O documento discute a possibilidade de implosão do Presídio Central de Porto Alegre. Um laudo técnico concluiu que as estruturas do presídio são irrecuperáveis. Autoridades sugeriram construir novos prédios para cursos universitários ou uma nova penitenciária no local. Há debates sobre privatizar o sistema prisional ou não.
2014.02.14- PTSUL- trabalho voluntário em presídios tem apoio de bordignon
Debate sobre implosão do Presídio Central
1. (http://www.sul21.com.br/jornal/)
14/nov/2014, 20h01min
Implosão do Presídio Central em debate
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Um público formado na maioria por estudantes acompanhou a discussão sobre assunto, realizada na tarde desta sexta-feira |Foto:
Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Jaqueline Silveira
A possibilidade de implosão do Presídio Central de Porto Alegre foi o tema do 3º Ciclo de Estudos de Direito no Cárcere, realizado na tarde
desta sexta-feira (14), no auditório da casa prisional. Na presença de um público de mais de cem pessoas, formado em boa parte por
estudantes, foram apresentadas algumas sugestões para os pavilhões depois da desativação.
Juiz da Vara de Execuções Criminais da Capital, Sidinei Brzuska disse que um laudo técnico elaborado por engenheiros em 2012 revelou
que as estruturas do Presídio Central “são irrecuperáveis”. Por esse motivo, ele sugeriu que, no prédio da frente, que está em condições em
relação aos demais pavilhões, a instalação de cursos superiores de Direito e de Odontologia, por exemplo, através de convênios com
universidades como a Pontifícia Universitária Católica (PUC), o que, segundo ele, beneficiaria a comunidade dos arredores da casa prisional.
“Fazer um link entre a academia e o sistema prisional parece uma alternativa razoável”, avaliou o magistrado. Já em outra parte da área,
Brzuska sugeriu fazer uma penitenciária menor. “Destroem os pavilhões irrecuperáveis e se ergue uma prisão mais enxuta, de acordo com a
nossa realidade “, explicou ele. Ele observou que, pelo grau de comprometimento das estruturas, apontado pelo laudo técnico, será “mais
barato fazer um novo” para o Estado.
Por fim, o juiz afirmou que “estamos numa encruzilhada, não sabemos o que será feito e nem como será a ocupação de Canoas”, referindo-
se à penitenciária do município da Região Metropolitana que está em fase de conclusão e deverá abrigar boa parte dos apenados do
Presídio Central. O processo de esvaziamento do estabelecimento penal já começou com a transferência de presos para casas prisionais da
região, como a de Montenegro.
O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana da Câmara de Vereadores de Porto Alegre,
Alberto Kopttike (PT), considerou uma boa alternativa dedicar a área para a cultura - sugestão apresentada pelo Conselho da Comunidade
de Porto Alegre -, principalmente com foco na ressocialização. Contudo, ele frisou que também“é preciso enfrentar os problemas
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2. (http://i1.wp.com/www.sul21.com.br/jornal/wp-
content/uploads/2014/11/20141114-por-
bernardo-jardim-ribeiro-_dsc7682.jpg)
A maioria das autoridades participantes do
debate se posicionaram contra a privatização
do sistema prisional |Foto: Bernardo Jardim
Ribeiro/Sul21
estruturantes”, entre eles, o combate às drogas.
Privatização do sistema carcerário
Além da implosão do Presídio Central, a privatização do sistema carcerário dominou o
debate. Brzuska disse que todos os debates em que participou com representantes do
Poder Judiciário, “a posição majoritária é pela participação da iniciativa privada nos
presídios”, porém, “com o controle do Estado”. Já a secretária de Justiça e dos Direitos
Humanos, Juçara Dutra, que representou o governo no Estado na atividade, manifestou-
se contrária: “Pela política do nosso governo não há nenhuma perspectiva de privatização
do sistema prisional”.
Também contrário ao processo de privatização, a exemplo de outras autoridades que
participaram do debate, o promotor de Execução Criminal da Capital Gilmar Bortolotto
defendeu a administração de penitenciárias pelo modelo das APACs (Associação de
Proteção e Assistência (APAC), em que não policiamento e com trabalho é voluntário.
Esse modelo se baseia na autogestão disciplinar dos presos, que recebem assistência
social, médica, psicológica, espiritual e familiar. No Rio Grande do Sul, a experiência
deverá ser implantada em Canoas, no Bairro Guajuviras. “Nós vamos fazer, sim, esse
sistema funcionar no Estado”, afirmou Bortolotto.
Segurança da Brigada Militar até o ultimo dia
Questionado sobre o tempo em que a Brigada Militar permanecerá fazendo a segurança do Presídio Central, o juiz Sidinei Brzuska ressaltou
que o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) orienta aos policiais só deixarem o local depois da transferência de todos os presos.
“A posição (CNJ) é que a Brigada é a última a sair, primeiro saem todos os presos”, esclareceu o magistrado. Segundo ele, não um prazo
para o esvaziamento total do presídio.
Diretor do Presídio Central, Dagoberto Albuquerque ressaltou que a BM ficará até o fim. Ele relembra que os policiais chegaram para fazer a
segurança da casa prisional por seis meses e já estão há 19 anos. Hoje, 321 brigadianos fazem a segurança do local. Normalmente, a
segurança dos estabelecimentos prisionais do Rio Grande do Sul é feita pela Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).
O Ciclo de Estudos de Direito no Cárcere, que oportunizou o debate sobre o Presídio Central, é promovido pelo Instituto Cultural do Estado
de Direito (ICED).
Tags: debate (http://www.sul21.com.br/jornal/noticias/debate/), esvaziamento (http://www.sul21.com.br/jornal/noticias/esvaziamento/),
implosão (http://www.sul21.com.br/jornal/noticias/implosao/), manifestação (http://www.sul21.com.br/jornal/noticias/manifestacao/),
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privatização (http://www.sul21.com.br/jornal/noticias/privatizacao/)
2 comentários para “Implosão do Presídio Central em debate”
Felipe X disse:
15 de novembro de 2014 às 19:45 (http://www.sul21.com.br/jornal/implosao-do-presidio-central-em-debate/#comment-394378)
Torço que a área do presídio vire parque ou algo assim (ao menos uma parte). E sobre privatização… é importante que a de Minas seja
usada como mau exemplo http://apublica.org/2014/05/quanto-mais-presos-maior-o-lucro/ (http://apublica.org/2014/05/quanto-mais-presos-
maior-o-lucro/)
Implosão do Presídio Central em debate | Blog Porto Imagem (http://portoimagem.wordpress.com/2014/11/16/implosao-do-presidio-central-em-debate/)
disse:
16 de novembro de 2014 às 9:35 (http://www.sul21.com.br/jornal/implosao-do-presidio-central-em-debate/#comment-394573)
[…] Leia mais, no SUL 21, clicando aqui. […]
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Presídio Central de Porto Alegre: Reunião
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governos-e-entidades-marca-mais-uma-
etapa-da-acao-da-cidh/)
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de apenados a partir de 2ª
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central-tera-limitacao-do-numero-de-
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