O documento descreve as atrações naturais e atividades de aventura disponíveis no Parque Estadual do Jalapão no Tocantins, como cachoeiras, rios, dunas e trilhas. A região oferece turismo de aventura em meio à natureza preservada, porém com acessos difíceis apenas para veículos 4X4.
Aventura no Jalapão: Cachoeiras, Praias de Rio e Natureza Preservada
1. NA ROTA DA TRIP
Aventura no cerrado
Cac�oeiras, praias de rio, tril�as, rafting e até dunas. � Parque Estadual
do Jalapão, no Tocantins, é o cenário per�eito para o turismo de aventura
Texto DÉB�RA �LIVEIRA Fotos VALDEMIR CUNHA
Acima e na página ao
lado, paisagens do Parque
M uita gente nunca considerou o jovem estado do To�
cantins, criado em 1988, como um destino turístico dentre as inúmeras belezas do Brasil. E estas pes�
Nacional do Jalapão:
passeios em cenários de
natureza preservada
e de difícil acesso
soas não sabem o que estão perdendo. É no Tocantins que se encontra o Parque Estadual do Jalapão,
área de preservação ambiental que proporciona ao viajante turismo de aventura e contato com uma
natureza espetacular. � Jalapão reúne toda a beleza do cerrado em um s� lugar� �auna, �ora, cac�oei�
�ora,
ras, praias de rio, cânions, dunas e até �ervedouros. Mas, para con�ecer todos esses atrativos é preciso
encarar a aventura. �s pontos de visitação têm, em média, 50 quilômetros de distância entre si e nas
estradas de terra, arenosas e c�eias de pedra, s� é possível transitar em veículos 4 X 4.
As estradas, cavadas no meio da mata nativa, também podem �acilmente con�undir o visitante,
por isso é sempre recomendado ir acompan�ado de um guia local. A dificuldade nos acessos às regiões
do parque, porém, ajudou a preservar a natureza do exuberante cerrado brasileiro.
Para con�ecer esse paraíso, o ideal são de três dias a uma semana e montar um roteiro que passe
pelas principais atrações. Muitas agências já vendem o pacote �ec�ado para o Jalapão, incluindo pas�
seios a todos os pontos de visitação e o translado de Palmas até Ponte Alta do Tocantins – cidade consi�
derada a porta de entrada para o parque. Para aqueles que gostam de um roteiro mais livre, é possível
ainda contratar guias e condutores locais, e definir com eles os destinos.
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2. NA ROTA DA TRIP
A viagem de Palmas a Ponte Alta, primeira cidade do Jalapão, leva cerca
de três �oras transitando por estradas em boas condições e as�altadas. A
partir dali, a aventura começa� a poucos quilômetros de Ponte Alta, as es�
tradas de areia no meio da vegetação já dão um tom de rali à viagem. A ci�
dade é ponto de partida para diversas atrações. Para �ospedagem, uma das
opções é Mateiros, cidade incrustada no parque, onde existem pousadas e
restaurantes, que servem uma deliciosa comida caseira, muitas vezes prepa�
rada em �ogão a len�a. Já as praias do rio Novo e a Cac�oeira da Formiga são
os lugares escol�idos pelos mais aventureiros, que montam suas barracas
de camping e dormem sob as estrelas.
A primeira parada do Jalapão está a 14 quilômetros de Ponte Alta, no
Cânion do Sussuapara. A partir da estrada principal, uma pequena tril�a
leva aos paredões recortados, cobertos por musgos, por onde a água escorre.
� local, úmido e bem sombreado, é uma amostra do contato com a natureza
Acima, Prainha do rio Novo: ponto tranquilo para que está por vir.
banho de água doce. Abaixo, rafting pelas corredeiras
e acampamento às margens do rio
Rio Novo
Roteiros pelo Jalapão alternam esportes radicais com contemplação
Cercado por uma �arta vegetação selvagem, o Rio Novo é um dos últi�
mos rios de água potável do mundo. Nas suas praias naturais, dá pra alter�
nar os ban�os de sol nos bancos de areia branca com mergul�os na água,
totalmente cristalina. Para além das praias, o rio apresenta grandes corre�
deiras, aproveitadas para a prática de ra�ting e de outros esportes radicais,
como a canoagem e b�ia�cross (descida em botes individuais).
Para �azer ra�ting no Rio Novo não é preciso ter experiência já que
algumas agências de turismo o�erecem todo equipamento de segurança,
guias e um pequeno treinamento para os marin�eiros de primeira viagem.
A maior parte dos turistas opta por uma descida de seis quilômetros, que
dura cerca de três �oras. Há também percursos de até quatro dias, que alter�
nam o esporte radical com visitas às cac�oeiras e paradas nas praias do rio.
Cachoeira da Velha
A Cac�oeira da Vel�a é um dos pontos mais incríveis de todo o Jalapão.
� volume de água na queda e sua �orça impedem o ban�o de turistas na
maior parte do ano, mas a visão de algo tão belo tem e�eito mágico. Alimen�
tada pelas águas do Rio Novo, a cac�oeira tem duas quedas em �ormato
de �erradura, cada uma com cerca de 20 metros. Quase sempre, as águas
No alto, Cachoeira da Velha: espetáculo da natureza com direito
�ormam ainda um arco�íris ao pé da queda, completando um cenário que, a arco-íris. Acima, à esquerda, o Fervedouro, nascente de um rio
de tão belo, c�ega a parecer surreal. subterrâneo; e pôr-do-sol às margens do rio Novo
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3. NA ROTA DA TRIP
Natureza e artesanato
Um poço de água azul, rodeado por bananeiras, iluminado por raios
de sol que ultrapassam a vegetação �ec�ada do entorno. � Fervedouro, uma
nascente de um rio subterrâneo, é um verdadeiro oásis no cerrado. A água
que brota das areias claras dá a sensação de se estar nadando na areia mo�
vediça, se não �osse por um porém� na nascente é impossível a�undar. A �u�
tuação proporciona uma rara sensação da leveza.
Depois de nadar no �ervedouro, uma boa ideia é con�ecer a comuni�
dade Mumbuca, que desenvolveu a técnica de trançamento do capim dou�
rado, planta que s� existe no estado e que �oje é uma bela matéria�prima
para um sem fim de peças de artesanato.
�s Mumbuca, descendentes de escravos e índios, vivem em uma vila
com cerca de 200 pessoas e têm seu territ�rio recon�ecido como quilombo�
la. Ali, c�ama a atenção a sede da associação de artesãs que se organizam
para produzir e comercializar bolsas, brincos, tiaras, colares e cestas, entre
outros itens �eitos com o capim dourado.
Acima, artesanato feito com capim dourado, planta A comunidade é uma das poucas que realiza a col�eita do capim dou�
típica da região. Abaixo, mergulho nas águas cristalinas rado apenas de 20 de setembro até o início das c�uvas, em novembro, de
da Cachoeira da Formiga. Na página ao lado, as Dunas
do Jalapão: cenário surreal no meio do cerrado
�orma a manter a produção dentro do limite sustentável, algo cada vez mais
importante, já que o sucesso do artesanato tem ameaçado a planta.
Pr�xima à Mumbuca, a Cac�oeira da Formiga impressiona o visitante
por conta da cor turquesa de sua água. As piscinas naturais �ormadas pelo
rio Formiga são pedacin�os de paraíso, cercados de vegetação ainda pre�
servada e abundante, compondo um cenário idílico. Mesmo no inverno, a
temperatura da água é agradável para ban�o.
Serra do Espírito Santo
Para quem gosta de �azer tril�as, a camin�ada até o topo da c�apada
da Serra do Espírito Santo, é imperdível. A subida íngreme leva cerca de 40
minutos e a vista, lá do alto, é deslumbrante. É possível avistar os descam�
pados e observar um belo �orizonte do cerrado com suas veredas de buritis,
ao longo das tril�as de água. Dali também se vê as areias que �ormam as �a� Serviço�
mosas Dunas do Jalapão, a sete quilômetros da serra. Com o vento, as areias Onde comer: A TRIP Linhas Aéreas oferece voos para Palmas a partir de Araçatuba (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (Aeropor-
viajam por alguns quilômetros e �ormam dunas alaranjadas de até 30 me� tos de Confins e da Pampulha – MG), Campo Grande (MS), Eirunepé (AM), Fernando de Noronha (PE), Fonte Boa (AM), Goiânia
tros de altura no meio do cerrado – uma vista realmente impressionante. É (GO), Humaitá (AM), Ilhéus (BA), Juiz de Fora (MG), Lábrea (AM), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Seguro (BA), Porto Velho (RO),
possível subir a pé até o topo das dunas, o mel�or local para se apreciar o Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (Aeroporto Santos Dumont – RJ), São João del-Rei (MG), São Luís (MA), São Paulo de
pôr�do�sol no inesquecível Jalapão. Olivença (AM), Tabatinga (AM), Tefé (AM) e Vitória (ES). Mais informações: voetrip.com.br
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