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RESUMO
Os trabalhadores, de modo geral, necessitam, em seu local
de trabalho, de momentos em que possam falar e trocar
idéias sobre o seu processo saúde-doença. As empresas
que investem neste momento ganham na motivação, no
envolvimento, no compromisso de seus trabalhadores, o
que irá refletir diretamente na produtividade. Baseados
nisso, e a partir de um convite para irmos aferir a pressão
arterial dos trabalhadores de uma empresa responsável pela
venda e manutenção de automóveis, de março a setembro
de 2006, iniciamos um trabalho de educação em saúde
nesta empresa. Este trabalho é um relato dessa experiên-
cia com estes trabalhadores, com o objetivo de contribuir
para a prevenção de doenças e estimular a promoção da
saúde dos trabalhadores. Assim, através de uma equipe de
trabalho composta por cinco alunas do sétimo período do
curso de graduação da Faculdade de Enfermagem da Uni-
versidade Federal de Juiz de Fora (FACENF/UFJF) sob
a supervisão de uma docente especialista na área de saúde
do trabalhador, foi possível desenvolver uma experiência
significativa que acreditamos ter contribuído de maneira
efetiva na construção de uma atenção diferenciada para o
trabalhador, enfatizando e estimulando o exercício de uma
vida laboral saudável e produtiva.
Palavras-chave: Educação. Saúde do Trabalhador.
Promoção da Saúde
1
	 Acadêmicas do 9º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora
2
	 Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, Professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora End. Avenida dos Andradas, 379 apto
704 - Juiz de Fora, telefone: 32361808.E-mail: rmgreco@powerline.com.br
ABSTRACT
Employees need to spend some of their working time
exchanging views about the health-disease process. Com-
panies which allow for this to happen have greater pro-
ductivity owing to enhanced motivation, involvement and
responsibility. Following a request to investigate the blood
pressure status of the staff of a car sales and maintenance
organization, we developed a health education program
from March to September 2006. We report our experience
with the employees, towards health promotion and disease
prevention. Five nursing undergraduates (seventh period)
from the Nursing School of the Juiz de Fora Federal Uni-
versity, supervised by a professor specialized in laborers`
health, led the employees towards healthy and productive
working practices.
Key word: Education. Occupational Health. Health
Promotion.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM TRABALHADORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
Health education for workers: a case report
Amanda Assis Gonçalves1
; Danila Batista1
; Luciana Abreu Miranda1
; Renata Odete de Azevedo Souza1
;
Suellen Müller Santos1
; Rosângela Maria Greco2
Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008
Amanda Assis Gonçalves; Danila Batista; Luciana Abreu Miranda; Renata Odete de Azevedo Souza; Suellen Müller Santos; Rosângela Maria Greco
474
Introdução
Na nossa sociedade, que está organizada sob o modo
capitalista de produção, o trabalho é, ao mesmo tempo,
valor de uso e valor de troca - “é mágico porque é duplo,
carrega em si a maldição da mercadoria, a fantasmagoria do
dinheiro: de um lado, aparece como valor de uso, realizador
de produtos capazes de atender necessidades humanas, de
outro, como valor de troca, pago por salário, criador de
mercadoria, e ele mesmo é uma mercadoria no mercado”
(CODO et al., 1998 p.97).
Ao se compreender o trabalho como sendo o eixo em
torno do qual se organiza a vida, pois é através da inserção
do homem no trabalho que ele se reproduz socialmente -
reprodução social entendida como produção e consumo - o
trabalho passa a ser detentor de uma dupla possibilidade
podendo vir a ser uma fonte de realização, satisfação, pra-
zer e estruturação da identidade dos sujeitos, mas também
podendo ser nocivo e patogênico levando ao adoecimento
e até à morte (FACCHINI, 1994).
Em sua relação com o processo saúde-doença, o tra-
balho pode ser útil, criador de valores de uso, sendo um
estímulo no desenvolvimento das capacidades físicas e
mentais, sendo um produtor de saúde. Em contrapartida,
o trabalho excessivo, que não possibilita a recuperação
do desgaste com descanso e lazer, debilita o organismo, a
mente, podendo gerar doença (GARCIA, 1989).
O estudo e a preocupação com os ambientes de trabalho
e sua influência no processo saúde-doença dos trabalha-
dores não são recentes e, com a evolução histórica das
sociedades, as formas de apreender e de se lidar com a
relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores foram
se modificando e, do conceito de Medicina do Trabalho,
ampliou-se para o de Saúde Ocupacional, até chegarmos
nos dias de hoje na concepção de Saúde do Trabalhador.
Tudo começou na Inglaterra, em meados do século
XIX, com a crise do sistema feudal e a Revolução In-
dustrial que geraram uma mudança econômica e social
consolidando o modo de produção capitalista que, dentre
outros fenômenos, se caracteriza pela perda do domínio dos
meios de produção pelos trabalhadores, a substituição das
ferramentas manuais pelas máquinas e da energia humana
pela mecânica (ARRUDA, 1991).
É nesse cenário, como resultado do incremento da
produção, e consequentemente maior exploração da classe
trabalhadora, que surgiu a necessidade da criação de servi-
ços médicos que assistissem os trabalhadores, pois a espo-
liação da vida operária colocava em perigo a reprodução da
força de trabalho e, com esses serviços, surge a Medicina
do Trabalho cuja preocupação com a saúde e doença dos
trabalhadores era restrita ao interior das fábricas (PARME-
GGIANI, 1988; LAURELL; NORIEGA, 1989).
Após a Segunda Guerra Mundial, nos países indus-
trializados, ocorrem transformações sociais, econômicas
e políticas e, mais particularmente, o desenvolvimento de
uma nova tecnologia industrial, de novos equipamentos, de
novos processos industriais e a síntese de novos produtos
químicos (MENDES; DIAS, 1991).
Essas transformações influenciam os serviços médicos
que assistem os trabalhadores, que passam a se preocupar
não só com a prevenção dos riscos à saúde do trabalhador
do ambiente geral como também com a prevenção dos
riscos decorrentes da atividade profissional, do transporte
de produtos, do uso, venda e destino de produtos peri-
gosos, surgindo assim a Saúde Ocupacional que, como
enfatiza Colacioppo (1989: p.73), é “uma ciência voltada à
prevenção dos riscos à saúde do trabalhador oriundos do
ambiente geral e principalmente do ambiente ou atividade
profissional” e, portanto “necessita para atingir seu objetivo
da participação de várias outras ciências”.
No final da década de 60 e início dos anos 70, em
meio a uma crise social, econômica e política, frente a
um questionamento geral da organização capitalista do
trabalho, que intensificou o progressivo surgimento de
doenças como o câncer, as doenças cardiovasculares, as
intoxicações, os acidentes e violências e as manifestações
crônicas do desgaste dos trabalhadores, a compreensão da
relação entre o trabalho e a saúde se modifica, surgindo
então a Saúde do Trabalhador, que considera o trabalho
como uma categoria social e não apenas decorrente de
risco ambiental e o processo saúde-doença do trabalhador
como expressão do processo de exploração capitalista
(LAURELL; NORIEGA, 1989).
Na concepção de Saúde do Trabalhador, o ambiente de
trabalho é resultado do modo de organização do processo
de produção e do processo de trabalho.
Assim, hoje, a Saúde do Trabalhador é uma área da
Saúde Pública que visa intervir nas relações entre o trabalho
e a saúde, promovendo e protegendo a saúde dos trabalha-
dores através das ações de vigilância dos riscos presentes
nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde
do trabalhador e da organização e prestação da assistência
aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de
diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada,
no SUS, estando incluída e perpassando por todas essas
ações a educação em saúde (BRASIL, 2001).
Os trabalhadores de modo geral necessitam em seu local
de trabalho de momentos em que possam falar e trocar
Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM TRABALHADORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
475
idéias sobre o seu processo saúde-doença. As empresas
que investem neste momento ganham na motivação, no
envolvimento, no compromisso de seus trabalhadores o
que irá refletir diretamente na produtividade.
Assim é que surgiu a proposta de desenvolvermos, junto
aos trabalhadores de uma empresa de venda e manutenção
de automóveis, um trabalho educativo, visando contribuir
para a prevenção de doenças e estimular a promoção da
saúde dos trabalhadores.
Desenvolvimento
Esta nossa experiência foi desenvolvida de março a
setembro de 2006 e teve início a partir de um convite para
irmos aferir a pressão arterial dos trabalhadores de uma
empresa de venda e manutenção de veículos, pois estes
trabalhadores demonstravam uma preocupação em relação
a sua saúde.
Assim, formamos uma equipe de trabalho composta
por cinco alunas do sétimo período do curso de graduação
da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de
Juiz de Fora (FACENF/UFJF) sob a supervisão de uma
docente especialista na área de saúde do trabalhador.
Quando começamos a conversar com os profissionais
responsáveis pelos recursos humanos, percebemos que seria
necessário fazermos algo a mais por estes trabalhadores.
Além disso, questionávamos nossa ida até esta ins-
tituição para realizarmos apenas uma aferição de PA,
pois, baseados em conhecimentos científicos, sabíamos
que em relação ao diagnóstico e controle da hipertensão
arterial, este procedimento, feito desta forma, não seria o
adequado.
Foi então que surgiu a idéia de desenvolvermos um
trabalho de educação, discutindo a promoção da saúde e a
prevenção das doenças.
Quando pensamos em realizar ações educativas com os
trabalhadores, foi no sentido de compartilharmos saberes e
conhecimentos, pois conforme Pereira (2005), as práticas
de ensino aprendizagem devem ser desenvolvidas com a
finalidade de debater e promover a tomada de decisão em
relação a atitudes e práticas de saúde, através da reflexão
crítica de todos os envolvidos.
Como processo metodológico, seguimos algumas
etapas: conhecimento da empresa, levantamento da rea-
lidade dos trabalhadores e de temas a serem trabalhados,
sistematização dos dados colhidos, preparo e discussão dos
temas a serem discutidos nos encontros, implementação
do processo educativo.
Este processo se justifica, pois, segundo Pereira (2005)
citando Freire (1993), a metodologia da prática educativa
deve ser coerente com os objetivos e, assim como nossa
proposta era refletir sobre as condições de saúde e doença
no trabalho, visando contribuir para a prevenção de doen-
ças e estimular a promoção da saúde dos trabalhadores, seria
incoerente e pouco eficaz não considerarmos a realidade
por eles vivida e os conhecimentos já existentes.
Para conhecimento da empresa e dos trabalhadores,
surgiu a necessidade de levantarmos alguns dados de ca-
racterização como faixa etária, gênero, nível de instrução
e função na empresa.
A partir disso, identificamos que havia 80 trabalhado-
res de ambos os sexos, com predominância de homens; a
faixa etária variava de 22 a 70 anos, sendo em sua maioria
adultos jovens; o nível de instrução era diversificado sendo
que a maior parte possuía o ensino médio; e, em relação
à função na empresa, contávamos com funcionários do
setor de montagem e manutenção de veículos, do setor
administrativo e com vendedores.
Como já havia uma preocupação em relação ao con-
trole da pressão arterial, consideramos que este seria um
bom tema para iniciarmos nosso trabalho. Neste primeiro
encontro educativo, através do instrumento de avaliação
utilizado, levantamos com os trabalhadores quais outros
temas eles gostariam que fossem discutidos.
Dentre os temas sugeridos pela maioria, foram trabalha-
dos: tabagismo, alimentação e prevenção do diabetes, pre-
venção de doenças sexualmente transmissíveis e estresse.
Acreditamos que a escolha dos temas se deve ao fato
de estes serem assuntos emergentes e presentes no dia a
dia, como uma decorrência do modo de vida da população
de modo geral. Segundo dados da Sociedade Brasileira
de Cardiologia (SBC) e do Fundo de Aperfeiçoamento
e Pesquisa em Cardiologia (FUNCOR), mais de 300 mil
brasileiros morrem todos os anos vítimas de doenças do
coração, sendo que a hipertensão arterial é um dos fatores
mais preocupantes. Além disso, citam também como fa-
tores de risco que contribuem para as doenças do coração:
diabetes, tabagismo, sedentarismo, estresse, obesidade e
aumento dos níveis de colesterol. Nestes casos, a educação
em saúde visando a promoção da saúde e a prevenção das
doenças se justifica, pois estes são fatores que podem ser
mudados ou controlados (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CIRURGIA-SBC, 2008).
Já em relação às doenças sexualmente transmissíveis,
segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se
que ocorram, no mundo, cerca de 340 milhões de casos de
DST por ano. Além do mais, a AIDS, por ser uma doença
considerada fatal, causa grande preocupação. Os traba-
Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008
Amanda Assis Gonçalves; Danila Batista; Luciana Abreu Miranda; Renata Odete de Azevedo Souza; Suellen Müller Santos; Rosângela Maria Greco
476
lhadores encontravam-se também em idade sexualmente
ativa o que pode ainda ter motivado a escolha deste tema
(BRASIL, 2008).
Os encontros com os trabalhadores eram realizados
mensalmente, de acordo com a indicação dos profissionais
dos recursos humanos, no local de trabalho, com cerca
de 40 minutos de duração, antes do início da jornada de
trabalho, visando facilitar a participação de todos.
O preparo e a discussão dos temas foram realizados
em reuniões semanais com a equipe, nas quais era feito um
planejamento da atividade com definição dos objetivos a
serem alcançados a cada encontro educativo, do conteú-
do a ser trabalhado, da metodologia e recursos didáticos
a serem utilizados, do cronograma de apresentação e da
forma de avaliação.
Com a definição do conteúdo, este era estudado e dis-
cutido por todos, para elaboração da apresentação.
Procuramos determinar, para cada encontro, o que
seria necessário abordar a respeito do conteúdo, de forma
clara e objetiva, para que este pudesse ser bem absorvido e
compreendido, utilizando sempre exemplos que partissem
da realidade de trabalho vivenciada pelos trabalhadores.
Além disso, os temas foram desenvolvidos com a
utilização de diversos recursos como: dinâmicas, cartazes,
folhetos explicativos, utilização de recurso multimídia
com apresentação ilustrada, álbum seriado, demonstração
prática, estimulando o trabalho em grupo e a discussão
participativa, valorizando o conhecimento prévio dos
participantes.
Utilizamos dinâmicas, pois acreditamos que, conforme
Cunha (2002, p. 12), “ensinar é seduzir” e também por
considerarmos nossa função estimular os trabalhadores
a exercerem de forma consciente e participativa a própria
cidadania (GONÇALVES; PERPÉTUO, 2002).
Consideramos os trabalhadores como sendo capazes
de refletir, “de pensar o próprio pensamento, de ter cons-
ciência, de posicionar-se diante dos estímulos do ambiente
(mundo), de situar-se diante do outro e do mundo; ser
histórico e transformador”. Sendo, portanto “o homem-
sujeito, dono de suas utopias e vontades” (GONÇALVES;
PERPÉTUO, 2002, p. 15).
A ênfase foi sempre na prevenção de agravos à saúde,
tendo como foco principal o estímulo ao autocuidado.
A avaliação do processo foi contínua e realizada com os
trabalhadores ao final de cada encontro de diferentes for-
mas, escrita ou oral, em grupo ou individual, considerando
as opiniões a respeito dos métodos e recursos utilizados,
da linguagem e compreensão dos conteúdos e propostas
de mudanças.
Os trabalhadores, de modo geral, sempre participaram
ativamente e, a cada encontro, colaboravam e se expressavam
commaisdesenvoltura,sendoqueasavaliaçõessempreforam
positivas, estimulando a continuidade e oferecendo sugestões
que contribuíram para o aprimoramento do trabalho.
Conclusão
Com este trabalho, tivemos a oportunidade de entrar
em contato com a realidade do trabalhador, suas dúvidas,
conhecimentos e dificuldades relacionadas à saúde, bus-
cando promover a qualidade de vida destes trabalhadores,
desenvolvendo a consciência de sua responsabilidade sobre
o processo saúde-doença, o cuidado com o próprio corpo
e até mesmo uma melhor produção no trabalho.
Foi muito produtiva e importante a realização deste
trabalho, tanto para os estudantes quanto para os traba-
lhadores envolvidos.
Tivemos a oportunidade também de colocar em práti-
ca teorias apresentadas durante o curso, buscando novos
estudos, pesquisas bibliográficas e novas idéias. As acadê-
micas tiveram a oportunidade de exercitar a apresentação
de temas em público e desenvolver o trabalho em equipe,
que culminou com a realização deste artigo, demonstrando
um aperfeiçoamento a cada dia.
Não podemos deixar de destacar a importância da reali-
zação deste trabalho fora do ambiente acadêmico que serviu
para ampliar a visão das alunas, observando as facilidades e
dificuldades encontradas por elas nesse ambiente.
Além de todas essas vantagens, foi possível trocar
idéias com pessoas de opiniões diferentes e conhecer o
modo de vida (os hábitos) dos trabalhadores tanto em sua
vida particular no cuidado da saúde, quanto no ambiente
de trabalho.
Os trabalhadores, individual e coletivamente, devem ser
considerados como os sujeitos das ações de saúde, que, por
sua vez, devem ter como foco as mudanças nos processos
de trabalho que contemplem a relação saúde-trabalho em
todos os níveis de complexidade, ressaltando a importância
da atuação de uma equipe multiprofissional, interdisciplinar
e intersetorial.
Por meio da participação e envolvimento do trabalhador
durante a realização desse trabalho, suas sugestões e ava-
liações, constatamos a necessidade de propagar e executar
ações educativas de saúde voltadas para o trabalhador.
Constatamos, também, a carência de informação e o
grande interesse dos trabalhadores pelos mais variados
temas relacionados à saúde, através das sugestões, da par-
ticipação e dos questionamentos.
Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM TRABALHADORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
477
Acreditamos que o trabalho desenvolvido constitui uma
experiência significativa e contribuiu de maneira efetiva na
construção de uma atenção diferenciada para o trabalhador,
enfatizando e estimulando o exercício de uma vida laboral
saudável e produtiva.
ReferÊncias
ARRUDA, J. L. A. A revolução industrial. São Paulo:
Ática, 1991.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de
Atenção Básica n.5 - Saúde do trabalhador. Brasília: Mi-
nistério da Saúde/Departamento de Ações Programáticas
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N. M. A. Ensinando a cuidar em saúde pública. São
Caetano do Sul, SP: Yendis, 2005. cap.3, p.25-46.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA
– SBC. Semana do coração: como ter um coração
saudável. Disponível em: <http://prevencao.cardilo.br/
hipertesao/2004/>. Acesso em: 14 mar. 2008.
Submissão: novembro de 2007
Aprovação: junho de 2008

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  • 1. Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008 473 RESUMO Os trabalhadores, de modo geral, necessitam, em seu local de trabalho, de momentos em que possam falar e trocar idéias sobre o seu processo saúde-doença. As empresas que investem neste momento ganham na motivação, no envolvimento, no compromisso de seus trabalhadores, o que irá refletir diretamente na produtividade. Baseados nisso, e a partir de um convite para irmos aferir a pressão arterial dos trabalhadores de uma empresa responsável pela venda e manutenção de automóveis, de março a setembro de 2006, iniciamos um trabalho de educação em saúde nesta empresa. Este trabalho é um relato dessa experiên- cia com estes trabalhadores, com o objetivo de contribuir para a prevenção de doenças e estimular a promoção da saúde dos trabalhadores. Assim, através de uma equipe de trabalho composta por cinco alunas do sétimo período do curso de graduação da Faculdade de Enfermagem da Uni- versidade Federal de Juiz de Fora (FACENF/UFJF) sob a supervisão de uma docente especialista na área de saúde do trabalhador, foi possível desenvolver uma experiência significativa que acreditamos ter contribuído de maneira efetiva na construção de uma atenção diferenciada para o trabalhador, enfatizando e estimulando o exercício de uma vida laboral saudável e produtiva. Palavras-chave: Educação. Saúde do Trabalhador. Promoção da Saúde 1 Acadêmicas do 9º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora 2 Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, Professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora End. Avenida dos Andradas, 379 apto 704 - Juiz de Fora, telefone: 32361808.E-mail: rmgreco@powerline.com.br ABSTRACT Employees need to spend some of their working time exchanging views about the health-disease process. Com- panies which allow for this to happen have greater pro- ductivity owing to enhanced motivation, involvement and responsibility. Following a request to investigate the blood pressure status of the staff of a car sales and maintenance organization, we developed a health education program from March to September 2006. We report our experience with the employees, towards health promotion and disease prevention. Five nursing undergraduates (seventh period) from the Nursing School of the Juiz de Fora Federal Uni- versity, supervised by a professor specialized in laborers` health, led the employees towards healthy and productive working practices. Key word: Education. Occupational Health. Health Promotion. EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM TRABALHADORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA Health education for workers: a case report Amanda Assis Gonçalves1 ; Danila Batista1 ; Luciana Abreu Miranda1 ; Renata Odete de Azevedo Souza1 ; Suellen Müller Santos1 ; Rosângela Maria Greco2
  • 2. Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008 Amanda Assis Gonçalves; Danila Batista; Luciana Abreu Miranda; Renata Odete de Azevedo Souza; Suellen Müller Santos; Rosângela Maria Greco 474 Introdução Na nossa sociedade, que está organizada sob o modo capitalista de produção, o trabalho é, ao mesmo tempo, valor de uso e valor de troca - “é mágico porque é duplo, carrega em si a maldição da mercadoria, a fantasmagoria do dinheiro: de um lado, aparece como valor de uso, realizador de produtos capazes de atender necessidades humanas, de outro, como valor de troca, pago por salário, criador de mercadoria, e ele mesmo é uma mercadoria no mercado” (CODO et al., 1998 p.97). Ao se compreender o trabalho como sendo o eixo em torno do qual se organiza a vida, pois é através da inserção do homem no trabalho que ele se reproduz socialmente - reprodução social entendida como produção e consumo - o trabalho passa a ser detentor de uma dupla possibilidade podendo vir a ser uma fonte de realização, satisfação, pra- zer e estruturação da identidade dos sujeitos, mas também podendo ser nocivo e patogênico levando ao adoecimento e até à morte (FACCHINI, 1994). Em sua relação com o processo saúde-doença, o tra- balho pode ser útil, criador de valores de uso, sendo um estímulo no desenvolvimento das capacidades físicas e mentais, sendo um produtor de saúde. Em contrapartida, o trabalho excessivo, que não possibilita a recuperação do desgaste com descanso e lazer, debilita o organismo, a mente, podendo gerar doença (GARCIA, 1989). O estudo e a preocupação com os ambientes de trabalho e sua influência no processo saúde-doença dos trabalha- dores não são recentes e, com a evolução histórica das sociedades, as formas de apreender e de se lidar com a relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores foram se modificando e, do conceito de Medicina do Trabalho, ampliou-se para o de Saúde Ocupacional, até chegarmos nos dias de hoje na concepção de Saúde do Trabalhador. Tudo começou na Inglaterra, em meados do século XIX, com a crise do sistema feudal e a Revolução In- dustrial que geraram uma mudança econômica e social consolidando o modo de produção capitalista que, dentre outros fenômenos, se caracteriza pela perda do domínio dos meios de produção pelos trabalhadores, a substituição das ferramentas manuais pelas máquinas e da energia humana pela mecânica (ARRUDA, 1991). É nesse cenário, como resultado do incremento da produção, e consequentemente maior exploração da classe trabalhadora, que surgiu a necessidade da criação de servi- ços médicos que assistissem os trabalhadores, pois a espo- liação da vida operária colocava em perigo a reprodução da força de trabalho e, com esses serviços, surge a Medicina do Trabalho cuja preocupação com a saúde e doença dos trabalhadores era restrita ao interior das fábricas (PARME- GGIANI, 1988; LAURELL; NORIEGA, 1989). Após a Segunda Guerra Mundial, nos países indus- trializados, ocorrem transformações sociais, econômicas e políticas e, mais particularmente, o desenvolvimento de uma nova tecnologia industrial, de novos equipamentos, de novos processos industriais e a síntese de novos produtos químicos (MENDES; DIAS, 1991). Essas transformações influenciam os serviços médicos que assistem os trabalhadores, que passam a se preocupar não só com a prevenção dos riscos à saúde do trabalhador do ambiente geral como também com a prevenção dos riscos decorrentes da atividade profissional, do transporte de produtos, do uso, venda e destino de produtos peri- gosos, surgindo assim a Saúde Ocupacional que, como enfatiza Colacioppo (1989: p.73), é “uma ciência voltada à prevenção dos riscos à saúde do trabalhador oriundos do ambiente geral e principalmente do ambiente ou atividade profissional” e, portanto “necessita para atingir seu objetivo da participação de várias outras ciências”. No final da década de 60 e início dos anos 70, em meio a uma crise social, econômica e política, frente a um questionamento geral da organização capitalista do trabalho, que intensificou o progressivo surgimento de doenças como o câncer, as doenças cardiovasculares, as intoxicações, os acidentes e violências e as manifestações crônicas do desgaste dos trabalhadores, a compreensão da relação entre o trabalho e a saúde se modifica, surgindo então a Saúde do Trabalhador, que considera o trabalho como uma categoria social e não apenas decorrente de risco ambiental e o processo saúde-doença do trabalhador como expressão do processo de exploração capitalista (LAURELL; NORIEGA, 1989). Na concepção de Saúde do Trabalhador, o ambiente de trabalho é resultado do modo de organização do processo de produção e do processo de trabalho. Assim, hoje, a Saúde do Trabalhador é uma área da Saúde Pública que visa intervir nas relações entre o trabalho e a saúde, promovendo e protegendo a saúde dos trabalha- dores através das ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e da organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no SUS, estando incluída e perpassando por todas essas ações a educação em saúde (BRASIL, 2001). Os trabalhadores de modo geral necessitam em seu local de trabalho de momentos em que possam falar e trocar
  • 3. Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008 EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM TRABALHADORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA 475 idéias sobre o seu processo saúde-doença. As empresas que investem neste momento ganham na motivação, no envolvimento, no compromisso de seus trabalhadores o que irá refletir diretamente na produtividade. Assim é que surgiu a proposta de desenvolvermos, junto aos trabalhadores de uma empresa de venda e manutenção de automóveis, um trabalho educativo, visando contribuir para a prevenção de doenças e estimular a promoção da saúde dos trabalhadores. Desenvolvimento Esta nossa experiência foi desenvolvida de março a setembro de 2006 e teve início a partir de um convite para irmos aferir a pressão arterial dos trabalhadores de uma empresa de venda e manutenção de veículos, pois estes trabalhadores demonstravam uma preocupação em relação a sua saúde. Assim, formamos uma equipe de trabalho composta por cinco alunas do sétimo período do curso de graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (FACENF/UFJF) sob a supervisão de uma docente especialista na área de saúde do trabalhador. Quando começamos a conversar com os profissionais responsáveis pelos recursos humanos, percebemos que seria necessário fazermos algo a mais por estes trabalhadores. Além disso, questionávamos nossa ida até esta ins- tituição para realizarmos apenas uma aferição de PA, pois, baseados em conhecimentos científicos, sabíamos que em relação ao diagnóstico e controle da hipertensão arterial, este procedimento, feito desta forma, não seria o adequado. Foi então que surgiu a idéia de desenvolvermos um trabalho de educação, discutindo a promoção da saúde e a prevenção das doenças. Quando pensamos em realizar ações educativas com os trabalhadores, foi no sentido de compartilharmos saberes e conhecimentos, pois conforme Pereira (2005), as práticas de ensino aprendizagem devem ser desenvolvidas com a finalidade de debater e promover a tomada de decisão em relação a atitudes e práticas de saúde, através da reflexão crítica de todos os envolvidos. Como processo metodológico, seguimos algumas etapas: conhecimento da empresa, levantamento da rea- lidade dos trabalhadores e de temas a serem trabalhados, sistematização dos dados colhidos, preparo e discussão dos temas a serem discutidos nos encontros, implementação do processo educativo. Este processo se justifica, pois, segundo Pereira (2005) citando Freire (1993), a metodologia da prática educativa deve ser coerente com os objetivos e, assim como nossa proposta era refletir sobre as condições de saúde e doença no trabalho, visando contribuir para a prevenção de doen- ças e estimular a promoção da saúde dos trabalhadores, seria incoerente e pouco eficaz não considerarmos a realidade por eles vivida e os conhecimentos já existentes. Para conhecimento da empresa e dos trabalhadores, surgiu a necessidade de levantarmos alguns dados de ca- racterização como faixa etária, gênero, nível de instrução e função na empresa. A partir disso, identificamos que havia 80 trabalhado- res de ambos os sexos, com predominância de homens; a faixa etária variava de 22 a 70 anos, sendo em sua maioria adultos jovens; o nível de instrução era diversificado sendo que a maior parte possuía o ensino médio; e, em relação à função na empresa, contávamos com funcionários do setor de montagem e manutenção de veículos, do setor administrativo e com vendedores. Como já havia uma preocupação em relação ao con- trole da pressão arterial, consideramos que este seria um bom tema para iniciarmos nosso trabalho. Neste primeiro encontro educativo, através do instrumento de avaliação utilizado, levantamos com os trabalhadores quais outros temas eles gostariam que fossem discutidos. Dentre os temas sugeridos pela maioria, foram trabalha- dos: tabagismo, alimentação e prevenção do diabetes, pre- venção de doenças sexualmente transmissíveis e estresse. Acreditamos que a escolha dos temas se deve ao fato de estes serem assuntos emergentes e presentes no dia a dia, como uma decorrência do modo de vida da população de modo geral. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e do Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Cardiologia (FUNCOR), mais de 300 mil brasileiros morrem todos os anos vítimas de doenças do coração, sendo que a hipertensão arterial é um dos fatores mais preocupantes. Além disso, citam também como fa- tores de risco que contribuem para as doenças do coração: diabetes, tabagismo, sedentarismo, estresse, obesidade e aumento dos níveis de colesterol. Nestes casos, a educação em saúde visando a promoção da saúde e a prevenção das doenças se justifica, pois estes são fatores que podem ser mudados ou controlados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA-SBC, 2008). Já em relação às doenças sexualmente transmissíveis, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se que ocorram, no mundo, cerca de 340 milhões de casos de DST por ano. Além do mais, a AIDS, por ser uma doença considerada fatal, causa grande preocupação. Os traba-
  • 4. Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008 Amanda Assis Gonçalves; Danila Batista; Luciana Abreu Miranda; Renata Odete de Azevedo Souza; Suellen Müller Santos; Rosângela Maria Greco 476 lhadores encontravam-se também em idade sexualmente ativa o que pode ainda ter motivado a escolha deste tema (BRASIL, 2008). Os encontros com os trabalhadores eram realizados mensalmente, de acordo com a indicação dos profissionais dos recursos humanos, no local de trabalho, com cerca de 40 minutos de duração, antes do início da jornada de trabalho, visando facilitar a participação de todos. O preparo e a discussão dos temas foram realizados em reuniões semanais com a equipe, nas quais era feito um planejamento da atividade com definição dos objetivos a serem alcançados a cada encontro educativo, do conteú- do a ser trabalhado, da metodologia e recursos didáticos a serem utilizados, do cronograma de apresentação e da forma de avaliação. Com a definição do conteúdo, este era estudado e dis- cutido por todos, para elaboração da apresentação. Procuramos determinar, para cada encontro, o que seria necessário abordar a respeito do conteúdo, de forma clara e objetiva, para que este pudesse ser bem absorvido e compreendido, utilizando sempre exemplos que partissem da realidade de trabalho vivenciada pelos trabalhadores. Além disso, os temas foram desenvolvidos com a utilização de diversos recursos como: dinâmicas, cartazes, folhetos explicativos, utilização de recurso multimídia com apresentação ilustrada, álbum seriado, demonstração prática, estimulando o trabalho em grupo e a discussão participativa, valorizando o conhecimento prévio dos participantes. Utilizamos dinâmicas, pois acreditamos que, conforme Cunha (2002, p. 12), “ensinar é seduzir” e também por considerarmos nossa função estimular os trabalhadores a exercerem de forma consciente e participativa a própria cidadania (GONÇALVES; PERPÉTUO, 2002). Consideramos os trabalhadores como sendo capazes de refletir, “de pensar o próprio pensamento, de ter cons- ciência, de posicionar-se diante dos estímulos do ambiente (mundo), de situar-se diante do outro e do mundo; ser histórico e transformador”. Sendo, portanto “o homem- sujeito, dono de suas utopias e vontades” (GONÇALVES; PERPÉTUO, 2002, p. 15). A ênfase foi sempre na prevenção de agravos à saúde, tendo como foco principal o estímulo ao autocuidado. A avaliação do processo foi contínua e realizada com os trabalhadores ao final de cada encontro de diferentes for- mas, escrita ou oral, em grupo ou individual, considerando as opiniões a respeito dos métodos e recursos utilizados, da linguagem e compreensão dos conteúdos e propostas de mudanças. Os trabalhadores, de modo geral, sempre participaram ativamente e, a cada encontro, colaboravam e se expressavam commaisdesenvoltura,sendoqueasavaliaçõessempreforam positivas, estimulando a continuidade e oferecendo sugestões que contribuíram para o aprimoramento do trabalho. Conclusão Com este trabalho, tivemos a oportunidade de entrar em contato com a realidade do trabalhador, suas dúvidas, conhecimentos e dificuldades relacionadas à saúde, bus- cando promover a qualidade de vida destes trabalhadores, desenvolvendo a consciência de sua responsabilidade sobre o processo saúde-doença, o cuidado com o próprio corpo e até mesmo uma melhor produção no trabalho. Foi muito produtiva e importante a realização deste trabalho, tanto para os estudantes quanto para os traba- lhadores envolvidos. Tivemos a oportunidade também de colocar em práti- ca teorias apresentadas durante o curso, buscando novos estudos, pesquisas bibliográficas e novas idéias. As acadê- micas tiveram a oportunidade de exercitar a apresentação de temas em público e desenvolver o trabalho em equipe, que culminou com a realização deste artigo, demonstrando um aperfeiçoamento a cada dia. Não podemos deixar de destacar a importância da reali- zação deste trabalho fora do ambiente acadêmico que serviu para ampliar a visão das alunas, observando as facilidades e dificuldades encontradas por elas nesse ambiente. Além de todas essas vantagens, foi possível trocar idéias com pessoas de opiniões diferentes e conhecer o modo de vida (os hábitos) dos trabalhadores tanto em sua vida particular no cuidado da saúde, quanto no ambiente de trabalho. Os trabalhadores, individual e coletivamente, devem ser considerados como os sujeitos das ações de saúde, que, por sua vez, devem ter como foco as mudanças nos processos de trabalho que contemplem a relação saúde-trabalho em todos os níveis de complexidade, ressaltando a importância da atuação de uma equipe multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. Por meio da participação e envolvimento do trabalhador durante a realização desse trabalho, suas sugestões e ava- liações, constatamos a necessidade de propagar e executar ações educativas de saúde voltadas para o trabalhador. Constatamos, também, a carência de informação e o grande interesse dos trabalhadores pelos mais variados temas relacionados à saúde, através das sugestões, da par- ticipação e dos questionamentos.
  • 5. Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 473-477, out./dez. 2008 EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM TRABALHADORES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA 477 Acreditamos que o trabalho desenvolvido constitui uma experiência significativa e contribuiu de maneira efetiva na construção de uma atenção diferenciada para o trabalhador, enfatizando e estimulando o exercício de uma vida laboral saudável e produtiva. ReferÊncias ARRUDA, J. L. A. A revolução industrial. São Paulo: Ática, 1991. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica n.5 - Saúde do trabalhador. Brasília: Mi- nistério da Saúde/Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas/Área Técnica de Saúde do Trabalhador, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS: portal informativo sobre AIDS e outras do- enças sexualmente transmissíveis. Disponível em:< http:// www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS9C6A000BPTBRIE. htm>. Acesso em: 14 març. 2008. CODO, W.; SAMPAIO, J. J. C.; HITOMI, A. H. Indiví- duo, trabalho e sofrimento: uma abordagem interdisci- plinar. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. COLACIOPPO, S. Higiene ocupacional: da teoria à prática. In: FISCHER, F. M.; GOMES, J. R.; COLACIOPPO, S. Tópicos de saúde do trabalhador. São Paulo: HUCITEC, 1989. p.73-98. CUNHA, R.A. Apresentação. In: GONÇALVES, A. M.; PERPÉTUO, S. C. Dinâmica de grupos: na formação de lideranças. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.12. FACCHINI, L. A. Por que a doença? A inferência causal e os marcos teóricos da análise. In: BUSCHINELLI, J. T. P. ; ROCHA, L. E. ; RIGOTTO, R. M. (Org.) Isto é trabalho de gente? Vida, doença e trabalho no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1994. GARCIA, J. C. A categoria trabalho na Medicina. In: NUNES, E. D. (Org.). Juan César Gárcia: pensamento social em saúde na América Latina. São Paulo: Cortez, 1989. p.100-26. GONÇALVES, A. M.; PERPÉTUO, S. C. Dinâmica de grupos: na formação de lideranças. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. LAURELL, A. C.; NORIEGA, M. Processo de produção e saúde: trabalho e desgaste operário. São Paulo: HUCI- TEC, 1989. MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.25, n.5, p.341-349, 1991. PARMEGGIANI, L. Evolução dos conceitos e práticas de medicina do trabalho. Saúde & Trabalho, São Paulo, v.2, n.2, p.2-13, 1988. PEREIRA, A. L. Educação em saúde. In: FIGUEIREDO, N. M. A. Ensinando a cuidar em saúde pública. São Caetano do Sul, SP: Yendis, 2005. cap.3, p.25-46. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA – SBC. Semana do coração: como ter um coração saudável. Disponível em: <http://prevencao.cardilo.br/ hipertesao/2004/>. Acesso em: 14 mar. 2008. Submissão: novembro de 2007 Aprovação: junho de 2008