1. Instituto de Emprego e Formação Profissional
Centro de Formação Profissional do Sector Terciário do Porto
2. Energia nuclear é a energia liberada numa reação
nuclear, ou seja, em processos de transformação
de núcleos atómicos. Alguns isótopos de
certos elementos apresentam a capacidade de se
transformar em outros isótopos ou elementos através
de reações nucleares, emitindo energia durante esse
processo. Baseia-se no princípio da equivalência de
energia e massa, segundo a qual durante reações
nucleares ocorre transformação de massa em
energia. Foi descoberta
por Hahn, Strabmann e Meitner com a observação de
uma fissão nuclear depois da irradiação
de urânio com neutrões.
A tecnologia nuclear tem como uma das finalidades
gerar eletricidade. Aproveitando-se do calor emitido
na reação, para aquecer a água até se tornar
vapor, assim movimentando um turbogerador.
3. Vantagens:
- não contribui para o efeito de estufa (principal);
- não polui o ar com gases de enxofre, nitrogénio,
particulados, etc.;
- não utiliza grandes áreas de terreno: a central requer
pequenos espaços para sua instalação;
- não depende da sazonalidade climática (nem das chuvas,
nem dos ventos);
- pouco ou quase nenhum impacto sobre a biosfera;
- grande disponibilidade de combustível;
- é a fonte mais concentrada de geração de energia
- a quantidade de resíduos radioativos gerados é
extremamente pequena e compacta;
- a tecnologia do processo é bastante conhecida;
- o risco de transporte do combustível é significativamente
menor quando comparado ao gás e ao óleo das
termoelétricas;
- não necessita de armazenamento da energia produzida
em baterias;
4. Desvantagens:
- necessidade de armazenar o resíduo nuclear em locais isolados e
protegidos*;
- necessidade de isolar a central após o seu encerramento;
- é mais cara quando comparada às demais fontes de energia;
- os resíduos produzidos emitem radiatividade durante muitos anos;
- dificuldades no armazenamento dos resíduos, principalmente em
questões de localização e segurança;
- pode interferir com ecossistemas;
- grande risco de acidente na central nuclear.
* esta desvantagem provavelmente durará pelo menos uns 30 anos, a partir
de quando já se esperam desenvolvidas tecnologias para reciclagem e
reaproveitamento dos resíduos radioativos.
Observação:
– ao contrário do que muita gente pensa, a energia nuclear não é uma
energia suja;
– os impactos ambientais causados pela deposição do resíduo radioativo não
são muito maiores que os impactes do lago de uma hidrelétrica.
5. Condenada por muitos e defendida por poucos, a energia nuclear é um
problema ou uma solução para suprir a possível falta de energia elétrica?
Definida como a energia liberada quando ocorre a ficção dos
átomos, ocorre num reator nuclear em uma sequência multiplicadora
conhecida como reação em cadeia, denominada fissão nuclear.
Existem duas formas de aproveitar a energia nuclear para convertê-la em
calor. A ficção nuclear, onde o núcleo atómico se subdivide em duas ou
mais partículas, e a fusão nuclear, na qual ao menos dois núcleos
atómicos se unem para produzir um novo núcleo. A energia nuclear
provém da ficção nuclear do urânio, do plutónio ou do tório ou da fusão
nuclear do hidrogénio. É energia liberada dos núcleos atómicos, quando
os mesmos são levados por processos artificiais, a condições instáveis.
Todos os materiais são formados por um número limitado de
átomos, que, por sua vez, são caracterizados pela carga elétrica de seu
núcleo e simbolizados pela letra Z. Em física, a descrição adequada do
átomo para a compreensão de um determinado fenómeno depende do
contexto considerado. Pode-se considerar o núcleo como composto de
prótons, com carga elétrica positiva, e nêutrons, sem carga. Ambos são
denominados genericamente núcleos. A letra Z que caracteriza cada um
dos átomos, naturais ou artificiais, representa o número de prótons no
núcleo.
6. A maior parte da massa do átomo está concentrada em seu núcleo, que é muito
pequeno. Prótons e nêutrons têm massa aproximadamente igual da ordem de 1,67 x
10-24 gramas e são caracterizados por parâmetros específicos (números quânticos)
definidos pela mecânica quântica, teoria que lida com os fenómenos na escala
atómica e molecular. Os prótons, por terem a mesma carga, se repelem fortemente
devido à força eletrostática. Isso tenderia a fazer com que essas partículas se
afastassem umas das outras, o que inviabilizaria o modelo. Mas, como os núcleos
existem, pode-se concluir que deve existir uma força de natureza diferente da força
eletromagnética ou da força gravitacional que mantém os núcleos coesos. Quanto
maior a energia de ligação média (soma de todos os valores das energias de ligação
dividida pelo número de partículas), maior a força de coesão do núcleo.
Segundo o assessor da presidência da Eletrobras Eletronuclear, Leonam Guimarães
dos Santos, do final da década de 50 até hoje a indústria mundial de geração
elétrica nuclear já acumulou mais de 14 mil reatores/ano de experiência
operacional. São 436 usinas nucleares distribuídas por 34 países, concentradas nos
mais desenvolvidos, que respondem atualmente por 16% de toda geração elétrica
mundial. “16 Países dependem da energia nuclear para produzir mais de um quarto
de suas necessidades de eletricidade. Franca e Lituânia obtém cerca de três quartos
de sua energia elétrica da fonte nuclear, enquanto
Bélgica, Bulgária, Hungria, Eslováquia, Coréia do Sul, Suécia, Suíça, Eslovênia e
Ucrânia mais de um terço. Japão, Alemanha e Finlândia geram mais de um
quarto, enquanto os Estados Unidos Têm cerca de um terço”, informa.
7. Ele diz que, apesar de poucas unidades terem sido construídas nos
últimos 15 anos, as usinas nucleares existentes estão produzindo cada vez
mais electricidade. O aumento na geração nos últimos sete anos equivale
a 30 novas usinas e foi obtido pela repotencialização e melhoria do
desempenho das unidades existentes. Hoje, entretanto, existem
renovadas perspectivas para novas usinas tanto em países com um parque
nuclear estabelecido como em alguns novos países. 53 usinas encontram-
se em construção no mundo (Angra 3 é uma delas), as quais se somam
encomendas firmes para outras 135. Além destas, mais 295 consideradas
até 2030 pelo planejamento energético de diversos países (dentre os
quais o Brasil, que planeja de 4 a 8 usinas adicionais nesse horizonte de
tempo).
“Cumpre reconhecer, entretanto, que ainda persistem forcas
antinucleares importantes em alguns países, em especial na Alemanha.
Seu poder político, porém, vem declinando. Apesar da crescente atenção
que a geração nuclear tem recebido por razões ligadas ao meio ambiente
e segurança de suprimento, é claro que as novas usinas devem provar sua
competitividade económica nos mercados de energia de hoje. Se puder
ser provado que novas usinas são a mais barata forma de geração
eléctrica de base em longo prazo, este será um argumento muito
poderoso em favor de sua escolha”.
8. A Agência Internacional de Energia (IEA) prova isso na sua edição 2010 do relatório
“Custos Projectados de Geração de Electricidade”, recentemente lançado. Várias
potenciais restrições têm sido levantadas, especialmente a disponibilidade de
financiamento e restrições de capacidade na cadeia de suprimentos, mas esses
podem ser superados como já foram no passado.
As raízes da oposição a qualquer coisa relacionada com a energia nuclear são muito
profundas e constituem elemento essencial do movimento ambientalista, que
encontrou na indústria de geração eléctrica nuclear um alvo relativamente fácil. A
experiência tem mostrado que ganhar aceitação pública e mais fácil ao nível local,
permitindo que as pessoas visitem as instalações e esclareçam suas duvidas. Para a
indústria, a melhor abordagem é operar bem suas instalações, tanto do ponto vista
da segurança como do económico, explica Leonam dos Santos Guimarães, da
Eletrobras Eletronuclear.
O baixo custo do urânio e sua estabilidade ao longo do tempo constituem vantagem
económica primordial da geração eléctrica nuclear. O ciclo do combustível, isto é, a
mineração e beneficiamento, conversão, enriquecimento e fabricação são muito
complexas, tanto do ponto de vista técnico como comercial, com mercados
individuais para etapa. O salto que os preços mundiais do urânio deram desde 2003,
e a subsequente queda brusca, geraram muito interesse, particularmente do sector
financeiro. Isto estimulou uma visão renovada sobre as alternativas tradicionais de
comprar e vender urânio e encorajou os compradores a pressionar pelo maior
número possível de fontes de suprimento.
9. As significativas restrições a transferência de tecnologia e comércio de bens e
serviços são críticas para indústria nuclear, assim como o gerenciamento do
combustível usado e o retorno dos sítios nucleares fechados a usos alternativos. As
restrições estão ligadas ao Tratado de Não Proliferação (TNP) de armas nucleares e
sua implementação através de salvaguardas pela Agencia Internacional de Energia
Atómica (IAEA) e pelo Grupo de Fornecedores Nucleares (NSG).
A proliferação nuclear ainda permanece como um tema muito vivido e tem o
potencial de ameaçar o renascimento da indústria nuclear. O que fazer com o
combustível usado após sua remoção do reactor tem sido a mais importante questão
e gerado os maiores problemas de aceitação pública. O debate sobre sua reciclagem
é vital para o futuro da indústria nuclear. A geração eléctrica nuclear deve ser
colocada no contexto mais amplo do desenvolvimento energético mundial. Esse
tema retornou ao debate publica após ter ficado muitos anos a margem depois das
crises do petróleo dos anos 70. Isso se deve a preocupações renovadas sobre a
segurança do fornecimento de óleo de gás em longo prazo, indicada pela
significativa escalada de preços, mas também pelas preocupações com as
consequências ambientais da continua exploração em massa dos recursos em
combustíveis fosseis.
Já a Greenpeace faz questão de se posicionar contra a energia nuclear, chamando a
atenção para os seus pontos negativos. O aviso está no site da organização: sob um
funcionamento normal, uma usina (nuclear) libera no ar, solo e água radioatividade
que pode causar câncer e outras doenças. Além disso, os textos da home page
lembram que essas usinas estão frequentemente sob o risco de acidentes – como o
famoso que ocorreu em Chernobyl em 1986, matando milhares de pessoas e
deixando milhões contaminadas.
10. O maior problema apontado pelos especialistas diz respeito aos
resíduos nucleares que é uma questão de difícil resolução. Esse
lixo dura centenas ou milhares de anos e precisa ser isolado de
qualquer contacto com o ambiente, a fim de se evitar a
contaminação. Os resíduos mais radioactivos, chamados de lixo
de alto nível, são colocados em barris que são depositados no
subsolo, a grande profundidade. E os países mais ricos, querendo
livrar-se dos resíduos, procuram espaço em países mais pobres
para armazená-los. O que fazer com todos esses resíduos?
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/acidente-nuclear-de-
chernobyl.html
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/armas-nucleares.html
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/bomba-atomica.html
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/bomba-de-
hidrogenio.html
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/little-boy-bomba-
atomica.html
http://www.youtube.com/watch?v=4U6sAul0mH4
http://www.youtube.com/watch?v=BS2_RL_CzQc&feature=endsc
reen&NR=1
11. Nas reações nucleares, determinados átomos converte-se para
outros, por modificações que alteram seus núcleos. Quando o núcleo de
um átomo pesado, como o urânio ou o plutônio, é rompido para produzir
núcleos de elementos mais leves, ele emite partículas denominadas
nêutrons que se deslocam com altíssimas velocidades, colidindo com
outros núcleos e provocando novos rompimentos com fissões. Propaga-se
assim uma reação em cadeia envolvendo um número cada vez maior de
átomos liberando uma quantidade cada vez maior de energia. Entretanto
as partículas emitidas em grandes quantidades e em altas velocidades
pelos núcleos destruídos são capazes de transferir certas quantidades de
energia para as substâncias com as quais tomam contato no seu
trajeto, isto é, são capazes de transmitir radioatividade. Assim sendo um
reator nuclear ao mesmo tempo que gera energia na forma de calor para
aquecer uma caldeira produz também resíduos altamente radioativos
(lixo atômico), emitindo radiações durante centenas de anos, como é o
caso do estrôncio, do césio, do criptônio e do plutônio. Esses
elementos, dependendo de sua quantidade, podem provocar doenças
graves ou letais.
Entretanto não é apenas no caso de ocorrerem acidentes que o processo
de geração de energia nuclear ameaça o meio ambiente, mas pelo
problema das várias toneladas de rejeitos altamente radioativos que
continuam sem solução.
12. Os riscos de acidentes, de doenças e de morte
precoce fazem parte da vida na Terra, atingindo
todos os seres vivos, inclusive o homem. Devido aos
modernos meios de comunicação de massa, o impacto
emocional dos riscos atuais é muito maior do que foi
no passado. Muitos riscos desnecessários podem (e
devem) ser evitados, enquanto outros riscos podem
ser reduzidos drasticamente. Além disso, alguns
riscos devem ser enfrentados a fim de que riscos
maiores não ocorram. O tipo, a magnitude e a
percepção dos riscos variam de acordo com vários
fatores. Em qualquer análise de riscos, devem ser
considerados os eventuais benefícios, os riscos
envolvidos em outras atividades, e outros fatores.
Vários exemplos de riscos e suas implicações são
apresentados e discutidos, em geral de maneira
comparativa.
13. A energia nuclear é tratada de modo especial, mas também são
referidos e comentados os riscos envolvidos em outras atividades
humanas (aviões, automóveis, fumo, gasolina, DDT, e energia a
carvão). Tal como a história da aviação, a indústria nuclear tem
também uma história muito maior de sucessos do que de
fracassos. No entanto, em ambos os casos, os acidentes graves
merecem muita reflexão, inclusive para aperfeiçoamento das
normas de segurança. O atual pavor de algumas pessoas em
relação à energia nuclear é comparado aos infundados temores
que cercaram o advento da gasolina, no século passado. Os
riscos, naturalmente, não devem ser exagerados, mas também
não podem ser negligenciados. A intenção principal do Autor é
discutir a complexidade do problema de se avaliarem e se
aceitarem os riscos. Em relação à energia nuclear, ele apenas
menciona seu ponto de vista, defendido em outras publicações,
de que os riscos envolvidos são muito grandes. PALAVRAS CHAVE /
Riscos / Energia nuclear / Acidentes / Radiações / Fumo / Câncer
/ Aviação / Gasolina.
14. Luís Marques
Hugo Rosas
Manuel Martins
Tiago Albuquerque