O documento defende os direitos das mulheres e a igualdade de gênero. Aponta que as mulheres são mais da metade da força de trabalho no Brasil, mas recebem salários menores que os homens e são as principais responsáveis pelo trabalho doméstico. Além disso, sofrem violência doméstica e assédio, sendo espancadas ou assassinadas a cada poucos minutos. O texto convoca as mulheres a lutarem por igualdade, fim do assédio e salários justos.
1. Lugar de mulher é na luta!
Segundo pesquisa realizada pela Toda a riqueza da nação tem a marca
Fundação Perseu Abramo, as mulheres de nossas mãos e de nosso suor. Traba-
já são mais de 52% da População Econo- lhamos nos campos, plantando e
micamente Ativa no Brasil. colhendo os alimentos. Trabalhamos nos
Apesar de a Constituição Federal supermercados, distribuindo estes ali-
prever que não pode haver diferenciação mentos. Estamos nas escolas, alfabeti-
salarial por conta do sexo, as mulheres zando e educando os filhos e filhas da
continuam recebendo salário inferior ao classe trabalhadora. Trabalhamos nas
dos homens. Para o Departamento Inter- fábricas, trabalhamos como teleoperado-
síndical de Estatística e, Estudos Socioe- ras, somos motoristas e até pedreiras!
conômicos (Dieese), o salário das mulhe- Trabalhamos também em casa, alimen-
res corresponde a apenas 75,7% do que tando nossa família, cuidando de nossas
os homens recebem pela mesma função. crianças.
Além disso, a mulher ainda é a princi- Basta! Não queremos mais nossos
pal responsável pelo trabalho doméstico, corpos expostos em propagandas de
dedicando cerca de 21 horas semanais televisão. Não aceitamos mais receber
aos afazeres da casa, informa o IBGE. salários menores do que o dos homens
Para piorar essa situação de discri- simplesmente pelo fato de sermos
minação e superexploração, em nosso mulheres.
país, a cada dois minutos, cinco mulhe- O Movimento Luta de Classes
res são espancadas, e, a cada duas (MLC) convoca todas as mulheres a se
horas, uma mulher é assassinada, víti- unir em seu local de trabalho e dar um
mas, na maioria dos casos, da violência basta ao assédio moral, aos baixos salá-
doméstica. rios, ao alto custo de vida e à exploração
É preciso mudar essa realidade! dos patrões.