Tivemos a oportunidade de conversar com Daniel Brandão de Castro, fundador do Clube de Investimentos Horus Strategy e atual diretor de tesouraria para a América Latina do Grupo Publicis.
Formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, especializou-se em Finanças na Fundação Getúlio Vargas e fez mestrado acadêmico pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP em Administração de Empresas com ênfase em Finanças e Métodos Quantitativos.
Confira a seguir a opinião de Daniel Castro acerca da economia brasileira além de dicas preciosas sobre finanças pessoais.
A otimização da gestão do hedge cambial em um mercado extremamente volátil
Finanças pessoais com Daniel Castro: bankFacil entrevista
1. Finanças pessoais com Daniel
Castro:bankFacil entrevista
“Entrevistamos o fundador do Clube de
Investimentos HorusStrategy, Daniel Castro”
Tivemos a oportunidade de conversar com Daniel Brandão de Castro,
fundador do Clube de Investimentos HorusStrategy e atual diretor de
tesouraria para a América Latina do Grupo Publicis.
Formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP,
especializou-se em Finanças na Fundação Getúlio Vargas e fez
mestrado acadêmico pela Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da USP em Administração de Empresas com ênfase em
Finanças e Métodos Quantitativos.
Confira a seguir a opinião de Daniel Castro acerca da economia
brasileira além de dicas preciosas sobre finanças pessoais.
bankFacil: Sobre o cenário econômico atual no Brasil. O que
você acha das medidas do governo em baixar os juros e
fomentar o consumo?
D.C.: Acho importante a redução das taxas de juros e o fomento do
consumo no atual cenário econômico brasileiro, mas tenho algumas
ressalvas quanto a maneira que o governo está conduzindo este
processo de afrouxamento com o intuito de estimular a economia,
pois tal medida tem ação direta nas consequências da crise
econômica e não nas suas causas.
O estoque de crédito dos bancos já não cresce tanto em função dos
tomadores terem comprometido suas rendas em altos níveis e a
recente alta da inadimplência tem feito os bancos serem mais
restritivos em seus empréstimos, o que torna a redução da taxa de
juros pouco eficaz no aumento do consumo.
Por outro lado o receio da crise econômica e o medo de perder o
emprego fazem com que os consumidores sejam mais criteriosos ao
gastar, o que acaba por aprofundar a crise independentemente dos
estímulos promovidos pelo governo.
Deste modo entendo que é preciso tomar ações que visam o aumento
sustentável do consumo que é possível de ser obtido através do
aumento da renda familiar e para tal uma das medidas cabíveis é a
desoneração dos impostos cobrados na fonte aliado a redução dos
gastos públicos para contrabalancear a redução na arrecadação.
2. Enfim, acredito que o governo deveria retomar a questão da reforma
tributária no lugar de tomar ações paliativas contra a crise.
bankFacil: Como você vê a relação dos bancos com os clientes
aqui no Brasil? Qual sua avaliação geral dos bancos
brasileiros?
D.C.: A relação dos bancos com os clientes vem mudando
consideravelmente de uns tempos para cá, seja através da
segregação de atendimento para clientes de maior renda ou pelas
políticas de uso consciente do crédito entre outras ações que buscam
aproximar o cliente do banco através de um atendimento mais
personalizado.
Mesmo assim ainda estamos distantes da figura do gerente de banco
como sendo consultor financeiro do cliente, pois os bancos ainda
trabalham com metas de curto prazo e com foco exclusivo para o
resultado financeiro do banco.
De modo que hoje em dia muitos clientes que investem optam por
gerenciar suas vidas financeiras sem a participação do banco, através
do aprendizado constante em finanças e do conteúdo de qualidade
disponível na internet sem custo ou então através de gestores
independentes.
Quanto a avaliação geral dos bancos brasileiros vejo que são muito
eficazes na agilidade e processamento dos pagamentos e nas
funcionalidades disponíveis pelo internet banking se comparados a
bancos de outros países. No entanto são gananciosos demais com
cobranças de tarifas excessivas e aplicação de taxas de juros
exorbitantes.
bankFacil: Quais são suas 3 dicas de ouro para as pessoas que
buscam a saúde financeira?
D.C.: A saúde financeira é conquistada através de medidas simples
que na prática nem sempre são fáceis de serem atingidas:
Gastar menos do que ganha. Para atingir esta regra de ouro é
preciso conhecer claramente as suas despesas e suas receitas e
fazer de modo que as receitas sejam superiores as despesas.
Como dica vale anotar todas as despesas realizadas e as
previstas, e verificar se o seu salário está sendo gasto conforme
o desejado, sempre considerando uma reserva para os dias
onde a receita poderá não vir.
Não se endividar. É importante evitar ao máximo ter dívidas e
caso seja inevitável não comprometer a renda em mais de
30%.
3. Comprar na baixa e vender na alta. Acertar o momento certo
para se realizar investimentos faz toda a diferença e para tal
faz-se necessário o constante aprendizado em precificação de
ativos e aprofundamento nos estudos de finanças e
investimentos.
bankFacil: Qualquer pessoa pode investir com segurança? Em
sua opinião, quais as melhores opções para os menos
experientes?
D.C.: Acredito que sim, pois o nível de segurança de um investimento
está associado ao nível de conhecimento que possui sobre o mesmo e
sobre os riscos inerentes ao tipo de investimento.
Para os menos experientes indicaria investimento na poupança.
bankFacil: Você, que possui uma boa experiência sobre
finanças e produtos bancários, poderia deixar algumas dicas
para os consumidores na hora de escolher um cartão de
crédito?
D.C.: Gosto de ver o cartão de crédito como uma ferramenta que te
permite pagar a prazo, realizar compras no exterior sem precisar
fechar câmbio e acumular pontos que podem ser trocados por
mercadoria e passagens.
Dentro deste contexto acho importante o cartão de crédito não ser
utilizado como instrumento de empréstimo, pois as taxas de juros são
proibitivas e indecentes em comparação a outras soluções.
Como dica, acho importante o cartão de crédito não ter tarifa, ser
internacional e ter um bom plano de pontuação.
bankFacil: Falemos do HorusStrategy e de você mesmo, qual é
o seu objetivo e como está posicionando o site com os
consumidores?
D.C.: O HorusStrategy é um blog que venho mantendo há vários
anos que busca divulgar informações sobre investimentos e finanças
de maneira geral e gratuitamente.
É a minha maneira de contribuir com a educação financeira, de
compartilhar idéias com outros internautas, investidores e aproveitar
para me aprofundar em finanças.
Nosso entrevistado ainda recomendou a leitura de dois artigos, sendo
o segundo de sua autoria:
4. "Manifesto por um Brasil mais rico, não um Brasil mais caro"
"HorusStrategy no Tesouro Direto - Fechamento de Julho de
2012"