O documento discute três tópicos principais: 1) O estado de abandono da Gruta de Fátima no bairro, com bancos quebrados, lixo e fezes de cachorro; 2) A trajetória do líder comunitário Alan Braga de Almeida no bairro de Fátima, preservando as tradições culturais; 3) A nova geração de jovens que não acessa mais a cultura carioca tradicional devido à urbanização do bairro.
Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1094 que circula no dia 20...
A nova geração e o acesso à cultura carioca
1. Rio de Janeiro – Ano 1 – Nº 2 – Maio/Junho de 2013 – Editora ANNA DAVIES
FOLHINHA DE
Fátima
SAÚDE E POTÊNCIA AOS 90 ANOS
Com seis filhos, netos e bisnetos, o comerciante aposentado,
JAIR AFONSO DOS SANTOS, chega, em 2013, aos 90 anos,
com uma saúde de ferro, e em pleno vigor sexual, sem usar Via-
gra. Um dos motivos para estar bem fisicamente é que passou
a praticar atividades físicas, na Academia Eira, na Rua André Ca-
valcanti.
Página 7
Foi uma páscoa ines-
quecível. Crianças de
diversas faixas etárias se
divertiram como nunca
na Praça Aguirre Cerda
onde líderes comunitá-
rios montam evento de
comemoração do evento
religioso com distribui-
ção de chocolates, doces,
brinquedos e livros para
as crianças de nosso bairro. ALAN BRAGA DE ALMEIDA, líder comunitário,
disse que o evento recebe ajuda do comércio do bairro. Página 5
Bancos quebrados; lixo; fezes de ca-
chorro; borrões de velas sem serem
retirados; ambiente inadequado. Assim se
encontra a GRUTA DE N.S. DE FÁTIMA, na
Praça Presidente Aguirre Cerda. Os mora-
dores reclamam que o local está atraindo
mendigos. O pároco do Santuário de Fá-
tima, padre Otaviano Ribeiro de Almeida,
disse que a igreja não é responsável pela
limpeza do local e promete um plano de re-
vitalização para a Gruta. Página 2
GRUTA DE FÁTIMAGRUTA DE FÁTIMAGRUTA DE FÁTIMA
ESTÁ ABANDONADAESTÁ ABANDONADAESTÁ ABANDONADAESTÁ ABANDONADAESTÁ ABANDONADAESTÁ ABANDONADA
O SHOW DA PÁSCOAO SHOW DA PÁSCOAO SHOW DA PÁSCOAO SHOW DA PÁSCOAO SHOW DA PÁSCOAO SHOW DA PÁSCOA
EM NOSSA PRAÇAEM NOSSA PRAÇAEM NOSSA PRAÇA
O PÃO NOSSO DE CADA DIA
Há 14 anos, LUIZ BORGES, 37 anos, o padeiro-ambulante do
Catumbi, Fátima e Santa Teresa, vende pão para moradores
insones em dois cestos adaptados numa bicicleta, por volta das
sete da manhã, quando anuncia sua presença nas ruas através de
uma buzina. Os moradores acordam, saem dos prédios e com-
pram os produtos de Luiz que volta com cestos vazios para casa.
Alguns fregueses pedem que ele pendure a conta. Página 8
DIA DAS MÃES: CIDA COMO
EXEMPLO MARCANTE. Página 8
LUZIA PIRES: UMA LÍDER DO
BAIRRO DE FÁTIMA. Página 6
Fotos: Divulgação
2. 2
EDITORIAL
POR ANNA DAVIES*
Omês de maio é pleno de significados
queridos aos nossos corações. É o mês
de Maria e de Nossa Senhora de Fátima,
onde, no dia 13 de maio, na Cova da Iria, em
Portugal, os três pastorzinhos, Lúcia, Francisco
e Jacinta viram uma aparição da Virgem Santís-
sima, que lhes pediu para sempre rezar o terço,
para que o mundo tenha paz.
Maio é também o mês das mães, cujo dia
é sempre comemorado pelas famílias, no se-
gundo domingo do mês. É um dia muito im-
portante, porque homenageia as mulheres que
se doam ao plano divino de resgate e evolução
das almas, tendo ou adotando crianças, e, que,
Rio de Janeiro/Fátima, ano 1,
nº 2, Maio/Junho de 2013
EDITORA-CHEFE – Anna Davies
COORDENADOR – Carlos Nobre
E-mail:carlosnobre.nobre@gmail.com
ESTAGIÁRIO – Lucio Dias
REVISÃO – Matilde Santos
Redação: Rua Cardeal Leme, 291-501
Telefones: 2222.6517/9749.2928
E-mail:annadavies3000@yahoo.com.br
www.facebook.com/folhinha.fatima
www.folhinhafatimablogspot.com
UM MÊS MUITOUM MÊS MUITOUM MÊS MUITO ESPECIALESPECIALESPECIAL
como mães, concedem a graça de gerar e criar filhos,
para o progresso do Brasil e das nações.
Afortunadamente, o Bairro de Fátima teve a sua
fundação, por famílias portuguesas, italianas e espa-
nholas, num mês de maio, há 78 anos.
Por isso, o mês de maio é um mês de festa para os
moradores do Bairro de Fátima. Um bairro pequenino,
mas, que, de tão querido, hoje abrange, sem querer,
pela influência do nome, uma área bem extensa do
Centro da Cidade: desde a rua Cardeal Leme, parte
de Santa Teresa, até a Frei Caneca, no início da rua
Riachuelo, indo até a av. Gomes Freire e o início da
rua Francisco Muratori. Tudo isso, sem ao menos ser
reconhecido como bairro, pela Prefeitura, constando
apenas como um logradouro do centro da cidade.
Ser morador de um bairro que é grife, que tem nome
tradicional e é muito res-
peitado, implica grandes
responsabilidades aos
seus moradores. Preser-
var as tradições de bem
conviver, conhecer o pas-
sado glorioso do bairro,
seus famosos personagens
que aqui viveram e outros
que ainda vivem, e, trabalhar para que o futuro
do Bairro de Fátima seja ainda melhor; um lugar
calmo, tranquilo e pleno de atividades sociais que
respeitam seus moradores jovens e idosos, é um
dever e uma missão para todos. Que o Bairro de
Fátima continue sendo um pedacinho do Céu.
*Editora da Folhinha de Fátima
Rio de Janeiro/Fátima, ano 1,Rio de Janeiro/Fátima, ano 1,
FOLHINHA DE
Fátima
Fotos: Divulgação
Ba n c o s
velhos e
quebra-
dos; lixo pe-
las laterais do
monumento;
borras de vela
por todos os
lugares; flores
velhas sem
serem substi-
tuídas e mui-
tas fezes de
cachorro pelo
local. Esse é
o atual esta-
do da Gruta
de Fátima, na
Praça Aguirre
Cerda, no nosso bairro, que chama atenção de
moradores e transeuntes.
Segundo a moradora Maria do Socorro Reis,
nem a igreja (Santuário de Fátima) ou a prefeitu-
ra cuidam para que o local se torne frequentável.
“ Eu fiquei com vergonha quando outro dia pas-
sei por ali e quis fazer uma oração. Não existia
condição. É muita sujeira, muito abandono com
a Gruta”, reclamou ela, que é católica.
Marca do bairro devido à presença de pere-
DE: 04 A 13 DE MAIO DE 2013
SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA – CENTRO
– RJ
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA,
“Reflexo do coração materno de Deus.”
Início da Novena às 18h 15m – Santa Missa às 19h com re-
flexão do tema do dia
1º DIA – 04/05 (Sábado) Maria: Coração dedicado ao amor!
Presidente da Celebração: Pe Luís Roberto – Dinamização:
Capela S. Crispim, Crispinianos, Capela de Fátima, Terço dos
Homens;
2º DIA – 05/05 (Domingo) Maria: Coração transbordante de
paz!
Presidente da Celebração: Pe Ridz Antunes dos Santos – Di-
namização: Pascon, Pré-vestibular, Batismo;
3º DIA – 06/05 (2ª feira) Maria: Coração solidário e servidor!
Presidente da Celebração: Pe Otaviano Ribeiro de Almeida
– DinamizaçãoOficina de Oração, Oratórios, Mil Ave Marias;
4º DIA – 07/05 (3ª feira) Maria: Coração consolador dos aflitos!
Presidente da Celebração: Pe Magno Guilherme Angeli – Di-
namização: Dízimo, Nossa Senhora do Polino, Movimentos
Sociciais, ACC;
5º DIA – 08/05 ( 4ª feira) Maria: Coração educador da fé!
Presidente da Celebração: Pe José Laudares – Dinamização:
Vicentinos, Filhas da Caridade;
6º DIA – 09/05 ( 5ª feira) Maria: Coração acolhedor da Pa-
lavra!
Presidente da Celebração: Pe Paulo César Magalhães – Di-
namização: RCC, Jovens+de Deus, AEDM;
RELIGIOSIDADE GRUTA DE FÁTIMAGRUTA DE FÁTIMAGRUTA DE FÁTIMA ESTÁ ABANDONADAESTÁ ABANDONADAESTÁ ABANDONADA
grinos, que vem fazer promessas ou solicitar a prote-
ção da santa, a Gruta de Fátima já foi uma das maiores
atrações religiosas do Centro, sendo visitada constan-
temente por religiosos de outros bairros.
O padre OTAVIANO RIBEIRO DE ALMEIDA, pároco
do Santuário de Fátima, na Rua Riachuelo, diz ter pou-
co conhecimento do estado precário da Gruta.
- Não temos responsabilidade pelo local. Acho que
se precisa fazer uma pesquisa sobre a preservação do
local, saber o que os moradores pensam a respeito –
disse padre Otaviano.
dos; lixo pe-
las laterais do
monumento;
borras de vela
por todos os
lugares; flores
velhas sem
serem substi-
tuídas e mui-
tas fezes de
cachorro pelo
local. Esse é
o atual esta-
do da Gruta
de Fátima, na
Praça Aguirre
7º DIA – 10/05 (6ª feira) Maria:Coração proclamador
da misericórdia!
Presidente da Celebração: Pe Geraldo Majela – Dina-
mização: Apostolado da Oração, Legião de Maria;
8º DIA – 11/05 (Sábado) Maria: Coração inspirador da
missão!
Presidente da Celebração: Pe Raimundo Pereira dos
Santos – Dinamização: Mesces, Círculos Bíblico, Cris-
ma;
9º DIA – 12/05 (Domingo) Maria: Coração gerador da
vida!
Presidente da Celebração: Pe Edson de Oliveira da
Silva – Dinamização: Catequese, Animação Vocacio-
nal, Coroínhas;
13 DE MAIO
SANTAS MISSAS: 06h, 07h, 08h, 09h, 10h, 12h, 17h,
18h30m.
12:00 Horas: Missa Solene das Aparições
Presidente da Celebração: Dom Aloísio Hilário de Pi-
nho – Orionita
Participação do Provincial: Pe Tarcísio Vieira
15:00 Horas: Consagração das Crianças a Nossa Se-
nhora, Melhor Idade
16:00 Horas: Bênção da Saúde e Enfermos
17:00 Horas: SANTA MISSA
18:30 Horas: SANTA MISSA
20:00 Horas: SOLENE PROCISSÃO LUMINOSA
Todos os dias, após cada Missa haverá bênção da
água e objetos.
NOVENA E FESTA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA – ANO DA FÉ
RETIFICAÇÃO
Demos na edição passada como Ribeirinho o nome de um lider da banda de Fátima.
Na verdade, ele é conhecido como Beirinha.
Rua Riachuelo, 367 – Centro/Rio – Tel.: 2232 3640.
4. 4
ENTREVISTA NOVA GERAÇÃO DE JOVENS NÃONOVA GERAÇÃO DE JOVENS NÃONOVA GERAÇÃO DE JOVENS NÃO
ACESSA AACESSA AACESSA A CULTURA CARIOCACULTURA CARIOCACULTURA CARIOCA
O
taxista e produtor cultural ALAN BRA-
GA DE ALMEIDA, 40 anos, casado,
dois filhos, líder comunitário do bairro
de Fátima, disse, em entrevista para
FOLHINHA DE FÁTIMA, que a nova juventude
não acessa a tradição da cultura carioca como
jogar peladas, soltar pipas, brincar de pião. Isso
porque o bairro ficou muito urbanizado quase
sem espaços para atividades de lazer.
“As crianças daqui perderam a tradição”,
diagnostica ele.
Para manter ainda a chama das culturas
populares, Alan e outros lideres organizam fes-
tas para crianças, como o “Domingo de Páscoa
quando crianças do bairro, na Praça Presidente
Aguirre Cerda, recebem chocolates, livros, chur-
ros, pipocas, entre outros presentes. “Aprovei-
tamos também para conscientizar as crianças a
não sujarem as ruas”, explica Alan.
Veja trechos de sua entrevista:
Voce pode nos contar um pouco de sua tra-
jetória, aqui, no bairro?
ALAN – Bem, eu tenho 40 anos. Nasci em 3
de janeiro de 1973, aqui mesmo, no bairro. Há
62 anos minha família mora no bairro de Fáti-
ma. Desde criança, sempre me interessei pelo
bairro. Meu padrinho Tadeu Abrãao Fernandes
nos ensinou a lidar com a tradição do bairro que
é um recanto no Centro da cidade.
Além de Tadeu, você teve outros líderes no
qual se inspirou?
ALAN – Sim, depois de Tadeu, veio o Marqui-
nhos Alfinete, um líder carismático. Foi o único
político do bairro. Com ele, a criançada ajudava
nas festas pregando bandeiras, distribuindo santi-
nho... Marquinhos era militante político orgânico.
Isso custou a ele ser cerceado pelo poder público
devido à sua ligação partidária. Em alguns mo-
mentos, ele não podia realizar festa devido a essa
ligação. Era cerceado. O grupo do bairro do qual
faço parte não tem ligação política com a prefei-
tura ou partidos.
Mas no bairro não tem associação de mo-
radores. Vocês não acham que uma entidade
poderia ajudar a trazer mais benefícios para a
comunidade?
ALAN – Pode estar chegando o momento de
fazer, sim, a associação. Acho que o exemplo de
Marquinhos refletiu no fato de o bairro não ter
uma associação, pois, ele tinha profunda ligação
partidária. Mas se ela acontecer, tem que ter um
fundo democrático. Hoje, estamos aparentemen-
te bem, pois, nosso grupo tem boas relações com
Luiz Cláudio, o subprefeito do Centro. Ele vem re-
gulamente aqui para ver se existe poste sem lâm-
padas, se o lixo está acumulado....
Como são as festas realizadas pelo grupo de
vocês no bairro ?
ALAN – São três eventos que se destacam em
nosso bairro durante o ano. O primeiro deles é
o Carnaval, onde bandas e blocos desfilam pe-
las ruas e atraem multidões. A banda do bairro
de Fátima foi fundada em 1977, eu tinha apenas
quatro anos. Ela é composta por 25 músicos que
são ex-policiais militares e ex-fuzileiros navais.
LanchesPoliPoliPoli
Salgados Doces
Biscoitos
Balas Sucos
Refrigerantes Sorvetes
Picolés Tortas
Pudins Sopas
Cervejas
Água mineral
Entrega em domicílio
2 2 2 2 - 4 4 0 0
Com essa banda, resgatamos a utopia do carnaval. Qual
era essa utopia? Trazemos para às ruas famílias intei-
ras, crianças, idosos, adultos, que se sentem seguros e
satisfeitos de brincar o carnaval. Para se ter uma ideia,
a comissão de frente da banda é formada por carrinhos
com bebes e deficientes físicos. Ou seja, é um carnaval
para todos. Quando a banda passa pelo INCA (Instituto
Nacional do Câncer, na Praça Cruz Vermelha) a gente
pára, presta uma homenagem aos funcionários e pa-
cientes, fazemos uma oração pedindo recuperação e
saúde para eles.
E como os jovens se inserem no bloco?
ALAN – Temos um bloco onde as crianças desde cedo
aprendem a tocar instrumentos. Veja, as crianças atuais
não têm mais a tradição da cultura
carioca. Isso quer dizer que elas não
jogam capoeira, não soltam pipas, fu-
tebol, pião...devido ao crescimento
urbano do bairro. Então, o bloco, em
nossa opinião, é uma forma de a gente
resgatar aquela tradição perdida.
E como é o domingo de Páscoa ?
ALAN – Esse é o nosso segundo
evento mais forte. O terceiro é a pro-
cissão de Nossa Senhora de Fátima, a
qual não temos ingerência, fica com a
igreja.Nesteevento,aPáscoa,contrata-
mos um animador cultural para animar
a festa. Nesta Páscoa, distribuímos para
as crianças sorvetes, chocolates, chur-
ros, pipocas, bolas, bombons, brinque-
dos, livros. Essa Páscoa tem ajuda dos
comerciantes do bairro que nos cedem
esses produtos. Tratamos bem essas
crianças, pois, em breve, serão elas,
que estarão em nossos lugares, fazen-
doasmesmascoisasquefazemoshoje.
Sabemos que você perdeu um fi-
lho recentemente...
ALAN – Foi, sim, doeu muito. Isso
aconteceu há dois meses. O nome
dele era Flávio, tinha 19 anos, ele me
ajudava muito. Era ele quem metia a
mão na massa em nossos eventos. Bo-
tava refrigerante no gelo e carregava
a barraquinha. Senti uma tristeza grande. Sua
morte me motivou a continuar com essa anima-
ção cultural do bairro. Tudo isso que faço é pen-
sando nele e vejo que as atividades podem apla-
car minha dor.
E a terceira festa de vocês?
ALAN – É a agostina. Trata-se, na verdade,
da festa junina, mas realizamos em agosto. Nela,
montamos barracas com doces e outros tipos de
atividades de lazer. Ela serve para arrecadar fun-
dos para o carnaval. Também é uma oportunida-
de para a gente divulgar a vida comunitária de
nosso bairro, dizer que ele é bom, que estamos
num recanto.
Praça Aguirre Cerda, 95 – Bairro de Fátima
Alan Braga explica a tradição
de festas do bairro
Divulgação
PoliPoliPoli
Salgados Doces
5. 5
RUA TADEU KOSCIUSKO, 87 – 3º ANDAR – BAIRRO DE FÁTIMA – CENTRO – RUA DA FEIRA
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U
ma tradição se repete há décadas: a comemoração
da Páscoa no bairro de Fátima. Esta comemoração
tem um alvo: as crianças. Estas, na Praça Presidente
Aguirre Cerda, recepcionadas pelo animador cultural João
Batista, se sentiram à vontade com as brincadeiras. Além dis-
so receberam presentes como chocolates, cadernos, livros,
sorvetes, brinquedos. Segundo ALAN BRAGA DE ALMEIDA,
um dos organizadores do evento, esta comemoração é uma
das três atividades mais bem consideradas do bairro. O Do-
mingo de Páscoa é o segundo grande evento do ano, de nos-
sa comunidade. Porque o primeiro é o carnaval. Mais à fren-
te, teremos a nossa festa Agostina, que, na verdade trata-se
de uma festa junina, só que realizada em agosto.
PÁSCOA FÁTIMA:FÁTIMA:FÁTIMA: A PÁSCOA DE NOSSAS CRIANÇASA PÁSCOA DE NOSSAS CRIANÇASA PÁSCOA DE NOSSAS CRIANÇAS
Fotos: Divulgação
6. 6
TÁXI
PONTO DE TÁXIPONTO DE TÁXIPONTO DE TÁXI ESTÁ SEM TELEFONEESTÁ SEM TELEFONEESTÁ SEM TELEFONEFotos: Divulgação
O
tradicional ponto de táxi, no início
da Av. Nossa Senhora de Fátima,
está sem telefone e sem diretoria
da associação que dirige o ponto.
Este impasse está causando transtornos aos
moradores que querem utilizar o veículo. O
ponto está sem telefone para atender aos
pedidos de táxi pelos moradores.
Outro dia, por volta das 20h30min, uma
moradora do prédio 224 da Rua Guilherme
Marconi teve um parente que passou mal.
Ela teve que caminhar um grande trecho para
chegar ao ponto, deixando seu marido doente
sozinho.
Segundo os taxistas RONALDO FERREI-
RA E DANIEL GUASTI, o ponto existe há
mais de 38 anos, e os próprios taxistas são
moradores de Fátima.
Foi formada uma associação dos taxis-
tas do ponto de Fátima. Mas está sem di-
retoria. Este fato, segundo os taxistas, tem
SEGURANÇA PÚBLICA
prejudicado o melhor
atendimento a popula-
ção. A cabine do ponto,
por exemplo, está sem
atendente e telefone.
– Realmente, para
melhorar tem que se
eleger uma nova di-
retoria da associação.
O problema persiste
por nossa culpa, não
estamos sabendo nos
organizar – diz Guastil.
Ele revelou que a associação não definiu a nova
diretoria porque existe muita briga entre os as-
sociados.
– Sem telefone e prancheiro para controlar e
marcar as viagens, não funciona bem- reconhece
Ronaldo.
São 33 motoristas cadastrados no ponto, mas
atuando apenas 20.
Fotos: Divulgação
GANGDEBICICLETAGANGDEBICICLETAGANGDEBICICLETAATACAMULHERESATACAMULHERESATACAMULHERES
Na cabine dos
taxistas, não
há telefone
Luzia Pires é uma das
lideres do bairro
U
m grupo de menores usando bicicletas estão assaltando
mulheres à luz do dia, no trecho que corresponde ao ponto
de ônibus próximo ao Santuário de Fátima, até o super-
mercado Extra, na Rua Riachuelo.
Eles agem na contramão e assaltam as vítimas na calçada. Seus
alvos são correntinhas de ouro e celulares das mulheres.
Uma senhora que teme se identificar foi assaltada, há poucos
dias, próximo a cabine da PM, na Rua Riachuelo com Henrique Va-
ladares.
Os bandidos, sempre bem vestidos, usam roupas de marca, brin-
quinhos e não aparentam ser assaltantes.
Ousados e covardes, eles atacam as vítimas, geralmente mulhe-
res, por trás e de surpresa.
A senhora que fez a denúncia perdeu no assalto um escapulário
de ouro e um terço que o ladrão vendo que não tinha valor comer-
cial, jogou num mato próximo, onde o mesmo foi recuperado pela
vítima, com a ajuda de populares.
Então, que as mulheres fiquem atentas.
Senhoras que frequentam as missas matinais no Santuário de Fá-
tima também têm sido assaltadas por viciados em crack, extrema-
mente violentos.
Os pontos de maior perigo são os próximos ao Hospital Espanhol
e o prédio da CEDAE.
Os assaltantes de bicicleta também agem em dupla ou trio, de
forma coordenada. Um ataca a vítima, outro intimida e um terceiro
foge com os produtos do roubo.
Toda atenção é pouca e a polícia precisa se mobilizar para prote-
ger os moradores da região do bairro de Fátima.
GRÁTIS
MATRÍCULAEAVALIAÇÃO
MENSALIDADE = R$ 60,00
Rua André Cavalcanti, 108
Centro – Tel.: 21 2232-5479
7. 7
TERCEIRA IDADE SEUJAIR:SEUJAIR:SEUJAIR:“AIMPORTÂNCIADAATIVIDADEFÍSICA”“AIMPORTÂNCIADAATIVIDADEFÍSICA”“AIMPORTÂNCIADAATIVIDADEFÍSICA”Fotos: Divulgação
C
om seis filhos, netos e bisnetos,
o comerciante aposentado, JAIR
AFFONSO DOS SANTOS, chega,
em 2013, aos 90 anos, com uma
saúde de ferro. Um dos motivos para estar
bem fisicamente é que passou a praticar
atividades físicas, na Academia Eira, na
Rua André Cavalcanti.
Jair, aposentado há 42 anos, disse que
resolveu fazer exercícios sob a respon-
sabilidade do professor Marcelo Câmara
Leite. Ele revela que andava desordena-
damente nas ruas, sentia dores numa das
pernas e ombro direito com movimentos
limitados..
Isto porque, há algum tempo, levou
um tombo na rua e botou dois parafusos
no ombro durante a operação. Mas recor-
da que, sem os exercícios, seu corpo teria
ficado menos resistente.
– Depois que comecei a praticar exer-
cícios, conversei com o professor, que
passou dar assistência mais adequada
à minha idade. Passei a ter uma postura
corporal mais correta depois da ginástica
– revelou ele.
Ele conta que chegava a fazer em casa
exercícios. Mas não era igual ao exercício bem dirigido e controla-
do pelos professores da academia Eira.
Segundo Jair, sua saúde é bem equilibrada.
– Foi surpreendente para uma pessoa da minha idade. Comecei
a andar ereto, ganhei força muscular nos braços, estou outro ho-
mem”, contou Jair, fazendo exercícios com barras de cinco quilos
em cada mão, na academia.
– Sou casado com uma mulher que é 30 anos mais nova do
que eu. Digo para vocês que estou bem após praticar ginástica.
Me tornei mais ativo, mais participante. Faço ginástica, todos os
dias, das 9 até as 11 horas. Geralmente, eu acordo por volta das
5h30min – detalhou ele.
Jair explica o fato de chegar aos 90 anos devido a um comporta-
Fotos: Divulgação
mento regrado na sua vida de executivo comercial.
Revela que sempre foi uma pessoa tranquila, nunca
exagerou em seus atos/comportamentos. “Eu não
bebia, nem fumava, mas fazia pequenos exercícios”,
explica.
– Hoje, minha taxa de glicose está bem controla-
da, em torno de 112. Minha pressão está 11 por 7.
– Como bem, bebo água, estou me sentindo ótimo.
O médico disse que assim vou chegar aos 120 anos,
depois fiz exames do coração e próstata, sem que
nada de anormal fosse diagnosticado – observou Jair.
O professor Marcelo Câmara Leite diz que utili-
za para terceira idade alongamento, fortalecimen-
to muscular, equilíbrio e coordenação motora.
– Quando ele chegou aqui, estava com a mus-
culatura atrofiada, dificuldade de locomoção, sem
equilíbrio. Ele nunca tinha praticado atividade físi-
ca mais cotidiana. Fiz um programa de correção, e
ele acabou se adaptando a ele. Consegui com que
se habituasse aos aparelhos da academia. Acon-
selho a pessoa da terceira idade a prática de ati-
vidades físicas, andar por vinte minutos, sair do
sedentarismo, de ficar em casa sozinho. Fiz minha
monografia de final de curso sobre a terceira idade
– revelou o professor.
Uma das sócias da academia lista os benefícios
para quem pratica a ginástica:
– Melhora o humor e combate a depressão.
– Diminui a ansiedade e o estresse.
– Aumenta muito a auto-estima.
– Melhora a qualidade do sono.
– Fortalece a musculatura do coração, aumentando a capacidade car-
diorrespiratória.
– Melhora o nível do bom colesterol, o HDL.
– Aumenta a resistência à fadiga, dando mais disposição para as tare-
fas do dia a dia.
– Ajuda a prevenir doenças como hipertensão, diabetes, acidentes
vasculares cerebrais e obesidade.
– Exercícios aeróbicos são a melhor maneira de perder peso, mas tam-
bém oferecem outros benefícios.
Natural de Goiana (PE), a funcionária pública aposentada CÉLIA LEMOS DORNESCU, descendente de
romenos, vai comemorar 80 anos em 21 de maio próximo, e está bastante feliz. Sua vida deu um
salto qualitativo quando passou a fazer ginástica, também na Academia Eira, após a morte do marido.
“Antes eu ficava triste, sozinha em casa. Agora, todos os dias eu desço e subo a rua André Cavalcanti,
e ainda subo 60 degraus da escada do condomínio onde moro. Estou muito ágil depois que vim fazer
ginástica”, destacou ela.
Dona Célia se exercita na academia durante três dias, das 10 às 11 horas, e conta ser muito disciplina-
da. “Meu ex-marido dizia que a pontualidade é sinônimo de educação. Eu procuro seguir isso”, destacou
ela, com uma bola que utiliza para fazer sua ginástica especializada para a terceira idade.
Dois filhos dela são engenheiros.
Com a morte do marido, ano passado, Célia passou a ficar depressiva, e por sugestão de um dos
filhos, começou a praticar exercícios. Agora sua vida ganhou outro sentido.
DONA CÉLIA: “NÃO POSSO SER TARTARUGA”
8. 8
MARIA APARECIDA RODRIGUES AMO-
RIM, 39 anos, conhecida como CIDA,
moradora da Praça Aguirre Cerda, vi-
úva há seis anos do ex- professor da UFRJ, Paulo
César Ferreira Amorim, diz, se sente feliz em ser
mãe de Matheus, 11, e de Marianna, nove, e
acha motivos para comemorar o Dia das Mães.
Eu nasci em Teófilo Otoni, Minas Gerais, e
moro há 20 anos no Rio de Janeiro. Minha mãe
mora ainda em Minas e o meu pai já faleceu”,
revelou ela. Cida é católica e frequenta o San-
tuário de Fátima, na Rua Riachuelo, onde seus
filhos estudam catecismo.
Veja trechos da entrevista que ela deu para
nosso jornal:
Como você vê o desenvolvimento de seus
filhos no bairro?
CIDA – Confesso para vocês que diante do
mundo atual tenho medo de pedófilos, medo
que façam maldades com meus filhos. Tenho
até medo de casar outra vez, com medo que
meu companheiro possa ser pedófilo. Por isso,
não me casei outra vez, com medo de ver meus
filhos serem perturbados. Prefiro, assim, ficar
sem companheiro em casa.
Como é ser mãe ?
CIDA – Ser mãe é muito difícil. A gente tem
DIA DAS MÃES
“““SER MÃESER MÃESER MÃE É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”,É MUITO DIFÍCIL”, DIZ CIDADIZ CIDADIZ CIDA
Acidade está acordando. Não há ninguém nas ruas.
São sete horas da manhã.
No entanto, uma buzina – Fon! Fon! – torna-se o único sinal de ba-
rulho nas ruas do Catumbi, Fátima e Santa Teresa. A buzina acorda alguns mora-
dores, que se sentem felizes por terem sido tirados do sono.
A buzina é tocada por LUIZ BORGES, 37 anos, o padeiro-ambulante do bairro.
Usando uma bicicleta adaptada para acomodar dois grandes cestos, que
acondicionam diversos tipos de pães, Borges já se tornou uma figura tradicional
das ruas desses três bairros.
Há 14 anos, ele vende pão de manhã cedo para diversos moradores do
bairro, que, assim, não perdem tempo indo para a padaria ou entrarem em fila
de supermercado.
– Eu trago, nos dois cestos, pelo menos, 600 pães (tatu, suíço, francês). Vendo
tudo, sempre retorno com os cestos vazios para casa. Eu tenho freguês que há 14
anos compra comigo. Vendo até fiado - contou Borges.
Ele começa a trabalhar por volta das 5hs quando compra seus produtos na Padaria
Pão Barato, no Catumbi. Dali, ele começa a vender nas ruas deste bairro e depois seu
roteiro inclui Fátima e Santa Teresa, numa jornada, segundo ele, que dura duas horas.
Depois, ele vende também os mesmos produtos, por volta, das 17 às 19 horas para
outros clientes.
MineirodeCaratinga, Borgesdizqueessetrabalho–padeiro-ambulante-émuitogratificante,pois, lidacomuma
clientela certa, conhecida e simpática, que gosta de seus serviços. Por isso, tem poucos aborrecimentos com eles.
Ele diz que, mais à frente, pretende investir em seu negócio, para ampliar a variedade da mercadoria e dos serviços.
NEGÓCIO OPADEIROOPADEIROOPADEIRONOSSODECADADIANOSSODECADADIANOSSODECADADIA
se desdobrar. Para enfrentar as despesas, também
faço pastinhas de presunto, salmão, bacalhau, azei-
tona, queijos, etc e vendo para minhas amigas e vi-
zinhos.
E seus filhos?
CIDA – Olha, meus filhos são maravilhosos. Eles
são crianças diferentes. Eles são meus amigos. Por
isso, dedico a minha vida toda para eles.
O que você acha do bairro onde mora?
CIDA – Gosto muito de morar no bairro de Fátima,
pois, aqui, tudo é perto: supermercados, escolas, fri-
goríficos, postos de saúde.... Minha filha Marianna
estuda na Escola Municipal Guatemala, a alguns me-
tros de nossa casa. E o menino, o Matheus, no Colégio
Estadual Celestino Silva. Eu levo e trago ele, o
Matheus, todos os dias da escola. Aqui, no bair-
ro sinto-me protegida, tenho muitos amigos.
Qual o grande mal do bairro ?
CIDA – São fezes de cachorros na rua. Isso
deixa todos os moradores chateados.
Como a senhora vive?
CIDA – Vivo da pensão deixada pelo meu
marido, meu apartamento é alugado. Gosto
muito de frequentar à praia, vou sempre que
posso a praia do Flamengo.
E você, Matheus como vê a sua mãe?
MATHEUS – Eu vejo a minha mãe muito
bem, eu gosto muito dela, ela é boa. Eu tenho
tablet. Então, gosto de jogos de raciocínio, de
ação e aventura. Eu tenho minha página no fa-
cebook. Brinco de mexer com computador, sou
virginiano. Gostaria de ser astronauta, biólogo
ou bombeiro, quando estiver grande.
E você, Marianna?
MARIANA – Gosto de novela e quero ser de-
legada um dia.
MATHEUS – Eu queria ver um campo de
futebol no bairro, pois, na praça já tem equi-
pamentos de ginástica para a terceira idade.
Também esses equipamentos já tem na Cruz
Vermelha.
Fotos: Divulgação
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MULHER/MÃE
Mulher,
A que tem sono leve quando o filho
nasce
E como a fênix, que das cinzas
E das dores, a cada dia, renasce!
Que chora quando ama, apaixonada,
E faz o coração, do amor, eterna
morada!
Mulher,
A que, com sua prece, o mundo
presenteia,
Que batalha, corre, suspira, malha
E o amor semeia!
Que planta e colhe,
Se entrega inteira toda uma vida!
E não morre, se no amor não tiver
guarida! Suporta!
Ou, então, revida!
Busca, não quer perder,
Luta, vence!
Eternamente, mulher!
MARILENA FRADE – professora e
poeta
E-mail: mtpv@uol.com.br