1) O Rodoanel Mario Covas está quase 40% concluído e a construção do trecho Sul está acelerada, podendo ser entregue antes do prazo. 2) O trecho Sul terá 61,4 km e ligará o trecho Oeste pronto desde 2002. 3) Quando concluído, o Rodoanel terá 170 km contornando a região metropolitana para retirar o tráfego de passagem da capital.

1. SP
notícias
Rodoanel Sul
ANO 1 l NÚMERO 4 l SETEMBRO DE 2008
acelerado Trecho já está 50% concluído e
pode ser entregue antes do
previsto, em novembro de 2009
Projeto Tietê CDHU moderniza Na região de Bauru, Banco do Povo
garante 84% de planta de novos o governo investe beneficia pequenos
esgoto tratado empreendimentos em saúde empresários

2. editorial
Antecipação pertinente
Metade do trecho Sul do Rodoanel está concluída, e há
o empenho do governo do Estado em terminar a obra de
3,6 bilhões de reais quatro meses antes do prazo pla-
nejado inicialmente (agosto de 2010). E, se possível,
iniciar o traçado do trecho Leste ainda em 2010. A urgência na
conclusão é pertinente, tendo em vista a frota crescente no centro
urbano da região metropolitana de São Paulo. O Estado tem 6
milhões dos 33 milhões de veículos da frota circulante do Brasil,
sendo que 1,29 milhão (21,3%) estão na região metropolitana de
São Paulo. Um caminhão quebrado por 15 minutos em uma rua
de grande movimento na capital é capaz de causar 3,5 quilôme-
tros de congestionamento.
Com o trecho Sul do Rodoanel concluído e a retirada de parte
dos veículos pesados da área urbana, estima-se que o movimento
de caminhões na Marginal do Rio Pinheiros caia 43% e na Ave-
nida dos Bandeirantes, 37% – duas vias que dão acesso a impor-
tantes estradas: Imigrantes, Anchieta, Dutra e Ayrton Senna.
SPnotícias mostra a preocupação ambiental que a Dersa teve
para preservar os mananciais da Represa Billings e proteger a
fauna daquela região. O planejamento detalhado incluiu a divi-
são da obra em lotes para facilitar a execução dos 61,4 quilôme-
tros de rodovia.
A preservação do meio ambiente também é tema da revista
na reportagem sobre os avanços do Projeto Tietê. Até o fim do
ano, a segunda etapa dos trabalhos estará concluída, e a região
metropolitana de São Paulo terá 70% do esgoto coletado e 84%
desse índice tratado. Um projeto para a recuperação do maior rio
do Estado, o Tietê, no seu percurso dentro da capital.
Na região de Bauru, o rio, já caudaloso e limpo, motivou a
criação do curso técnico voltado ao turismo ecológico da Fatec
de Jaú neste semestre. Os investimentos na região são assunto da
SP de setembro.
O governo do Estado começa a apresentar às cidades do in-
terior planos de macrodrenagem para evitar cheias. Na região
metropolitana de São Paulo, o problema vem sendo sanado com
a construção de reservatórios e outras medidas antienchente, tra-
balho de uma década. Agora, o governo revê o plano criado há
dez anos para adaptá-lo à nova realidade.
Esses são alguns dos assuntos abordados por SPnotícias nes-
te mês. Boa leitura e até outubro.
2008 setembro SPnotícias 3

3. SPentrevista
fotos: thales stadler
SPNotícias: Que impactos a Secre-
taria da Educação já sentiu com o Professores têm apoio
decreto de abril que limita o núme-
ro de faltas do professor? de material didático
Maria Helena Guimarães de Cas- em sala de aula
tro: Antes o professor podia faltar
dia sim, dia não, e depois só le­
vava um atestado para justificar
a falta. Havia vários benefícios as ações com o objetivo de atin­
previstos pela lei que ampliavam gir as metas anunciadas no ano
enormemente o número de faltas. passado. A primeira meta é a da
Com a lei de abril, não mexemos criança plenamente alfabetizada
Maria Helena
Guimarães de Castro: com o Estatuto do Magistério, man­ aos 8 anos, até o fim da 2ª série.
prestígio ao professor tivemos as seis faltas abonadas em Para isso, foi implementado o pro­
um ano e, ao mesmo tempo, alte­ grama Ler e Escrever, que conju­
ramos algumas legislações com­ ga material didático de apoio ao
plementares. Temos um levanta­ professor, material de apoio ao
mento das escolas onde há maior aluno, formação continuada para
número de faltas e notamos queda os professores das séries iniciais e
de 37% das ausências após a lei um professor auxiliar (universitário
entrar em vigor. Isso é importan­ bolsista) para ajudar o professor
te, porque sabemos que a maioria regente em turmas de 1ª série. No
dos professores da rede não falta. ano passado, na avaliação do Sa­
A rede tem 240 mil professores. Se resp (Sistema de Avaliação e Ren-
faltam diariamente 30 mil profes­ dimento do Estado de São Paulo),
Questão
sores, 210 mil estão trabalhando, verificamos que apenas 12,7% dos
mas os que faltam geram proble­ alunos da rede não chegaram ao
mas muito grandes para as esco­ fim da 2ª série plenamente alfa­
las. Muitos diretores reclamam das betizados. E é esse o grupo que
de qualidade
faltas não programadas. Quando é deveremos atingir com prioridade
licença médica, eles planejam a daqui para a frente.
substituição e chamam um pro­
fessor substituto que cobre o que SP: Qual é a grande dificuldade na
saiu. Mas quando o professor falta alfabetização?
Metas prevêem elevação nos índices de aprovação dia sim, dia não, não há cobertura. Maria Helena: São vários fatores.
dos alunos e alfabetização completa aos 8 anos Essa falta é a pior porque o diretor Às vezes, a criança vem de uma
não tem como gerenciá­la, e para família que nunca teve qualquer
No ano passado, a Secretaria da Edu- que estiverem terminando a 2ª série do en- o aluno é uma grande tragédia. No contato com o mundo letrado, está
cação lançou dez metas objetivando a sino fundamental. Para isso, a secretária fim do ano, ele só aprendeu 50% vendo um livro pela primeira vez,
melhoria da qualidade do ensino da Maria Helena Guimarães de Castro destaca do previsto no currículo. tem um vocabulário muito sim­
rede pública estadual. Todas as ações já es- programas de incentivo ao professor, como ples e não consegue acompanhar
tão em andamento e, no fim de 2010, espera- o bônus aprovado em agosto, o currículo mí- SP: Qual o programa de ações para o aprendizado. A alfabetização é
se a elevação dos índices de aprovação dos nimo a ser seguido em sala de aula e a limi- chegar às dez metas estabelecidas a etapa mais difícil no desenvol­
alunos, a melhoria nas avaliações estaduais tação de faltas no ano letivo. Leia a seguir os pela secretaria? vimento cognitivo da criança. Por
e a perfeita alfabetização de todos os alunos principais trechos da entrevista. Maria Helena: Já iniciamos todas isso, é fundamental ter um profes­
6 SPnotícias setembro 2008 2008 setembro SPnotícias 7

4. SPentrevista
gente possa monitorar cada uni­
dade e identificar os problemas.
Nosso maior desafio é diminuir o
número de alunos que estão abai­
xo do índice básico no Saresp. Na
4ª série, queremos mudar o índice
de 32% para 22%; na 8ª, de 40%
para 31%; e no ensino médio, de
70% para 42%. O aluno que está
abaixo do dado da avaliação signi­
fica que não aprendeu os conteú­
dos mínimos esperados em cada
série cursada.
SP: Como funcionará a distribui-
ção de bônus?
sor muito experiente, e estamos fa­ aluno. Com esses materiais e com Maria Helena: Se a meta da escola
zendo o possível para que isso seja o sistema de avaliação das escolas for alcançada 100%, os professo­
uma realidade. Os mais jovens re­ de capacitação permanente dos res receberão até 20% do salário
cebem uma capacitação mais in­ professores, acreditamos que com­ anual. Se a meta for superada, o
tensa pela equipe coordenadora. bateremos os índices de reprova­ professor pode receber até 20% do
ção, que estão crescendo muito no valor do bônus a mais. O professor
SP: Que medidas estão sendo to- Estado e que são uma tendência também será avaliado pelo critério
madas para a redução das repro- nacional na rede pública. Na 8ª de faltas. Se cumprir toda a carga,
vações na rede? série, a média de reprovação no receberá o bônus completo. Esta­
Maria Helena: Estas são a segun­ Brasil é de 20% e, em São Pau­ mos diferenciando a bonificação
da e a terceira metas da secreta­ lo, de 19%. A partir da 5ª série, o para quem ajudou ou não a esco­
ria: reduzir em 50% as faixas de aluno com 15 anos começa a tra­ la a atingir a meta. Quem ajudou
reprovação no ensino fundamental balhar, tem menos tempo para es­ mais, compareceu mais, receberá
e no ensino médio. Pusemos em tudar e falta mais. No ano passado, um bônus maior do que o que com­ “Nosso desafio é diminuir
prática em todo o Estado o progra­ a taxa de reprovação no 1º ano do pareceu menos. o número de alunos que
ma São Paulo Faz Escola, proposta ensino médio foi de 24%. estão abaixo do índice
curricular para 5ª a 8ª série e para SP: Como o governo trabalha a básico do Saresp”
o ensino médio que define conteú­ SP: Outra meta do governo é me- mudança do ensino fundamental
dos básicos de aprendizagem, o lhorar o desempenho dos alunos para nove anos?
que os alunos devem aprender em em avaliações nacionais. Como fa- Maria Helena: O Conselho Esta­
cada série e em cada disciplina. É zer isso? dual de São Paulo aprovou no iní­ pondo transformar o último ano da
um guia de orientação curricular Maria Helena: O trabalho que es­ cio do ano uma deliberação que pré­escola (crianças de 6 anos) em
direcionado aos professores e que tamos fazendo tem a ver com o normatiza o ensino fundamental de 1º ano. Ou o aluno está em escola
estabelece expectativas de apren­ conjunto de ações do governo. O nove anos em todo o Estado, tanto municipal cursando a pré­escola
dizagem dos alunos. E o programa lançamento do Idesp (Índice de de escolas da rede estadual como com 6 anos e vai ingressar no 2º
Ler e Escrever, que estipula o que Desenvolvimento da Educação do municipais, e isso começará a ano do ensino fundamental de nove
o aluno deve aprender até o fim da Estado de São Paulo) permite es­ ocorrer a partir de 2009. Como os anos. Estamos estudando também
2ª e da 4ª séries. Neste caso, há tabelecer um indicador sintético e municípios já atendem 100% das a adequação curricular. Até 2010,
material de apoio ao professor e ao um índice por escola para que a crianças com 6 anos, estamos pro­ a mudança tem de ocorrer. o
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5. FOTOS: RENATO STOCKLER
SPcapa
Meio caminho
andado
Rodoanel está com quase 40% das obras concluídas; construção do
Quase 40% do Rodoanel Mario Covas concluído. A
trecho Sul está em ritmo acelerado e sua entrega pode ser adiantada
obra, que é a mais grandiosa do Plano Diretor de De­
senvolvimento dos Transportes do governo do Estado,
está em ritmo acelerado com a construção do trecho Sul,
que se ligará ao trecho Oeste, pronto desde 2002. Quando
totalmente concluída, a rodovia contornará a região metro­
politana de São Paulo numa distância de 20 a 40 quilôme­
tros do centro da capital. Sua extensão total será de aproxi­
madamente 170 quilômetros, cruzando mais de 20 cidades
do Estado de São Paulo em trechos urbanos e rurais.
O Rodoanel é uma importante estratégia logística do Es­
tado e do país. Interligando as dez rodovias que chegam a
São Paulo, seu objetivo é eliminar o tráfego de passagem
pela capital, ou seja, os veículos, em sua maioria cami­
nhões, que precisam atravessar a cidade para chegar ao
Escavadeiras seu destino. Diariamente, chega à capital 1,1 milhão de veí­
e tratores
preparam solo culos vindos do país todo. Além de caminhões, há também
para aplicação do veículos de passagem, que não tinham necessidade de en­
asfalto em trecho
do Rodoanel trar na região urbana da cidade.
FOTOS: RENATO STOCKLER
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6. capa
O trecho Sul da rodovia terá 61,4 num ritmo acelerado e vamos tentar FERRADURA RODOVIÁRIA
Ponte na Repre- quilômetros de extensão, sendo que terminar o trecho até novembro de
sa de Guarapi- Com a antecipação da entrega do trecho “ferradura” interligando nove rodovias:
ranga. Traçado
mais de 50% do trabalho já está con- 2009”, afirma o diretor de Engenharia Sul, os trabalhos da penúltima parte do Bandeirantes, Anhangüera, Castelo Bran­
cruza represas cluído. Iniciado em maio de 2007, da Dersa e responsável pela execução Rodoanel (trecho Leste) podem começar co, Raposo Tavares, Régis Bittencourt, Imi­
em seus pontos o trecho teve um investimento total da obra, Paulo Vieira de Souza. antes do fim de 2010. grantes, Anchieta, Ayrton Senna e Dutra.
mais estreitos de 4,18 bilhões de reais. O contrato Uma das extremidades do trecho O traçado não foi definido, mas o per­ A nova pista deve desafogar o tráfego de
inicial do governo do Estado com a Sul liga o Oeste – em operação des- curso deverá ter aproximadamente 40,6 avenidas como a das Juntas Provisórias,
Desenvolvimento Rodoviário S.A. de 2002 –, no trevo da Rodovia Ré- quilômetros de extensão, cortando os mu­ Anhaia Melo, Salim Farah Maluf e Ricardo
(Dersa) previa a entrega desse trecho gis Bittencourt. A rodovia passará nicípios de Mauá, Ribeirão Pires, Suzano, Jafet, todas na zona Leste da capital.
para março de 2010, o que totaliza- por Embu, Itapecerica da Serra, São Poá, Itaquaquecetuba e Guarulhos. Seu Assim como o trecho Sul, a execução
ria 33 meses de trabalhos. Porém, o Paulo, São Bernardo, Santo André e início será na Avenida Papa João XXIII, no da obra será dividida em lotes. A Dersa
bairro de Sertãozinho, em Mauá. iniciou os estudos do traçado e a definição
governo trabalha para antecipar esse Mauá. Os trechos Oeste e Leste cana-
Juntos, os três trechos formarão uma das empresas que trabalharão.
prazo e concluir tudo antes. “Estamos lizarão os fluxos vindos do interior do
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7. capa
tRAÇADO DO tREchO sUL
Trecho concluído
Trecho em andamento
Trecho em projeto
Trecho em projeto
númEROs DO tREchO
34,7 milhões de m³
de terra movimentados
330.000 m³
de concreto moldados
146.000 m³
de pavimento de concreto
FONTES: DERSA E SECRETARIA ESTADUAL DOS TRANSPORTES
228.000 m³
de material betuminoso consumidos
no pavimento flexível
1.000 caminhões
1.000 escavadeiras,
motoscrapers, motoniveladoras e
rolos compactadores
11.000
empregos diretos
Estado para o Porto de Santos, sem cipais avenidas beneficiadas foram (veja box). “A conclusão do trecho nomia do país”, afirma o secretário.
a necessidade de utilizar o sistema Francisco Morato e Eliseu de Almei- Sul do Rodoanel e sua interligação
urbano da capital. Estima-se, dessa da. O transporte de cargas nas Mar-
Mar ao trecho Oeste vão permitir acesso Desafio de planejamento
forma, que o trecho Sul reduza em ginais também foi reduzido em 30% às sete principais rodovias que cor-
cor Para facilitar a execução da obra e
43% o movimento de caminhões na com o Rodoanel, que passa por cinco tam a região metropolitana, trazendo torná-la mais rápida, o trecho Sul foi
Marginal do Rio Pinheiros e em 37% estradas: Régis Bittencourt, Raposo resultados diretos para a diminuição dividido em cinco lotes, sendo que
na Avenida dos Bandeirantes, prin- Tavares, Castelo Branco, Anhangüera do tráfego na cidade”, afirma o secre- a construção de cada um ficou sob o
cipais acessos ao sistema Anchieta- e Bandeirantes. tário estadual dos Transportes, Mauro comando de um consórcio composto
Imigrantes, que interliga a capital às O trecho Sul passará pela Imigran- Arce. “Os caminhões que transportam por duas empresas. Nenhuma parce-
cidades do litoral. tes e pela Anchieta e terminará no cargas não terão de passar pelo cen- ria poderia concorrer à concessão de
A construção do trecho Oeste já bairro de Sertãozinho, no município tro urbano para escoar a produção. mais de um lote da obra.
aliviou o trânsito na zona Sul da ca- de Mauá, ligando-se à Avenida Jacu- É realmente uma obra emblemática, Cerca de 98% do terreno da obra
pital, principalmente no Butantã e Pêssego e às Rodovias Dutra e Ayrton não só para o governo do Estado de já está desapropriado. “Para a nego-
redondezas. Naquela região, as prin- Senna, onde começará o trecho Leste São Paulo, mas também para a eco- ciação com os proprietários das áreas,
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8. capa
ObRAs DE ARtE EspEcIAIs
foram formadas 14 equipes, sendo dez Foram criados dois
fixas na sede da Dersa e quatro itine-
rantes, que negociavam diretamente
parques às margens O trecho Sul do Rodoanel atra­ Cada pilar de sustentação
vessa dois dos principais reser­ das pontes é composto por 42
com os expropriados no local”, afirma do Rio Embu-Mirim vatórios de água da região estacas de concreto cravadas
o engenheiro Paulo de Souza. Segun- metropolitana de São Paulo, no solo da represa. O vão entre
do ele, a formação das equipes foi Guarapiranga e Billings. Em am­ eles é de 110 metros. Para le­
fundamental para desapropriar 11,13 bos, a rodovia cruza as águas vantá­los foi preciso um serviço
milhões de metros quadrados de um bosa. Porém, para agredir o mínimo em seus pontos mais estreitos. à parte. Perto das travessias fo­
A menor das travessias é ram construídas fábricas para a
total de 11,34 milhões de metros qua- possível o meio ambiente, o traçado
na Represa de Guarapiranga. produção das estacas de con­
drados até agora. “Isso permitiu o ficou menos retilíneo e ganhou 7,4 Uma ponte de 281 metros de creto, que eram transportadas
início das obras em todos os lotes”, quilômetros a mais de extensão. extensão foi construída para até o local da aplicação em bal­
afirma o diretor de Engenharia. No primeiro lote do percurso po- vencer o obstáculo. Já a Billings sas e cravadas no solo com um
De acordo com Paulo Souza, as dem-se ver as várzeas do Rio Embu- será cortada duas vezes pela gancho especial.
principais dificuldades de engenha- Mirim. “As várzeas funcionam como pista. Serão duas pontes, uma No caso da maior travessia,
ria estão nos trechos junto aos acessos um pré-filtro da água que desemboca no braço do Bororé e outra no na Represa Billings, parte da
e cruzamentos com as Rodovias An- na Represa de Guarapiranga”, diz corpo principal, com 680 me­ lâmina d’água não comportava
chieta e Imigrantes. “Tivemos muitas Barbosa. Para assegurar a preserva- tros e 1,75 mil metros, respec­ a balsa que instala as vigas.
interferências, como nos dutos da Pe- ção ambiental dessas áreas, as pistas tivamente. A última é conside­ Por isso, foi necessário asso­
trobras, Comgás, Sabesp e Eletropau- foram separadas criando dois par- par rada pelos engenheiros como rear cerca de 600 metros da
lo, e a conjugação com a operação de um dos principais desafios da represa para instalar os pilares
ques, o Embu e o Itapecerica.
obra inteira. corretamente.
tráfego existente naquelas rodovias. Alguns quilômetros depois, o Ro-
Até as cabines de pedágio na Anchie- doanel cruza a Represa de Guara-
ta precisaram ser mudadas de lugar piranga em seu ponto mais estreito.
Operários
trabalham para a criação dos acessos”, diz o en- Para vencer uma travessia de 90 me-
na ponte genheiro Souza. tros, foi necessária uma ponte de 281
máquina crava
da rodovia Para acompanhar o andamento fí- metros. A travessia não se aproxima no solo da
sico das obras de cada um dos lotes, do Parque do Embu-Guaçu, localiza- represa estacas
foram elaboradas planilhas de contro- do mais ao sul e a 12 quilômetros da de concreto que
servirão de
le do avanço físico. Sobrevoando toda captação de água da Companhia de sustentação
VEGEtAÇãO sERÁ REpLAntADA a área que está sendo construída, o Saneamento Básico do Estado de São para as pontes
O trecho Sul do Rodoanel Mario Covas é uma obra feita na base
que se vê em boa parte do trecho são Paulo (Sabesp).
da compensação ambiental. A mesma quantidade de vegetação pedaços de mata fechada margeando O trajeto segue passando pelo Re-
retirada foi replantada nas chamadas unidades de conversação as pistas. O objetivo era criar o me- servatório Billings por meio de duas
espalhadas ao longo do trecho. São elas: Jaceguava, com 315 nor impacto possível em toda a região pontes, uma no braço do Bororé e ou-
hectares e 12,4 milhões de reais de investimentos; Varginha, que as pistas atravessam. tra no corpo principal da represa.
com 300 hectares e 12,1 milhões de reais em recursos; Itaim, O traçado do trecho Sul foi desen- Dessa forma, quase todo o trecho
também com 300 hectares e 10,1 milhões de reais; e a unidade volvido a partir do Estudo de Impacto Sul do Rodoanel atravessa a região de
de conservação Bororé, com área de 285 hectares e 7,4 milhões Ambiental e respectivo Relatório de mananciais. Uma das grandes preo-
de reais. Impactos Ambientais (EIA-Rima). cupações dos executores das obras foi
Estima­se que a obra supra 212 hectares de vegetação. O “Se fossem levados em conta ape- a possibilidade de a rodovia induzir
plantio compensatório prevê 5.448 árvores nativas da própria
nas os aspectos de engenharia de à ocupação irregular nas redondezas
Mata Atlântica. Também serão feitos três parques lineares, com
área total de 1.098 hectares, em implementação às margens do
rodovias, o trecho teria cerca de 54 da estrada. “Por isso, o motorista só
traçado previsto. quilômetros”, diz o assessor de Meio tem acesso à pista nos cruzamentos
Ambiente da Dersa, Marcelo Bar- Bar com o sistema Anchieta-Imigrantes.
16 SPnotícias setembro 2008 2008 setembro SPnotícias 17

9. capa
IntEGRAÇãO VIÁRIA pREsERVAÇãO DA
FAUnA E DA FLORA
O Rodoanel Mario Covas faz parte de um
conjunto de investimentos do governo do
Estado que visa melhorar as condições
do trânsito na região metropolitana de
São Paulo. As obras estão concentradas
nas principais saídas da capital para as
estradas: Marginais Tietê e Pinheiros e
Avenidas dos Bandeirantes e Roberto
Marinho.
Na Marginal Tietê estão previstos o
alargamento da pista local de três para
quatro faixas, a construção de uma pista
auxiliar sob as pontes e novas alças de
acesso às rodovias que saem dela. A Mar­
ginal do Tietê é um dos principais corre­
dores viários da cidade, cujo movimento
chega a 1,2 milhão de viagens em dias
úteis. Atualmente, sua infra­estrutura é
insuficiente para comportar esse número, Animais e
o que causa engarrafamentos. A Secre­ plantas raras
encontradas no
taria Estadual dos Transportes estima que caminho, como a
a Marginal seja responsável por cerca de bromélia Tilandsia
25% do total de congestionamentos me­ linearis (ao lado)
didos na cidade.
Bandeirantes O Rodoanel Mario Covas é uma obra feita à base de
A Avenida dos Bandeirantes, na zona Sul compensação ambiental. A mesma quantidade de
da capital, receberá duas novas faixas à vegetação retirada para as obras foi replantada nas
esquerda, junto ao canteiro central das chamadas unidades de conservação espalhadas ao
pistas. Hoje, a via está saturada, com longo do trecho Sul, em Jaceguava, Varginha, Itaim
congestionamentos diários. A Avenida e Bororé.
Roberto Marinho será prolongada em O cuidado em não agredir o meio ambiente é
aproximadamente 4,5 quilômetros. O ob­ O resto da rodovia é todo fechado. especial. Nas regiões onde existem animais fo- tão grande que foram criadas equipes especiais
jetivo é realizar sua interligação com as Rodovia passa Além de não dar acesso, também não ram construídas passagens abaixo do nível da de resgate da fauna e da flora para acompanhar a
Rodovias dos Imigrantes e Anchieta e, ao lado de evolução da obra. A função dessas equipes é res­
empresa na permitirá atividades lindeiras”, afir- pista – são as passagens-padrão. Têm 3 metros
conseqüentemente, com o trecho Sul do gatar qualquer tipo de vida que esteja no caminho
Rodoanel. Anchieta ma Marcelo Barbosa, da Dersa. Isso de altura por 3 de largura e servem para a tra-
da rodovia. Segundo os executores da obra, foram
Outra forma de desafogar o trânsito é funciona como uma barreira à ocu- vessia dos bichos. “Eles são direcionados para
recuperadas dezenas de animais como bichos­
o investimento no transporte ferroviário. pação desordenada e previne a de- essas passagens por meio de alambrados. Não há preguiça, esquilos e aves. Os animais feridos re­
O Ferroanel possibilitará o fechamento gradação do manancial que abastece o risco de cruzarem a pista”, afirma Barbosa. ceberam tratamento e foram soltos novamente no
completo de um anel ferroviário em torno parte do Grande ABC e da capital. Para garantir o menor impacto possível após ambiente.
da região metropolitana de São Paulo por Após cruzar com a Anchieta, o tra- a execução da obra, foi fechado um contrato No trabalho, as equipes descobriram exemplares
meio de duas conexões ferroviárias: uma çado prossegue em direção a Mauá, com o Museu de Zoologia da Universidade de da bromélia Tilandsia linearis, considerada extinta há
ao norte e a outra ao sul, conectando as margeando o braço do Rio Grande, São Paulo (USP), que, por sua vez, tem equipes mais de 40 anos. A planta foi encontrada no lote 5
malhas Leste e Oeste já existentes. ainda na Represa Billings. A fauna que apresentam dados semanais sobre a situa- do Rodoanel, no município de Embu.
existente no trecho recebeu atenção ção da fauna existente da região. o
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10. SP tietê
projeto
84% do esgoto
com cinco ETEs, sendo três resultado direto truídos novos interceptores e redes coletoras de
do Projeto Tietê. São as unidades São Miguel, esgoto. Também serão ampliadas e construídas
ABC e Parque Novo Mundo, erguidas durante novas ETEs, como as de Francisco Morato,
os sete anos da primeira fase dos trabalhos de Franco da Rocha e Caieiras, cidades que não
coletado até 2009
melhoramento ambiental, iniciada em 1992. conseguem utilizar as estações já existentes
“As obras da segunda etapa foram divididas devido à topografia e à distância entre esses
em dois blocos. No primeiro, já concluído, hou­ municípios e as unidades de tratamento.
ve concentração de esforços na Bacia do Rio “A terceira etapa do projeto segue com o ob­
Segunda fase do Projeto Tietê termina no fim do ano com 70% Pinheiros. Construímos 28 quilômetros de in­ jetivo de recuperar os recursos hídricos e me­
dos dejetos da região metropolitana de São Paulo tratados terceptores nas duas margens do rio para drenar lhorar a qualidade ambiental da Bacia do Alto
o esgoto e levá­lo até a ETE Barueri, que teve a Tietê. Para isso vamos seguir trabalhando na
capacidade ampliada ainda na primeira fase”, ampliação do atendimento em coleta e em tra­
A segunda etapa do Projeto Tietê entra deixarão de ser despejados in natura no Tietê e explica a gerente do Departamento de Planeja­ tamento de esgotos. A meta é passar os índices
na reta final nos últimos quatro meses do em mananciais da Represa Billings também se­ mento e Controle da Sabesp, Andréa Ferreira. de atendimento para 88% e 80%, respectiva­
ano. No início de 2009, quando a fase rão elevados, passando de de 62% para 70%. “Tivemos atuação forte na Billings também. mente”, afirma a secretária de Saneamento e
número dois de recuperação do maior rio do Com a segunda etapa do projeto concluída, o Instalamos redes coletoras em boa parte da re­ Energia do Estado, Dilma Pena.
Estado de São Paulo estiver totalmente finali­ volume que chega para tratamento nas estações gião e construímos 48 pequenas estações ele­ As obras melhorarão sensivelmente a quali­
zada, os índices de coleta de esgoto da região de tratamento de esgoto (ETEs) será de 16 mil vatórias na margem do manancial para livrá­lo dade das águas e de vida em municípios peri­
metropolitana de São Paulo saltarão dos atuais litros por segundo. No início do programa, eram do esgoto”, diz Andréa. féricos e mais pobres, como Jandira, Francisco
80% – média alcançada com a primeira etapa 4 mil litros por segundo. Ainda no próximo ano, o governo vai iniciar Morato, Itapevi, Franco da Rocha e região. Con­
do projeto – para 84%. Os níveis de dejetos que A região metropolitana de São Paulo conta a terceira etapa do projeto, quando serão cons­ forme a secretária de Saneamento, na terceira
A trAjetóriA do projeto tietê
1992 1992-1998 u Também foram feitos 1,5 mil 1998 2002- 2008 2009-2015
Uma manifestação popular O governo construiu as Estações quilômetros de novas redes coleto- Foi concluída a primeira etapa do Em sete anos, foram construídos 36 A partir do segundo semestre do
seguida de um abaixo-assinado de Tratamento de Esgoto (ETEs) ras de esgoto, 315 quilômetros de Projeto Tietê. Os resultados ime- quilômetros de interceptores, 110 ano que vem, começam as obras da
com mais de 1,2 milhão de as- São Miguel, Parque Novo Mundo coletores-tronco, 37 quilômetros diatos foram a diminuição da carga quilômetros de coletores-tronco, 1,2 terceira fase do projeto, que melho-
sinaturas pedia a despoluição do e ABC, e ampliou a ETE de interceptores e 250 mil ligações poluidora das águas em um trecho mil quilômetros de redes coletoras rará principalmente as condições
Rio Tietê. O governo do Estado Barueri. As obras aumentaram a residenciais. Tudo isso fez alavancar de 120 quilômetros de rio e o res- e 290 mil ligações domiciliares. Até de vida e ambientais do municípios
idealizou e começou a primeira capacidade de tratamento de os índices de coleta de esgoto, que surgimento de peixes no curso do o início do ano que vem, quando periféricos da Grande São Paulo
etapa do maior programa de esgoto na região metropolitana passaram de 70% para 80% – sem Tietê pelas cidades de Salto e Itu. a segunda fase do projeto for com a construção de três ETEs –
saneamento ambiental do país: em 9,5 mil litros por segundo. contar os indicadores de tratamen- concluída, serão entregues mais em Francisco Morato, Franco da
o Projeto Tietê. to, que foram de 24% para 62%. 2000 500 quilômetros de tubulações, Rocha e Caieiras.
O Emissário Pinheiros–Leopoldina aproximadamente.
começa a funcionar, beneficiando
mais de 3 milhões de pessoas.
IlustraçÕEs: sErI
FONtE: sabEsp
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11. projeto tietê
do ano. Todo o esgoto da cidade será enviado ao
coletor­tronco e mandado para a ETE ABC. ÍndiceS de pAÍSeS europeuS
Nas ETEs, todos os componentes poluido­ Depois do Projeto Tietê, a cidade de São Paulo terá
res são separados da água antes de retornar ao índices de saneamento semelhantes aos países eu-
meio ambiente. O esgoto bruto que chega às es­ ropeus. No fim da segunda etapa, sozinho, o mu-
tações passa por diversas etapas de tratamento, nicípio terá 97% de esgoto coletado e 74% de trata-
que ocorre em duas fases, a sólida e a líquida. mento dos dejetos.
Comparando os dados do Sistema Nacional de
Sacolas no rio Informações de Saneamento (SNIS) com os do
A população tem ainda papel fundamental quan­ órgão europeu The European Water Industry, a capi-
do o assunto é o lixo descartado de maneira er­ tal paulista apresentará índices de coleta e tratamen-
rada. Cerca de 35% da poluição acumulada na to de esgoto similares à Europa. A coleta de esgoto
na capital terá o mesmo percentual de países como
Bacia do Rio Tietê não vem de redes de esgoto,
inveStimentoS mas sim do material jogado nas ruas. Todos os Itália (80%) e Espanha (80%). Quanto ao tratamento
Vista aérea da do esgoto coletado, São Paulo estará à frente da Es-
dias, as águas do Tietê recebem toneladas de
DIVulGaçÃO
primeira fase ete parque panha, que atende 59% da população. Reino Unido
1992 a 1998
novo mundo sacolas plásticas, garrafas, latas e outros tipos e Alemanha apresentam os melhores índices de co-
Nessa etapa do Projeto Tietê foram in- de lixo abandonados por moradores da região leta e tratamento de esgoto.
vestidos US$ 1,1 bilhão, sendo US$ 450 metropolitana de São Paulo. Se não houver mu­
milhões provenientes do Banco Inte- dança de atitude, a situação permanecerá crí­
ramericano de Desenvolvimento (BID), etapa serão construídos ainda alguns coletores tica e, em 2015, esse lixo deverá dobrar, repre­
US$ 550 milhões de recursos próprios da em Santo André, na região do Grande ABC. sentando nada menos do que 65% da sujeira Com o Projeto Tietê, o governo do Estado
Sabesp e mais US$ 100 milhões da Caixa A meta é realizar a terceira fase do projeto despejada diariamente na bacia. constitui uma estratégia de saneamento am­
Econômica Federal (CEF). em seis anos (de 2009 a 2015) e, na seqüência, O Projeto Tietê é de fundamental importân­ biental para a região metropolitana como um
consolidar os trabalhos para a quarta etapa. cia para a política de saneamento do Estado todo, já que o planejamento urbano das cidades
Segunda fase O Projeto Tietê depende de ações integradas de São Paulo, que visa recuperar os recursos e sua configuração geográfica inviabilizavam,
2002-2008
com as prefeituras. “Temos acordos com a maior hídricos da região metropolitana, em especial à primeira vista, a resolução do problema de
Foram investidos US$ 400 milhões, sendo
US$ 200 milhões financiados pelo BID e
parte dos municípios que não são gerenciados os da Bacia do Alto Tietê, formada pelo Rio coleta e tratamento de esgotos de forma con­
US$ 200 milhões em recursos próprios da pela Sabesp para a construção dos coletores Tietê e seus afluentes Pinheiros, Aricanduva, junta. As ações do projeto permitiram tratar o
Sabesp com o apoio do Banco Nacional principais. Por esse motivo, a Sabesp realizará Pirajuçara, Baquirivu­Guaçu, Jacu, Itaquera, problema integradamente, porque os impactos
de Desenvolvimento Econômico e Social na terceira etapa as obras de alguns coletores Tamanduateí, Cotia e Cabuçu de Cima. se refletem em todos os municípios. o
(BNDES). O valor é inferior ao US$ 1,1 em Santo André (onde o abastecimento de água
bilhão investido durante a primeira etapa e o tratamento de esgoto são de responsabilida-
porque naquela fase foram construídas as de do Semasa)”, explica Dilma Pena. o cAminho do eSgoto
estações de tratamento de esgoto, cujo Porém, a secretária diz que algumas cida­
custo é bastante elevado. des, como Diadema e Guarulhos, não fecharam
acordos com a Sabesp e, por isso, deverão cus­
terceira fase tear seus próprios coletores e interceptores se
2009-2015
desejarem se conectar ao sistema de tratamento
A idéia é investir US$ 800 milhões com
apoio do BID para ampliar e avançar no
de esgotos da Sabesp.
atendimento de coleta, afastamento e Um dos poucos exemplos de tratamento de
tratamento de esgoto, com o foco na Ba- 100% de esgoto no Estado de São Paulo é o 1 Os dejetos saem 2 Essas redes encami- 4 Na estação de trata-
cia do Alto Tietê, melhorando a qualidade município de São Caetano do Sul, no Gran­ dos domicílios e são nham o material para o 3 O coletor-tronco mento, o esgoto in natura
enviados a redes coletor-tronco, que manda o esgoto é tratado e a água, enviada
das águas de toda a região metropolitana de ABC. O Departamento de Água e Esgoto coletoras de esgoto normalmente segue para as ETEs para o rio. Parte é utilizada
de São Paulo. (DAE) da cidade promete coletar a totalidade instaladas nas ruas paralelo ao curso do rio como água de reúso
de dejetos produzidos no município até o fim
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12. SPpiscinões
Todos os piscinões da região dos na região metropolitana de São
43 piscinões contra
fotos: renato stockler
metropolitana de São Paulo re­ Paulo, 24 pelo governo do Estado.
pletos são capazes de encher Dezessete estão no Grande ABC, na
um Rio Tietê. Juntos, os reservatórios Bacia do Rio Tamanduateí, uma das
as enchentes
comportam 4,1 milhões de litros de regiões mais castigadas pelas cheias
água. Mesmo volume existente nos até a década de 90. Os outros foram
41 quilômetros do Rio Tietê, no tre­ construídos na Bacia do Pirajuçara,
cho urbano da capital. na região de Embu, e na Bacia do Ri­
Há dez anos, o Estado lançou o beirão Vermelho, em Osasco.
Governo revê Plano de Macrodrenagem da região Plano Diretor de Macrodrenagem da Desde então, o governo investiu
metropolitana de São Paulo e inicia projetos Região Metropolitana do Alto Tietê, 230 milhões de reais. Agora, lança
semelhantes em cidades do interior do Estado para reduzir as constantes enchen­ licitação para contratar uma empresa
tes. Foram 43 piscinões construí­ que fará a revisão do plano de 1998.
Piscinão Sharp,
Campo Limpo,
na zona Sul da
capital, com
capacidade
de armazenar
500 mil m3
24 SPnotícias setembro 2008 2008 setembro SPnotícias 25

13. piscinões
BaCia do TaMaNdUaTEÍ
Mercedes Paulicéia Antigo AM-3 Sônia Maria
Volume: 380.000 m3 Volume: 120.000 m3 Volume: 120.000 m3
São Caetano Inaugurado em ago/2004
Inaugurado em 4/mar/2005 Inaugurado em jul/1999
Volume: 235.166 m3
Inaugurado em out/2005 Oratório
Ford Volume: 320.000 m3 Petrobras
Volume: 340.000 m3 Inaugurado em 11/abr/2007
Volume: 800.000 m3
Inaugurado em 11/abr/2007 Inaugurado em jul/2002
Ford Fábrica
Volume: 80.000 m3 Carumbé
Em obras Volume: 105.000 m3
Taboão Inaugurado em jul/2002
Volume: 180.000 m3
Em obras
Ecovias/Imigrantes
Ribe
Volume: 120.000 m3
Inaugurado em dez/2001
irão
Mercedes Diadema
dos
Volume: 140.000 m3
Cour
Inaugurado em mar/2003
o
Casa Grande
s
Paço Municipal
Volume: 85.000 m3 Volume: 136.000 m3
Inaugurado em jul/1999 Inaugurado em jun/1999
fonte: DePartaMento De ÁGUas e enerGIa elÉtrIca (Daee)
Vila Rosa
Volume: 113.450 m3
Inaugurado em jul/1999
LEGENDA
Capitão Casa
Volume: 50.000 m3 Reservatório construído pela
Inaugurado em out/2000 prefeitura (SBC)
Bombeiros
Reservatório licitado
Volks/Demarchi Volume: 34.000 m3
Inaugurado em jul/1999 Reservatório construído
Volume: 170.000 m3
Tietê
Inaugurado em abr/2003 Reservatório em obras
Chrysler Canarinho Reservatório com projeto
executivo concluído
RIO TAMANDUATEÍ
Volume: 190.000 m3 Volume: 95.000 m3
Inaugurado em dez/2001 Inaugurado em mar/1999 Divisor de bacia
Área de retenção
10 aNoS do PLaNo O objetivo é verificar as necessidades uma estratégia de gestão das águas
dE drENagEM
reais em função da atual situação, le­ nos afluentes do Rio Tietê no trecho
Foram construídos vando em consideração que algumas urbano. “Na cidade de São Paulo, o
24 piscinões com verba do Estado das áreas indicadas na época para a Rio Tietê ainda não é caudaloso, é
n 17 no Grande ABC construção de reservatórios não estão um rio estreito e de cabeceira. Não
n 5 piscinões no Córrego
mais disponíveis. comportava a quantidade de água
Pirajuçara. Atendem aos municí- “O plano não se limita só à cons­ que vinha dos afluentes”, explica a
pios de São Paulo, Taboão da
trução de piscinões. Fizemos tam­ secretária Dilma.
Serra e Embu
n 2 na Bacia do Ribeirão Vermelho.
bém o rebaixamento da calha do Rio Com a impermeabilização do solo
Atendem aos municípios de São Tietê, o que colaborou para dar mais e os cursos dos rios e córregos mais
Paulo e Osasco vazão às águas”, explica a secretária retilíneos, fica cada vez mais difícil
Investimento: R$ 230 milhões de Saneamento e Energia, Dilma Seli conter a velocidade das águas. “A
Capacidade: 4,1 milhões Pena. Segundo ela, o Plano de Ma­ ocupação urbana foi feita de forma
de litros de água crodrenagem, que ainda hoje serve aleatória e, para evitar as enchentes,
de base para as ações do governo, foi foi preciso pensar num plano macro,
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14. piscinões
BaCia do PirajUçara BaCia do riBEirão VErMELho
Portuguesinha Eliseu de Almeida Pirituba/Jaraguá
Jd. Helena Maria
Volume: 120.000 m3 Volume:113.000 m3 Volume: 150.000 m3
Inaugurado em out/2003 Inaugurado em out/2004 Volume: 73.000 m3
Bonança Anhangüera
Volume: 62.000 m3 Volume: 100.000 m3
Inaugurado em abr/2007 Em obras
Rochdale Canal
Volume: 25.000 m3 1.000 m
Inaugurado em abr/2007 Inaugurado em jun/2007
Túnel
Jardim Piratininga 400 m
Sharp Volume: 100.000 m3 Inaugurado em jun/2007
Volume previsto: 500.000 m3
fonte: DePartaMento De ÁGUas e enerGIa elÉtrIca (Daee)
fonte: DePartaMento De ÁGUas e enerGIa elÉtrIca (Daee)
Em obras
LEGENDA
Reservatório previsto Osasco
Olaria
RIB
EIR LEGENDA
Nova República ÃO
Volume previsto: 80.000 m3 Tietê Reservatório em operação VE
R M
Volume: 110.000 m3 Em licitação UÇAR
A
EL
HO
Tietê Reservatório em operação
Inaugurado em set/2001 CÓRR
EGO
PIRAJ
Reservatório em obras
Parque dos Pinheiros Embu Taboão Reservatório em obras
da Serra Reservatório com projeto
CPTM/Jd. Maria Sampaio Volume: 117.000 m3 executivo concluído Limite da bacia hidrográfica
Volume: 120.000 m3 Inaugurado em jul/2000 do Córrego Pirajuçara
Limite da bacia hidrográfica
Inaugurado em jun/2004 do Córrego Pirajuçara Reservatório previsto
no plano
que ultrapassa os limites dos municí­ to nas regiões mais críticas, na che­ TraBaLhoS CoNTra aS ENChENTES
pios”, diz Dilma. gada dos principais afluentes, Rios
O superintendente do Departa– Tamanduateí e Cabuçu de Cima e obras concluídas n Piscinão Taboão (São Bernardo do Campo)
mento de Águas e Energia Elétri­ Córrego Pirajuçara”, explica. Um in­ n Construção de novas pontes nas Avenidas Almirante n Piscinão Ford Fábrica (São Bernardo do Campo)
Dellamare e Presidente Wilson (São Caetano do Sul) n Piscinão Anhangüera (Bacia do Ribeirão
ca (Daee), Ubirajara Tannuri Felix, vestimento de 27,2 milhões de reais. Vermelho)
n Limpeza, desassoreamento e aumento da vazão do
acompanhou todo o processo nesses No interior do Estado, o superin­ Ribeirão dos Meninos (São Caetano do Sul) n Canalização de 2,5 quilômetros do Córrego Taboão
dez anos e diz que os trabalhos conti­ tendente destaca que o Daee começa n Canalização de 1,4 mil metros do Ribeirão Vermelho (divisa São Bernardo do Campo-Diadema)
nuam. Em agosto, foi autorizada a li­ a realizar planos de macrodrenagem n Construção da Ponte Fazenda da Juta sobre o Cór- n Limpeza e desassoreamento do Rio Cabuçu de Cima
beração de 6,6 milhões de reais para para que as administrações muni­ rego do Oratório (ligação São Paulo–Santo André) (divisa São Paulo-Guarulhos)
a limpeza de todos os piscinões loca­ cipais ponham em prática. Alguns n Limpeza, desassoreamento e manutenção da calha n Limpeza dos reservatórios do ABC
fonte: DePartaMento De ÁGUas e enerGIa elÉtrIca (Daee)
lizados no Grande ABC. Manutenção que já foram concluídos são os de do Rio Tietê (na zona Leste e no braço morto em Investimento: R$ 80,6 milhões
fundamental para que os reservató­ Mococa, Itupeva e Ribeirão Preto, Osasco) e do Córrego Poá (Taboão da Serra)
n Construção de ponte sobre o Córrego Oratório Em licitação
rios funcionem corretamente e que, e o Daee começa a fazer o plano de
(divisa Santo André-São Paulo) n Projeto executivo de construção dos piscinões
em princípio, deveria ser feita pelas Paraguaçu Paulista.
n Recuperação do piscinão Petrobras (Mauá) Jaboticabal, na Bacia do Ribeirão dos Meninos
administrações municipais. “Agora que os problemas da re­
Investimento: R$ 64,8 milhões (divisa de São Caetano do Sul e São Paulo),
Uma licitação foi lançada também gião metropolitana de São Paulo e Olaria, na Bacia do Pirajuçara (Taboão da Serra)
no mês passado para a limpeza dos estão sendo solucionados, o interior obras em andamento n Canalização de 4,4 quilômetros do Ribeirão Ver-
41 quilômetros do Rio Tietê em toda começa a ganhar planos semelhan­ Construção de quatro reservatórios: melho (na divisa São Paulo-Osasco)
a área urbana de São Paulo. “Vamos tes”, finaliza o superintendente do n Piscinão Sharp (Córrego Pirajuçara, Taboão da Serra) n Limpeza de 42 córregos da capital
fazer um trabalho de desassoreamen­ departamento Ubirajara. o
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