O documento descreve um novo parque de esculturas ao ar livre na vila de Barquinha, Portugal. O parque apresenta obras de dez artistas portugueses e tem como objetivo atrair mais visitantes à vila e promover a regeneração urbana da zona ribeirinha. O projeto faz parte de um plano mais amplo de revitalização da área que inclui a instalação futura de uma galeria de arte, residência artística e outras atrações.
1. Detalhes do artigo 12/06/11 17:42
Cisionpoint
Tiragem: 46102 Pág: 32
País: Portugal Cores: Cor
Period.: Diária Drea: 27,28 x 30,48 cmJ
ID: 4222190L 10-06-2012 :mbito: Informação Geral Corte: 1 de 2
Barquinha tem um novo parque de
arquitectura e escultura à beira-Tejo
Um museu de esculturas ao ar livre é a
face mais visível da regeneração da vila
da Barquinha, a dois passos de Almourol.
E tem uma nova escola primária
projectada por Manuel Aires Mateus
ma instituição veio João Pinharanda,
Arte contemporânea historiador de arte e comissário da
Luís Maio nova atracção da Barquinha. É ele
quem diz: “Escolhi os artistas, não
O Castelo de Almourol é um dos sí- as obras. Escolhi-os em função de vá-
tios mais turísticos de Portugal. Re- rios critérios, o primeiro dos quais foi
cebe milhares de visitantes todos os o de eles serem capazes de dialogar
anos, mas nenhum deles, ou quase, com o espaço exterior. Os artistas dos
pára em Vila Nova da Barquinha, que anos 80 usam uma linguagem mais
fica ali mesmo ao lado. Na verdade, abstracta e conceptual, enquanto os
poucos sabem onde fica (Trás-os- artistas dos anos 90 e dos anos 2000
Montes é uma resposta comum) esta estão mais próximos do público. Pro-
vila-dormitório, onde residem oito curei uma certa coerência, mas não
mil almas, que na sua maior parte há nenhuma linha estética”.
trabalha nas cidades vizinhas de En- É uma espécie de top 11 (na tal lógi-
troncamento, Torres Novas, Tomar e ca do 10+1) da escultura portuguesa,
até Lisboa (que fica a 127 km). em que cada artista faz basicamente
Agora a Barquinha presta-se a sair o que costuma fazer, mas à escala ou,
do anonimato e a reclamar, pelo me- melhor, adaptando-se ao contexto
nos, uma parte desses milhares de tu- da frente ribeirinha da Barquinha.
ristas que, por enquanto, lhe passam Pinharanda elabora: “Os artistas vie-
ao lado. A estratégia de sedução as- ram visitar o parque e eles próprios
senta num parque de escultura con- foram escolhendo os seus locais. Al-
temporânea, que abriu ao público guns, como o Cabrita Reis e o Rui
no feriado da passada quinta-feira, Shafes, que são dos anos 80, qui-
para vir a ser oficialmente inaugu- seram ficar no meio dos canaviais,
rado pelo Presidente da República, escondidos ou semiescondidos. Já o
a 6 de Julho. Alberto Carneiro, que é o mais velho,
As esculturas são, como se diz ago- tem uma mandala e acabou por ficar
ra, o projecto-âncora de uma ope- muito exposto, como o Zulmiro de
ração mais ambiciosa, que também Carvalho, que tem a ver com o mini- parque dentro de outro parte, no
prevê uma galeria de arte, uma resi- malismo português”. As peças mais sentido em que as obras que o com-
dência artística, uma loja de turismo imediatas, capazes de produzir maior põem vieram marcar posição numa
e uma oficina de arte escultórica. empatia com o público, sobretudo peça de arquitectura paisagística,
Este programa de regeneração com as famílias em excursão ao Cas- pré-definida à beira-rio. Inaugura-
urbana, centrado na zona ribeiri- telo de Almourol, são, porém, aque- do em 2005, o chamado Barquinha
nha da vila, responde pela designa- las que menos parecem esculturas. Parque é uma zona verde de sete hec-
ção de Mercado das Artes e tem um Explica João Pinharanda, agora tares desenhada por Hipólito Betten-
orçamento global que ronda os 2,2 num registo mais teórico: “Não é pos- court e Joana Sena Rego, premiada
milhões de euros (cerca de 750 mil sível fazer escultura actual de sentido dois anos depois, na categoria de es-
só para as esculturas), a maior parte celebratório, tipo pôr um general em paços exteriores de uso público.
suportados por fundos comunitários cima de um cavalo, como noutros É, no essencial, um grande prado,
(QREN). Conta ainda com a parceria tempos. Os artistas dos anos 90, no onde foram instalados equipamentos
da Fundação EDP, na qualidade de entanto, passaram a lidar com isso desportivos e lúdicos, boa parte dos
consultora e parceira do projecto. O colocando as pessoas no meio das quais destinados a crianças. Escor-
emprego judicioso dos fundos comu- esculturas. Aqui, por exemplo, to- regas, teias de aranha para escalar
nitários e mais apoios permitiu à edi- das as crianças vão querer escalar e castelos de madeira (além de es-
lidade fazer obra com pouco mais de a escultura em forma de merujona culturas singelas de cães e galinhas
cem mil euros, uma ninharia, portan- [instrumento piscatório] da Cristi- em tamanho mais que natural) já lá
to, atendendo ao retorno previsto. na Ataíde, ou montar os baloiços As esculturas são o projecto- no dia da visita de Cavaco Silva), e a estavam e até é possível que tenham
no dispositivo de rega da Ângela âncora de uma operação mais Fernanda Fragateiro tem bancos que servido de inspiração a esculturas co-
Top 11 Ferreira. Já a Joana Vasconcelos fez ambiciosa, que também prevê se podem saltar ou brincar. Apesar mo as de Cristina Ataíde e Ângela Fer-
O parque de esculturas foi baptizado dois trianons, iguais aos que fizera a instalação futura de uma de tudo, o José Pedro Croft também reira. Mas, claro, também se podem
com o nome de Almourol, como não em Serralves e que prenunciam os galeria de arte, uma residência dialoga com o espaço, uma vez que ver fantasias de crianças grandes na
podia deixar de ser, e para já integra de Versailles. O Xana, apesar de vir artística, uma loja de turismo e se trata de espelhos que produzem minitorre de Cabrita Reis ou no ca-
dez esculturas mais uma, no senti- dos anos 80, também vai fazer uma uma oficina de arte escultórica deformações da paisagem”. sulo de Rui Chafes.
do em que a décima primeira é uma casinha de telhado encarnado (vai, O parque de esculturas é novo, O frondoso Barquinha Parque foi
prenda da Fundação EDP. Da mes- porque a sua obra só ficará pronta mas não está só. É, na verdade, um uma boa ideia para resolver a frente
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