica ou na sinalização do
hormônio (WHO, 1999 e SBD, 2009). Estudos por sua vez, refutam que o
procedimento mais peculiar na elevação da glicose se apoia na resistência ao
hormônio insulina como primeira ação, sucedido por alterações resultantes da
insuficiência das células produtoras de insulina, assume Robbins (2010).
Contudo, uma diversidade de condições e processos sugere a eclosão da
patologia diabética do tipo II, das quais se enfatizam a promoção da obesidade;
existência de hipertensão; alterações lipídicas; queda da atividade física cujas
presenças, acentuam a resistência à insulina e induzem as DCVs. Aspectos
étnicos; envelhecimento; diminuição do tecido pancreático e o legado genético
que determina uma possibilidade de 60% de detenção da doença por indivíduos
cujos pais são acometidos, além da possibilidade de afetar ambos os irmãos
monozigóticos com uma propensão de 90%, terminam por completar este quadro
de causas do DM2 (HANSEL, 2010; ROBBINS, 2010).
Como efeito, verifica-se que o paciente acometido pela forma da doença do
tipo II passa a expressar sede excessiva e aumento do volume de urina que
respectivamente representam a polidipsia e poliúria, além de quadros mais graves
30
de desidratação, processo definido como, coma hiperosmolar não-cetótico
(HANSEL, 2010; ROBBINS, 2010).
3.2.1 Fisiopatologia do Diabetes tipo II
A satisfação energética do homem depende principalmente do
metabolismo de glicose explica Junior (2008). Neste contexto, a secreção de
insulina e sua sensibilidade constituem fatores circunstanciais de estabilidade
para que os níveis de carboidratos possam ser rigorosa e finamente regulados
(ARSLANIAN et. al. 2009).
Com atuante finalidade no equilíbrio de açúcar, o hormônio insulina
desempenha ações significativas no organismo humano, pois age em sinergia
com mecanismos celulares que controlam o metabolismo bem como, monitoram o
crescimento, dispondo de rica dinâmica molecular por meio de enzimas, proteínas
e receptores (HABER, 2001), e graças a sua existência, ocorrem acentuações e
favorecimentos na remoção da glicose sanguínea (RAW, 1948).
O incremento das reações metabólicas desenvolvidas no pâncreas por
meio de suas células beta é de relevante papel para a dinâmica fisiológica das
concentrações de glicose (MATSCHINKY, 1996). Portanto, desordens na
produção ou atividade insulínica, comprometem o equilíbrio da homeostase desse
monossacarídeo. Estes distúrbios podem advir de modulação promovida pelo
meio ambiente em contraste com a vulnerabilidade genética e, portanto,
contribuem para o tenro desenvolvimento do diabetes mellitus tipo II (ARSLANIAN
et. al. 2009; FERRANNINI et. al. 1992).
Caracterizar as dinâmicas causais do DM2 sob condições funcionais é um
mecanismo complexo e ainda não completamente elucidado ressalva Marcondes
(2003). No entanto, salienta-se que a fisiopatologia da moléstia é amplamente
interferida por parciais defeitos de secreção e resistência à ação de insulina
(KHAN, 2003), cujas disfunções em conjunto terminam por favorecer a
hiperglicemia (STEWART, 2009).
31
Fundamentos clínicos e epidemiológicos sugerem que a resistência à
insulina constitui a base das condições que desencadeiam o diabetes tipo II
(FERRANNIN et. al. 1992), no entanto, verifica-se que com a vigência da
hiperglicemia ambos os problemas estão presentes não impedindo, portanto, que
um representante se destaque frente o outro (SBD, 2009).
Como efeito compreende-se que a patologia do DM2 esta implicada na
sinalização da insulina, a qual consiste no hormônio proteico sintetizado no
pâncreas por meio dos constituintes celulares das ilhotas de Langerhans,
modulado pela disponibilidade das macromoléculas orgânicas em especial as
glicídicas e com importante efeito no anabolismo explica Prada et. al. (2013).
Executa sua atividade principalmente nos adipócitos, miócitos e
hepatócitos, ao se juntar aos seus receptores específicos de subunidade alfa
nestes tecidos periféricos. Por ação do hormônio a porção intrínseca do receptor
denominada subunidade beta passa a apresentar uma alteração na sua
conformação ao estimular uma enzima chamada de tirosina quinase presente no
local responsável assim por disponibilizar energia e moléculas de sinalização no
interior celular como os substratos de insulina, cujos resíduos de tirosina são
fosforilados pelas quinases o que, portanto contribuem para sucessivas ações da
insulina (NETO et. al. 2013; PRADA et. al. 2013).
Os substratos uma vez fosforilados contribuem para que a insulina possa
desencadear seus efeitos metabólicos corpóreos, principalmente na remoção de
glicose sanguínea. Uma vez sofrido fosforilação os substratos se agregam a
enzima fosfatidilinositol3quinase (PI3K) caracterizada pela excelência na
transferência de glicose no interior celular e subsequentemente estimula a enzima
PDK promotora da translocação da proteína transportadora de glicose da região
muscular e hepática denominada de GLUT4 que retém a glicose. Atua também na
formação de reservas de gordura nos adipócitos e de glicose no fígado (LIMA,
2013 apud CARVALHEIRA et. al., 2005; CROSS et. al., 2005; GREENSPAN et.
al., 2004; LIETZEK et. al., 2000; CZECH et. al., 1999).
32
3.2.2 Resistência à insulina na fisiopatologia do Diabetes mellitus tipo II
A resistência à insulina corresponde à minoração das ações
desempenhadas pelo hormônio no que condiz a sua atividade de captação,
estocagem e metabolismo do monossacarídeo glicose e implica em diminuição de
respostas dos tecidos biológicos à sua determinada concentração (ADA, 2010;
SBD, 2009 e ROBBINS, 2010).
Trata-se de um mecanismo fisiopatogênico característico do DM2
(MARCONDES, 2003) e assim, compõe um processo complexo e de múltiplos
fatores predisponentes, com bases genéticas e/ou ambientais, fruto de defeitos
hereditários conciliados a fatores desenvolvidos como obesidade e infecções para
expressar desta maneira o seu fenótipo (PESSIN et. al. 2000 e Robbins, 2010).
A resistência à insulina se atribui ao estímulo do hormônio que termina por
gerar em termos moleculares, em substratos de insulina fosforilado erroneamente,
pois ao invés do processo ocorrer no aminoácido treonina ocorre na serina.
Portanto o receptor insulínico privado de fosforilação em treonina passa a inibir a
sinalização do hormônio e conduz a menor atividade da ação hormonal nos
tecidos, impelindo assim que a metabolização de açúcar e gordura na célula seja
comprometida (LIMA et. al., 2013 apud HOTAMISLIGIL et. al., 2006; PRADA et.
al. 2013). A reduzida atuação do hormônio também esta expressa na menor
atividade catalítica das enzimas que aceleram as reações de treonina as
fosfatases, atuante no receptor insulínico pela indução fosforilativa, salienta Prada
et. al. (2013).
Este processo também é desencadeado por várias condições metabólicas,
como os defeitos genéticos do receptor insulínico e da via sinalizadora de
insulina, embora seja menos frequente. Também se correlaciona com a
obesidade, pois, grandes quantidades de ácidos graxos livres (AGLs) interferem
na modulação do hormônio e promove uma resistência ao efeito da insulina, já
que uma maior deposição na musculatura ou disfunções dentro do meio celular
por estes lipídeos pode-se ativar a serina / treonina quinase capazes de fosforilar
esta via catalítica sobre os substratos do receptor insulínico e com isso diminuir o
poder do segmento que recepciona a insulina na estimulação da enzima PI 3-
33
quinase, e com isso diminuir de maneira determinante o processo de condução da
glicose e processos dependentes da sinalização dos receptores insulínicos
(SHULMAN, 2000).
Ainda, níveis de triglicérides em pacientes obesos, precisamente no fígado
e músculos, resultantes da deposição dos ácidos graxos, favorecem o
impedimento da sinalização do hormônio insulina e culmina em uma
lipotoxicidade principalmente nas proteínas-chaves que processam o hormônio
(PESSIN et. al. 2000; ROBBINS, 2010; SHULMAN, 2000). A resistência à
insulina, também se fundamenta por meio dos produtos endócrinos específicos
das células do tecido adiposo, os quais se denominam de adipocitocinas com
destaque para a adiponectina, resistina e lepitina, cujos níveis exprimem a
sensibilidade à insulina, sendo a primeira reduzida na obesidade e oposta a
resistência periférica do hormônio (ROBBINS, 2010).
A redução da atividade do hormônio insulina incretina(GLP-1) também
parece estimular a gênese do problema insulínico em reação à glicose e outro
agravante fisiopatológico recai sobre a elevação na secreção do glucagon pós-
alimentação. (STEWART, 2009; NAUCK et. al. 1986), pois este hormônio também
participa da regulação glicêmica por meio da produção e deslocamento de glicose
pelo fígado que encerra a hipoglicemia e aumenta o nível de carboidratos no
sangue (NADAL et. al. 2008). Assim, com a inibição insulínica a via de secreção
de glucagon que liga as células β e α desfazem-se, e passa a contrariar a ação da
insulina, terminando por elevar o açúcar sanguíneo (UNGER, 1985; NADAL et. al.
2008).
A incorreta atividade da insulina também promove o aumento da síntese
deste carboidrato no tecido hepático no estado de jejum, fenômeno descrito como
resistência ao centro de insulina. Sendo assim, é reforçado que a minimização da
ação insulínica, confere o estado de hiperglicemia, em função da diminuição da
ação do hormônio nos tecidos do fígado, adiposo e no músculo esquelético, os
quais apresentam uma diminuição na absorção de glicose, eventos que terminam
por desencadear a patogênese do DM2 (STEWART, 2009).
34
3.2.3 Defeito das células beta-pancreática na fisiopatogênese do Diabetes
mellitus tipo II
Outro mecanismo fisiopatológico de grande relevância no diabetes mellitus
tipo II consiste na diminuição da secreção de insulina ou secreção relativa do
hormônio, decorrente de defeitos nas células beta do pâncreas (HICKEY, 2010).
As causalidades dos defeitos da célula beta em geral apontam para
problemas na secreção insulínica em relação ao sua dinâmica pulsátil e
oscilatória; alterações nas conversões de pró-insulina para insulina e
principalmente disfunção quantitativa na secreção insulínica (LEITE et. al., 2013).
É sabido que defeitos nas células beta do pâncreas são significativos na
promoção do DM2, onde ocorrem eventos gradativos de disfunções e
desaparecimentos das finalidades dessas células por mecanismos, que
determinam alterações nas secreções insulínica em primeira instância e perda da
eficácia secretória ideal do hormônio posteriormente (SCHEEN, 2002), sugerindo
que existem fases para o desencadeamento do diabetes, compreendidos por
alterações das estruturas das células betas, sua expressão gênica e
funcionamento (WEIR et. al. 2004).
Deste modo, desordens destas células caracterizam-se por expressar
suas incompetências de responderem ao requerimento de grandes períodos de
resistência insulínica bem como, secreções aumentadas do hormônio. Portanto,
condições de diminuição da ação insulínica geram em princípio, secreções
elevadas diante do estímulo da glicose e caracteriza o estado hiperinsulinêmico
que visa à manutenção da normoglicemia por meio da correção da resistência
periférica (ROBBINS, 2010).
Contudo, num grande intervalo de tempo, as células do tecido pancreático
não são capacitadas a manter secreções aumentadas de insulina para sanar a
resistência ao hormônio e gera assim, um dado esgotamento do pâncreas, capaz
de gerar intolerância a glicose, até culminar em diabetes manifesto
(FERRANNINI, et. al. 1992).
Entende-se que a justificativa mais significativa e promotora do DM2 se
atribui aos problemas de menor quantidade de secreção da insulina por parte das
35
células beta, as quais passam a não serem mais funcionais e/ou diminuem sua
massa, cujos fatores predisponentes a este processo, concentram-se no efeito
tóxico da elevação da glicose, toxicidade ao excesso de lipídeos, estresse
oxidativo, acúmulo de amiloide, distorções no pareamento receptor e substrato,
problemas gênicos e envelhecimento conclui Leite et. al. (2013).
Prada et. al. (2013) explica que, a massa celular pancreática produtora de
insulina de circunstancial importância na patogênese de DM2 possui um equilíbrio
por meio de novas sínteses, neogênese, duplicação, tamanho e apoptose, este
último fator é instigado pela elevação lipídica, glicêmica e oxidação as quais
podem estimular serina/quinase e promover uma fosforilação no substrato
receptor de insulina 2 ou IRS-2 por serina e não treonina, aspecto este que em
junção as adipocitocinas e menor expressão dos IRS-2 culmina com a morte das
células beta.
As causalidades dos defeitos da célula beta ainda são incertas, porém
sugere-se que o problema esteja associado ao efeito tóxico da glicose diante da
hiperglicemia, fenômeno concebido como glicotoxicidade com bases genéticas,
bem como, ação venenosa da elevada concentração de lipídeos na circulação ou
ácidos graxos livres, processo reconhecido como lipotoxicidade(FERRANNINI, et.
al. 1992 e HICKEY et. al. 2010).
Os processos da ação tóxica da glicose implica no stress oxidativo crônico
e faz com que a hiperglicemia crônica seja inviável a atividade secretória de
insulina e prejudica o equilíbrio gradativo desse monossacarídeo ao longo do
tempo, evoluindo para insuficiência das células beta que caracteriza o DM2. A
hiperlipidemia, em grande parte vinculada ao processo de esterificação dos
ácidos graxos também é nociva às células beta do pâncreas (ROBERTSON,
2002).
Ainda em relação à questão quantitativa, os defeitos das células betas
também estão atribuídos à diminuição da composição celular, deturpação das
ilhotas e acumulação de amiloides. De maneira qualitativa, portanto, as
irregularidades celulares do tecido do pâncreas incorrem em problemas de
pulsação ou oscilação correta da atividade secretória, já que a insulina exibe uma
elevação rápida no primeiro momento e secreções prolongadas e reduzidas em
36
compensação do hormônio diante da elevação da glicose, com posterior
comprometimento aos outros níveis de secreção (LIMA, 2013 et. al., 2013 apud
WARD et. al. 1984; ROBBINS, 2010), por isso que de início ocorre
hiperinsulinemia como remediação da resistência periférica, mas com as
disfunções celulares, tem-se a redução de secreção insulínica ante a
compensação hiperglicêmica, terminando no aumento de glicose tanto pré como
pós-prandial (HICKEY et. al. 2010).
Por fim verifica-se que a atividade secretória deficiente da insulina,
incapacita a compensação das necessidades metabólica e é um potente fator
fisiopatogênico que para o pleno desenvolvimento do DM2, e auxilia caso mantido
a resistência à insulina, na gênese de uma tríade de enfermidades, das quais
atuam a hipertensão (HAS), e doenças cardiovasculares (PRADA et. al., 2013;
REAVEN, 1988).
3.3 COMPLICAÇÕES DECORRENTES DO DIABETES MELLITUS TIPO II
A patologia diabética contribui por gerar modificações do metabolismo
culminando com a persistência da hiperglicemia de forma crônica que pode gerar
consequentes complicações face ao distúrbio glicêmico (ROBBINS, 2010).
Neste cenário diferentes segmentos fisiopatológicos tais como, a
estimulação da proteína C quinase (PKC), glicolisação de proteínas e via da
aldoseredutase, terminam por ocasionar problemas resultantes do diabetes
exprime Hanselet. al. (2010).
Existe uma multiplicidade de fatores para o princípio das complicações,
suas repercussões e locais de acometimento. No entanto, as alterações vigentes
da doença distinguem-se em agudas e crônicas (ARAGÃO et. al. 2013).
As complicações agudas englobam os quadros de cetoacidose diabética,
elevação glicêmica chamada de hiperosmolar não-cetótica; a condição de acidose
lática que compõe quadros patológicos no DM capazes de gerar infartos e
infecções graves pela grande concentração bacteriana no sangue, redução de
oxigênio e diminuição do metabolismo do ácido lático; além da hipoglicemia que
37
constitui problemas decorrentes da terapêutica patológica por meio de
substâncias hipoglicemiantes que estimulam a elevação da secreção insulínica
(PINTO e OLIVEIRA, 2006).
As formas persistentes dos problemas decorrem em princípio, de
alterações nas regiões microvasculares por meio de modificações morfológicas
nas membranas basais de pequenos vasos da retina, nervos e rins caracterizando
as microangiopatias, mas também afetam os grandes vasos especialmente as
artérias compondo as macroangiopatias (ROBBINS 2010 e ARAGÃO et. al.
2013).
Um dos defeitos microvasculares característico do diabetes é a retinopatia
diabética que expressa às alterações microangiopáticas nos olhos em razão de
danos nos capilares da retina, expressos pela perda celular que envolve o
endotélio, por aumento e engrossamento da camada interna dos vasos
sanguíneos e repercute em pequenos aneurismas e hemorragias; distúrbios intra-
retinianos e mudanças na vascularização retiniana que capazes de gerar
desordens no humor vítreo e retina (WEIS et. al. 2011). Consiste assim, no motivo
mais representativo de cegueira em adultos diabéticos, ocupando o terceiro lugar
dentre os determinantes da problemática, acometendo aproximadamente 60%
dos enfermos posterior a um período de cerca de 20 anos da obtenção da
moléstia, com vigência de 90% nos pacientes com DM1 e até 80% dos indivíduos
com DM2, além de configurar em ambos os casos, condições predisponentes a
morbimortalidade cardiovascular (WEIS et. al. 2011; ARAGÃO et. al. 2013 e
DANTAS, 2006).
De acordo com Gouvêa (2006), outra microangiopatia relevante refere-se à
nefropatia diabética, capaz de perturbar tanto o DM1 quanto o DM2. Congrega em
um dos problemas da hiperglicemia que desencadeia lesões glomerulares em
função do aumento da pressão dos glomérulos e elevação de suas funções
capazes de promover glomeruloesclerose, insuficiência renal e acúmulos
proteicos nas regiões renais. Desta forma, a doença perpassa por estágios que se
caracteriza pela elevação da filtração, seguida de excretas urinárias aumentadas
de albumina até nefropatia manifesta por meio da eliminação de proteinuria,
38
terminando com o quadro de nefropatia terminal, caso não haja intervenção para
o controle glicêmico, explica Salgado et. al. (2004) e Hensel (2010).
A neuropatia diabética por sua vez, representa uma problemática do
diabetes que prejudica o sistema nervoso periférico (NASCIMENTO, 2006). Sem
diagnóstico claro, consiste em defeitos do DM2, sendo as repercussões da
hiperglicemia crônica um caráter comum na sua gênese que apesar de ser
múltipla com destaque para os processos hormonais e neurológicos, autoimunes
e problemas no metabolismo, torna-se relevante pelo comprometimento vascular
e dos nervos do sistema autônomo e periférico. É uma patologia classificada em
Polineuropatia Sensitivo-Motora; Neuropatia Autonômica; Mononeuropatia Focal;
Neuropatia Multifocal Radicular; Neuropatia Multifocal Multiplexos e Plexopatia ou
Amiotrofia, sendo a primeira mais representativa pela prevalência estabelecida
(RONSONI et. al. 2011 e GAGLIARDI, 2003).
As infecções no diabetes é um fenômeno corriqueiro e grave em relação
aos não detentores da patologia. As doenças microvasculares e distúrbios da
função de neutrófilos e macrófagos favorecem a ocorrência da infecção devido ao
fato dos problemas circulatórios quanto ao estreitamento vascular gerado pela
elevação glicêmica na vigência do DM, influir condições anaeróbias que facilitam
o desenvolvimento bacteriano e fúngico em detrimento da queda da atividade das
células de defesa, além de associar-se a outros fatores e contribuir para a
problemática do pé diabético e gerar inúmeras complicações (JUNIOR, 2011 e
SCHECHTER et. al. 2006).
3.3.1 Complicações metabólicas e macrovasculares
Os problemas macrovasculares do diabetes residem na aterosclerose,
interferindo em vasos de médio e grande calibre (ROBBINS, 2010). Pois
modificações no padrão de mortalidade do DM contribuíram para maior expressão
da aterosclerose com agravamento á nível coronariano, encefálico e dos vasos
periféricos (BOZZA et. al. 2006).
39
Mediante as proposições de Wajchenberg (2002), a aterosclerose
concerne à causa fundamental de morbimortalidade nos pacientes com DM, por
meio de problemas no endotélio vascular que exibe no DM1 consequências da
manutenção da elevação glicêmica que atua nos problemas microvasculares e no
DM2 promove defeitos macroangiopáticos desde o início da moléstia e tem
relação com a resistência à insulina.
Em termos fisiopatológicos a aterosclerose no diabetes pode ser
pronunciada em decorrência das disfunções do endotélio, das membranas basais
de pequenos vasos no diabetes, das lipoproteínas plasmáticas, da resistência à
insulina, do estresse oxidativo, da glicosilação não enzimática, de mudanças do
equilíbrio sanguíneo, bem como, pela ocorrência de relações com demais
situações de risco (BOZZA et. al. 2006).
Posicionamentos da Sociedade Brasileira do Diabetes (2006) afirmam que
a vigência de riscos de doenças cardiovasculares (DCV) em enfermos com DM2 é
aumentada em até quatro vezes, de maneira que a manifestação da aterosclerose
intensifica o padrão de óbitos em uma relação de 75% dos indivíduos acometidos
pela doença, expresso pelo acidente vascular encefálico, doença vascular
periférica e doença arterial coronariana, a qual configura um panorama de 50% da
mortalidade por (DCV) nesta tipologia do diabetes.
A aterosclerose no DM2, por sua vez é instigada por inúmeros fatores com
atenção as alterações lipídicas ou hiperlipidemia afirma Robbins (2010). Com
isso, verifica-se que uma das complicações metabólicas do DM2 refere-se às
dislipidemias, frequentemente decorrente da doença endócrina esclarece Lima
(1999), pois pode tratar-se de um agravamento da patogenia em face de elevação
glicêmica e a ação resistente do hormônio insulina, além de ser um processo
integrante da síndrome plurimetabólica que permite que DM2 e hiperlipidemia
sejam elementos conjuntos dado a menor atividade insulínica. A dislipidemia no
DM2, portanto, caracteriza mais uma das complicações diabéticas, mas destaca-
se pela pronunciada propensão no indivíduo acometido para desfechos
macrovasculares por propiciar o aumento nas quantidades de moléculas
lipoproteicas no plasma sanguíneo ou/e modificações de sua qualidade, além de
ser um agravante ao indivíduo portador de DM2 pela sujeição a eventos
40
oxidativos e na glicação, portanto de elevada aterogenicidade (OLIVEIRA et. al.,
2006 apud HAFFNER, 1998; KANNEL et. al. 1979, LIMA, 1999; BERTOLAMI,
2004)
Com relação a estas questões, fazem-se necessárias ações combinadas
de alterações comportamentais e uso medicamentoso para precaução e correção
da patologia do DM2, tendo em vista a sua complexidade, interferência
metabólica e comprometimentos a vida humana a nível global, esclarece Lyra et.
al.(2006).
41
4 COMPLICAÇÃO METABÓLICA DO DIABETES MELLITUS: DISLIPIDEMIA
As biomoléculas atribuídas como lipídeos, consistem nos compostos
insolúveis em meios aquoso e miscíveis em solventes não polares em virtude de
suas propriedades químicas, as quais se caracterizam por extensas cadeias de
hidrocarbonetos que em conjunto são suficientes para conferir a condição
hidrofóbica (LENINGER, 1984 e ROBERTIS e ROBERTIS, 1993).
Representam uma classe macromolecular de grande relevância biológica,
pois é significativa na ação energética e de armazenamento, além de ser atuante
no contexto estrutural e funcional das membranas quanto a sua sinalização
celular e manutenção da dinâmica anfipática e compartimentalizadora. Face estas
importâncias, existem diversos tipos de lipídeos, dentre os quais ocorrem os
triacilglicerídeos, fosfoglicerídeos, ceras, esfingolipídios, esteroides e ésteres de
ácidos graxos (ADAMI et. al. 2006; GERMAN et. al. 2007 e LENINGER, 1984).
Sob a perspectiva de Sposito (2007), os lipídeos mais significativos do
ponto de vista fisiológico bem como biológico consistem nos lipídeos-esteróides
ou colesterol, fosfolipídios, os ácidos graxos e triacilgliceróis.
Diante desta temática, os ácidos graxos são compostos dotados de apenas
um grupo carboxílico e grandes segmentos hidrocarbonados apolares de cadeia
aberta e não ramificada com números de carbono geralmente aos pares (MOTTA,
2013). Possuem uma divisão pautada no tamanho da cadeia carbônica, bem
como, pelas quantidades e disposições de duplas ligações entre os átomos
(SANTOS et. al. 2013) e expõem as formas moinsaturadas, polinsaturadas e
saturas (SPOSITO, 2007 e MOTTA, 2013).
Existem lipídeos de natureza estrutural constituinte das membranas
biológicas como os fosfolipídios, que são compostos por uma molécula de glicerol
ligada a ácidos graxos com a formação de um éster de ácido fosfórico no terceiro
grupamento hidroxila do álcool. Por sua vez, de conotação lipídica, o colesterol
consiste em um álcool monoídrico insaturado dentro da família dos esteroides
(GUIMARÃES, 1999), de incumbência centrada na estrutura e função das
membranas plasmáticas e dos compartimentos celulares biológicos; produção de
ácidos biliares; formação de vitamina E, esteroides, bem como, precaução de
desidratação, afirma Ludeke
Por sua vez, os triacilgliceróis por sua vez, representam a esterificação de
um composto glicerol associado a três moléculas de ácidos graxos (AG) de
natureza apolar, o que os impede de serem hidrofílicos. São componentes
membranosos e desempenham papel pr
excedente glicídico não acumulado em glicogênio; o que faz das células adiposas,
o principal local de armazenamento (GUYTON E HALL, 1996 e LENINGER,
1984).
Os lipídios oriundos da alimentação ou decorrentes da síntese e
demandam mecanismos de transporte para o cumprimento das funções de
reserva, ações energéticas, gerações de compostos esteroides, ácidos biliares e
outros metabólitos, uma vez que suas naturezas apolares não condizem com a
composição aquosa plasmát
garantem o deslocamento dos lípides que são hidrofóbicos no plasma, a partir de
regiões entéricas e hepáticas e são denominadas de lipoproteínas (NORA
2006).
Lipoproteínas definem as partículas component
resultantes da combinação de lipídeos e proteínas específicas chamadas de
apoproteínas (apos). Consiste em um grupo heterogêneo de compostos que
possibilitam em regiões hidrofílicas, a solubilidade e locomoção dos lipídeos, cuja
ácidos biliares; formação de vitamina E, esteroides, bem como, precaução de
desidratação, afirma Ludeke et. al. (2009).
Figura 01
Por sua vez, os triacilgliceróis por sua vez, representam a esterificação de
um composto glicerol associado a três moléculas de ácidos graxos (AG) de
natureza apolar, o que os impede de serem hidrofílicos. São componentes
membranosos e desempenham papel primordial na reserva energética do
excedente glicídico não acumulado em glicogênio; o que faz das células adiposas,
o principal local de armazenamento (GUYTON E HALL, 1996 e LENINGER,
Os lipídios oriundos da alimentação ou decorrentes da síntese e
demandam mecanismos de transporte para o cumprimento das funções de
reserva, ações energéticas, gerações de compostos esteroides, ácidos biliares e
outros metabólitos, uma vez que suas naturezas apolares não condizem com a
composição aquosa plasmática. Como efeito, existem macromoléculas que
garantem o deslocamento dos lípides que são hidrofóbicos no plasma, a partir de
regiões entéricas e hepáticas e são denominadas de lipoproteínas (NORA
Lipoproteínas definem as partículas componentes da região plasmática,
resultantes da combinação de lipídeos e proteínas específicas chamadas de
apoproteínas (apos). Consiste em um grupo heterogêneo de compostos que
possibilitam em regiões hidrofílicas, a solubilidade e locomoção dos lipídeos, cuja
42
ácidos biliares; formação de vitamina E, esteroides, bem como, precaução de
Por sua vez, os triacilgliceróis por sua vez, representam a esterificação de
um composto glicerol associado a três moléculas de ácidos graxos (AG) de
natureza apolar, o que os impede de serem hidrofílicos. São componentes
imordial na reserva energética do
excedente glicídico não acumulado em glicogênio; o que faz das células adiposas,
o principal local de armazenamento (GUYTON E HALL, 1996 e LENINGER,
Os lipídios oriundos da alimentação ou decorrentes da síntese endógena
demandam mecanismos de transporte para o cumprimento das funções de
reserva, ações energéticas, gerações de compostos esteroides, ácidos biliares e
outros metabólitos, uma vez que suas naturezas apolares não condizem com a
ica. Como efeito, existem macromoléculas que
garantem o deslocamento dos lípides que são hidrofóbicos no plasma, a partir de
regiões entéricas e hepáticas e são denominadas de lipoproteínas (NORA et. al.
es da região plasmática,
resultantes da combinação de lipídeos e proteínas específicas chamadas de
apoproteínas (apos). Consiste em um grupo heterogêneo de compostos que
possibilitam em regiões hidrofílicas, a solubilidade e locomoção dos lipídeos, cuja
43
característica química apolar é proveniente do colesterol esterificado e
triacilgliceróis presentes na posição nuclear dessas partículas. Entretanto,
fosfolipídios, colesterol livre e apoproteínas correspondem a porção lipoproteica
hidrofílica (LENINGER, 1984; GUYTON E HALL, 1996; SPOSITO, 2007 e NORA
et al, 2006).
Figura 02
Lipoproteína
Caio (2008)
As apoproteínas conferem papel na estrutura e síntese das lipoproteínas,
auxiliam a associação destas partículas aos receptores membranosos das
células, assim como agem como cofatores das enzimas, sendo reconhecidas as
apolipoproteínas denominadas de: A, B, C, D, E, F e G(GUIMARÃES, 1999,
NORA et. al. 2006 e SPOSITO, 2007).
Com base em Diament (2006), as partículas lipoproteicas distinguem-se
pela dimensão, densidade e constituição de lipídeos e apolipoproteínas, o que é
capaz de surtir as classificações em quilomícrons (Qm), lipoproteínas de muito
baixa densidade (VLDL), lipoproteínas de densidade intermediária (IDL),
lipoproteínas de alta densidade (HDL), e lipoproteínas de baixa densidade (LDL).
De rica constituição em triglicerídeos e pequenas porções de fosfolipídeos,
formas livres e ésteres de colesterol, além de proteínas, os quilomícrons
compõem as partículas plasmáticas formadas no epitélio intestinal e representam
a via de transporte de TG entérico incorporados no organismo por meio da
alimentação ou circulação entero-hepática (GUIMARÃES et al. 1999 e
JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999).
Penetram nos capilares linfáticos do intestino para atingir a corrent
sanguínea então distribuída para todo o corpo, de maneira que, nos pequenos
vasos dos adipócitos, os quilomícrons e (VLDL) sofrem ação da enzima lipase
que libera seus conteúdos para serem reutilizados e eliminados (JUNQUEIRA E
CARNEIRO, 1999).
As lipoproteínas VLDL, LDL e IDL expressam as partículas transportadoras
de lipídeos de origem hepática (SPOSITO, 2007). As VLDL
estruturas em que se deslocam os triglicérides e colesterol produzidos de maneira
endógena, ao passo que as LDL
de colesterol, possuem receptores a nível tecidual periférico e no fígado provendo
assim a utilização do colesterol esterificados nas células. Há também, as HDL
que compõe as estruturas atuantes no transporte li
vez que extrai o colesterol tecidual periférico e os dirigem as r
(CIPLA, 2005).
Fonte: Adaptado de Carrero e Herráez (2013)
4.1 Dislipidemia
Em termos históricos, é relativamente moderna a concepção médica
JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999).
Penetram nos capilares linfáticos do intestino para atingir a corrent
sanguínea então distribuída para todo o corpo, de maneira que, nos pequenos
vasos dos adipócitos, os quilomícrons e (VLDL) sofrem ação da enzima lipase
que libera seus conteúdos para serem reutilizados e eliminados (JUNQUEIRA E
roteínas VLDL, LDL e IDL expressam as partículas transportadoras
de lipídeos de origem hepática (SPOSITO, 2007). As VLDL
estruturas em que se deslocam os triglicérides e colesterol produzidos de maneira
endógena, ao passo que as LDL-c refere-se às principais partículas carreadoras
de colesterol, possuem receptores a nível tecidual periférico e no fígado provendo
assim a utilização do colesterol esterificados nas células. Há também, as HDL
que compõe as estruturas atuantes no transporte lipídico no sentido oposto, uma
vez que extrai o colesterol tecidual periférico e os dirigem as r
Figura 03 - Metabolismo das lipoproteínas
Adaptado de Carrero e Herráez (2013)
Em termos históricos, é relativamente moderna a concepção médica
44
Penetram nos capilares linfáticos do intestino para atingir a corrente
sanguínea então distribuída para todo o corpo, de maneira que, nos pequenos
vasos dos adipócitos, os quilomícrons e (VLDL) sofrem ação da enzima lipase
que libera seus conteúdos para serem reutilizados e eliminados (JUNQUEIRA E
roteínas VLDL, LDL e IDL expressam as partículas transportadoras
de lipídeos de origem hepática (SPOSITO, 2007). As VLDL-c corresponde as
estruturas em que se deslocam os triglicérides e colesterol produzidos de maneira
se às principais partículas carreadoras
de colesterol, possuem receptores a nível tecidual periférico e no fígado provendo
assim a utilização do colesterol esterificados nas células. Há também, as HDL-c
pídico no sentido oposto, uma
vez que extrai o colesterol tecidual periférico e os dirigem as regiões hepáticas
Em termos históricos, é relativamente moderna a concepção médica
45
pertinente às concentrações e composições lipídicas a nível sanguíneo e suas
interferências nas complicações circulatórias, esclarece Mendes et. al. (2009).
Diante deste contexto operam as dislipidemias, as quais consistem em
anormalidades conjuntas ou específicas dos lipídeos presentes no plasma, face
desordens metabólicas quantitativas e qualitativas das lipoproteínas circulantes
responsabilizadas na condução dos lípides sanguíneos (A CIPLA INITIATIVE,
2005; BALLANTYNE e.t al. 2009; LUTHRA et. al. 2004; MANSILHA, 2009).
Decorrem do acréscimo ou insuficiência de síntese de porções
lipoproteicas e até mesmo de problemas associados as suas constituintes
proteicas e enzimáticas. São caracterizadas pelo aumento nos valores de
colesterol total, de LDL-colesterol vinculado ou não as elevações de triglicerídeos
e baixas concentrações de HDL colesterol. Tabela 01. (A CIPLA INITIATIVE,
2005; BALLANTYNE e.t al. 2009; LUTHRA et. al. 2004; MANSILHA, 2009).
Tabela 01
Adaptado de Santos (2001)
Dentro deste contexto, publicações apontam que as disfunções dos lipídios
séricos podem advir de problemas metabólicos e/ou genéticos, bem como se
46
tornam possíveis em consequência de patologias ou circunstâncias secundárias
de vida, justifica Mansilha (2009).
Portanto para fins de organização, as alterações das concentrações de
lipídeos plasmáticos foram categorizadas sob a perspectiva bioquímica, etiológica
e em relação ao fenótipo, esclarece Chacra et. al. (2005).
Segundo o enfoque bioquímico, a qualificação das dislipidemias não se
atém ao perfil das moléculas lipoproteicas e envolvem valores de colesterol total;
colesterol das lipoproteínas de baixa densidade LDL-c, colesterol das
lipoproteínas de alta densidade HDL-c e triglicérides (SPOSITO, 2007; SANTOS,
2001).
Assim, esta classificação contempla as formas estabelecidas pelo aumento
segregado de colesterol total, principalmente os que são transferidos em LDL-c,
evento denominado de hipercolesterolemia isolada; aumento segregado de
lipoproteínas que carreiam apenas TG como as VLDL-c e quilomícras, processo
concebido como hipertrigliceridemia isolada; redução das lipoproteínas de
elevada densidade ou diminuição de HDL-c com ou sem aumento simultâneo de
TG e por fim as hiperlipidemias mistas caracterizadas por valores anormais
aumentados de triglicérides e colesterol concomitantemente (AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2011; CHACRA et. al. 2005; LIMA,
1999; SPOSITO, 2007; SANTOS, 2001).
Há também uma classificação de alterações dos lipídeos séricos salienta
Fredrickson et. al. (1967) pautada não apenas na fisiopatogenia e etiologia, mas
sim na análise fenotípica, em que as categorizações das dislipidemias são
distinguidas pelo fenótipo I caracterizada pelo aumento de quilomícrons, pela
forma fenotípica IIa qualificada por elevação da lipoproteínas de baixa densidade;
quanto o tipo IIb compreendido pelo acréscimo de lipoproteínas de baixa
densidade e as de muito baixa densidade; salienta-se o fenótipo III que é dado
por elevação de lipoproteínas de densidade intermediária; ainda há o fenótipo IV
peculiar pelo aumento das partículas lipoproteicas de densidade muito baixa e por
fim a forma fenotípica distinta por exprimir aumento de quilomícrons e VLDL-c
(CHACRA et. al., 2005 apud Hopkins, 2003 e Stein et. al., 1995; Consenso
Brasileiro sobre Dislipidemia (1999), Tabela 02.
Quanto ao aspecto etiológico, às causas dos problemas lipêmicos podem
ser primárias, expressas por
secundárias a acometimento patológico, intervenção medicamentosa e estilo de
vida estabelece Lachtermacher (2004) e
A classificação primária pode resultar em hiperlipidemia ou hipolipidemia e
compreende a hipercolesterolemia comum e familiar cuja manifestação pode ser
monogênica homozigótica que é mais rara e ocasionada por defeitos ou
inexistências gerais de receptores de LDL com consequente aumento expressivo
de colesterol e a heterozigótica d
que influi na diminuição ou maior expressão dos receptores de LDL ou
apolipoproteínas que captam o colesterol das LDL denominadas B
promotora de hipercolesterolemia. Existem defeitos em vários genes que
estabelecem a hipercolesterolemia familiar poligênica e avanço de triglicerídeos
por ação das VLDL culminando com a hipertrigliceridemia familiar (LIMA, 1999;
MANSILHA, 2009).
As dislipidemias primárias ainda se apresentam por modificações gênicas
externas e internas por meio do aumento conjunto de TG e CT ou hiperlipidemia
mista; menor atividade da enzima lipase lipoproteica e da ação da apolipoproteína
Tabela 02.
Adaptado de Santos (2001)
Quanto ao aspecto etiológico, às causas dos problemas lipêmicos podem
ser primárias, expressas por mecanismos genéticos, além de questões
secundárias a acometimento patológico, intervenção medicamentosa e estilo de
Lachtermacher (2004) e Santos et. al. (1999).
A classificação primária pode resultar em hiperlipidemia ou hipolipidemia e
ompreende a hipercolesterolemia comum e familiar cuja manifestação pode ser
monogênica homozigótica que é mais rara e ocasionada por defeitos ou
inexistências gerais de receptores de LDL com consequente aumento expressivo
de colesterol e a heterozigótica decorrente de distúrbio autossômico dominante
que influi na diminuição ou maior expressão dos receptores de LDL ou
apolipoproteínas que captam o colesterol das LDL denominadas B
promotora de hipercolesterolemia. Existem defeitos em vários genes que
abelecem a hipercolesterolemia familiar poligênica e avanço de triglicerídeos
por ação das VLDL culminando com a hipertrigliceridemia familiar (LIMA, 1999;
As dislipidemias primárias ainda se apresentam por modificações gênicas
internas por meio do aumento conjunto de TG e CT ou hiperlipidemia
mista; menor atividade da enzima lipase lipoproteica e da ação da apolipoproteína
47
Quanto ao aspecto etiológico, às causas dos problemas lipêmicos podem
mecanismos genéticos, além de questões
secundárias a acometimento patológico, intervenção medicamentosa e estilo de
A classificação primária pode resultar em hiperlipidemia ou hipolipidemia e
ompreende a hipercolesterolemia comum e familiar cuja manifestação pode ser
monogênica homozigótica que é mais rara e ocasionada por defeitos ou
inexistências gerais de receptores de LDL com consequente aumento expressivo
ecorrente de distúrbio autossômico dominante
que influi na diminuição ou maior expressão dos receptores de LDL ou
apolipoproteínas que captam o colesterol das LDL denominadas B-100,
promotora de hipercolesterolemia. Existem defeitos em vários genes que
abelecem a hipercolesterolemia familiar poligênica e avanço de triglicerídeos
por ação das VLDL culminando com a hipertrigliceridemia familiar (LIMA, 1999;
As dislipidemias primárias ainda se apresentam por modificações gênicas
internas por meio do aumento conjunto de TG e CT ou hiperlipidemia
mista; menor atividade da enzima lipase lipoproteica e da ação da apolipoproteína
48
C-II, aumento de lipoproteínas de densidade intermediária, aumento de
lipoproteínas ou hiperalfalipoproteinemia e problemas nos quilomícras (LIMA,
1999 e MANSILHA, 2009).
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) argumenta em sua diretriz
que, em relação às dislipidemias de base gênica tem-se a hipertrigliceridemia que
provém de defeitos inatos na lise de partículas que transferem triglicerídeos pela
atividade da lipase lipoproteica ou aumento de produção das lipoproteínas de
muito baixa densidade por vias hepáticas. Por sua vez, a elevação de LDL-c nas
partículas lipoproteicas no plasma ou hipercolesterolemia, decorre de problemas
nos receptores das lipoproteínas de baixa densidade ou desordens nos
receptores das apolipoproteínas B100, que pode gerar defeitos em um gene, mas
em geral predominante para defeitos poligênicos.
A razão secundária de ocorrência de lipídeos sanguíneos anormais por sua
vez, pode derivar de existência de doenças, dentre as quais se processam as de
cunho metabólico e endócrino, porém o processo também é acarretado pela
administração de fármacos ou mesmo pela vigência de gravidez, distúrbios
alimentares e síndromes sexuais, propõe Chacra et. al. (2005), Tabela 03.
Tabela 03.
Adaptado de Santos (2001)
Desta forma, os distúrbios lipoproteicos podem ser consequentes de
49
problemáticas no metabolismo, especialmente pela ocorrência de diabetes
mellitus tipo II, disfunções na glândula tireoide, interferência de moléstias renais e
patologias no fígado. Podem também serem secundários ao consumo etílico, uso
de drogas para fins medicamentosos, com destaque para beta bloqueadores,
tiazídicos e glucocorticóides. Por fim, o processo também esta atribuído ao
sedentarismo e maior ingesta de gorduras saturadas (SOCA, 2009).
4.2 Dislipidemia e doença cardiovascular
Existe uma correlação significativa estabelecida sobre o aumento das
concentrações de lipídeos no plasma e a promoção de problemas
cardiovasculares coloca Cohen e Amstrong (2000).
Sob a perspectiva epidemiológica, a terapêutica e detecção de dislipidemia
em tenra idade implica nas reduções da mortandade por doenças
cardiovasculares (DCV) em termos mundiais (DURO, 2008; CIPLA INITIATIVE,
2005). O que é significativo, pois com base na publicação da Organização
Mundial da Saúde (2000) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (2000), patologias
cardiovasculares são condições de elevado padrão de mortalidade de caráter
precoce na sociedade atual, vitimando cerca de 17,3 milhões de pessoas a cada
ano e com projeções de ceifar 23 milhões de vidas em 2030. Também é
responsável salienta Brasil (2006) pela maior porcentagem de óbitos da
população brasileira.
É sabido que eventos cardiovasculares são multicausais mediante
sinergismo e multiplicação de condições, no entanto, existem situações
predisponentes às suas aparições definidas como fatores de risco, com destaque
para o tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, falta de atividade
física e hábitos de vida moderna profere Papine et. al.; (1999) e Sociedade
Portuguesa de Aterosclerose (2001).
Assim as DCVs decorrem de um conjunto de manifestações clínicas, mas
sua maior expressão é atribuída aos problemas vinculados à aterosclerose, que é
um significativo predisponente de morbimortalidade por ocorrências vasculares
cardíacas e cerebrais, exprime Duro (2008) e CiplaInitiative (2005), por intermédio
50
das doenças coronarianas, vasculares encefálicas e periféricas; renais e aórticas
que são de impactante efeito e comprometimento à qualidade de vida (BRASIL,
2006).
Ocorre, pois que, os distúrbios de lipídeos plasmáticos estão
intrinsicamente vinculado ao processo aterosclerótico, de maneira que, níveis
aumentados de colesterol total, triacilglicerol, lipoproteínas de alta densidade e
baixa proporção lipoproteica de alta densidade constituem eventos
predisponentes à morbimortalidade e problemas por aterosclerose sob a forma da
doença arterial coronariana (DAC), enfatiza o Consenso Brasileiro sobre
Dislipidemia (1999).
Sendo assim, mesmo que seja pouco elucidada a patogênese do problema
(GROYER et. al.; 2006), verifica-se que as dislipidemias congregam importantes
fatores predisponentes ao processamento e agravamento da aterosclerose
enfatiza Neto (2013).
Tal condição se aplica, pois, as alterações lipídicas constitui um dos
componentes responsivos para disfunções no tecido endotelial, evento promotor e
agravante da ação aterosclerótica, de modo que, aumentos de LDL-c e minoração
de HDL-c são fatores independentes para DAC, em aliança ao aumento de
triglicérides que associado ao diabetes e outros distúrbios metabólicos instiga a
doença coronária e predispõe a aterotrombose pela potencialização da atividade
coagulatória e agregação de plaquetas (CONSENSO BRASILEIRO SOBRE
DISLIPIDEMIA, 2009).
Ainda, verifica-se que a desordem endotelial possui relação com os
lipídeos que sofrem oxidação e que são transportados nas lipoproteínas de baixa
densidade, já que, o colesterol total e suas frações como: HDL-c, LDL-c e TG
estão intrinsicamente vinculados com a aterogênese, dado seus acúmulo
subendoteliais. Também se conclui que, hábitos ricamente energéticos pela
ingesta de gorduras saturadas e esteroides animais são condições amplamente
associadas a eventos cardiovasculares (TAVARES et. al. 2000; CONSENSO
BRASILEIRO DE DISLIPIDEMIA, 1999;SOCIEDADE PORTUGUESA DE
ATEROSCLEROSE).
Assim sendo, existe a necessidade de precaução e terapêutica da
51
aterosclerose, em especial da doença de cunho agudo das coronárias que
constitui a forma primariamente expressa das DCVs, já que esta se trata de uma
doença crônica não transmissível de padrões de mortalidade cada vez mais
crescente em países subdesenvolvidos dentro dos quais se insere o Brasil
(NETO, 2013).
A aterosclerose é uma patogenia de base multicausal com presente
complexidade poligênica associada a inúmeros fatores ambientais (ROCHA et. al.
2005). Consiste na doença de cunho inflamatório crônico em resposta à agressão
do endotélio vascular arterial profere Robbins (2010), uma vez que sua existência
implica em comprometimentos do tecido endotelial e geração de alterações na
camada intermediária arterial (SBC, 2007).
Consiste assim, no evento patológico que tem no endotélio lesionado sua
gênese e complicação, o qual modifica sua função por ação da invasão de
partículas lipoproteicas no interior vascular e pela promoção de eventos
inflamatórios de caráter crônico pela vigência e mobilização aumentada de células
do músculo liso, linfócitos T e macrófagos (BALLANTYNE et. al. 2009).
Trata-se de um processo gradativo e de elevada dinamicidade
caracterizado pelo endotélio agredido com princípio assintomático na juventude,
podendo em qualquer fase da vida gerar desfechos agudos (LACHTERMACHER,
2004). Desta forma se verifica que, as disfunções das células da parede vascular
provêm de elevações do colesterol, condições de resistência à insulina, DM,
aumento de partículas lipoproteicas favoráveis a aterogênese como LDL, VDL,
IDL e porções de quilomícrons; uso de tabaco, aumento de homocisteína,
hipertensão arterial bem como fatores conjugados capazes de fomentar o
processo aterosclerótico considera (BAHIA et. al. 2006 e SBC, 2007).
Estes fatores por sua vez, terminam por conceber injúrias às paredes dos
vasos sanguíneos e implicam nas distorções de suas características de constrição
e dilatação, o que predispõe ao agravamento do processo da aterosclerose
(VILLELA et. al. 2006; CONSEN
pois acaba por favorecer a síntese da placa ateromatosa, que é resultado da
lesão a camada arterial intermediária, capaz de promover na luz dos vasos a
formação de protuberâncias determinantes no processo de enfraqu
parede vascular bem como no impedimento do fluxo sanguíneo.
O distúrbio da parede arterial pode então propiciar a perfusão de
substâncias nos vasos, onde grande parte do colesterol sanguíneo veiculado em
LDL perpassa para a íntima arterial e c
placa fibrogordurosa (Rocha
permeabilidade aumentada às partículas de LDL, estas nos vasos por ocasião do
endotélio comprometido passa a apresentar maior reatividade ao oxigêni
Figura 04.
Patogênese da aterosclerose
N´Ask (2011)
Estes fatores por sua vez, terminam por conceber injúrias às paredes dos
vasos sanguíneos e implicam nas distorções de suas características de constrição
e dilatação, o que predispõe ao agravamento do processo da aterosclerose
2006; CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIA, 1999),
pois acaba por favorecer a síntese da placa ateromatosa, que é resultado da
lesão a camada arterial intermediária, capaz de promover na luz dos vasos a
formação de protuberâncias determinantes no processo de enfraqu
parede vascular bem como no impedimento do fluxo sanguíneo.
O distúrbio da parede arterial pode então propiciar a perfusão de
substâncias nos vasos, onde grande parte do colesterol sanguíneo veiculado em
LDL perpassa para a íntima arterial e contribui para o princípio da síntese da
placa fibrogordurosa (Rocha et. al.; 2006), e além de expressar uma
permeabilidade aumentada às partículas de LDL, estas nos vasos por ocasião do
endotélio comprometido passa a apresentar maior reatividade ao oxigêni
52
Estes fatores por sua vez, terminam por conceber injúrias às paredes dos
vasos sanguíneos e implicam nas distorções de suas características de constrição
e dilatação, o que predispõe ao agravamento do processo da aterosclerose
SO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIA, 1999),
pois acaba por favorecer a síntese da placa ateromatosa, que é resultado da
lesão a camada arterial intermediária, capaz de promover na luz dos vasos a
formação de protuberâncias determinantes no processo de enfraquecimento da
parede vascular bem como no impedimento do fluxo sanguíneo.
O distúrbio da parede arterial pode então propiciar a perfusão de
substâncias nos vasos, onde grande parte do colesterol sanguíneo veiculado em
ontribui para o princípio da síntese da
2006), e além de expressar uma
permeabilidade aumentada às partículas de LDL, estas nos vasos por ocasião do
endotélio comprometido passa a apresentar maior reatividade ao oxigênio e assim
53
oxidam por interferência de macrófagos e receptores depuradores de LDL
(ROBBINS, 2010 e SBC, 2007).
As LDL oxidadas também trabalham de modo à suprasinalizar macrófagos
e células do endotélio a emitirem fatores de crescimento como as quimiocinas e
citocinas que mobilizam monócitos para o local lesado, bem como atuam como
genitoras da disfunção endotelial por serem tóxicas as células da parede dos
vasos (ROBBINS, 2010 e XAVIER et. al.; 2004).
Também, o endotélio machucado e perdido começa a expressar moléculas
de adesão aos vasos sanguíneos chamados (VCAM-1) e (ICAM) que reconhecem
linfócitos T e monócitos, de maneira que tais estruturas adentram na parede
íntima dos vasos. Os monócitos se modificam em macrófagos, envolvem
partículas de LDL oxidada e outras lipoproteínas e em aliança as estruturas
plaquetárias lançam elementos de crescimento responsáveis pela mobilização e
aumentos das células musculares lisas, as quais se unem aos macrófagos e
culminam com a placa ateromatosa, também sintetizam matriz extracelular (MEC)
e assim expandem a parede vascular intermediária como reflexo do processo
inflamatório (BALLANTYNE et. al. 2009, ROBBINS, 2010).
Rupturas na placa do ateroma não estável liberam substâncias lipídicas e
constituintes endoteliais de natureza trombogênica que podem precipitar-se nos
vasos e obstruir o fluxo hemodinâmico arterial e assim culminar com processos
oclusivos gerais ou em partes das artérias cuja condição é, portanto
fisiopatologicamente determinante para infarto agudo do miocárdio e acidente
vascular cerebral. A aterosclerose pode no seu contexto clinico também surtir
aneurismas, ateroembolismo, disfunção sexual e doença crônica dos rins
(TURCHIELLO et. al.; 2005 e SILVA, 2007).
4.2.1 Dislipidemia no diabetes mellitus
Em termos etiológicos as dislipidemias podem ser consequentes a diversas
patologias, de maneira que, o diabetes mellitus se destaca como uma das
doenças promotoras de eventos secundários nos distúrbios de lipídios
54
plasmáticos salienta Chacra et. al. (2005).
Segundo a proposição conceitual, o diabetes não constitui uma entidade
patológica, mas sim, um conjunto de desordens plurimetabólicas cuja
característica partilhada reside na hiperglicemia, decorrente de distúrbios na ação
ou atividade secretória da insulina, ou até mesmo, de ambos os processos
simultaneamente (SBD, 2009).
Publicações atentam que O DM é uma patogenia multifatorial de
relações inatas e adquiridas grandemente relacionada à síndrome metabólica
(SM), evento associado à ação resistente do hormônio insulina e acúmulo de
gordura corpórea (PENALVA, 2008).
Partindo desta proposição, Mirnameet. al. (2004) afirma que, a dislipidemia
compõe a manifestação mais expressiva contida na SM, expressa pelo acréscimo
de triacilgliceróis, elevação de ácidos gordos não esterificados na circulação,
decréscimo das lipoproteínas de alta densidade assim como, valores aumentados
de apolipoproteínas do tipo B e LDL-c mais aterogênica.
Como efeito, afirma Bertolami (2004), a SM, DM e dislipidemia são
eventos caracterizados por distúrbios lipoproteicos e lipídicos e que, portanto, as
disfunções dos lipídios séricos na patologia diabética também representa uma
correlação de problemas no complexo conjunto do metabolismo, tendo em vista
que ambos os processos têm a resistência insulínica como base genitora.
Frente a este contexto explica Oliveira e Donangelo (2006), pacientes
acometidos por diabetes apresentam índices aumentados de distúrbios das
características bem como das quantidades de lipoproteínas plasmáticas, as quais
se apresentam modificadas tanto pela composição quanto pela ação oxidativa,
propelindo os indivíduos afetados a desenvolver aterosclerose.
Assim, a patologia do diabetes é comumente assinalada por anormalidades
lipídicas expressas por meio de acréscimos nas concentrações de triglicérides,
redução dos valores de colesterol das lipoproteínas de alta densidade ou HDL e
formação de estruturas menores e mais densas do colesterol das lipoproteínas de
baixa densidade LDL-c, portanto mais aterogênicas processo este denominado de
dislipidemia diabética elucida Gerchman et. al. (2011).
55
Entretanto, as partículas de LDL-c em pacientes diabéticos são peculiares,
pois em termos numéricos não se diferenciam de indivíduos nomoglicêmicos,
porém em relação à qualidade, as lipoproteínas de baixa densidade são
encontradas de maneira mais reduzida e com menor volume, fazendo à
aterogênese ser um processo bastante suscetível (SBD, 2006).
Isso é determinante, pois de acordo com Brasil (2006), mais importante que
a detecção de diabetes, dislipidemias são analisar os riscos globais em nível
vascular encefálico, cardíaco e dos rins decorrentes de tais distúrbios. Já que
Gianinni (1999) considera que, o DM consiste em uma patogenia de risco direto
às DCVs em que na presença de distúrbios lipoproteicos, o processo se torna
mais representativo.
Para uma análise fisiopatogênica sobre esta questão, a WHO (1999),
explica que o DM é uma enfermidade capaz de interferir nas atividades e
produções do hormônio insulina, comprometendo assim a metabolização das
macromoléculas glicídicas, proteicas e lipídicas.
Genouch (1988) argumenta que, o hormônio insulina influi poderosamente
sobre as reações metabólicas dos lípides provenientes de fontes alimentares ou
sintetizados internamente no organismo, e para tanto, atua de modo a propiciar
reservas, inibição de degradação com diminuições na circulação bem como,
pronunciada importância no processo oxidativo dos ácidos gordos, diminuições de
TG, além de minimização nas concentrações de cetoacidose.
O DM então vem comprometer o metabolismo lipídico coloca a
CiplaInitiative (2005), seja no tipo I da doença com a ação anormal das gorduras
por uma limitação total a insulina e elevação de glicose e a tipo II característica
por desordens lipídicas provenientes da ação resistente do hormônio produzido
nas células beta pancreática.
A doença, sobretudo, interfere nas lipoproteínas de baixa densidade, por
meio de elevações de TG, passa a alterar partículas de LDL-c, as quais passam a
atuar no reconhecimento imunológico, se tornam mais propelidas ao processo
oxidativo e sofrem uma redução de suas vias de comunicação química ou
redução dos receptores de LDL em razão de déficit insulínico. Ainda neste
paradigma na deficiência de insulina, o colesterol no sangue passa a se elevar em
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas
Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas

Elementos pre textuais (1) (1)
Elementos pre textuais (1) (1)Elementos pre textuais (1) (1)
Elementos pre textuais (1) (1)Lucas Sousa
 
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdfBulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdfMichelleJalousieKomm
 
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdfBulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdfMichelleJalousieKomm
 
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5Atena Editora
 
A genética humana no livro didático de biologia
A genética humana no livro didático de biologiaA genética humana no livro didático de biologia
A genética humana no livro didático de biologiaGabi2001
 
Estudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da Espécie
Estudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da EspécieEstudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da Espécie
Estudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da EspécieAtena Editora
 
Manual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbp
Manual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbpManual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbp
Manual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbpArquivo-FClinico
 
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4Atena Editora
 
14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdf
14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdf14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdf
14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdfmarisapinzon03
 
Bases Conceituais da Saúde
Bases Conceituais da Saúde Bases Conceituais da Saúde
Bases Conceituais da Saúde Atena Editora
 
Manual de nutricao sociedade brasileira de diabetes
Manual de nutricao sociedade brasileira de diabetesManual de nutricao sociedade brasileira de diabetes
Manual de nutricao sociedade brasileira de diabetesCreche Segura
 
Grandes Temas na Educação Nacional
Grandes Temas na Educação Nacional Grandes Temas na Educação Nacional
Grandes Temas na Educação Nacional Atena Editora
 
As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4
As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4
As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4Atena Editora
 

Semelhante a Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas (20)

Elementos pre textuais (1) (1)
Elementos pre textuais (1) (1)Elementos pre textuais (1) (1)
Elementos pre textuais (1) (1)
 
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdfBulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
 
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdfBulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
Bulimia nervosa - avaliação do padrão alimentar(1).pdf
 
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 5
 
A genética humana no livro didático de biologia
A genética humana no livro didático de biologiaA genética humana no livro didático de biologia
A genética humana no livro didático de biologia
 
Pce pdf
Pce pdfPce pdf
Pce pdf
 
Pce pdf
Pce pdfPce pdf
Pce pdf
 
Estudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da Espécie
Estudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da EspécieEstudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da Espécie
Estudo Químico e Avaliação de Atividades Biológicas da Espécie
 
Manual pediatria ambulatorial
Manual pediatria ambulatorialManual pediatria ambulatorial
Manual pediatria ambulatorial
 
Manual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbp
Manual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbpManual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbp
Manual prático de atendimento em consultório e ambulatório de pediatria, sbp
 
Otorrino e oftalmo
Otorrino e oftalmo Otorrino e oftalmo
Otorrino e oftalmo
 
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4
Fundamentos e Práticas da Fisioterapia 4
 
14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdf
14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdf14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdf
14617a-pdmanualnutrologia-alimentacao.pdf
 
Dissertacao sabrina2
Dissertacao sabrina2Dissertacao sabrina2
Dissertacao sabrina2
 
Fisioterapia
Fisioterapia Fisioterapia
Fisioterapia
 
Bases Conceituais da Saúde
Bases Conceituais da Saúde Bases Conceituais da Saúde
Bases Conceituais da Saúde
 
Texto completo no pw
Texto completo no pwTexto completo no pw
Texto completo no pw
 
Manual de nutricao sociedade brasileira de diabetes
Manual de nutricao sociedade brasileira de diabetesManual de nutricao sociedade brasileira de diabetes
Manual de nutricao sociedade brasileira de diabetes
 
Grandes Temas na Educação Nacional
Grandes Temas na Educação Nacional Grandes Temas na Educação Nacional
Grandes Temas na Educação Nacional
 
As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4
As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4
As Ciências Biológicas e da Saúde na Contemporaneidade 4
 

Análise da nutrição funcional em pacientes com DM2 e alterações lipídicas

  • 1. 0 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CAMPUS JACAREZINHO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LUCAS VILAS BOAS SIMIRIO DIABETES MELLITUS TIPO II: ANÁLISE DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL E DA OCORRÊNCIA DE ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES DE SÃO PEDRO DO TURVO - SP JACAREZINHO – PR 2013
  • 2. 1 LUCAS VILAS BOAS SIMIRIO DIABETES MELLITUS TIPO II: ANÁLISE DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL E DA OCORRÊNCIA DE ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES DE SÃO PEDRO DO TURVO - SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura Plena em Biologia, da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Centro de Ciências Humanas e da Educação, como requisito parcial para obtenção do título de licenciada em Biologia Plena. Orientador: Profº Especialista Juarez Assis Soares JACAREZINHO – PR 2013
  • 3. 2 LUCAS VILAS BOAS SIMIRIO DIABETES MELLITUS TIPO II: ANÁLISE DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL E DA OCORRÊNCIA DE ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES DE SÃO PEDRO DO TURVO - SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura Plena em Biologia, da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Centro de Ciências Humanas e da Educação, como requisito parcial para obtenção do título de licenciada em Biologia Plena. _____________________________________ Professor Esp. Juarez Assis Soares Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP _____________________________________ Professor Ddo.Alexandre Fernandes de Oliveira Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP Jacarezinho, 03 de novembro de 2013.
  • 4. 3 À Deus, meu melhor Amigo, por guiar-me sempre às melhores escolhas, por conceder- me a sabedoria necessária e por dar sublime consolo nos momentos de angústia Aos meus pais, Narciso e Deolice, e irmã Luana, que sempre estiveram ao meu lado sustentando-me e ministrando todo amor e apoio necessários. Sem vocês eu não seria capaz. Aos meus tios e primos que sempre presentes nos melhores e piores momentos de minha vida. Aos meus queridos e significativos amigos Ana Eliza, Letícia, Luiz Fernando, Maiara e Thaís pela circunstancial lição, representatividade, apoio e sublime participação em todo meu trajeto acadêmico, não fosse suas respectivas presenças e os momentos que tive a grande oportunidade de compartilhar com vós, estes quatro anos não teriam sido quão especiais e singulares. A todos os mestres que tive, desde a pré- escola até a universidade, que dedicaram seu tempo aos ensinamentos, não apenas técnicos, mas de vida. Ao orientadordo presente trabalho, Professor Juarez Assis Soares, pelos preceitos e confiança a mim dedicados, essenciais para este feito.
  • 5. 4 “Que seu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja seu alimento.” (Hipócrates)
  • 6. 5 A aprovação deste trabalho de conclusão de curso não significará o endosso do Professor Orientador, da Banca Examinadora e da Universidade Estadual do Norte do Paraná à ideologia que o fundamenta ou que nele é exposta.
  • 7. 6 SIMIRIO, Lucas Vilas Boas. Diabetes mellitus tipo II: Análise da nutrição funcional e da ocorrência de alterações lipídicas em pacientes de São Pedro do Turvo – SP. 2013. 102 páginas. Trabalho de conclusão do curso de graduação em Biologia. Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, Jacarezinho, 2013. RESUMO
  • 8. 7 SIMIRIO, Lucas Vilas Boas. Diabetes mellitus type II: Analysis of functional nutrition and the presence of lipid abnormalities in patients of São Pedro ofTurvo– SP. In 2013.102 pages.Workcompletionof the degree course inBiology. Universityof North ParanáState – UENP, Jacarezinho, 2013.
  • 9. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - estrutura................................................................................................42 Figura 2 - lipoproteína...........................................................................................43 Figura 3 – Metabolismo das lipoproteínas ............................................................44 Figura 4 – Patogenese da aterosclerose ..............................................................52
  • 10. 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – os valores de referencia para diagnóstico de dislipidemias em adultos > 20 anos ..............................................................................................................42 Tabela 2 – classificação fenótipica das hiperlipidemias........................................43 Tabela 3 – dislipidemias secundarias e doenças..................................................44
  • 11. 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01- Frequência do total do gênero participante da pesquisa....................79 Gráfico 02- Frequência total dos participantes da pesquisa em relação a idade .80 Gráfico 03- Porcentagem total dos participantes em relação à escolaridade .......80 Gráffico 04- Frequência de presença ou ausência de hipertrigliceridemia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2.............................................................81 Gráfico 05- Frequência de triglicérides normais e elevados em homens e mulheres com diabetes mellitus tipo 2 ..................................................................82 Gráfico 06- Frequência de participantes em relação ao nível de instrução acerca dos alimentos funcionais.......................................................................................83 Gráfico 07- Frequência total de respostas dos pacientes sobre as características dos alimentos funcionais.......................................................................................84 Gráfico 8- Frequência de respostas dos pacientes sobre os alimentos funcionais com propriedades no diabetes mellitus.................................................................84 Gráfico 9- Porcentagem total de respostas dos pacientes sobre os alimentos funcionais com propriedades nas alterações lipídicas ..........................................85 Gráfico 10- Valor total dos pacientes que não ingerem os alimentos funcionais analisados.............................................................................................................86 Gráfico 11- Porcentagem total dos pacientes que ingerem os alimentos funcionais analisados mais de uma vez ou mais na semana.................................................86
  • 12. 11 LISTA DE SIGLAS HDL– Lipoproteína de Alta Densidade LDL – Lipoproteína de Baixa Densidade VLDL– Lipoproteína de Muito Baixa Densidade IDL– Lipoproteína de Densidade Intermediária DM2 –Diabetes Mellitus tipo 2
  • 13. 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO....................................................................................................184 1 OBJETIVOS.........................................................................................................18 1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................18 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................18 2 MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................19 3 CRÔNICO-DEGENERATIVA: DIABETES MELLITUS.............................................22 3.1 DIABETES MELLITUS: HISTÓRICO, CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA .................................22 3.1.2 CATEGORIZAÇÃO DO DIABETES MELLITUS.............................................................25 3.2 DIABETES MELLITUS TIPO II ...........................................................................28 3.2.1 FISIOPATOLOGIA DO DIABETES TIPO II ..................................................................30 3.2.2 RESISTÊNCIA À INSULINA NA FISIOPATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS TIPO II..............32 3.2.3 DEFEITO DAS CÉLULAS BETA-PANCREÁTICA NA FISIOPATOGÊNESE DO DIABETES MELLITUS TIPO II .......................................................................................................34 3.3 COMPLICAÇÕES DECORRENTES DO DIABETES MELLITUS TIPO II .................36 3.3.1 COMPLICAÇÕES METABÓLICAS E MACROVASCULARES.............................................38 4 COMPLICAÇÃO METABÓLICA DO DIABETES MELLITUS: DISLIPIDEMIA ...........41 4.1 DISLIPIDEMIA ......................................................................................................44 4.2 DISLIPIDEMIA E DOENÇA CARDIOVASCULAR .............................................................49 N´ASK (2011) ..........................................................................................................52 4.2.1 DISLIPIDEMIA NO DIABETES MELLITUS ...................................................................53 4.2.2 HIPERTRIGLICERIDEMIA E DIABETES MELLITUS TIPO II..............................................57 4.2.3 FISIOPATOLOGIA DA HIPERTRIGLICERIDEMIA NO DIABETES MELLITUS TIPO II ................59 5 NUTRIÇÃO FUNCIONAL NO CONTEXTO PATOLÓGICO......................................63 5.1 ALIMENTOS FUNCIONAIS.......................................................................................63 5.2 ALIMENTOS FUNCIONAIS E DIABETES MELLITUS .......................................................67 5.3 ALIMENTO FUNCIONAL E DISLIPIDEMIA ....................................................................70 5.4 PROPRIEDADES FUNCIONAIS NO DIABETES MELLITUS TIPO II E N DISLIPIDEMIA DE ALIMENTOS ..............................................................................................................72 5.4.1 SOJA E SUAS CARACTERÍSTICAS BIOATIVAS NO DIABETES TIPO II E NAS ALTERAÇÕES LIPÍDICAS .................................................................................................................72
  • 14. 13 5.4.2 LINHAÇA E SUAS IMPLICAÇÕES NO DIABETES TIPO II E DISLIPIDEMIAS.........................74 5.4.3 ALHO E CARACTERÍSTICAS BIOATIVAS NOS DISTÚRBIOS LIPÍDICOS E DIABETES.............76 6 RESULTADOS.....................................................................................................79 6.1 DADOS DO QUESTIONÁRIO ....................................................................................82 7 DISCUSSÃO........................................................................................................87 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................95 REFERÊNCIAS.......................................................................................................97
  • 15. 14 INTRODUÇÃO Instituído desde períodos remotos da antiguidade grega, o Diabetes mellitus compreende uma patologia de acentuada significação em face da nova perspectiva epidemiológica, pois exprimi um conjunto de distúrbios plurimetabólicos que culmina em hiperglicemiacrônicaoriunda da insuficiência geral ou parcial dasecreção de insulina, problemas na sinalização ou sensibilidade deste hormônio ou da participação de ambos os eventos concomitantemente. Implica em uma disfunção representativa de caráter epidêmico e um importante fator de comprometimento biopsicossocial cuja etiopatogenia dispõe de fundo gênico e ambiental e termina por distinguir as formas denominadas de: diabetes mellitus tipo 1 (DM1) , diabetes mellitus tipo 2 (DM2), diabetes gestacional e formas monogênicas da moléstia. Acomete na atualidade cerca de 370 milhões de pessoas, número passível de duplicação até 2030, de maneira que só no Brasil afeta 6,5% da população com destaque a forma do tipo II que abrange 6% das ocorrências em geral. Sobre esta perspectiva, verifica-se que o (DM2) é a forma mais corriqueira com predomínio em 90% dos adultos e é frequentemente assinalada por dois defeitos fisiopatológicos, a resistência à ação da insulina, em aliança a insuficiência relativa à secreção deste hormônio, doença que se potencializa pelo aumento populacional, avanço da expectativa de vida, incorporação de estilos de vida modernos, o que contribui por gerar encargos na saúde pública, economia, sociedade e aos pacientes a nível físico e psicológico. Uma vez a doença atuante, em principal o DM2 correlaciona-se e age como promotor de potenciais disfunções, haja vista que, a hiperglicemia mantida corrobora em significativas complicações a nível microvascular da retina, nervos e rins caracterizando as microangiopatias, definidas respectivamente como retinopatia, neuropatia e nefropatia, estimulainfecções, além de agir em sinergia com outras moléstias.
  • 16. 15 Por outro lado e de modo bastante agravante, os problemas macrovasculares do diabetes residem na aterosclerose, que é uma desordem endotelial inflamatória multicausal, desencadeadora de placa ateromatosa e responde por 75% das condições de mortes cardiovasculares e por agravamento encefálico, vascular periférico e principalmente coronariano, de maneira que as alterações lipídicas ou hiperlipidemia é o fator que mais instiga esta disfunção no DM2. Sobre esta temática, uma das complicações metabólicas do DM2 refere-se às dislipidemias, que consiste nas alterações quantitativas e qualitativas das lipoproteínas plasmáticas, cuja etiologia pode ser consequente ou secundária a diversas patologias em que o DM atua de forma significativa. Condição que se atribui em grande parte a elevação glicêmica e a ação resistente do hormônio insulina, porém, também interferente pela síndrome plurimetabólica, evento que permite que DM2 e hiperlipidemia sejam elementos conjuntos por compartilhar da condição de menor atividade insulínica. Portanto, são correntes no DM anormalidades lipídicas expressas pelo aumento de triglicérides, reduções de HDL-c e mudanças na qualidade das LDL- c, as quais favorecem a aterogênese, de modo que no geral este processo é denominado de dislipidemia diabética. A despeito deste entendimento, verifica-se que a insulina é determinante nas reações metabólicas dos lípides corpóreos e uma vez restrita ou sua baixa ação na vigência de DM, tem-se uma elevação de TG pelo aumento da síntese das VLDL-c na região hepática e regressões da atividade lipolítica destes lipídeos pela reduzida atividade das lipases lipoproteicas (LPL) que clivam quilomícrons e VLDL; assim os TGs são menos armazenados nos adipócitos pela privação de glicose; também são menos degradados com consequente deposição hepática, o que influi por determinar a hipertrigliceridemia ou concentração plasmática de triglicérides superior a um valor de 200 mg/dl. Esta disfunção em sinergia com decréscimo de HDL-c e atuação de síndrome metabólica acentua as doenças cardiovasculares no DM2, fazendo necessário assim, à compreensão do perfil lipídico do paciente diabético. Dentro desta perspectiva, a gestão e terapêutica da dislipidemia e do DM2 requer intervenções farmacológicas e dietéticas e neste âmbito a condição
  • 17. 16 nutricional é imprescindível, pois não se consegue um metabolismo regularizado sem uma necessária adequação alimentar. Assim, há uma classe alimentícia definida como funcional, que assegura benefícios ao organismo além dos nutritivos, pois também fornecem componentes biologicamente ativos de origem animal e vegetal como: fibras dietéticas, fitoquímicos, probióticos, prebióticos e ácidos graxos poliinsaturados, capazes de potencializar e modular processos fisiológicos e metabólicos caso seja participante de uma dieta convencional, além de conter riscos de patologias crônicas não transmissíveis epromover a saúde. Possuem importantes atribuições no manejo e precaução de DM2, pois agem na ação e secreção da insulina, na sensibilidade tecidual aumentada a sinalização deste hormônio e na promissora absorção atenuada da glicose. Também são significativos nas disfunções das gorduras plasmáticas com atenção aos seus componentes flavonoides, ômega 3 e fibras insolúveis e solúveis, importantes na minoração dos níveis de LDL-c, e por disporem de ação antitrombogênica; antiaterogênica, hipopressórica e anticoagulatória. Diante do DM2, dislipidemia correlata e DCVs, faz-se necessário e viabiliza-se a execução da nutrição funcional, pela ingesta de alguns alimentos específicos como: alho,por dispor de fitoquímicos interferentes no diabetes com compostos hipoglicemiantes, melhoria da atividade secretória do hormônio insulina e diminuição da resistência insulínica, além de bioflavonóides que agem comoantioxidantes com benefícios ao coração e ao sistema vascular, pelo fato de atuarem como hipolipemiante e antiaterogênico. Outro alimento dotado de bioativos na patologia diabética e alteração lipídica é a linhaça, por dispor de ômega 3, fitoesteróis, antioxidantes flavonóides, as lignanas que auxiliam na inibição de agregação plaquetária, minimizam ocorrências cardiovasculares, com benefícios na normalização glicêmica. A soja também é um importante alimento funcional pois possui carboidratos de baixo índice glicêmico, fibras solúveis e insolúveis que geram melhorias da dinâmica da glicose e insulina; além de ser hipolipemiantes na diminuição de triglicérides com predominância de acidos graxos poliinsaturados, capaz de normalizar os lipídeos séricos e conferir sua finalidade nutritiva em sinergia com a promoção da saúde.
  • 18. 17 Com base nestes dispostos, este trabalho propõe a verificar a ocorrência de alterações lipídicas pela elevação de triglicérides em pacientes acometidos por Diabetes mellitus tipo II, haja vista que,existe uma elucidada relação da resistência insulínica característica da patologia com a promoção de desordens séricas dos lipídeos, em principal as hipertrigliceridemias; assim como, intenta avaliar o nível de instrução em relação aos alimentos com propriedades funcionais e ingesta de três representantes típicos desta categoria com ênfase no alho, linhaça e soja, uma vez que esta tipologia alimentar é determinante na modulação fisiológica e metabólica, além de ser favorável à nutrição e saúde, com reduções de riscos e agravantes patogênicos, em essência pelos pronunciados benefícios e interferências no DM2 e nas alterações lipídicas, em principal as hiperlipidemias, de maneira que a informação, aceitação e uso, fomentam a garantia de seus benefícios à qualidade de vida do homem.
  • 19. 18 1 OBJETIVOS 1.1 Objetivo Geral Investigar a existência de anormalidades lipídicas e avaliar a concepção e participação da nutrição funcional em pacientes com diabetes mellitus tipo II no município de São Pedro do Turvo- SP como instrumento de verificação da qualidade de vida. 1.1.2 Objetivos Específicos • Identificar as alterações lipídicas relacionadas ao aumento de triglicérides (hipertrigliceridemia) a partir de valores acima de 200 mg/dl; • Obter em relação ao gênero dos componentes de estudo, valores de triglicérides normais e elevados; • Examinar a compreensão e/ou existência de entendimento e conhecimento sobre a categoria dos alimentos definidos como funcionais dos pacientes diabéticos totais integrantes da pesquisa; • Conceber a presença e/ou frequência de ingesta de três alimentos funcionais com bioativos de importância na redução de riscos e minimização de agravos do diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemia pelos participantes da pesquisa.
  • 20. 19 2 MATERIAIS E MÉTODOS Como mecanismo de resposta das questões de pesquisa definidas, o trabalho se instrumentou com base em um estudo exploratório descritivo por meio de análise quantitativa e qualitativa, mediante revisão de literatura pertinente ao diabetes mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemias e alimentos funcionais;coleta de dados referente ao (DM2) e dislipidemias; bem como, obtenção de informações por meio de execução de questionário versando sobre o conhecimento e consumo de alimentos funcionais. Para sua efetivação, o estudo se processou entre os meses de Março a Outubro de 2013 e seu início, se deu por meio do envio de Declaração formalizada pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) à Secretaria de Saúde de São Pedro do Turvo – SP município de desenvolvimento da pesquisa, mediante a solicitação local para a disponibilização de dados sobre a incidência de diabetes mellitus tipo II e análise de prontuários médicos para verificação exames sobre frações de colesterol, terminando com a devida confirmação. Assim foram designados os critérios de inclusão, enquadrando no trabalho apenas pacientes diabéticos do tipo II, não insulino-dependentes, com idades entre 30 a 60 anos, não analfabetos e com realização de exames de frações de colesterol num período igual ou inferior a três meses. Em seguida,foi obtido pelo sistema HIPERDIA local 250 pacientes diagnosticados com diabetes mellitus tipo 2, que mediante a adequação dos critérios definidos obteve-se um total de 30 indivíduos. Estes ao serem esclarecidos e informados sobre a questão de pesquisa permitiram a obtenção de seus dados cadastrais e aceitaram posteriormente responder um questionário sobre os alimentos funcionais. Houve, portanto, após este processo uma busca minuciosa aos respectivos prontuários médicos dos indivíduos selecionados e por sua vez cadastrados na Secretaria de Saúde do município, cuja intenção concentrou-se na avaliação de presença ou ocorrência de anormalidades lipídicas pelo exclusivo aumento de
  • 21. 20 triglicérides (TG) plasmáticos, por intermédio de verificação de exames de frações de colesterol total cuja realização se processou em um período igual ou inferior a três meses da coleta dos dados. Para tanto, o valor definido para se definir a ocorrência ou não de alterações de elevação de triglicérides ou hipertrigliceridemia foi o critério estabelecido pela Sociedade Brasileira de Dislipidemia que adota a proporção anormal de TG o valor superior a 200mg/dl. O terceiro momento e processo do estudo foi compreendido, pela aplicação de um questionário aos pacientes verificados, os quais foram convocados em dois dias específicos para a resolução do mesmo nas dependências da Secretaria de Saúde de São Pedro do Turvo, de modo que em cada dia participaram 15 integrantes. O conteúdo das perguntas foi concernente à concepção e conhecimento dos pacientes verificados sobre os alimentos funcionais e participação de três componentes desta categoria na refeição diária dos indivíduos, com referência ao alho, linhaça e soja pela peculiaridade e importância na gestão e precaução da patogenia do diabetes e suas implicações nas dislipidemias. Desta forma, o questionário se ocupou em definir questões condizentes as características pessoais dos entrevistados, o que para tanto distinguiu três variáveis, destacando o gênero, a idade e escolaridade. Mas também, se atentouem buscar a compreensão aceitabilidade da categoria alimentícia definida como funcional; entendimento das características desta classe; a frequência do uso ou não de três tipos destes alimentos e as suas respectivas propriedades no diabetes e nas alterações lipídicas segundo a visão do entrevistado. Por fim, os dados e informações encontradas foram compilados em gráficos reportando-se ao gênero; idade; sexo; ausência e presença de alterações lipídicas no paciente com (DM2); distinção do gênero dos pacientes com alterações lipídicas e dos indivíduos sem estas anormalidades; porcentagem de instrução dos pacientes acerca dos alimentos funcionais; percentual total de pacientes de acordo com as características dos alimentos funcionais; alimentos funcionais com propriedades no diabetes segundo os entrevistados; alimentos funcionais com propriedades nas dislipidemias segundo os entrevistados; valor
  • 22. 21 total dos pacientes que não ingerem cada alimento funcional analisado e valor total de pacientes que ingerem os alimentos funcionais definidos uma ou mais vezes na semana.
  • 23. 22 3 CRÔNICO-DEGENERATIVA: DIABETES MELLITUS Com o advento de modificações na esfera econômica, política, cultural e social, novas formas de organização e comportamentos de vida foram concebidas, de maneira que o mundo perpassa por modificações no âmbito nutricional, demográfico e principalmente epidemiológico uma vez que, o padrão de diversas moléstias transitou da condição infectocontagiosa para o patamar das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), dentre as quais se destaca o diabetes mellitus, doença atuante por conferir uma nova perspectiva do padrão de mortalidade, morbidade e agravos à saúde em países emergentes e de primeiro mundo acresce Brasil (2006) e Menezes (2001). 3.1 Diabetes Mellitus: Histórico, Conceito e Epidemiologia Instaurada como moléstia de grande comprometimento e de atuante desapropriação e impactação à vida e aos parâmetros biopsicossociais, o diabetes mellitus (DM), constitui na contemporaneidade, uma patologia de relevância mundial e culmina em uma epidemia que sensibiliza atenções e desafios para a promoção, controle e desenvolvimento da qualidade de vida, acresce Brasil (2006). No tocante a perspectiva histórica, o percurso de entendimento e concepção patológica do diabetes suportou significativos equívocos, contradições e conquistas, denotando assim, sua ocorrência em períodos remotos da antiguidade a mais de 3500 anos em povos gregos e orientais, por meio de observações quanto à presença de sede em excesso, abundância de excretas urinárias e hálito ácido. Porém a terminologia diabetes mellitus foi elucidada no século II a. C pelo médico Arateu da Capadócia ao conceber a doença como interferente nas grandes eliminações de fluidos corpóreos que permitiu uma analogia a um sifão "maravilhosamente doce", além de ter sido considerada de condição gradativa e corrente para grandes desfechos de mortes argumenta Cruz
  • 24. 23 (2013). Por sua vez, a doença continuou a suscitar inquietações e compreensões rudimentares na Idade Média e Idade Moderna, e somente obteve proposições fisiopatológicas mais aclaradas e novos aparatos médicos, clínicos e terapêuticos na Idade Contemporânea, sobretudo pela descoberta do peptídeo hormonal insulina em 1921 por Best e Bent e apropriados métodos diagnósticos (SETCHELL et.al., 2002; UCHA, 2007). Em termos conceituais a situação patogênica atribuída como diabetes mellitus abrange uma coletividade de distúrbios metabólicos cuja condição comum reside na hiperglicemia, a qual é oriunda da insuficiência geral ou gradual da secreção insulínica, problemas de ação deste hormônio ou até mesmo de defeitos concomitantes da sua produção e atividade. É resultante de etiologias de cunho ambiental e genético, capazes de propiciar disfunções no metabolismo das macromoléculas orgânicas e inúmeros comprometimentos ao estado de saúde corpóreo (GUYTON e HALL, 1996; WHO, 1999; OLIVEIRA, 2006; SBD, 2009; ROBBINS, 2010; COSTA E ROSA, 2010). Consiste em uma doença de caráter epidêmico em nível mundial o que pressupõe gastos e problemas para os sistemas de saúde global e tem como potencialização o aumento da expectativa de vida; crescimento demográfico; o advento da modernização que induz maior crescimento urbano e suas consequências no estilo de vida expressas pelo sedentarismo, incremento de maior obesidade, dietas não saudáveis; e principalmente uma maior vivência aos portadores da patologia. Condições que isoladas ou conjuntas contribuem para a elevação da incidência e prevalência da doença no Brasil e no mundo (WHO, 2002 e BRASIL, 2006). Sobre esta perspectiva, conceituadas publicações de FILHO et. al., 2013 e Diabetes Atlas (IDF) 2012, conferem conclusões significativas de que o número de pessoas diabéticas no mundo hoje é expressivo, pois, extrapola uma margem de 371 milhões, valores com crescimento considerável no planeta, e passível de ser duplicado até 2030. Requer importância já que grande parte dos afetados não supõe dispor da patologia e ainda por ceifar um total de aproximadamente 4,8 milhões de pessoas anualmente e exigir até então, um investimento global de
  • 25. 24 S$U 471 bilhões para ser gerida, de modo nações empregam cerca de 10% de seus gastos com a patologia em especial para condições decorrentes do seu agravamento. O Brasil por sua vez segundo Rodrigues (2003), desponta com um total aproximado de 13,4 milhões de diabéticos, o que faz com que o país ocupe a quarta posição da prevalência da doença com uma dimensão de 6,5% de pessoas com idade entre 20 a 79 anos. De maneira que análises quantitativas atuais estimam que a ocorrência de indivíduos acometidos pelo diabetes mellitus tipo 2 no Brasil, compõe um valor de 12.054.827, o que perfaz um total de a 6% dos habitantes da nação (DAMACENO, 2012). A atenção delegada à doença é imprescindível, pois o peso principalmente da tipologia II e suas consequentes complicações incorporam desafios para os sistemas de saúde, assim como gastos, que não se concentram apenas na esfera econômica já que o DM2 é uma doença crônica e assim, exige investimentos no seu controle, alto índice de hospitalizações e atenções médicas contínuas. O custo social e psicológico também é notório, uma vez que os pacientes e seus familiares perpassam por dificuldades no monitoramento e vivência da doença e suas complicações, além de muita das vezes serem privados em tenra idade de continuar a exercer suas atividades na sociedade quando são ativos economicamente devido à manifestação da doença (Day, 2013 e SBD, 2009). A prevalência da doença sugere uma extensão e custo aos sistemas de saúde mundiais e a sociedade, além de presumir a carga que os problemas decorrentes da doença constituem, já que ocasiona custos em diversas ordens e em especial para o sistema de saúde em função do alto índice de mortalidade que promove e as morbidades correlacionadas, elevados índices de problemas de saúde por suas complicações, atenções médicas constantes por diminuir a vida útil dos pacientes entre cinco a dez anos e suas complicações compõem entre a quarta ou quinta posição de causas de óbitos mundiais (FRANCO, 2006). Portando estudos salientam que o diabetes mellitus tipo II não possui cura assim como as demais categorias da doença, sendo que a redução de sua propensão se intensifica principalmente pela perda de peso, alteração na dinâmica de vida, realização de atividade física, reduções do tabagismo e
  • 26. 25 alcoolismo, dieta adequada, mas também implica alterações socioeconômicas e psíquicas (FERNANDES et. al. 2005; MANSON et. al. 2001). 3.1.2 Categorização do Diabetes Mellitus Face às múltiplas manifestações metabólicas que concebem a patogenia do diabetes, a hiperglicemia ocupa maior acentuação e é o fator mais característico derivado e partilhado pelas diferentes expressões da moléstia coloca a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009). No entanto, apesar da doença compartilhar a elevação glicêmica mantida, as causas deste aumento distinguem suas tipologias e categorias (ROBBINS, 2010), pois o critério classificatório não segue os estágios glicêmicos, por serem inviáveis na determinação consistente, já que são passíveis de variações e podem subestimar a patogenia. Portanto o padrão utilizado para discernir as formas de DM é o etiológico (WHO, 1999). Verifica-se que etiologia é uma nomenclatura utilizada para designar os motivos dos problemas de saúde (Ferreira, 2001) e por meio de sua adoção e interferência, a síndrome diabética passou a ser analisada com mais propriedade em relação ao seu contexto imunológico, predeterminação gênica, em aliança a influência exercida pelo hábito de vida e também do meio ambiente (OLIVEIRA, 2002). Assim, do ponto de vista clínico, o diabetes mellitus se divide em quatro categorias etiológicas, de modo que são concebidas as formas: diabetes mellitus tipo I (DM1) que se subclassifica no tipo autoimune e idiopático; diabetes mellitus tipo II (DM2); diabetes mellitus gestacional (DMG) e outros tipos específicos de diabetes que constitui uma série de causalidades monogênicas e secundárias do problema (ADA, 2007, SBD, 2009 e ROBBINS, 2010). Ainda nessa classificação, participam duas situações configuradas como pré-diabetes, definidas como glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose diminuída, o que não consiste na enfermidade, mas sim na transição para seu desenvolvimento, além de serem poderosos predisponentes às doenças cardiovasculares DCVs (SBD, 2009).
  • 27. 26 Descrito previamente como juvenil, o diabetes mellitus tipo I compreende 10% da totalidade de casos existentes da doença e sua presença decorre da destruição das células beta pancreática por mecanismos geralmente autoimunes, as quais são implicadas quanto à redução de tamanho e no processo de produção insulínica que comumente leva a deficiência absoluta da secreção do hormônio e influi na necessidade do paciente acometido fazer uso de insulina exógena em razão dos constantes níveis de hiperglicemia. Culmina em grande excreta urinária, sede elevada, fome excessiva, eventos que respectivamente são definidos por poliúria, polidipsia e polifagia; desencadeia também, desordens metabólicas das macromoléculas orgânicas com tendência a cetoacidose pela grande produção de corpos cetônicos (HANSEL, 2010; BRASIL, 2006; ROBBINS, 2010 e GROSS, 2002). No entanto, a imunidade celular no incremento do DM1 não é regra posto que, anticorpos e agentes imunológicos em principal o linfócito T CD8+ responsivos pela morte das células pancreáticas podem ser apenas adjuntos na dinâmica de origem desta patologia, a qual também pode se processar sem interferências imunogênicas com frequentes quadros de cetoacidose e variáveis produções de insulina denominada de forma idiopática (COURI, 2013, ADA, 2010). Todavia, a nutrição, rápido crescimento infantil; idade de vida da mãe em relação à gestação; aspectos socioeconômicos; peso corpóreo infantil; estilo de vida; acometimento por problemas e infecções por vírus, também podem contribuir para o desencadeamento da patologia (ALVAREZ, 2012). Exibe um crescimento na população infantil e incidência crescente em adolescentes, embora também possa ocorrer a forma autoimune no indivíduo adulto, contudo os diagnósticos referenciais de DM1 concentram-se na população jovem, sendo geralmente sintomática sem ainda uma precaução aplicável (DAMIANI, 2012; OLIVEIRA, 2002; SBD, 2009). Outra tipologia consta do diabetes mellitus gestacional ou (GDM), cuja significação se traduz por qualquer intensidade de intolerância à glicose, com princípio ou identificação clínica na gravidez, capaz de subsistir ou inexistir após o parto. Decorrem de alterações metabólicas no percurso da gestação por conta de modificações hormonais face o desenvolvimento do feto, que pode desencadear
  • 28. 27 importantes mudanças na produção dos níveis de insulina pelo pâncreas endócrino e sua atuação reduzida, comprometendo a normalização glicêmica, já que a gravidez desestabiliza diversos hormonas com atenção aos hiperglicemiantes, dos quais se destaca o lactogênico placentário promotor de resistência insulínica, o que resulta em aumento da glicemia pela descompensação do hormônio beta pancreático. A fisiopatologia do DMG também esta correlacionada aos aumentos de contrarreguladores da insulina, estresse fisiológico gerado pela gravidez bem como, predeterminantes gênicos e/ou ambientais (OPPERMANN et. al. 2011; ZADJENVERG, 2013; LINDSAY, 2009; SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA, 2003). A patologia em gestantes responsabiliza-se pela maior prevalência de morbidade no período gravídico, além de possuir incidência ascendente. Isso implica uma vez a enfermidade em curso, no aumento de complicações a nível materno, fetal e perinatal (BUCHANAN et. al. 2007; GOMES et. al. 2012), pois a criança gerada tem probabilidade aumentada para problemas na sua formação, disfunções nos rins, coração, sistema nervoso e cérebro; pode vir a sofrer macrossomia ou aumento fetal; icterícia; hipocalemia; problemas respiratórios; possível desenvolvimento futuro de diabetes tipo II possibilidade que também se estende para a mãe, além de ser mais propensa a obesidade (LINDSAY, 2009; GOMES et. al. 2012; OPPERMANN et. al. 2011). O diagnóstico desta patologia ocorre ao longo da gravidez, sendo que sua prevalência é de 7,6% de mulheres acima de 20 anos fertilizadas, das quais 94% expressam tolerância diminuída à glicose e 6% agregam o diabetes por meio de hiperglicemia após o parto. Distingue do diabetes pré-gestacional que compreende as formas de DM1 e DM2 detectada anterior ao desenvolvimento fetal (BRASIL, 2010). Assim o tratamento insulínico, modificações nutricionais, intervenção medicamentosa, além de rigorosa supervisão da mãe e do feto em aliança ao acompanhamento multidisciplinar assegura a minimização dos riscos para a gestante diabética e sua prole, com posterior atenção e novas análises e detecções clínicas da situação metabólica característica pós-parto como objeto preventivo e de remediação (SALAZAR et. al. 2011; ZAJDENVERG, 2013).
  • 29. 28 Por sua vez, formas mais específicas e particularizadas do diabetes com favorável reconhecimento sobre os possíveis distúrbios e dinâmica causal compõe outra categoria da doença, na qual se integram múltiplas expressões da enfermidade, com detecções clínicas distintas, resultantes de esforço e compreensões sobre o desenvolvimento e esclarecimento da patogenia (GROSS et. al. 2002; SBD, 2010). Neste contexto inserem-se os outros tipos específicos de diabetes caracterizados por defeitos monogênicos na expressão do fenótipo característico da patologia e, portanto desencadeiam defeitos nas células beta ou na sinalização do hormônio insulina compreendendo as endocrinopatias, problemas gênicos na atividade e secreção insulínica, patogenias exócrinas do pâncreas, processos infecciosos ou administração de drogas afirma Lyra et. al., (2013). 3.2 DIABETES MELLITUS TIPO II Envolve o padrão mais característico da doença e a forma de maior prevalência, pois predomina com 90% dos casos que assolam o ser humano. Assume assim, um caráter epidêmico com alto crescimento nos países de um modo geral, mas com atenção as nações em desenvolvimento coloca Franco (2006). A literatura é unânime ao considerar que em termos etiopatogênicos, o DM2 apresenta mecanismos promotores decorrentes de entidades heterogêneas. Consiste na forma da doença anteriormente concebida como diabetes-insulino- independente ou diabetes de adulto, resultante de associações de influências ambientais e estilo de vida por meio do sedentarismo e condições dietéticas, além de predisposição genética e familiar em função dos vínculos de genes diabetogênicos (RAHILLY, 1997; ROBBINS, 2010; OLIVEIRA, 2002; RAHILLY, 1997; WHO, 1999; GROSS et. al., 2002; ADA, 2010 e SBD, 2009). Trata-se de uma patologia frequentemente detectada em pacientes com mais de 40 anos, embora esteja presente em diferentes idades, caracteriza-se por ser gradativa e comumente sem sintomas abruptos. A administração de insulina
  • 30. 29 exógena é realizada apenas para fins de controle do metabolismo corporal de um modo geral, dado a secreção mesmo deficiente desse hormônio nesta categoria da enfermidade e casos de cetoacidose são raros (HANSEL, 2010; OLIVEIRA, 2002). Os defeitos do metabolismo que assinalam a existência do DM2 residem na ocorrência de eventos progressivos de diminuição da ação insulínica, por meio da redução de respostas e sensibilidade dos tecidos periféricos a atividade do hormônio que caracteriza o aumento de resistência à insulina bem como, ou em aliança, a defeitos ou insuficiência por parte das células beta pancreática que passam a sofrer variações, diminuições ou mesmo inadequações na secreção de insulina frente o estímulo da hiperglicemia (ZIMMET et. al. 1992; GROSS et. al. 2002; ADA, 2007; ROBBINS, 2010; ARAÚJO et. al. 2000; OLIVEIRA, 2002 e ADA, 2010). Em geral o evento corriqueiro na elevação glicêmica do diabetes é representado pela disfunção simultânea das duas vias, ou por meio da expressão mais significativa de problemas de produção insulínica ou na sinalização do hormônio (WHO, 1999 e SBD, 2009). Estudos por sua vez, refutam que o procedimento mais peculiar na elevação da glicose se apoia na resistência ao hormônio insulina como primeira ação, sucedido por alterações resultantes da insuficiência das células produtoras de insulina, assume Robbins (2010). Contudo, uma diversidade de condições e processos sugere a eclosão da patologia diabética do tipo II, das quais se enfatizam a promoção da obesidade; existência de hipertensão; alterações lipídicas; queda da atividade física cujas presenças, acentuam a resistência à insulina e induzem as DCVs. Aspectos étnicos; envelhecimento; diminuição do tecido pancreático e o legado genético que determina uma possibilidade de 60% de detenção da doença por indivíduos cujos pais são acometidos, além da possibilidade de afetar ambos os irmãos monozigóticos com uma propensão de 90%, terminam por completar este quadro de causas do DM2 (HANSEL, 2010; ROBBINS, 2010). Como efeito, verifica-se que o paciente acometido pela forma da doença do tipo II passa a expressar sede excessiva e aumento do volume de urina que respectivamente representam a polidipsia e poliúria, além de quadros mais graves
  • 31. 30 de desidratação, processo definido como, coma hiperosmolar não-cetótico (HANSEL, 2010; ROBBINS, 2010). 3.2.1 Fisiopatologia do Diabetes tipo II A satisfação energética do homem depende principalmente do metabolismo de glicose explica Junior (2008). Neste contexto, a secreção de insulina e sua sensibilidade constituem fatores circunstanciais de estabilidade para que os níveis de carboidratos possam ser rigorosa e finamente regulados (ARSLANIAN et. al. 2009). Com atuante finalidade no equilíbrio de açúcar, o hormônio insulina desempenha ações significativas no organismo humano, pois age em sinergia com mecanismos celulares que controlam o metabolismo bem como, monitoram o crescimento, dispondo de rica dinâmica molecular por meio de enzimas, proteínas e receptores (HABER, 2001), e graças a sua existência, ocorrem acentuações e favorecimentos na remoção da glicose sanguínea (RAW, 1948). O incremento das reações metabólicas desenvolvidas no pâncreas por meio de suas células beta é de relevante papel para a dinâmica fisiológica das concentrações de glicose (MATSCHINKY, 1996). Portanto, desordens na produção ou atividade insulínica, comprometem o equilíbrio da homeostase desse monossacarídeo. Estes distúrbios podem advir de modulação promovida pelo meio ambiente em contraste com a vulnerabilidade genética e, portanto, contribuem para o tenro desenvolvimento do diabetes mellitus tipo II (ARSLANIAN et. al. 2009; FERRANNINI et. al. 1992). Caracterizar as dinâmicas causais do DM2 sob condições funcionais é um mecanismo complexo e ainda não completamente elucidado ressalva Marcondes (2003). No entanto, salienta-se que a fisiopatologia da moléstia é amplamente interferida por parciais defeitos de secreção e resistência à ação de insulina (KHAN, 2003), cujas disfunções em conjunto terminam por favorecer a hiperglicemia (STEWART, 2009).
  • 32. 31 Fundamentos clínicos e epidemiológicos sugerem que a resistência à insulina constitui a base das condições que desencadeiam o diabetes tipo II (FERRANNIN et. al. 1992), no entanto, verifica-se que com a vigência da hiperglicemia ambos os problemas estão presentes não impedindo, portanto, que um representante se destaque frente o outro (SBD, 2009). Como efeito compreende-se que a patologia do DM2 esta implicada na sinalização da insulina, a qual consiste no hormônio proteico sintetizado no pâncreas por meio dos constituintes celulares das ilhotas de Langerhans, modulado pela disponibilidade das macromoléculas orgânicas em especial as glicídicas e com importante efeito no anabolismo explica Prada et. al. (2013). Executa sua atividade principalmente nos adipócitos, miócitos e hepatócitos, ao se juntar aos seus receptores específicos de subunidade alfa nestes tecidos periféricos. Por ação do hormônio a porção intrínseca do receptor denominada subunidade beta passa a apresentar uma alteração na sua conformação ao estimular uma enzima chamada de tirosina quinase presente no local responsável assim por disponibilizar energia e moléculas de sinalização no interior celular como os substratos de insulina, cujos resíduos de tirosina são fosforilados pelas quinases o que, portanto contribuem para sucessivas ações da insulina (NETO et. al. 2013; PRADA et. al. 2013). Os substratos uma vez fosforilados contribuem para que a insulina possa desencadear seus efeitos metabólicos corpóreos, principalmente na remoção de glicose sanguínea. Uma vez sofrido fosforilação os substratos se agregam a enzima fosfatidilinositol3quinase (PI3K) caracterizada pela excelência na transferência de glicose no interior celular e subsequentemente estimula a enzima PDK promotora da translocação da proteína transportadora de glicose da região muscular e hepática denominada de GLUT4 que retém a glicose. Atua também na formação de reservas de gordura nos adipócitos e de glicose no fígado (LIMA, 2013 apud CARVALHEIRA et. al., 2005; CROSS et. al., 2005; GREENSPAN et. al., 2004; LIETZEK et. al., 2000; CZECH et. al., 1999).
  • 33. 32 3.2.2 Resistência à insulina na fisiopatologia do Diabetes mellitus tipo II A resistência à insulina corresponde à minoração das ações desempenhadas pelo hormônio no que condiz a sua atividade de captação, estocagem e metabolismo do monossacarídeo glicose e implica em diminuição de respostas dos tecidos biológicos à sua determinada concentração (ADA, 2010; SBD, 2009 e ROBBINS, 2010). Trata-se de um mecanismo fisiopatogênico característico do DM2 (MARCONDES, 2003) e assim, compõe um processo complexo e de múltiplos fatores predisponentes, com bases genéticas e/ou ambientais, fruto de defeitos hereditários conciliados a fatores desenvolvidos como obesidade e infecções para expressar desta maneira o seu fenótipo (PESSIN et. al. 2000 e Robbins, 2010). A resistência à insulina se atribui ao estímulo do hormônio que termina por gerar em termos moleculares, em substratos de insulina fosforilado erroneamente, pois ao invés do processo ocorrer no aminoácido treonina ocorre na serina. Portanto o receptor insulínico privado de fosforilação em treonina passa a inibir a sinalização do hormônio e conduz a menor atividade da ação hormonal nos tecidos, impelindo assim que a metabolização de açúcar e gordura na célula seja comprometida (LIMA et. al., 2013 apud HOTAMISLIGIL et. al., 2006; PRADA et. al. 2013). A reduzida atuação do hormônio também esta expressa na menor atividade catalítica das enzimas que aceleram as reações de treonina as fosfatases, atuante no receptor insulínico pela indução fosforilativa, salienta Prada et. al. (2013). Este processo também é desencadeado por várias condições metabólicas, como os defeitos genéticos do receptor insulínico e da via sinalizadora de insulina, embora seja menos frequente. Também se correlaciona com a obesidade, pois, grandes quantidades de ácidos graxos livres (AGLs) interferem na modulação do hormônio e promove uma resistência ao efeito da insulina, já que uma maior deposição na musculatura ou disfunções dentro do meio celular por estes lipídeos pode-se ativar a serina / treonina quinase capazes de fosforilar esta via catalítica sobre os substratos do receptor insulínico e com isso diminuir o poder do segmento que recepciona a insulina na estimulação da enzima PI 3-
  • 34. 33 quinase, e com isso diminuir de maneira determinante o processo de condução da glicose e processos dependentes da sinalização dos receptores insulínicos (SHULMAN, 2000). Ainda, níveis de triglicérides em pacientes obesos, precisamente no fígado e músculos, resultantes da deposição dos ácidos graxos, favorecem o impedimento da sinalização do hormônio insulina e culmina em uma lipotoxicidade principalmente nas proteínas-chaves que processam o hormônio (PESSIN et. al. 2000; ROBBINS, 2010; SHULMAN, 2000). A resistência à insulina, também se fundamenta por meio dos produtos endócrinos específicos das células do tecido adiposo, os quais se denominam de adipocitocinas com destaque para a adiponectina, resistina e lepitina, cujos níveis exprimem a sensibilidade à insulina, sendo a primeira reduzida na obesidade e oposta a resistência periférica do hormônio (ROBBINS, 2010). A redução da atividade do hormônio insulina incretina(GLP-1) também parece estimular a gênese do problema insulínico em reação à glicose e outro agravante fisiopatológico recai sobre a elevação na secreção do glucagon pós- alimentação. (STEWART, 2009; NAUCK et. al. 1986), pois este hormônio também participa da regulação glicêmica por meio da produção e deslocamento de glicose pelo fígado que encerra a hipoglicemia e aumenta o nível de carboidratos no sangue (NADAL et. al. 2008). Assim, com a inibição insulínica a via de secreção de glucagon que liga as células β e α desfazem-se, e passa a contrariar a ação da insulina, terminando por elevar o açúcar sanguíneo (UNGER, 1985; NADAL et. al. 2008). A incorreta atividade da insulina também promove o aumento da síntese deste carboidrato no tecido hepático no estado de jejum, fenômeno descrito como resistência ao centro de insulina. Sendo assim, é reforçado que a minimização da ação insulínica, confere o estado de hiperglicemia, em função da diminuição da ação do hormônio nos tecidos do fígado, adiposo e no músculo esquelético, os quais apresentam uma diminuição na absorção de glicose, eventos que terminam por desencadear a patogênese do DM2 (STEWART, 2009).
  • 35. 34 3.2.3 Defeito das células beta-pancreática na fisiopatogênese do Diabetes mellitus tipo II Outro mecanismo fisiopatológico de grande relevância no diabetes mellitus tipo II consiste na diminuição da secreção de insulina ou secreção relativa do hormônio, decorrente de defeitos nas células beta do pâncreas (HICKEY, 2010). As causalidades dos defeitos da célula beta em geral apontam para problemas na secreção insulínica em relação ao sua dinâmica pulsátil e oscilatória; alterações nas conversões de pró-insulina para insulina e principalmente disfunção quantitativa na secreção insulínica (LEITE et. al., 2013). É sabido que defeitos nas células beta do pâncreas são significativos na promoção do DM2, onde ocorrem eventos gradativos de disfunções e desaparecimentos das finalidades dessas células por mecanismos, que determinam alterações nas secreções insulínica em primeira instância e perda da eficácia secretória ideal do hormônio posteriormente (SCHEEN, 2002), sugerindo que existem fases para o desencadeamento do diabetes, compreendidos por alterações das estruturas das células betas, sua expressão gênica e funcionamento (WEIR et. al. 2004). Deste modo, desordens destas células caracterizam-se por expressar suas incompetências de responderem ao requerimento de grandes períodos de resistência insulínica bem como, secreções aumentadas do hormônio. Portanto, condições de diminuição da ação insulínica geram em princípio, secreções elevadas diante do estímulo da glicose e caracteriza o estado hiperinsulinêmico que visa à manutenção da normoglicemia por meio da correção da resistência periférica (ROBBINS, 2010). Contudo, num grande intervalo de tempo, as células do tecido pancreático não são capacitadas a manter secreções aumentadas de insulina para sanar a resistência ao hormônio e gera assim, um dado esgotamento do pâncreas, capaz de gerar intolerância a glicose, até culminar em diabetes manifesto (FERRANNINI, et. al. 1992). Entende-se que a justificativa mais significativa e promotora do DM2 se atribui aos problemas de menor quantidade de secreção da insulina por parte das
  • 36. 35 células beta, as quais passam a não serem mais funcionais e/ou diminuem sua massa, cujos fatores predisponentes a este processo, concentram-se no efeito tóxico da elevação da glicose, toxicidade ao excesso de lipídeos, estresse oxidativo, acúmulo de amiloide, distorções no pareamento receptor e substrato, problemas gênicos e envelhecimento conclui Leite et. al. (2013). Prada et. al. (2013) explica que, a massa celular pancreática produtora de insulina de circunstancial importância na patogênese de DM2 possui um equilíbrio por meio de novas sínteses, neogênese, duplicação, tamanho e apoptose, este último fator é instigado pela elevação lipídica, glicêmica e oxidação as quais podem estimular serina/quinase e promover uma fosforilação no substrato receptor de insulina 2 ou IRS-2 por serina e não treonina, aspecto este que em junção as adipocitocinas e menor expressão dos IRS-2 culmina com a morte das células beta. As causalidades dos defeitos da célula beta ainda são incertas, porém sugere-se que o problema esteja associado ao efeito tóxico da glicose diante da hiperglicemia, fenômeno concebido como glicotoxicidade com bases genéticas, bem como, ação venenosa da elevada concentração de lipídeos na circulação ou ácidos graxos livres, processo reconhecido como lipotoxicidade(FERRANNINI, et. al. 1992 e HICKEY et. al. 2010). Os processos da ação tóxica da glicose implica no stress oxidativo crônico e faz com que a hiperglicemia crônica seja inviável a atividade secretória de insulina e prejudica o equilíbrio gradativo desse monossacarídeo ao longo do tempo, evoluindo para insuficiência das células beta que caracteriza o DM2. A hiperlipidemia, em grande parte vinculada ao processo de esterificação dos ácidos graxos também é nociva às células beta do pâncreas (ROBERTSON, 2002). Ainda em relação à questão quantitativa, os defeitos das células betas também estão atribuídos à diminuição da composição celular, deturpação das ilhotas e acumulação de amiloides. De maneira qualitativa, portanto, as irregularidades celulares do tecido do pâncreas incorrem em problemas de pulsação ou oscilação correta da atividade secretória, já que a insulina exibe uma elevação rápida no primeiro momento e secreções prolongadas e reduzidas em
  • 37. 36 compensação do hormônio diante da elevação da glicose, com posterior comprometimento aos outros níveis de secreção (LIMA, 2013 et. al., 2013 apud WARD et. al. 1984; ROBBINS, 2010), por isso que de início ocorre hiperinsulinemia como remediação da resistência periférica, mas com as disfunções celulares, tem-se a redução de secreção insulínica ante a compensação hiperglicêmica, terminando no aumento de glicose tanto pré como pós-prandial (HICKEY et. al. 2010). Por fim verifica-se que a atividade secretória deficiente da insulina, incapacita a compensação das necessidades metabólica e é um potente fator fisiopatogênico que para o pleno desenvolvimento do DM2, e auxilia caso mantido a resistência à insulina, na gênese de uma tríade de enfermidades, das quais atuam a hipertensão (HAS), e doenças cardiovasculares (PRADA et. al., 2013; REAVEN, 1988). 3.3 COMPLICAÇÕES DECORRENTES DO DIABETES MELLITUS TIPO II A patologia diabética contribui por gerar modificações do metabolismo culminando com a persistência da hiperglicemia de forma crônica que pode gerar consequentes complicações face ao distúrbio glicêmico (ROBBINS, 2010). Neste cenário diferentes segmentos fisiopatológicos tais como, a estimulação da proteína C quinase (PKC), glicolisação de proteínas e via da aldoseredutase, terminam por ocasionar problemas resultantes do diabetes exprime Hanselet. al. (2010). Existe uma multiplicidade de fatores para o princípio das complicações, suas repercussões e locais de acometimento. No entanto, as alterações vigentes da doença distinguem-se em agudas e crônicas (ARAGÃO et. al. 2013). As complicações agudas englobam os quadros de cetoacidose diabética, elevação glicêmica chamada de hiperosmolar não-cetótica; a condição de acidose lática que compõe quadros patológicos no DM capazes de gerar infartos e infecções graves pela grande concentração bacteriana no sangue, redução de oxigênio e diminuição do metabolismo do ácido lático; além da hipoglicemia que
  • 38. 37 constitui problemas decorrentes da terapêutica patológica por meio de substâncias hipoglicemiantes que estimulam a elevação da secreção insulínica (PINTO e OLIVEIRA, 2006). As formas persistentes dos problemas decorrem em princípio, de alterações nas regiões microvasculares por meio de modificações morfológicas nas membranas basais de pequenos vasos da retina, nervos e rins caracterizando as microangiopatias, mas também afetam os grandes vasos especialmente as artérias compondo as macroangiopatias (ROBBINS 2010 e ARAGÃO et. al. 2013). Um dos defeitos microvasculares característico do diabetes é a retinopatia diabética que expressa às alterações microangiopáticas nos olhos em razão de danos nos capilares da retina, expressos pela perda celular que envolve o endotélio, por aumento e engrossamento da camada interna dos vasos sanguíneos e repercute em pequenos aneurismas e hemorragias; distúrbios intra- retinianos e mudanças na vascularização retiniana que capazes de gerar desordens no humor vítreo e retina (WEIS et. al. 2011). Consiste assim, no motivo mais representativo de cegueira em adultos diabéticos, ocupando o terceiro lugar dentre os determinantes da problemática, acometendo aproximadamente 60% dos enfermos posterior a um período de cerca de 20 anos da obtenção da moléstia, com vigência de 90% nos pacientes com DM1 e até 80% dos indivíduos com DM2, além de configurar em ambos os casos, condições predisponentes a morbimortalidade cardiovascular (WEIS et. al. 2011; ARAGÃO et. al. 2013 e DANTAS, 2006). De acordo com Gouvêa (2006), outra microangiopatia relevante refere-se à nefropatia diabética, capaz de perturbar tanto o DM1 quanto o DM2. Congrega em um dos problemas da hiperglicemia que desencadeia lesões glomerulares em função do aumento da pressão dos glomérulos e elevação de suas funções capazes de promover glomeruloesclerose, insuficiência renal e acúmulos proteicos nas regiões renais. Desta forma, a doença perpassa por estágios que se caracteriza pela elevação da filtração, seguida de excretas urinárias aumentadas de albumina até nefropatia manifesta por meio da eliminação de proteinuria,
  • 39. 38 terminando com o quadro de nefropatia terminal, caso não haja intervenção para o controle glicêmico, explica Salgado et. al. (2004) e Hensel (2010). A neuropatia diabética por sua vez, representa uma problemática do diabetes que prejudica o sistema nervoso periférico (NASCIMENTO, 2006). Sem diagnóstico claro, consiste em defeitos do DM2, sendo as repercussões da hiperglicemia crônica um caráter comum na sua gênese que apesar de ser múltipla com destaque para os processos hormonais e neurológicos, autoimunes e problemas no metabolismo, torna-se relevante pelo comprometimento vascular e dos nervos do sistema autônomo e periférico. É uma patologia classificada em Polineuropatia Sensitivo-Motora; Neuropatia Autonômica; Mononeuropatia Focal; Neuropatia Multifocal Radicular; Neuropatia Multifocal Multiplexos e Plexopatia ou Amiotrofia, sendo a primeira mais representativa pela prevalência estabelecida (RONSONI et. al. 2011 e GAGLIARDI, 2003). As infecções no diabetes é um fenômeno corriqueiro e grave em relação aos não detentores da patologia. As doenças microvasculares e distúrbios da função de neutrófilos e macrófagos favorecem a ocorrência da infecção devido ao fato dos problemas circulatórios quanto ao estreitamento vascular gerado pela elevação glicêmica na vigência do DM, influir condições anaeróbias que facilitam o desenvolvimento bacteriano e fúngico em detrimento da queda da atividade das células de defesa, além de associar-se a outros fatores e contribuir para a problemática do pé diabético e gerar inúmeras complicações (JUNIOR, 2011 e SCHECHTER et. al. 2006). 3.3.1 Complicações metabólicas e macrovasculares Os problemas macrovasculares do diabetes residem na aterosclerose, interferindo em vasos de médio e grande calibre (ROBBINS, 2010). Pois modificações no padrão de mortalidade do DM contribuíram para maior expressão da aterosclerose com agravamento á nível coronariano, encefálico e dos vasos periféricos (BOZZA et. al. 2006).
  • 40. 39 Mediante as proposições de Wajchenberg (2002), a aterosclerose concerne à causa fundamental de morbimortalidade nos pacientes com DM, por meio de problemas no endotélio vascular que exibe no DM1 consequências da manutenção da elevação glicêmica que atua nos problemas microvasculares e no DM2 promove defeitos macroangiopáticos desde o início da moléstia e tem relação com a resistência à insulina. Em termos fisiopatológicos a aterosclerose no diabetes pode ser pronunciada em decorrência das disfunções do endotélio, das membranas basais de pequenos vasos no diabetes, das lipoproteínas plasmáticas, da resistência à insulina, do estresse oxidativo, da glicosilação não enzimática, de mudanças do equilíbrio sanguíneo, bem como, pela ocorrência de relações com demais situações de risco (BOZZA et. al. 2006). Posicionamentos da Sociedade Brasileira do Diabetes (2006) afirmam que a vigência de riscos de doenças cardiovasculares (DCV) em enfermos com DM2 é aumentada em até quatro vezes, de maneira que a manifestação da aterosclerose intensifica o padrão de óbitos em uma relação de 75% dos indivíduos acometidos pela doença, expresso pelo acidente vascular encefálico, doença vascular periférica e doença arterial coronariana, a qual configura um panorama de 50% da mortalidade por (DCV) nesta tipologia do diabetes. A aterosclerose no DM2, por sua vez é instigada por inúmeros fatores com atenção as alterações lipídicas ou hiperlipidemia afirma Robbins (2010). Com isso, verifica-se que uma das complicações metabólicas do DM2 refere-se às dislipidemias, frequentemente decorrente da doença endócrina esclarece Lima (1999), pois pode tratar-se de um agravamento da patogenia em face de elevação glicêmica e a ação resistente do hormônio insulina, além de ser um processo integrante da síndrome plurimetabólica que permite que DM2 e hiperlipidemia sejam elementos conjuntos dado a menor atividade insulínica. A dislipidemia no DM2, portanto, caracteriza mais uma das complicações diabéticas, mas destaca- se pela pronunciada propensão no indivíduo acometido para desfechos macrovasculares por propiciar o aumento nas quantidades de moléculas lipoproteicas no plasma sanguíneo ou/e modificações de sua qualidade, além de ser um agravante ao indivíduo portador de DM2 pela sujeição a eventos
  • 41. 40 oxidativos e na glicação, portanto de elevada aterogenicidade (OLIVEIRA et. al., 2006 apud HAFFNER, 1998; KANNEL et. al. 1979, LIMA, 1999; BERTOLAMI, 2004) Com relação a estas questões, fazem-se necessárias ações combinadas de alterações comportamentais e uso medicamentoso para precaução e correção da patologia do DM2, tendo em vista a sua complexidade, interferência metabólica e comprometimentos a vida humana a nível global, esclarece Lyra et. al.(2006).
  • 42. 41 4 COMPLICAÇÃO METABÓLICA DO DIABETES MELLITUS: DISLIPIDEMIA As biomoléculas atribuídas como lipídeos, consistem nos compostos insolúveis em meios aquoso e miscíveis em solventes não polares em virtude de suas propriedades químicas, as quais se caracterizam por extensas cadeias de hidrocarbonetos que em conjunto são suficientes para conferir a condição hidrofóbica (LENINGER, 1984 e ROBERTIS e ROBERTIS, 1993). Representam uma classe macromolecular de grande relevância biológica, pois é significativa na ação energética e de armazenamento, além de ser atuante no contexto estrutural e funcional das membranas quanto a sua sinalização celular e manutenção da dinâmica anfipática e compartimentalizadora. Face estas importâncias, existem diversos tipos de lipídeos, dentre os quais ocorrem os triacilglicerídeos, fosfoglicerídeos, ceras, esfingolipídios, esteroides e ésteres de ácidos graxos (ADAMI et. al. 2006; GERMAN et. al. 2007 e LENINGER, 1984). Sob a perspectiva de Sposito (2007), os lipídeos mais significativos do ponto de vista fisiológico bem como biológico consistem nos lipídeos-esteróides ou colesterol, fosfolipídios, os ácidos graxos e triacilgliceróis. Diante desta temática, os ácidos graxos são compostos dotados de apenas um grupo carboxílico e grandes segmentos hidrocarbonados apolares de cadeia aberta e não ramificada com números de carbono geralmente aos pares (MOTTA, 2013). Possuem uma divisão pautada no tamanho da cadeia carbônica, bem como, pelas quantidades e disposições de duplas ligações entre os átomos (SANTOS et. al. 2013) e expõem as formas moinsaturadas, polinsaturadas e saturas (SPOSITO, 2007 e MOTTA, 2013). Existem lipídeos de natureza estrutural constituinte das membranas biológicas como os fosfolipídios, que são compostos por uma molécula de glicerol ligada a ácidos graxos com a formação de um éster de ácido fosfórico no terceiro grupamento hidroxila do álcool. Por sua vez, de conotação lipídica, o colesterol consiste em um álcool monoídrico insaturado dentro da família dos esteroides (GUIMARÃES, 1999), de incumbência centrada na estrutura e função das membranas plasmáticas e dos compartimentos celulares biológicos; produção de
  • 43. ácidos biliares; formação de vitamina E, esteroides, bem como, precaução de desidratação, afirma Ludeke Por sua vez, os triacilgliceróis por sua vez, representam a esterificação de um composto glicerol associado a três moléculas de ácidos graxos (AG) de natureza apolar, o que os impede de serem hidrofílicos. São componentes membranosos e desempenham papel pr excedente glicídico não acumulado em glicogênio; o que faz das células adiposas, o principal local de armazenamento (GUYTON E HALL, 1996 e LENINGER, 1984). Os lipídios oriundos da alimentação ou decorrentes da síntese e demandam mecanismos de transporte para o cumprimento das funções de reserva, ações energéticas, gerações de compostos esteroides, ácidos biliares e outros metabólitos, uma vez que suas naturezas apolares não condizem com a composição aquosa plasmát garantem o deslocamento dos lípides que são hidrofóbicos no plasma, a partir de regiões entéricas e hepáticas e são denominadas de lipoproteínas (NORA 2006). Lipoproteínas definem as partículas component resultantes da combinação de lipídeos e proteínas específicas chamadas de apoproteínas (apos). Consiste em um grupo heterogêneo de compostos que possibilitam em regiões hidrofílicas, a solubilidade e locomoção dos lipídeos, cuja ácidos biliares; formação de vitamina E, esteroides, bem como, precaução de desidratação, afirma Ludeke et. al. (2009). Figura 01 Por sua vez, os triacilgliceróis por sua vez, representam a esterificação de um composto glicerol associado a três moléculas de ácidos graxos (AG) de natureza apolar, o que os impede de serem hidrofílicos. São componentes membranosos e desempenham papel primordial na reserva energética do excedente glicídico não acumulado em glicogênio; o que faz das células adiposas, o principal local de armazenamento (GUYTON E HALL, 1996 e LENINGER, Os lipídios oriundos da alimentação ou decorrentes da síntese e demandam mecanismos de transporte para o cumprimento das funções de reserva, ações energéticas, gerações de compostos esteroides, ácidos biliares e outros metabólitos, uma vez que suas naturezas apolares não condizem com a composição aquosa plasmática. Como efeito, existem macromoléculas que garantem o deslocamento dos lípides que são hidrofóbicos no plasma, a partir de regiões entéricas e hepáticas e são denominadas de lipoproteínas (NORA Lipoproteínas definem as partículas componentes da região plasmática, resultantes da combinação de lipídeos e proteínas específicas chamadas de apoproteínas (apos). Consiste em um grupo heterogêneo de compostos que possibilitam em regiões hidrofílicas, a solubilidade e locomoção dos lipídeos, cuja 42 ácidos biliares; formação de vitamina E, esteroides, bem como, precaução de Por sua vez, os triacilgliceróis por sua vez, representam a esterificação de um composto glicerol associado a três moléculas de ácidos graxos (AG) de natureza apolar, o que os impede de serem hidrofílicos. São componentes imordial na reserva energética do excedente glicídico não acumulado em glicogênio; o que faz das células adiposas, o principal local de armazenamento (GUYTON E HALL, 1996 e LENINGER, Os lipídios oriundos da alimentação ou decorrentes da síntese endógena demandam mecanismos de transporte para o cumprimento das funções de reserva, ações energéticas, gerações de compostos esteroides, ácidos biliares e outros metabólitos, uma vez que suas naturezas apolares não condizem com a ica. Como efeito, existem macromoléculas que garantem o deslocamento dos lípides que são hidrofóbicos no plasma, a partir de regiões entéricas e hepáticas e são denominadas de lipoproteínas (NORA et. al. es da região plasmática, resultantes da combinação de lipídeos e proteínas específicas chamadas de apoproteínas (apos). Consiste em um grupo heterogêneo de compostos que possibilitam em regiões hidrofílicas, a solubilidade e locomoção dos lipídeos, cuja
  • 44. 43 característica química apolar é proveniente do colesterol esterificado e triacilgliceróis presentes na posição nuclear dessas partículas. Entretanto, fosfolipídios, colesterol livre e apoproteínas correspondem a porção lipoproteica hidrofílica (LENINGER, 1984; GUYTON E HALL, 1996; SPOSITO, 2007 e NORA et al, 2006). Figura 02 Lipoproteína Caio (2008) As apoproteínas conferem papel na estrutura e síntese das lipoproteínas, auxiliam a associação destas partículas aos receptores membranosos das células, assim como agem como cofatores das enzimas, sendo reconhecidas as apolipoproteínas denominadas de: A, B, C, D, E, F e G(GUIMARÃES, 1999, NORA et. al. 2006 e SPOSITO, 2007). Com base em Diament (2006), as partículas lipoproteicas distinguem-se pela dimensão, densidade e constituição de lipídeos e apolipoproteínas, o que é capaz de surtir as classificações em quilomícrons (Qm), lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteínas de densidade intermediária (IDL), lipoproteínas de alta densidade (HDL), e lipoproteínas de baixa densidade (LDL). De rica constituição em triglicerídeos e pequenas porções de fosfolipídeos, formas livres e ésteres de colesterol, além de proteínas, os quilomícrons compõem as partículas plasmáticas formadas no epitélio intestinal e representam a via de transporte de TG entérico incorporados no organismo por meio da alimentação ou circulação entero-hepática (GUIMARÃES et al. 1999 e
  • 45. JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999). Penetram nos capilares linfáticos do intestino para atingir a corrent sanguínea então distribuída para todo o corpo, de maneira que, nos pequenos vasos dos adipócitos, os quilomícrons e (VLDL) sofrem ação da enzima lipase que libera seus conteúdos para serem reutilizados e eliminados (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999). As lipoproteínas VLDL, LDL e IDL expressam as partículas transportadoras de lipídeos de origem hepática (SPOSITO, 2007). As VLDL estruturas em que se deslocam os triglicérides e colesterol produzidos de maneira endógena, ao passo que as LDL de colesterol, possuem receptores a nível tecidual periférico e no fígado provendo assim a utilização do colesterol esterificados nas células. Há também, as HDL que compõe as estruturas atuantes no transporte li vez que extrai o colesterol tecidual periférico e os dirigem as r (CIPLA, 2005). Fonte: Adaptado de Carrero e Herráez (2013) 4.1 Dislipidemia Em termos históricos, é relativamente moderna a concepção médica JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999). Penetram nos capilares linfáticos do intestino para atingir a corrent sanguínea então distribuída para todo o corpo, de maneira que, nos pequenos vasos dos adipócitos, os quilomícrons e (VLDL) sofrem ação da enzima lipase que libera seus conteúdos para serem reutilizados e eliminados (JUNQUEIRA E roteínas VLDL, LDL e IDL expressam as partículas transportadoras de lipídeos de origem hepática (SPOSITO, 2007). As VLDL estruturas em que se deslocam os triglicérides e colesterol produzidos de maneira endógena, ao passo que as LDL-c refere-se às principais partículas carreadoras de colesterol, possuem receptores a nível tecidual periférico e no fígado provendo assim a utilização do colesterol esterificados nas células. Há também, as HDL que compõe as estruturas atuantes no transporte lipídico no sentido oposto, uma vez que extrai o colesterol tecidual periférico e os dirigem as r Figura 03 - Metabolismo das lipoproteínas Adaptado de Carrero e Herráez (2013) Em termos históricos, é relativamente moderna a concepção médica 44 Penetram nos capilares linfáticos do intestino para atingir a corrente sanguínea então distribuída para todo o corpo, de maneira que, nos pequenos vasos dos adipócitos, os quilomícrons e (VLDL) sofrem ação da enzima lipase que libera seus conteúdos para serem reutilizados e eliminados (JUNQUEIRA E roteínas VLDL, LDL e IDL expressam as partículas transportadoras de lipídeos de origem hepática (SPOSITO, 2007). As VLDL-c corresponde as estruturas em que se deslocam os triglicérides e colesterol produzidos de maneira se às principais partículas carreadoras de colesterol, possuem receptores a nível tecidual periférico e no fígado provendo assim a utilização do colesterol esterificados nas células. Há também, as HDL-c pídico no sentido oposto, uma vez que extrai o colesterol tecidual periférico e os dirigem as regiões hepáticas Em termos históricos, é relativamente moderna a concepção médica
  • 46. 45 pertinente às concentrações e composições lipídicas a nível sanguíneo e suas interferências nas complicações circulatórias, esclarece Mendes et. al. (2009). Diante deste contexto operam as dislipidemias, as quais consistem em anormalidades conjuntas ou específicas dos lipídeos presentes no plasma, face desordens metabólicas quantitativas e qualitativas das lipoproteínas circulantes responsabilizadas na condução dos lípides sanguíneos (A CIPLA INITIATIVE, 2005; BALLANTYNE e.t al. 2009; LUTHRA et. al. 2004; MANSILHA, 2009). Decorrem do acréscimo ou insuficiência de síntese de porções lipoproteicas e até mesmo de problemas associados as suas constituintes proteicas e enzimáticas. São caracterizadas pelo aumento nos valores de colesterol total, de LDL-colesterol vinculado ou não as elevações de triglicerídeos e baixas concentrações de HDL colesterol. Tabela 01. (A CIPLA INITIATIVE, 2005; BALLANTYNE e.t al. 2009; LUTHRA et. al. 2004; MANSILHA, 2009). Tabela 01 Adaptado de Santos (2001) Dentro deste contexto, publicações apontam que as disfunções dos lipídios séricos podem advir de problemas metabólicos e/ou genéticos, bem como se
  • 47. 46 tornam possíveis em consequência de patologias ou circunstâncias secundárias de vida, justifica Mansilha (2009). Portanto para fins de organização, as alterações das concentrações de lipídeos plasmáticos foram categorizadas sob a perspectiva bioquímica, etiológica e em relação ao fenótipo, esclarece Chacra et. al. (2005). Segundo o enfoque bioquímico, a qualificação das dislipidemias não se atém ao perfil das moléculas lipoproteicas e envolvem valores de colesterol total; colesterol das lipoproteínas de baixa densidade LDL-c, colesterol das lipoproteínas de alta densidade HDL-c e triglicérides (SPOSITO, 2007; SANTOS, 2001). Assim, esta classificação contempla as formas estabelecidas pelo aumento segregado de colesterol total, principalmente os que são transferidos em LDL-c, evento denominado de hipercolesterolemia isolada; aumento segregado de lipoproteínas que carreiam apenas TG como as VLDL-c e quilomícras, processo concebido como hipertrigliceridemia isolada; redução das lipoproteínas de elevada densidade ou diminuição de HDL-c com ou sem aumento simultâneo de TG e por fim as hiperlipidemias mistas caracterizadas por valores anormais aumentados de triglicérides e colesterol concomitantemente (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2011; CHACRA et. al. 2005; LIMA, 1999; SPOSITO, 2007; SANTOS, 2001). Há também uma classificação de alterações dos lipídeos séricos salienta Fredrickson et. al. (1967) pautada não apenas na fisiopatogenia e etiologia, mas sim na análise fenotípica, em que as categorizações das dislipidemias são distinguidas pelo fenótipo I caracterizada pelo aumento de quilomícrons, pela forma fenotípica IIa qualificada por elevação da lipoproteínas de baixa densidade; quanto o tipo IIb compreendido pelo acréscimo de lipoproteínas de baixa densidade e as de muito baixa densidade; salienta-se o fenótipo III que é dado por elevação de lipoproteínas de densidade intermediária; ainda há o fenótipo IV peculiar pelo aumento das partículas lipoproteicas de densidade muito baixa e por fim a forma fenotípica distinta por exprimir aumento de quilomícrons e VLDL-c (CHACRA et. al., 2005 apud Hopkins, 2003 e Stein et. al., 1995; Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia (1999), Tabela 02.
  • 48. Quanto ao aspecto etiológico, às causas dos problemas lipêmicos podem ser primárias, expressas por secundárias a acometimento patológico, intervenção medicamentosa e estilo de vida estabelece Lachtermacher (2004) e A classificação primária pode resultar em hiperlipidemia ou hipolipidemia e compreende a hipercolesterolemia comum e familiar cuja manifestação pode ser monogênica homozigótica que é mais rara e ocasionada por defeitos ou inexistências gerais de receptores de LDL com consequente aumento expressivo de colesterol e a heterozigótica d que influi na diminuição ou maior expressão dos receptores de LDL ou apolipoproteínas que captam o colesterol das LDL denominadas B promotora de hipercolesterolemia. Existem defeitos em vários genes que estabelecem a hipercolesterolemia familiar poligênica e avanço de triglicerídeos por ação das VLDL culminando com a hipertrigliceridemia familiar (LIMA, 1999; MANSILHA, 2009). As dislipidemias primárias ainda se apresentam por modificações gênicas externas e internas por meio do aumento conjunto de TG e CT ou hiperlipidemia mista; menor atividade da enzima lipase lipoproteica e da ação da apolipoproteína Tabela 02. Adaptado de Santos (2001) Quanto ao aspecto etiológico, às causas dos problemas lipêmicos podem ser primárias, expressas por mecanismos genéticos, além de questões secundárias a acometimento patológico, intervenção medicamentosa e estilo de Lachtermacher (2004) e Santos et. al. (1999). A classificação primária pode resultar em hiperlipidemia ou hipolipidemia e ompreende a hipercolesterolemia comum e familiar cuja manifestação pode ser monogênica homozigótica que é mais rara e ocasionada por defeitos ou inexistências gerais de receptores de LDL com consequente aumento expressivo de colesterol e a heterozigótica decorrente de distúrbio autossômico dominante que influi na diminuição ou maior expressão dos receptores de LDL ou apolipoproteínas que captam o colesterol das LDL denominadas B promotora de hipercolesterolemia. Existem defeitos em vários genes que abelecem a hipercolesterolemia familiar poligênica e avanço de triglicerídeos por ação das VLDL culminando com a hipertrigliceridemia familiar (LIMA, 1999; As dislipidemias primárias ainda se apresentam por modificações gênicas internas por meio do aumento conjunto de TG e CT ou hiperlipidemia mista; menor atividade da enzima lipase lipoproteica e da ação da apolipoproteína 47 Quanto ao aspecto etiológico, às causas dos problemas lipêmicos podem mecanismos genéticos, além de questões secundárias a acometimento patológico, intervenção medicamentosa e estilo de A classificação primária pode resultar em hiperlipidemia ou hipolipidemia e ompreende a hipercolesterolemia comum e familiar cuja manifestação pode ser monogênica homozigótica que é mais rara e ocasionada por defeitos ou inexistências gerais de receptores de LDL com consequente aumento expressivo ecorrente de distúrbio autossômico dominante que influi na diminuição ou maior expressão dos receptores de LDL ou apolipoproteínas que captam o colesterol das LDL denominadas B-100, promotora de hipercolesterolemia. Existem defeitos em vários genes que abelecem a hipercolesterolemia familiar poligênica e avanço de triglicerídeos por ação das VLDL culminando com a hipertrigliceridemia familiar (LIMA, 1999; As dislipidemias primárias ainda se apresentam por modificações gênicas internas por meio do aumento conjunto de TG e CT ou hiperlipidemia mista; menor atividade da enzima lipase lipoproteica e da ação da apolipoproteína
  • 49. 48 C-II, aumento de lipoproteínas de densidade intermediária, aumento de lipoproteínas ou hiperalfalipoproteinemia e problemas nos quilomícras (LIMA, 1999 e MANSILHA, 2009). A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) argumenta em sua diretriz que, em relação às dislipidemias de base gênica tem-se a hipertrigliceridemia que provém de defeitos inatos na lise de partículas que transferem triglicerídeos pela atividade da lipase lipoproteica ou aumento de produção das lipoproteínas de muito baixa densidade por vias hepáticas. Por sua vez, a elevação de LDL-c nas partículas lipoproteicas no plasma ou hipercolesterolemia, decorre de problemas nos receptores das lipoproteínas de baixa densidade ou desordens nos receptores das apolipoproteínas B100, que pode gerar defeitos em um gene, mas em geral predominante para defeitos poligênicos. A razão secundária de ocorrência de lipídeos sanguíneos anormais por sua vez, pode derivar de existência de doenças, dentre as quais se processam as de cunho metabólico e endócrino, porém o processo também é acarretado pela administração de fármacos ou mesmo pela vigência de gravidez, distúrbios alimentares e síndromes sexuais, propõe Chacra et. al. (2005), Tabela 03. Tabela 03. Adaptado de Santos (2001) Desta forma, os distúrbios lipoproteicos podem ser consequentes de
  • 50. 49 problemáticas no metabolismo, especialmente pela ocorrência de diabetes mellitus tipo II, disfunções na glândula tireoide, interferência de moléstias renais e patologias no fígado. Podem também serem secundários ao consumo etílico, uso de drogas para fins medicamentosos, com destaque para beta bloqueadores, tiazídicos e glucocorticóides. Por fim, o processo também esta atribuído ao sedentarismo e maior ingesta de gorduras saturadas (SOCA, 2009). 4.2 Dislipidemia e doença cardiovascular Existe uma correlação significativa estabelecida sobre o aumento das concentrações de lipídeos no plasma e a promoção de problemas cardiovasculares coloca Cohen e Amstrong (2000). Sob a perspectiva epidemiológica, a terapêutica e detecção de dislipidemia em tenra idade implica nas reduções da mortandade por doenças cardiovasculares (DCV) em termos mundiais (DURO, 2008; CIPLA INITIATIVE, 2005). O que é significativo, pois com base na publicação da Organização Mundial da Saúde (2000) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (2000), patologias cardiovasculares são condições de elevado padrão de mortalidade de caráter precoce na sociedade atual, vitimando cerca de 17,3 milhões de pessoas a cada ano e com projeções de ceifar 23 milhões de vidas em 2030. Também é responsável salienta Brasil (2006) pela maior porcentagem de óbitos da população brasileira. É sabido que eventos cardiovasculares são multicausais mediante sinergismo e multiplicação de condições, no entanto, existem situações predisponentes às suas aparições definidas como fatores de risco, com destaque para o tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, falta de atividade física e hábitos de vida moderna profere Papine et. al.; (1999) e Sociedade Portuguesa de Aterosclerose (2001). Assim as DCVs decorrem de um conjunto de manifestações clínicas, mas sua maior expressão é atribuída aos problemas vinculados à aterosclerose, que é um significativo predisponente de morbimortalidade por ocorrências vasculares cardíacas e cerebrais, exprime Duro (2008) e CiplaInitiative (2005), por intermédio
  • 51. 50 das doenças coronarianas, vasculares encefálicas e periféricas; renais e aórticas que são de impactante efeito e comprometimento à qualidade de vida (BRASIL, 2006). Ocorre, pois que, os distúrbios de lipídeos plasmáticos estão intrinsicamente vinculado ao processo aterosclerótico, de maneira que, níveis aumentados de colesterol total, triacilglicerol, lipoproteínas de alta densidade e baixa proporção lipoproteica de alta densidade constituem eventos predisponentes à morbimortalidade e problemas por aterosclerose sob a forma da doença arterial coronariana (DAC), enfatiza o Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia (1999). Sendo assim, mesmo que seja pouco elucidada a patogênese do problema (GROYER et. al.; 2006), verifica-se que as dislipidemias congregam importantes fatores predisponentes ao processamento e agravamento da aterosclerose enfatiza Neto (2013). Tal condição se aplica, pois, as alterações lipídicas constitui um dos componentes responsivos para disfunções no tecido endotelial, evento promotor e agravante da ação aterosclerótica, de modo que, aumentos de LDL-c e minoração de HDL-c são fatores independentes para DAC, em aliança ao aumento de triglicérides que associado ao diabetes e outros distúrbios metabólicos instiga a doença coronária e predispõe a aterotrombose pela potencialização da atividade coagulatória e agregação de plaquetas (CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIA, 2009). Ainda, verifica-se que a desordem endotelial possui relação com os lipídeos que sofrem oxidação e que são transportados nas lipoproteínas de baixa densidade, já que, o colesterol total e suas frações como: HDL-c, LDL-c e TG estão intrinsicamente vinculados com a aterogênese, dado seus acúmulo subendoteliais. Também se conclui que, hábitos ricamente energéticos pela ingesta de gorduras saturadas e esteroides animais são condições amplamente associadas a eventos cardiovasculares (TAVARES et. al. 2000; CONSENSO BRASILEIRO DE DISLIPIDEMIA, 1999;SOCIEDADE PORTUGUESA DE ATEROSCLEROSE). Assim sendo, existe a necessidade de precaução e terapêutica da
  • 52. 51 aterosclerose, em especial da doença de cunho agudo das coronárias que constitui a forma primariamente expressa das DCVs, já que esta se trata de uma doença crônica não transmissível de padrões de mortalidade cada vez mais crescente em países subdesenvolvidos dentro dos quais se insere o Brasil (NETO, 2013). A aterosclerose é uma patogenia de base multicausal com presente complexidade poligênica associada a inúmeros fatores ambientais (ROCHA et. al. 2005). Consiste na doença de cunho inflamatório crônico em resposta à agressão do endotélio vascular arterial profere Robbins (2010), uma vez que sua existência implica em comprometimentos do tecido endotelial e geração de alterações na camada intermediária arterial (SBC, 2007). Consiste assim, no evento patológico que tem no endotélio lesionado sua gênese e complicação, o qual modifica sua função por ação da invasão de partículas lipoproteicas no interior vascular e pela promoção de eventos inflamatórios de caráter crônico pela vigência e mobilização aumentada de células do músculo liso, linfócitos T e macrófagos (BALLANTYNE et. al. 2009). Trata-se de um processo gradativo e de elevada dinamicidade caracterizado pelo endotélio agredido com princípio assintomático na juventude, podendo em qualquer fase da vida gerar desfechos agudos (LACHTERMACHER, 2004). Desta forma se verifica que, as disfunções das células da parede vascular provêm de elevações do colesterol, condições de resistência à insulina, DM, aumento de partículas lipoproteicas favoráveis a aterogênese como LDL, VDL, IDL e porções de quilomícrons; uso de tabaco, aumento de homocisteína, hipertensão arterial bem como fatores conjugados capazes de fomentar o processo aterosclerótico considera (BAHIA et. al. 2006 e SBC, 2007).
  • 53. Estes fatores por sua vez, terminam por conceber injúrias às paredes dos vasos sanguíneos e implicam nas distorções de suas características de constrição e dilatação, o que predispõe ao agravamento do processo da aterosclerose (VILLELA et. al. 2006; CONSEN pois acaba por favorecer a síntese da placa ateromatosa, que é resultado da lesão a camada arterial intermediária, capaz de promover na luz dos vasos a formação de protuberâncias determinantes no processo de enfraqu parede vascular bem como no impedimento do fluxo sanguíneo. O distúrbio da parede arterial pode então propiciar a perfusão de substâncias nos vasos, onde grande parte do colesterol sanguíneo veiculado em LDL perpassa para a íntima arterial e c placa fibrogordurosa (Rocha permeabilidade aumentada às partículas de LDL, estas nos vasos por ocasião do endotélio comprometido passa a apresentar maior reatividade ao oxigêni Figura 04. Patogênese da aterosclerose N´Ask (2011) Estes fatores por sua vez, terminam por conceber injúrias às paredes dos vasos sanguíneos e implicam nas distorções de suas características de constrição e dilatação, o que predispõe ao agravamento do processo da aterosclerose 2006; CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIA, 1999), pois acaba por favorecer a síntese da placa ateromatosa, que é resultado da lesão a camada arterial intermediária, capaz de promover na luz dos vasos a formação de protuberâncias determinantes no processo de enfraqu parede vascular bem como no impedimento do fluxo sanguíneo. O distúrbio da parede arterial pode então propiciar a perfusão de substâncias nos vasos, onde grande parte do colesterol sanguíneo veiculado em LDL perpassa para a íntima arterial e contribui para o princípio da síntese da placa fibrogordurosa (Rocha et. al.; 2006), e além de expressar uma permeabilidade aumentada às partículas de LDL, estas nos vasos por ocasião do endotélio comprometido passa a apresentar maior reatividade ao oxigêni 52 Estes fatores por sua vez, terminam por conceber injúrias às paredes dos vasos sanguíneos e implicam nas distorções de suas características de constrição e dilatação, o que predispõe ao agravamento do processo da aterosclerose SO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIA, 1999), pois acaba por favorecer a síntese da placa ateromatosa, que é resultado da lesão a camada arterial intermediária, capaz de promover na luz dos vasos a formação de protuberâncias determinantes no processo de enfraquecimento da parede vascular bem como no impedimento do fluxo sanguíneo. O distúrbio da parede arterial pode então propiciar a perfusão de substâncias nos vasos, onde grande parte do colesterol sanguíneo veiculado em ontribui para o princípio da síntese da 2006), e além de expressar uma permeabilidade aumentada às partículas de LDL, estas nos vasos por ocasião do endotélio comprometido passa a apresentar maior reatividade ao oxigênio e assim
  • 54. 53 oxidam por interferência de macrófagos e receptores depuradores de LDL (ROBBINS, 2010 e SBC, 2007). As LDL oxidadas também trabalham de modo à suprasinalizar macrófagos e células do endotélio a emitirem fatores de crescimento como as quimiocinas e citocinas que mobilizam monócitos para o local lesado, bem como atuam como genitoras da disfunção endotelial por serem tóxicas as células da parede dos vasos (ROBBINS, 2010 e XAVIER et. al.; 2004). Também, o endotélio machucado e perdido começa a expressar moléculas de adesão aos vasos sanguíneos chamados (VCAM-1) e (ICAM) que reconhecem linfócitos T e monócitos, de maneira que tais estruturas adentram na parede íntima dos vasos. Os monócitos se modificam em macrófagos, envolvem partículas de LDL oxidada e outras lipoproteínas e em aliança as estruturas plaquetárias lançam elementos de crescimento responsáveis pela mobilização e aumentos das células musculares lisas, as quais se unem aos macrófagos e culminam com a placa ateromatosa, também sintetizam matriz extracelular (MEC) e assim expandem a parede vascular intermediária como reflexo do processo inflamatório (BALLANTYNE et. al. 2009, ROBBINS, 2010). Rupturas na placa do ateroma não estável liberam substâncias lipídicas e constituintes endoteliais de natureza trombogênica que podem precipitar-se nos vasos e obstruir o fluxo hemodinâmico arterial e assim culminar com processos oclusivos gerais ou em partes das artérias cuja condição é, portanto fisiopatologicamente determinante para infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. A aterosclerose pode no seu contexto clinico também surtir aneurismas, ateroembolismo, disfunção sexual e doença crônica dos rins (TURCHIELLO et. al.; 2005 e SILVA, 2007). 4.2.1 Dislipidemia no diabetes mellitus Em termos etiológicos as dislipidemias podem ser consequentes a diversas patologias, de maneira que, o diabetes mellitus se destaca como uma das doenças promotoras de eventos secundários nos distúrbios de lipídios
  • 55. 54 plasmáticos salienta Chacra et. al. (2005). Segundo a proposição conceitual, o diabetes não constitui uma entidade patológica, mas sim, um conjunto de desordens plurimetabólicas cuja característica partilhada reside na hiperglicemia, decorrente de distúrbios na ação ou atividade secretória da insulina, ou até mesmo, de ambos os processos simultaneamente (SBD, 2009). Publicações atentam que O DM é uma patogenia multifatorial de relações inatas e adquiridas grandemente relacionada à síndrome metabólica (SM), evento associado à ação resistente do hormônio insulina e acúmulo de gordura corpórea (PENALVA, 2008). Partindo desta proposição, Mirnameet. al. (2004) afirma que, a dislipidemia compõe a manifestação mais expressiva contida na SM, expressa pelo acréscimo de triacilgliceróis, elevação de ácidos gordos não esterificados na circulação, decréscimo das lipoproteínas de alta densidade assim como, valores aumentados de apolipoproteínas do tipo B e LDL-c mais aterogênica. Como efeito, afirma Bertolami (2004), a SM, DM e dislipidemia são eventos caracterizados por distúrbios lipoproteicos e lipídicos e que, portanto, as disfunções dos lipídios séricos na patologia diabética também representa uma correlação de problemas no complexo conjunto do metabolismo, tendo em vista que ambos os processos têm a resistência insulínica como base genitora. Frente a este contexto explica Oliveira e Donangelo (2006), pacientes acometidos por diabetes apresentam índices aumentados de distúrbios das características bem como das quantidades de lipoproteínas plasmáticas, as quais se apresentam modificadas tanto pela composição quanto pela ação oxidativa, propelindo os indivíduos afetados a desenvolver aterosclerose. Assim, a patologia do diabetes é comumente assinalada por anormalidades lipídicas expressas por meio de acréscimos nas concentrações de triglicérides, redução dos valores de colesterol das lipoproteínas de alta densidade ou HDL e formação de estruturas menores e mais densas do colesterol das lipoproteínas de baixa densidade LDL-c, portanto mais aterogênicas processo este denominado de dislipidemia diabética elucida Gerchman et. al. (2011).
  • 56. 55 Entretanto, as partículas de LDL-c em pacientes diabéticos são peculiares, pois em termos numéricos não se diferenciam de indivíduos nomoglicêmicos, porém em relação à qualidade, as lipoproteínas de baixa densidade são encontradas de maneira mais reduzida e com menor volume, fazendo à aterogênese ser um processo bastante suscetível (SBD, 2006). Isso é determinante, pois de acordo com Brasil (2006), mais importante que a detecção de diabetes, dislipidemias são analisar os riscos globais em nível vascular encefálico, cardíaco e dos rins decorrentes de tais distúrbios. Já que Gianinni (1999) considera que, o DM consiste em uma patogenia de risco direto às DCVs em que na presença de distúrbios lipoproteicos, o processo se torna mais representativo. Para uma análise fisiopatogênica sobre esta questão, a WHO (1999), explica que o DM é uma enfermidade capaz de interferir nas atividades e produções do hormônio insulina, comprometendo assim a metabolização das macromoléculas glicídicas, proteicas e lipídicas. Genouch (1988) argumenta que, o hormônio insulina influi poderosamente sobre as reações metabólicas dos lípides provenientes de fontes alimentares ou sintetizados internamente no organismo, e para tanto, atua de modo a propiciar reservas, inibição de degradação com diminuições na circulação bem como, pronunciada importância no processo oxidativo dos ácidos gordos, diminuições de TG, além de minimização nas concentrações de cetoacidose. O DM então vem comprometer o metabolismo lipídico coloca a CiplaInitiative (2005), seja no tipo I da doença com a ação anormal das gorduras por uma limitação total a insulina e elevação de glicose e a tipo II característica por desordens lipídicas provenientes da ação resistente do hormônio produzido nas células beta pancreática. A doença, sobretudo, interfere nas lipoproteínas de baixa densidade, por meio de elevações de TG, passa a alterar partículas de LDL-c, as quais passam a atuar no reconhecimento imunológico, se tornam mais propelidas ao processo oxidativo e sofrem uma redução de suas vias de comunicação química ou redução dos receptores de LDL em razão de déficit insulínico. Ainda neste paradigma na deficiência de insulina, o colesterol no sangue passa a se elevar em