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4. 4 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
Tenhoalgunslivros
de Jan Val Ellam e, ape-
sar de não conhecê-lo
pessoalmente, parece-
me extremamente inte-
ligente e sincero em su-
asconvicções.Aquestão
aqui, então, não é ques-
tionar seus propósitos
ou intenções, mas espe-
rar para ver os resulta-
dosdesuasrevelaçõese
respectivas conseqüên-
cias. É lógico que sabe-
mosqueoprognósticoé
péssimo em se tratando
de Oriente Médio. Sa-
bemos também que a
qualquermomentopode
ocorrerumarevoadadeUFOs, co-
motantasjáregistradas.Creioque
Ellamnãodeixoudepensarnestas
questões, tão evidentes e prová-
veis, subestimando a racionalida-
de dos leitores da UFO, que pos-
suem um ótimo padrão de conhe-
cimento.Convenhamosqueasen-
sibilidadeeacapacidadedoautor
daentrevistanãopermitiriamuma
atitude passional e inconseqüen-
te,estandoemjogosuareputação,
sua carreira e uma vida inteira de
respeito a temas místicos.
Elaine Villela,
Niterói (RJ)
Todas as matérias publicadas
pela Revista UFO são de respon-
sabilidade de seus autores, assim
como, evidentemente, as respos-
tas dadas pelos entrevistados na
seção Diálogo Aberto. UFO ape-
nascumpreseupapeldedivulgara
Ufologia,dandoespaçoparatodos
os que têm algo a dizer. Conheço
apenas um pouco do trabalho do
escritor e conferencista espiritu-
alista Jan Val Ellam, mas pelo
pouco que sei, parece-me uma
pessoa honesta, responsável e
com bons propósitos. Sobre o tal
“contato oficial” com centenas de
naves alienígenas no céu, se for
algo como já ocorreu no passado
– como a Noite Oficial dos UFOs,
por exemplo –, será mais um im-
portante registro para a Ufologia.
Porém,tenhominhasdúvidasquan-
Ponto de Encontro
Divulgação
Referente à entrevista com
JanVal Ellam, publicada na seção
Diálogo Aberto de UFO 126, per-
gunto:esenãonadaacontecer?De
tempos em tempos surgem infor-
mações sobre a vinda em massa
dos ETs à Terra, mas que nunca
seconfirmam.Gostomuitodasco-
locações de Ellam, mas acho ex-
tremamente delicado prever datas
e acontecimentos desta natureza,
pois há no meio ufológico posi-
ções antagônicas.
Paulo Aníbal G. Mesquita,
São Paulo (SP)
Apesar de nunca ter lido qual-
querobradeJanValEllam,sempre
tiveboasreferênciasaseurespeito.
Portanto,pensoquesuasintenções
sãoboasaodivulgarotal“contato
oficial e definitivo” na seção Diá-
logo Aberto de UFO 126. Porém,
baseado em tudo o que já vimos
atéhoje,noqueserefereamarcar
datasparacontatosdestanatureza,
creio que mais uma vez iremos
nos decepcionar. Há pouco tem-
po previram acontecimentos in-
críveisparamaiode2006,masjá
se passaram alguns meses e nada
aconteceu, nem mesmo justifica-
tivas. É sempre assim...
Rodolfo Soares Caproni,
por e-mail
ComoJanValEllameoutros
ufólogos,jáaventamosaspossibi-
lidadesapresentadasnaentrevista
daseçãoDiálogoAbertodeUFO
126. Só não podíamos afirmar da-
tas, como não podemos ainda. Já
Ellam é um iluminado e pode.
Não só pela lógica, mas também
por seu pensamento, coerência e
nível de informação.
Fernando A. Ramalho,
Brasília (DF)
Fico me perguntando quais
serão as justificativas de Jan Val
Ellam, quando abril chegar e na-
da do que ele previu tiver acon-
tecido. Será que teremos que ou-
vir algo como as explicações do
francês, de alguns meses atrás, a
respeito do asteróide que cairia
no oceano? Algo como “nossos
pensamentospositivosconjuntos
reverteram a tragédia?”
Alexandre Camargo,
por e-mail
Finalmente, os que buscam
a verdade começarão a saciar
seus mais íntimos desejos. Mas
como demorou! Muita calma
nessas horas...
Maurício de França,
por e-mail
Eu, particularmente, não
acredito nas declarações de Jan
Val Ellam, apresentadas na se-
çãoDiálogoAbertodeUFO126.
Mas acho importante que se dê
a devida atenção a elas. Ainda
mais na Revista UFO, que é o
espaço adequado e referência
sobre o assunto. Mesmo não
concordando com o que Ellam
diz, vê-se claramente que ele é
pessoa instruída e culta. Talvez
fosse interessante ser publicada
pela revista uma análise crítica
de suas afirmações, feita pelos
ufólogos da linha científica, pa-
ra mostrar ao leitor a infinidade
de declarações similares que já
vieramàtonaesemprefalharam.
Como o objetivo da UFO deve
ser o de explorar a Ufologia em
todos os seus aspectos, acho im-
portantepermitirqueestetipode
trabalho seja publicado.
Ricardo Varela Correa,
São José dos Campos (SP)
Realmente muito emocionan-
te. Estou torcendo pra que sejam
verdadeiras as afirmações de Jan
Val Ellam. Mas li alguns e-mails
dizendo que a Revista UFO pode
perder sua credibilidade se esse
contato não acontecer. Entretan-
to, a publicação só está dando a
notícia, ou seja, está fazendo um
trabalho jornalístico.
Erivelto José Muniz,
por e-mail
Acho mesmo que uma revis-
ta como a UFO tem que publicar
tudo que se relacione com este
tema, mesmo que alguns achem
que isso possa trazer prejuízo à
sua credibilidade. Caso a UFO
fizesse o contrário, teríamos só
um lado da história.
Jomi Lee,
por e-mail
Ou os “mentores” de Jan Val
Ellam dizem a verdade e acertam
deumavezportodas,ouchegade
reflexões.Temosfilósofosemuitas
mentes brilhantes entre os vivos e
personagensdanossahistória,sufi-
cientes para uma mudança ou me-
lhoria da conduta da humanidade.
Se os mentores errarem, então car-
tãovermelhoparaeles.Nãoposso
mais concordar com orientações
dogmáticas sem base ou funda-
mentação concreta.
Carlos A. Millan,
São Paulo (SP)
E
staseçãoPontodeEncontrofoifechadaantesdacirculaçãodaedição
126, do mês passado, que conteve a polêmica entrevista com Jan Val
Ellam.Assim,seuconteúdofoicompiladoapartirdamanifestaçãodos
integrantesdalistadediscussãoRevistaUFOOnline,quandoinformaçõesini-
ciaissobreamatériaforamveiculadas.Criadaparaagregarufólogos,ufófilos,
entusiastaseleitoresdapublicação,alistaéomaiorfórumdedebatessobre
o Fenômeno UFO da internet brasileira, e é aberta a participação de qualquer
pessoa. O endereço é: http://br.groups.yahoo.com/group/Revista_UFO/.
5. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 5
:: www.ufo.com.br ::
Nãohácréditonasdeclarações
deJanValEllam.Garantoqueotem-
pocorreráenãoteremosnenhuma
surpresa referente aos UFOs, con-
forme veiculado por ele. O Orien-
te Médio é uma região instável, e
não seria necessário que ETs nos
informassemoquejásabemos.Não
ocorreráqualquercontato.Ellamé
mais um que pretende ver seu no-
me na mídia.Até um ignorante sa-
be que vamos mandar este mundo
pelosaresequejáestamosnocaos.
ChegadefalaremETsquequerem
ajudar,queseinteressampelodesti-
nohumano!RevistaUFOperdesua
credibilidadeaodivulgarasafirma-
çõesdeEllam.Ufologiaépesquisa
e estudo, não prognóstico.
Lúcio Mario Guimarães,
por e-mail
Quandoalguémcomumnome
a zelar faz uma declaração aberta,
comoasdeJanValEllamnaseção
DiálogoAbertodeUFO126,nomí-
nimodeveterumbomrespaldo.Do
contrário,estarácolocandoemrisco
suavidadedicadaàUfologiaeEspi-
ritualidade. Além de sua integrida-
decomohomemepesquisadordos
fenômenos ufológicos, Ellam está
colocandonacordabambatambém
todosaquelesquedealgumaforma
estão ligados a ele. Se acontecer o
que ele afirma, seu prestígio vai às
alturas. Se falhar o tal “contato ofi-
cial e definitivo”, seu declínio será
inevitável.Portanto, creio que ele
deveter bonsmotivosparafazero
que está fazendo. Resta saber por
qual razão tais revelações foram
feitas somente a ele? Será Ellam
o único ser humano na face da
Terra com capacidade espiritual
suficiente para receber uma infor-
mação tão impactante?
Al Cruz,
por e-mail
Eumeincluoentreaquelesque
temumpéatráscomprevisões.Co-
moficaacredibilidadedaUfologia
se nada disso ocorrer? E a da Re-
vista UFO? Acho muito válida a
publicaçãoteresclarecido,comoo
feznaentrevistacomJanValEllam,
que não apóia nem desacredita su-
to a um contato direto entre ETs e
humanos, eles intervindo e intera-
gindo conosco ou até sentando à
nossa mesa para trocar idéias. Va-
mosaguardaratéabrilde2007para
avaliar o que vai acontecer.
Claudeir Covo,
São Paulo (SP)
As possibilidades de que ve-
nha por aí uma guerra nuclear, co-
moafirmaJanValEllamnaseção
Diálogo Aberto de UFO 126, são
altíssimas. Não temos como não
levarasérioumanotíciacomoesta,
partindodoprincípiodequequem
aestárepassandoanóséumapes-
soadereputaçãoimpecável.Cabe
ao bom senso não condenar aque-
le que pode até estar equivocado,
mas cujas intenções estão clara-
mente boas. Se o tal contato ofi-
cial e definitivo com extraterres-
tres for verdadeiro, ótimo. Se não,
nãodevemoscondenaracoragem
de quem o anunciou.
Analígia S. Francisco,
Rio de Janeiro (RJ)
Pessoalmente, não tenho dú-
vidasquantoahonestidadeeasin-
ceridade de Jan Val Ellam. Elas
estão patentes na postura e nos
textos que ele escreve. Também
acredito que ele está agindo de
boa-fé, fazendo o que lhe parece
maiscorretoaorevelarsuasprevi-
sões na seção Diálogo Aberto de
UFO 126. Entretanto, como um
estudante de espiritualidade, sei
separar o médium da mensagem,
e sei também que a probabilida-
dedeumaintervençãoalienígena
acontecer nos moldes por ele pre-
vistos é muito pequena. Simples-
mente, não faz nenhum sentido,
e não acredito num suposto con-
tato que aconteceria como uma
medida extrema, um ato não pla-
nejado pelos extraterrestres. Se
nós, humanos, falhos e atrasa-
dos, somos capazes de exercitar
o planejamento e precaução com
eficiência, “eles”, supostamente
superiores, deveriam ser capazes
de coisa muito melhor.
Paulo Santos,
Niterói (RJ)
as afirmações. Em todo caso, a ca-
pa de UFO 126, sem dúvida, cha-
ma muito a atenção. Os fanáticos
e místicos em geral devem estar
alucinados. Mas e se os fatos pre-
conizados por Ellam ocorrerem?
Uma imensa frota de naves aliení-
genas em nossos céus poderia ser
otipoderecadoqueahumanidade
desteplanetaprecisaparacomeçar
a pensar mais sério na vida.
Renato A. Azevedo,
São Paulo (SP)
ARevistaUFOfezmuitobem
emdeixarbemexplícitoqueasres-
postasdeJanValEllamemsuaen-
trevista em UFO 126 são de sua
responsabilidade, e não da publi-
cação,obviamente.Achotambém
queUFOagiucertoempublicara
entrevista, pois é o veículo mais
conhecido para divulgação do fe-
nômeno ufológico no país.
Luciano Stancka,
São Paulo (SP)
Não conheço muito a obra
de Jan Val Ellam, salvo algumas
mensagens de cunho espiritua-
lista a ele atribuídas. Mas devo
admitir que tenho grandes ressal-
vas quanto ao conteúdo de men-
sagens canalizadas, como as que
ele apresenta na entrevista con-
cedida à seção Diálogo Aberto
de UFO 126. Tanto porque, do
ponto de vista de nosso conhe-
cimento científico atual, muitos
fatos aludidos são impossíveis,
como, mesmo admitindo tais hi-
póteses, ainda assim existiriam
inúmeras outras questões envol-
vidas.Ellam,atéomomento,vem
apenas divulgar um momento
de contato e uma ameaça nucle-
ar. Pessoalmente, torço para que
ele esteja certo e que ocorra tal
contato. Talvez, a confirmação
em nível mundial de que não es-
tamos sós nos faça menos arro-
gantes e mais solidários.
Vanderlei Dallagnolo,
Blumenau (SC)
Penso que, se alguém está co-
locando sua credibilidade em jogo,
esta pessoa é o entrevistado, não a
Revista. UFO, que, como veículo
deinformação,apenascumpreseu
papeldedaraoentrevistadoespaço
paraelesemanifestar.Assimcomo
qualqueroutroórgãodeinformação
quando entrevista um político, um
líder religioso etc, não pode ser res-
ponsabilizadopeloquefordito.Co-
moleitorassíduodeUFO,seimuito
bem separar o joio do trigo, e não
estou sozinho, tenho certeza.
Valter Luis da Silva,
por e-mail
Acho que a discussão sobre se
JanValEllamtemrazãoounão,ése-
cundária.Oimportanteéque,seele
estivercerto,ocontatocomnossos
vizinhoscósmicossedarádevidoa
ummotivomuitotriste:amortede
milhares ou talvez milhões de nos-
sos semelhantes por causa de uma
guerraestúpida.Nãoseriabemme-
lhorqueotãodesejado“contatoofi-
cialedefinitivo”ocorressesobuma
atmosferadeamizadeesatisfação,e
não devido às nossas mazelas?
Marco Federico,
São Paulo (SP)
Gostaria de parabenizar os
editores da Revista UFO pela en-
trevista com Jan Val Ellam, na se-
ção Diálogo Aberto de UFO 126.
Precisamosnosconscientizarcada
vez mais que o planeta passa por
transformações e que se faz neces-
sária nossa mudança enquanto se-
res cósmicos em evolução.Ahora
éagora,enãodámaisparaprotelar-
mos,apenasnosunirmoscomesses
conhecimentosparaauxiliarmosa
Terraeosseresqueestãotrabalhan-
do por ela nesse novo momento.
Alda Luz,
Campo Grande (MS)
Tenho a impressão de que
tais informações sobre a chegada
dos ETs não passam de jogada
de marketing para vender revista.
PodeserquevocêsdaUFOdividi-
rãoolucrocom“eles”.Dequalquer
forma,sãoinformaçõesvaliosas,se
fossem verdade. Mas vou esperar
para ver, ou para não ver.
Carlos Eduardo Bao,
por e-mail
6. 6 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
Mensagem do Editor
A. J. Gevaerd editor@ufo.com.br
A
o longodosquase60
anosdemanifestação
aberta do Fenômeno
UFO, desde o famo-
so avistamento de
KennethArnold, muitas notícias
classificadascomo“bombásticas”
têm sido veiculadas sobre Ufolo-
gia em todo o mundo. No Brasil
não houve exceção. Aliás, boa
parte das notícias mais contun-
dentesnestaáreatevegestaçãoem
nosso país, e o exemplo mais no-
tório, certamente, são as trágicas
ocorrênciasemqueextraterrestres
atacaram,ferirameatécausaram
amortedesereshumanosnoNor-
desteanaAmazônia–originando
a famosa Operação Prato.
ARevistaUFOtevepapelde-
cisivo em informar a população
brasileirasobretaisfatosedelevá-
los também ao conhecimento da
Comunidade Ufológica Interna-
cional, onde hoje são amplamen-
te reconhecidos.Ainda assim, de
tantas notícias bombásticas em
Ufologia, nessas décadas todas,
poucas tiveram o condão de pro-
vocar reações visíveis no meio
ufológico, mesmo que contives-
sem revelações realmente impor-
tantes. Parece que o meio funcio-
na de maneira demasiadamente
passiva, quase inerte aos aconte-
cimentosnaárea,mesmoquando
de grande envergadura.
Encontro marcado — Muitas notí-
ciasverdadeiramenteimportantes
para a Ufologia Brasileira chega-
ramapassarquasedespercebidas
por seus integrantes. Outra parte
foi incorporada ao que se chama
de “folclore ufológico”, um con-
junto de fatos e situações a que
muitagentesereferenodia-a-dia,
masqueamaiorianãosabecomo
surgiramaocerto.Ofolcloreufo-
lógico é riquíssimo e variado, e
entre as notícias mais freqüentes
queocompõemestãoaquelasque
tratamdepreverouanunciarotão
esperado contato oficial e defini-
tivocomnossosvisitantes,sejam
elesextraterrestres,ultraterrestres
etc. A maioria delas sempre foi
sumariamente rejeitada por care-
cerdeummínimodeconsistência,
ou por seus anunciadores serem
pessoas sem a menor credibili-
dade. Temos aproveitadores aos
montes na Ufologia Mundial, e
em particular na Brasileira, em
seitas ufolátricas e “projetos” du-
vidososdetodosostipos,fazendo
estetipodeafirmaçõesenãoofe-
recendonadaemapoio aelas.No
iníciodadécadade80,porexem-
plo, um cidadão chamado Edíl-
cioBarbosaanunciouaosquatro
cantos que uma nave alienígena
pousarianacidadefluminensede
Casimiro deAbreu.
Milharesdepessoasforamao
local do encontro marcado, mas,
claro, o disco não desceu. Barbo-
sa, até então um completo desco-
nhecidonaUfologia,teveseus15
minutosdeglória.Antesedepois
dele, muita gente vem prevendo
contatossemelhantes,quasesem-
pre associados a situações catas-
tróficas–taiscomoumasuposta
reversão no eixo de rotação da
Terra e a elevação dos oceanos,
queinundariamboapartedasáre-
as litorâneas do planeta. O últi-
mo guru a se prestar a esse tipo
de vaticínio foi o francês Claude
Vorilhon, que se faz chamar de
Rael. São incontáveis, enfim, as
previsões que já foram feitas em
todososcantosdaTerra,apontan-
do para a chegada maciça de na-
vesalienígenas,oraanosdestruir,
oraanossalvar.Nenhumasequer
chegoupertodeseconcretizar.A
maisverossímilprevisãodesseti-
po,noentanto,nãoérecente,mas
tem milhares de anos. Trata-se
das tábulas do Calendário Maia,
compiladas por aquele povo que
habitoupartedaAméricaCentral
edoNorte,especificamenteonde
hojeestáoMéxico.Ocalendário
acertouemdetalhesmilimétricos
muitos fatos astronômicos vivi-
dospelahumanidadenosúltimos
séculos. Com que matemática e
astronomia os maias o compu-
seram, não se sabe, mas ela é
perfeita! E estudiosos garantem
queoCalendárioMaiafazclaras
referências a uma “mudança de
ciclo” em 2012. Imagina-se que
isso represente o tal aguardado
contato oficial e definitivo com
nossos visitantes.
Enquanto isso não ocorre,
vamostendosurpresasaquieali,
quando novas previsões de mes-
mo teor são feitas – mais uma
vez, quase todas facilmente des-
cartadas, por faltarem aos seus
portadores confiabilidade e res-
paldo. No entanto, quando tais
anúnciospartemdepessoascom
credibilidadeeresponsabilidade,
gente que tem um nome e uma
reputação a zelar, com histórico
debonsserviçosprestadosàssu-
as áreas de atuação, em especial
àUfologia,taisprevisõessãono
mínimonotíciasválidasedevem
ser tratadas como tal.
Grande polêmica — É obrigação
de qualquer veículo de comuni-
caçãoufológicodarainformação
sobre tais previsões, fazendo-o
comopartede suafunçãojornalís-
tica,semnecessariamenteconcor-
daroudiscordarcomeles.Etanto
maior será a notícia e o destaque
dados aelasquantomaiorcredibi-
lidade, responsabilidade, reputa-
çãoe históricode serviçospresta-
dostiveroanunciantedetaisfatos.
É sob este prisma que a Revista
Eles estão chegando
Entrevista com Jan Val Ellam causa grand
7. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 7
:: www.ufo.com.br ::
ordemmundialqueseinstalaráno
planeta? Se não se confirmar, que
posição deveremos assumir quan-
to a esta e as demais previsões de
Ellam,especificamenteaqueleque
aponta para o tal contato oficial e
definitivo entre a segunda quinze-
na de novembro a abril de 2007?
Culparemos o mensageiro, rejei-
taremos a mensagem ou condena-
remosseusemissores?
Veículodeinformação—Ocorrao
que ocorrer, à Revista UFO cou-
be a missão jornalística de dar a
notícia com isenção, até mesmo
porseroúnicoveículodecomuni-
caçãoufológicadopaís.Seustaff
deco-editores,consultoresecoor-
denadores,eparticularmenteeste
editor, não fizeram qualquer juí-
zo de valor sobre as afirmações
surpreendentes de Jan Val Ellam,
ao publicar a referida entrevista.
Não tomamos partido nem po-
sitiva nem negativamente. E a
quem alegar que o fizemos, pelo
seutamanho–13páginas–eofa-
todamesmaserobjetodacapada
edição, reforçooquedisseacima:
previsões ou anún-
cios de supostos
contatos oficiais
com ETs são notí-
ciassim,desdeque
venham de pesso-
as de credibilida-
de, que se respon-
sabilizam por su-
as afirmações. E
o destaque que tais
fatosdevemreceber
varia proporcional-
mente ao grau de
credibilidade do
anunciante. No ca-
so de Ellam, este é
um índice respeitá-
vel,sobreoqual–aí
sim – fazemos juí-
zo de valor.
UFOviuanotíciaoferecidarecen-
tementeporumdosmaisdestaca-
dos escritores, pensadores e con-
ferencistas do meio espiritualista
brasileiro, com idêntico tráfego
no meio ufológico, pessoa sobre
quem pairam as mais positivas
opiniões. Trata-se de Rogério
de Almeida Freitas, que conce-
deu detalhada entrevista à UFO,
publicada na edição passada, em
que causou grande polêmica na
Ufologia Brasileira.
Freitasassinamaisde15obras
publicadas como Jan Val Ellam e
tem, inegável e reconhecidamen-
te, um dos discursos mais sérios,
consistenteseinteressantesnaárea,
tanto sobre Ufologia quanto Espi-
ritualidade,etornaestasdisciplinas
ainda mais fascinantes quando as
cruzaemseuslivrosepalestras.A
históriadeRogério,ouEllam,pode
serconhecidaeminúmerossitese
de polêmica e acorda a Ufologia Brasileira
Aguardando os acontecimentos
N
adata indicada para ocorrer o primeiro fato preconizado
por Jan Val Ellam – a catástrofe no Oriente Médio –, este
editorestarárealizandopalestranoCentroPolitécnicoda
Baía Plenty, em Tauranga, Nova Zelândia, a convite do Tauranga
UFO Investigation Group. O evento faz parte de um tour a ser rea-
lizado entre 20 de setembro e 10 de outubro, envolvendo vários
países de quatro continentes. As conferências versarão sobre o
Caso Varginha, detalhes da Operação Prato e os resultados da
campanhaUFOs:LiberdadedeInformaçãoJá,eserãorealizadas
a convite do Irish UFO Research Society, de Dublin, Irlanda, da
UFOResearchQueensland,emBrisbane,Austrália,etambémdo
New Zealand Centre for UFO Studies, de Auckland, Nova Zelân-
dia. Nossa edição de dezembro será parcialmente produzida por
este editor a partir dos países que visitará, e conterá completa
cobertura dos eventos vaticinados por Ellam, caso aconteçam.
Ou das repercussões de suas alegações, caso não.
publicações,inclusiveaUFO,que
oentrevistouhádoisanos[Edição
103]. O que Ellam alegou em sua
entrevista à UFO
126 não é algo que
se escuta todos os
dias, muito menos
partindo de pesso-
as de sua estirpe.
Ao tomar conhe-
cimento de suas
previsões para um
contato oficial e
definitivo com se-
res extraterrestres
– que, infelizmen-
te, seria precedido
por uma catástrofe
no Oriente Médio
–, UFO decidiu dar
voz ao anunciante
e fazê-lo com a di-
mensão proporcio-
nal à importância
que uma notícia do gênero tem.
Como sabem os que leram a lon-
gaentrevista,Ellamafirmouque,
desdemarçode2006,passouare-
ceber através de seus canais espi-
rituais e ufológicos informações
sobre tais acontecimentos, que
ocorreriam num futuro muito
próximo e afetariam de maneira
definitiva a vida no planeta Ter-
ra.Ao contrário de muitos que o
antecederam, ele não marcou a
dataparadaqui20ou30anos,na
esperança de que todos se esque-
cessemenãolhecobrassem,mas
para as próximas semanas!
Esta edição de UFO, embora
com data de novembro, está sen-
do fechada ainda no mês de se-
tembro, antes, portanto, de 04 de
outubro,dataqueEllamvaticinou
como aquela em que ocorreria
uma grande explosão em algum
lugar do Oriente Médio – seja ela
nuclear, biológica ou química, ele
nãosoubedefinir.Quandoaedição
entrar em circulação, já se terá sa-
bidoseofatoocorreuounão.Sea
previsãoseconfirmar,quepostura
deveremosassumirperanteanova
AGUARDO A Comunidade Ufológica
Brasileira demonstrou-se receptiva
aos anúncios de Ellam e espera a
chegada das datas anunciadas por
ele para verificar os acontecimentos
Luca
Oleastri
8. 8 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
REFLEXÃO
UFOs:
salvação
ou ilusão?
O Fenômeno UFO contém
elementos que induzem à
criação de seitas místicas que
ora anunciam a destruição
do planeta, ora alardeiam a
salvação da humanidade
8 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
Jacques Vallée, Ph.D.
convidado especial
Shalom
Ormsby
UFOs:
salvação
ou ilusão?
9. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 9
:: www.ufo.com.br ::
raticamente não há quem
nunca tenha assistido a um
showdemágica.Diantedos
olhos embevecidos da pla-
téia, previamente sugestio-
nada,omestrenaartedailusãoproduz,
em um cenário adrede preparado e sob
condiçõesaparentementeusuais,umfe-
nômeno que, à primeira vista, parece
impossível, quase milagroso. Ao final
do espetáculo, no entanto, por melhor
emaisgrandiosoqueestetenhasido,não
há quem fique desapontado ou se sinta
quaseinsultadoemsuainteligênciapela
“enganação”daqualfoicúmplice.Basta
umpoucoderaciocínioparasedepreen-
derqueportrásdoextraordináriotudo
o que há são desvios de atenção, gestos
dedistração,mãoságeisehabilidosas,e
aparelhoseequipamentosapropriados:
tampademesaoca,bolsossecretos,vari-
nhafeitadepequenospedaçosretráteis
e deslizantes, caixas com fundos e com-
partimentosfalsos,alçapõesnopalcoetc.
Sealgumestraga-prazerlheexplicaem
detalhes como o truque é feito, você ri
de si próprio por não ter atinado uma
solução tão simples e óbvia.
Ao chegar a casa, a pessoa reúne os
objetos necessários para tentar repro-
duzir os mesmos truques e impressio-
naralgumamigooumembrodafamília.
Entretanto, ela percebe que, apesarde
ter descoberto os mecanismos do tru-
que, faltam-lhe os recursos cênicos, a
técnica e o talento artístico, de modo
que não consegue nem chegar perto
dos efeitos que tanto o
impressionaram. Falta-
lhe precisamente o ele-
mento “mágico”, o se-
gredo da profissão – só
conhecido entre os pró-
prios mágicos e jamais
revelados –, de modo
que o mistério perma-
nece em sua mente co-
mo algo inexplicável.
O Fenômeno UFO apresenta o mes-
mo recurso de insolubilidade. Deixa vá-
rios indícios e até expõe alguns de seus
truques,porém,quantomaisaspessoas
pensam que sabem algo sobre ele, mais
ele se afigura desnorteante. É o equi-
valente a dizer que o fenômeno nega a
si próprio. Ele sinaliza favoravelmente
tanto aos que partem do princípio de
que suas manifestações são verdadei-
ras, quanto aos que supõem que são
falsas. Determinar qual das duas me-
tades é verdadeira é o desafio deixado
ao investigador. A tentação é sair dos
limitesdoimpériodarazão,oquepode
ser bastante perigoso. Ou permanecer
preso a um círculo vicioso em que tes-
temunhassãoenganadasporsociólogos,
crentes porsupostos homens do espaço,
o público pelos crentes, e os sociólogos
pelo próprio fenômeno.
Os Guardiões — Narro a seguir um ca-
so ufológico sugestivo, que envolve um
suposto grupo chamado Os Guardiões.
O contato com Os Guardiões começou
quandoumasenhoradomeio-oestenor-
te-americanochamadaKeech,acordou
em uma manhã de inverno com um for-
migamento ou dormência no seu braço.
Ela disse que seu braço inteiro parecia
quenteatéoombroeteveasensaçãode
quealguémestavatentandochamarsua
atenção. Sem saber por que, ela pegou
um lápis e um bloco que estavam sobre
a mesa, e sua mão começou a escrever
com uma caligrafia diferente da sua. A
mulherfoigradualmente
introduzidaemalgoque
ela tomou como coisas
que estavam “além da
vida”,segundoaprópria,
até que um dia recebeu
uma mensagem de con-
forto de uma espécie de
“irmão mais velho”. Ele
lhe disse que estava sem-
precomelaequealivraria
9
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Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006
P
Daniel
Rebisso
O AUTOR Jacques Vallée
10. 10 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
dasafliçõesdodia-a-diaassimestivessepron-
taaseguiraluz:“Cuidareidosdetalhes.Acre-
diteemnós.Sejapacienteeaprenda,porque
estamos preparando o caminho para você
como canal. Isto será em breve”.
A senhora Keech passou a alimentar a
certezadequehaviaestabelecidoumcontato
genuínocomentidadessuperioresecomeçou
a divulgar isso publicamente, anunciando a
chegada de um novo conhecimento. Logo,
uma pequena seita se formou em torno dela.
Um dos líderes era um tal de doutor Arms-
trong, um homem que se envolveria mais
tarde com o paranormal israelense Uri Gel-
ler. Os Guardiões transmitiram conselhos e
ensinamentos ao grupo. Predisseram even-
tosfuturos,taiscomoaterrissagensdediscos
voadores e visitas de seres do espaço. Uma
dessas predições foi a descida de uma espa-
çonavepertodeumcampodeaviaçãomilitar
próximo. O pequeno grupo se dirigiu até lá
e de um ponto privilegiado ficou a observar
as pistas e o céu, até que, de repente, um ho-
mem se aproximou.Ante sua aparição, não
houve quem não experimentasse uma sensa-
çãosinistra.Ninguémviudeondeelesurgira.
Ofereceram-lhealgoparabebereelenãoquis.
Andava com um jeito curiosamente duro. E
ummomentoapóseledesapareceu,semque
ninguém o tenha visto afastar-se.
Arepercussãodetaishistóriasincremen-
tou sobremaneira o sistema de crenças da
pequena seita e lhe permitiu criar seu pró-
prio folclore e jargão – palavras especiais
com significados particulares.Aessa altura,
asenhoraKeechchegavaaescrever14horas
por dia. Os ensinamentos se tornaram cada
vezmaisconcernentesaassuntosreligiosos,
cosmológicoseufológicos.Finalmente,um
dia, veio a grande mensagem. Previa catás-
trofes como terremotos e inundações, aos
quais sobreviria a salvação dos crentes da
seita pelos irmãos do espaço: “O Canadá,
a região dos Grandes Lagos e estado do
Mississipi,atéoGolfodoMéxicoeAmérica
Central,sofrerãoumatremendatransforma-
ção. A grande dobra de terra dos Estados
Unidos para o leste jogará as montanhas
sobre os estados centrais”.
Profecias catastróficas — O grupo se sentiu
entãonodeverenaresponsabilidadedeavisar
omundoarespeitodaqueleseventosiminen-
tes.Emitiramnotasàimprensa,algumasdas
quais foram publicadas pelos jornais locais.
Isso, por sua vez, atraiu a atenção de vários
sociólogos,entreelesLeonFestinger,Henry
RieckeneStanleySchachter,queintegravam
uma equipe da Universidade de Minnesota
que estava investigando o comportamento
demovimentossociaisdecunhosproféticos,
milenaristas e apocalípticos. Obtiveram pa-
trocínio da Fundação Ford e apoio logístico
do Laboratório para Pesquisas de Relações
Sociaisdareferidauniversidadeparaestudar
ogrupodasenhoraKeech.Infiltraram-sena
seita,fingindoseremconvertidossinceros,e
passaram a comparecer aos encontros para
monitorarem a evolução das crenças do gru-
po enquanto aguardavam a chegada da data
predita para o cumprimento das profecias.
Emboraarecorrênciaataismétodossor-
rateiros por parte de cientistas sociais seja
hoje bastante questionada, o livro When
Prophecy Fails: A Social and Psychologi-
cal Study of a Modern Group that Predic-
ted the Destruction of the World [Quando a
ProfeciaFalha:EstudoSocialePsicológico
de um Grupo Moderno que Predisse a Des-
truição do Mundo, Harper and Row, 1956],
escrito pelos sociólogos com base em suas
investigações,éessencialparaqualquerum
que busca entender a natureza complexa da
crençaemUFOs.Aobradetalhaosesforços
feitos pelos membros da seita para alertar a
humanidade da destruição iminente, bem
como as crenças de que os discos voadores
desceriam do céu a tempo de salvar os cren-
tes – da seita – da inundação, e que aqueles
que morreriam afogados renasceriam espi-
ritualmente em outros planetas apropriados
para seu desenvolvimento espiritual.
OrdemsuperiordosUFOs — Os eventos predi-
tos, obviamente, não vieram a acontecer. O
meio-oeste dos Estados Unidos não foi en-
golfadopelooceanoeospaísesquedeveriam
desapareceraindaseencontramacimadoní-
velnomar.Contudo,essesmalogros,emvez
de servirem de desalento para os membros
da seita, reforçaram ainda mais sua convic-
ção,poistomaramparasiocréditodeterem
evitadoadestruição!Algunsterremotosreal-
mente ocorreram em áreas desertas mais ou
menosnadataaprazada.Setivessematingido
áreaspopulosas,odanoteriasidogrande.De-
duziram assim que, não fossem seus avisos,
o país não teria sido poupado da catástrofe.
Alguns membros da seita também interpre-
taram aquilo como se fosse um teste quanto
àssuascapacidadesdeaceitaremeseguirem
cegamente, sem discussão e sem medo, as
ordens recebidas dos Guardiões.
PorquetrazerahistóriadasenhoraKeech
à baila em um estudo científico de UFOs?
Muitos sociólogos argumentariam que o
caso dela é típico de muitas seitas e cultos,
e que já se propuseram teorias adequadas
paraexplicarseucomportamentoemotiva-
ção. Em grande parte isso é verdade, mas
não estou inteiramente convencido de que
o mecanismo que deu origem a tais movi-
mentos está esclarecido, tampouco acredi-
to que seu impacto potencial na sociedade
tenha sido completamente assimilado. O
caso da senhora Keech é importante para
todos os cientistas que se interessam pelo
Fenômeno UFO porque fornece um protó-
tipo para um crescente número de grupos
queseestabelecememtornodesistemasde
crenças semelhantes. Um dos mais famo-
sos deles é a rede de devotos de Uri Geller,
que teve êxito em despertar o interesse de
vários físicos renomados.
Tanto no caso de Geller como no da
senhora Keech, vários fenômenos inex-
plicáveis serviram para sedimentar a base
de crenças do grupo . Em ambos os casos
somos igualmente aconselhados a esperar
por uma “ordem superior” dos UFOs. Em
ambos há um impacto na consciência cole-
tiva. E o que dizer do elemento profético?
A senhora Keech predisse uma inundação
e salvação vindas do céu. Geller e Andrija
Puharich, seu seguidor e biógrafo, autor de
Geller: Um Fenômeno da Parapsicologia
[Record, 1989], predisseram aterrissagens
emmassadediscosvoadores.Inúmeraspes-
soas espalhadas pelo mundo – apropriada-
mente denominadas de “contatados silen-
ciosos” pelo ufólogo John Keel – guardam
para si o que consideram revelações feitas
aelasporentidadesalienígenas.Emtempos
passados talvez permanecessem no âmbi-
to puramente religioso, conseqüentemente
particulares, mas a relativa aceitação dos
avistamentosmodernosdeUFOsporcertos
segmentosdamídiaecientistascuriososos
encorajaram a alardear seus contatos.
Qualquer que seja o caso, tendemos a
descontar o fato de que os fenômenos con-
têm elementos absurdos. Esta é uma forma
de ocultação. É tranqüilizador colocar a se-
nhora Keech e todas as pessoas como ela
dentro de uma categoria inequivocamente
sociológica, de preferência com os termos
“dissonância cognitiva” e “comportamento
estranho” pregados nelas. No caso da se-
nhoraKeech,há,porexemplo,asituaçãodo
estranho homem que ela encontrou na sua
primeira instância profética. Os sociólogos,
aferrados a seus estritos conceitos teóricos,
11. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 11
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negligenciaram a aparição do misterioso
“cara de pernas duras”, sequer verificando
sua veracidade junto aos demais membros
do grupo. Essa é uma falha metodológica
que deve ser explorada.
“Não é hora ainda” — Em duas outras oca-
siões a senhora Keech foi visitada por in-
divíduos estranhos. O primeiro incidente
se seguiu ao anúncio de inundação pelos
jornais locais. Dois homens bateram à sua
porta e pediram para falar com ela. Um de-
les era perfeitamente comum, mas o outro
era muito estranho e não disse uma só pa-
lavra durante a visita. Ela perguntou quem
eram e o primeiro homem respondeu: “Eu
sou deste planeta, mas ele, não”. O assunto
principal da discussão, que durou mais de
meia hora, foi que ela não deveria divulgar
sua informação além do que já havia feito.
“Não é hora ainda”, disse o homem antes
de ir embora com seu companheiro. Esse
encontro foi muito sério. Como resultado,
a senhora Keech desistiu de seus planos de
publicar um livro relatando suas experiên-
cias. Meses depois, cinco jovens visitantes
passaram duas horas tentando convencê-la
e a um cientista, membro de seu grupo, de
que suas informações estavam incorretas e
que tudo o que previam estava errado.
Os sociólogos infiltrados na seita, mais
uma vez, não fizeram nenhum esforço pa-
ra identificar os visitantes, o que se afigura
comoumagraveomissão.AsenhoraKeech
jamais soube quem eram esses rapazes, co-
mo chegaram à sua casa e quais eram seus
propósitos.Podiamsergozadoresoutalvez
estivessemimbuídosdeintençõesobscuras.
Sobreessesúltimosvisitantes,amulherdis-
se, chocada e chorando, que “ficaram me
forçando a desmentir as coisas. Um deles
ficou me pressionando a dizer que elas não
eramverdadeiras.Ficarammefalandoque
tudo que eu dissera era falso e confuso. E
me disseram que estavam em contato com
o espaço exterior e que todos os meus escri-
toseprevisõesestavamerrados”.Oanelde
absurdos em torno da senhora Keech agora
estavafechado.Elavivenciavaoquesecon-
vencionouchamarde“aterceiraocultação”.
A inundação não aconteceria.
Oscrentesquehaviamconfiadoemtodos
ossinaisenasinceridadedamédiumoucana-
lizadora,adeixariamcompletamenteisolada
depois de terem perdido ou se demitido de
seusempregos.Algunstinhamatévendidoos
seusbens,comprometendo-secomumareali-
dadequesóelespodiamacreditar.Omembro
maiscultodogrupo,umprofessoruniversitá-
riolocal,comentou:“Desistidetudoecortei
todos os laços. Queimei todas as pontes e
dei minhas costas ao mundo. Eu tenho de
acreditar nisso, pois não há nenhuma outra
verdade. Vocês estão tendo seu período de
dúvida agora, mas fiquem firmes. Este é um
tempo duro, mas sabemos que os ‘caras’lá
em cima estão cuidando de nós”. Cada um
que tire suas conclusões...
Ao longo de todos esses anos de inves-
tigações de fenômenos ufológicos paranor-
mais, já escutei muitas histórias, mas só pu-
bliquei aquelas que pudesse autenticar, ou
que sentisse que preenchiam os requisitos
básicos de legitimidade. Deparei-me ainda
com rumores consistentes que desempenha-
vamumpapelativonodesdobramentototal
do mito. Tratavam-se de histórias de conta-
tos entre seres humanos e supostos visitan-
tes que viviam na Terra. Certas descrições
eramextremamentedetalhadaseenvolviam
cientistascomotestemunhas,aocontráriodo
caso acima.Algumas delas, eventualmente,
desapareceram. Há um espectro de experi-
ências que vai do contato ao seqüestro alie-
nígena – consciente ou não –, passando por
encontros próximos e casuais, exposição a
humanóides e, finalmente, presença de alie-
nígenasentrenós.Passeimuitashorascomo
casalBettyeBarneyHill[Abduzidosnanoi-
te de 19 de setembro de 1961] e tive oportu-
nidadedediscutirocasocomomédicoBen-
jamin Simon,quetratou da saúde docasal e
osubmeteuàhipnose.Habituei-metambém
comhistóriasdepessoasquemanifestavam
faculdadesparanormaisatribuindo-asauma
fonte do espaço exterior.
Novo movimento espiritual — O que me in-
teressa não é propriamente a veracidade
deste ou daquele contato – como às vezes
nos é dado provar –, mas o fato de que em
praticamente todos os países viceja uma
subcultura baseada na idéia de que a huma-
nidade tem um destino mais elevado. Em
cidadesremotasdaCalifórniaencontramos
pessoas que abandonaram completamente
a vida na metrópole – onde tinham bons
cargos e salários – porque receberam su-
postas mensagens do espaço instruindo-as
a fazer isso. Tais pessoas não são hippies,
embora experiências similares sejam fre-
qüentes entre os membros mais jovens des-
sas comunidades. As pessoas às quais me
refiro são de meia-idade e têm famílias e
empregos estáveis. Seriam considerados
“quadrados” se não fosse o fato de que suas
vidas foram mudadas por aquilo que elas
encaram como genuínas comunicações ex-
traterrestres. Elas esperam por algo do céu.
E, fato curioso, apesar do estado em que o
mundo se encontra na atualidade, parecem
perfeitamente felizes.
Poderíamos categorizá-los entre as víti-
mas da violência e do caos urbano, que pro-
curaramsossegoetranqüilidadeemcidades
do interior. Mas igualmente poderíamos re-
fletir se eles não são os precursores de um
novo movimento espiritual. Um desses ho-
mens deixou LosAngeles com sua família
depois de receber uma mensagem que ele
acredita ter vindo de Júpiter. A entidade o
instruiu a refugiar-se em um local isolado e
aviveremsemi-retiro“provendoumcentro
depaz”paraqueseprotegessedo“tumulto
intenso que estava para vir”. Hoje ele vive
com sua mulher em um pequeno vilarejo
nas montanhas e permanece no aguardo de
novasinstruções.Éumadaspessoasidosas
mais felizes que já encontrei. Não estamos
aqui lidando com escapismo, e sim com a
próxima forma de religião.
Mas por que trazer tudo isso à tona?
Porque os discos voadores, sendo eles re-
ais ou não em termos físicos, configuram
um elemento central em uma paisagem
futura já bastante problemática. Seria oti-
mismo demais predizer que vão abrandar
ou eliminar tais perigos. No entanto, não
deixa de ser interessante perguntar o que
acontecerá com nossa civilização se o pró-
ximo passo para a evolução do fenômeno
for uma radical mudança das atitudes hu-
manas em direção a poderes paranormais
e vida extraterrestre. Enquanto muitos
cientistas conservadores ainda se recu-
sam a considerar tais dados, e enquanto
muitos crentes já mergulharam em seitas
místicas supersticiosas e ocultista, parece
importante para mim que um número cres-
cente de cientistas continue a promover a
exploração de novos conceitos estudando
seriamente os fenômenos.
Jacques Vallée é francês naturalizado norte-
americano, cientista da computação, matemático e
astrônomo com ligações com a NASA. Este texto foi
extraído das obras The Invisible College [O Colégio
Invisível, Panther Books, 1977], e Messengers of
Deception [Mensageiros do Engodo, Berkeley Press,
1979], do autor. Seu e-mail é: documatica@aol.com.
Tradução de Alberto Francisco do Carmo.
Más
Alla
ARREBATAMENTO Seitas ufológicas
existem aos milhares em todo o
mundo, aguardando a chegada dos
ETs para salvarem seus integrantes
12. 12 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
Vejamos um resumo dos efeitos sociais que a
crença em UFOs já criou ou certamente vai criar na
humanidade,sejamelesobjetosfísicosounão.Ana-
lisandocitaçõesdelivros,panfletosdeorganizações
de contatados e transcrições de entrevistas pesso-
ais que fiz com testemunhas e supostos contatados,
cheguei aos seis mais importantes deles:
Algum dia nossa sociedade pagará o preço
pela negligência da comunidade científica em re-
lação ao Fenômeno UFO. Disso já nos alertava o
pioneiroJosephAllenHynek[Foto].Enquantomais
emaistestemunhassincerasseapresentaremcom
suas histórias somente para serem sumariamente
rejeitadas por instituições militares e acadêmicas,
nasquaispensaramquepodiamconfiar,aenorme
distância que se abriu entre o público e o científico
continuará a aumentar. O público não só poderá
dar as costas a qualquer forma de ciência – e con-
siderar qualquer investimento feito nessa área um
completodesperdício–,mastambémprocurarum
substituto em misticismos, pseudociências e filo-
sofiashedonistas.Es-
semovimentorumoà
superstiçãoirásecon-
trapor ao dos cientis-
tas, que o tomarão
como evidência de
que o Fenômeno
UFO não merece ser
estudado seriamen-
te e assim o círculo
vicioso se perpetuará.
AcomeçarpelaidéiadaAtlântidaedosdeuses
astronautas, passando pelas interpretações de Ya-
vehcomoextraterrestre,aliteraturadoscontatados
está repleta de sugestões de que as grandes reali-
zaçõesdahumanidadeteriamsidoimpossíveissem
a intervenção ou providência de ETs. Deveríamos
sergratosaelespornosteremlegadoaagricultura,
o domínio do fogo, a roda e a maioria de nossas
tradiçõesreligiosas?Aqualquerumquetenhaestu-
dado um pouco
de história, tais
idéias – roman-
ticamente atra-
entes – soarão
infundadas. O
melhor e o pior
dos seres huma-
nos subsistem
em todas culturas que conhecemos. As primeiras
civilizações foram tão competentes para erguer pi-
râmides e construir canais quanto para exterminar
seusinimigos.Quatromilanossepassarameainda
incorremos no mesmo comportamento, embora
ergamos prédios, construamos canais e extermi-
nemos inimigos cientificamente.
Este é talvez o tema mais comum e recorrente
quetenhoencontradonosestudosemrelaçãoaesses
grupos.Pormeiodacrençanosdiscosvoadoresseex-
pressaumatremendaânsiaporumapazglobal.Con-
forme foi captado por
romancistas como Ar-
thurKoestler[Autorde
livroscomoOsSonâm-
bulos,OFantasmada
Máquina e Janos, fo-
to] e J. C. Newman, o
Fenômeno UFO está
focalizando a atenção
para fora da Terra. Se
isso vai se tornar um
fator de promoção para uma mudança social positi-
vaounegativa,dependerádamaneiracomqueessa
atenção focalizada for canalizada.
Oatualcontrapontoineptoeconservadorcontra
a moral decadente e o liberalismo levou muitos a re-
consideraremsuaorientaçãoespiritual.AIgrejaCatóli-
caestáemumpontocríticodesuahistória,emuitas
religiões estão com problemas. As novas religiões
enfatizamaltospadrõesedisciplinarígida.Oscredos
Asseisprincipaisconseqüênc
n A crença nos UFOs aumenta
a distância entre o público e
as instituições científicas
Jacques Vallée, Ph.D.
n A ideologia dos contatados
mina a imagem de que somos donos
de nosso próprio destino
n A atenção crescente dada
aos UFOs promove o conceito de
unificação do planeta Terra
n As seitas ufolátricas de
louvor a ETs podem se tornar a
base de novas religiões
Arquivo
UFO
Nonsiamosoli
Cortesia
Uri
Geller
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12 Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
13. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 13
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das seitas ufológicas
freqüentemente enfa-
tizam temas como a
repressão sexual, se-
gregação racial e va-
lores retrógrados que
as colocam em uma
posição de capitalizar
o crescimento de tais
movimentos conser-
vadores.Umexemplo
notório é a atenção recebida pela seita The Two [Os
Dois]–queredundaria,20anos,depoisnatragédia
daHeaven’sGate[PortãodoCéu,foto]–eosucesso
cadavezmaiordosgruposMelchizedekouMovimen-
toRaeliano.Noâmagodasatividadesdessasseitas
sectárias está a semente de movimentos religiosos
revolucionários com potencial quase ilimitado.
Enquanto a existência dos UFOs permanece
cientificamente não comprovada e sem qualquer
expectativa de
que um dia ve-
nha a ser, uma
fração crescen-
te do público
vem se conven-
cendo de que
muitos fenôme-
nos estão além
do alcance da ciência e são impossíveis de serem
desvendados racionalmente. Se essa fração se
tornar maioria, ela poderá pôr fim à confiança e
ao apoio inquestionável que a sociedade deposita
na ciência. Em vez disso, poderemos ter em breve
umsistemaintermediáriodecrenças,caracterizado
porumaféquasemísticaemcontatos,combinada
a uma adoração a toda forma de tecnologia avan-
çada. Entre os contatados, a idéia de que todas as
tentativas de controle científico devem ser postas
de lado em favor da fé cega já prevalece.
ciassociaisdoFenômenoUFO
Daafirmaçãode
que UFOs nos visita-
ram no passado até
a corrente casuísti-
ca,ésóumpequeno
passo para se dizer
que seus tripulan-
tes “conheceram as
filhas dos homens e
as acharam belas”,
como consta, em
outras palavras, na Bíblia. Depreende-se daí que
alguns de nós poderiam ter sangue celestial nas
veias, o que nos faria superiores aos demais. A
idéiade“povoeleito”évelhaeperdeuarazãoem
décadas recentes. Uma crença forte em interven-
ção extraterrestre poderia reviver esse conceito
primitivo, com grupos particulares reivindicando
privilégios peculiares àqueles que descendem de
exploradoresestelares.Jávimosquequandoasu-
postacomunicaçãocomtripulantesdeUFOstoca
em aspectos políticos cruciais, tende a enfatizar
tendências totalitárias. Claude Vorilhon, o Rael
[Foto], fundador e líder do Movimento Raeliano,
por exemplo, reporta que seres alienígenas lhe
disseram que a democracia era obsoleta. Outro
famoso contactado dos anos 70 e 80, o autor
Raymond Bernard, teria sido instruído para espe-
rar uma “reversão de velhos valores”.
Os Manipuladores — Esses seis efeitos da cren-
ça em uma intervenção extraterrestre indicam que
umaumentocrescentenocondicionamentosocial
correlacionado com o Fenômeno UFO pode levar
a mudanças complexas. Se “Os Manipuladores”,
como muitos se referem aos seres extraterrestres,
realmente existem, cumprimento-os pela sua tena-
cidade. Mas estou curioso quanto a seus objetivos.
Qualquer pessoa inteligente o suficiente para explo-
rar a expectativa do público quanto a aterrissagens
de UFOs, ou para simular uma invasão vinda do
espaço, perceberá quão vulneráveis são as insti-
tuições humanas no que refere às mudanças de
imagem em relação a nós mesmos. Não é somen-
te o contatado que é
manipulado individu-
almente, mas a ima-
gem global noincons-
ciente coletivo da hu-
manidade. Gostaria
de saber mais sobre
a imagem que tais
manipuladoresfazem
de nós em seus cora-
ções e mentes.
n Motivações irracionais
fortalecem a fé em uma aludida
intervenção extraterrestre n As filosofias contatistas
pressupõem que raças superiores
eliminariam a democracia
UFOmind
Philipe
Kling
David
Arquivo
UFO
UFOmind
James
Neff
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14. 14 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
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Luca
Oleastri
“Milhõesjáforam
INVESTIGAÇÃO
14 Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
15. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 15
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em locais onde foram realizados
processos intrusivos. Não são raros
os lapsos de memória da passagem
de tempo com duração de uma hora
ou mais – durante os quais os pais
não encontraram seus filhos –, que
são indicadores comuns tanto em
crianças quanto em adultos.
Criaturas protetoras — Às vezes os
aliens são lembrados como amigáveis
colegas de brincadeiras, ou até
mesmo curandeiros. Geralmente, os
abduzidossentemqueessascriaturas
são protetoras durante a infância,
mas os contatos tornam-se mais
sérios e perturbadores na puberdade.
Entretanto, até mesmo crianças
podem sentir-se aterrorizadas com
a experiência de serem levadas em
direçãoaoespaço,contraasuavontade,
e submetidas a processos muitas
vezes dolorosos. Com freqüência, elas
revelamessescontatosaospais,maseles
dizemquenãopassaramdeumsonho.
Eventualmente,aprendemavivercom
asituaçãoeresolvemnãocontarnada
a ninguém, até que, quando adultos,
decideminvestigaresses fatos.
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mlevadosporETs”
O doutor John Mack,
professor da Universidade
de Harvard e especialista
em abduções, declarou
antes de falecer:
15
Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006
O
fenômeno dos seqües-
tros por seres extrater-
restres é uma realidade
inegável,emboragrande
parcela da sociedade e
da comunidade científica ignore essa
situação quase completamente. As
chamadas abduções, ainda que não
saibamos ao certo que objetivo têm,
aumentamacadadia.Apesardealguns
abduzidosrecordaremapenasdeum
únicoincidentedramáticonasmãosde
ETs,quandoumcasoécuidadosamente
investigado, acabam por lembrar-se
de contatos que ocorreram no início
da infância ou ainda quando eram
apenas bebês. Indícios de abduções
na infância incluem a memória de
uma “presença” ou “homenzinhos”
no quarto; lembranças de uma
inexplicável luz intensa nos cômodos
da casa; a sensação de um zumbido
ou vibração durante a ocorrência;
impressãodeterflutuadopelocorredor
ou tervisto de perto de um UFO.
Também podem ocorrer sonhos
muito realistas aos abduzidos, como
o de ter sido levado para uma sala
estranha ou de estar enclausurado
John E. Mack, Ph.D.
in memoriam
16. 16 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
As experiências com abduções seguem
ocorrendo a famílias, às vezes até por três
gerações. Também nesses casos, a peculiar
mistura de defesas psicológicas e um con-
troleaparentedalembrançaatravésdeforças
comandadaspelosalienígenastornamdifícil
desenvolverem-se estatísticas com relação
ao número ou porcentagem de parentes en-
volvidos. Pais que eventualmente viram de
pertoumUFO,ouatémesmotiveramenvol-
vimento com abduções, geralmente negam
suas próprias experiências – e até mesmo
as dos filhos –, não querendo ser lembra-
dosdeseusprópriostraumascomaabdução.
Às vezes, crianças revelam ter visto um dos
pais na nave, mas ao confrontá-lo com essa
experiência,oprogenitorpodenãorecordar
tersidoabduzido.Oupodeocorreroinverso:
um pai ou irmão mais velho pode lembrar
que foi abduzido e se sentir profundamen-
te perturbado com o fato de não conseguir
proteger o filho ou irmão do mesmo tipo de
situação.Ou,aocontrário,umacriançapode
se ressentir com o fato de um pai ou irmão
não tê-la protegido da ação de ETs.
Abduções recorrentes — Apesar da possibi-
lidade de abdução ser recorrente por toda
a vida da vítima, o padrão e a exatidão des-
ses contatos não são claros, ainda. Alguns
abduzidos acreditam que ocorrem em mo-
mentosdeestressemotivadoporumarecep-
tividadeespecífica.Anaturezaimprevisível
de sua ocorrência é um dos aspectos mais
angustiantes do fenômeno, tanto para os
pesquisadores quanto para as testemunhas.
Há outros sintomas ligados à associação
inconscientecomelementosespecíficosde
experiênciasdessegênero.Elespodemindi-
carumpossívelhistóricodeabduções,mas
nãosãodefinitivos.Incluemumasensação
geral de vulnerabilidade, principalmente
à noite, o medo de hospitais – ligado aos
procedimentos de intervenção realizados
nas naves – e medo de voar, de elevadores,
de animais, de insetos e de contatos sexu-
ais. Determinados sons, odores, imagens
ou atividades, que são perturbadoras sem
motivo aparente, podem posteriormente
mostrar-se correlacionados à abdução. In-
sônia, medo do escuro e de ficar sozinho à
noite, dormir com a luz acesa, pesadelos e
sonhos nos quais o indivíduo encontra-se
emestranhasnavesouenclausurado...tudo
isso é comum entre os abduzidos.
Sangramentos inexplicáveis do nariz,
ouvido ou reto podem ter um significado
se associados a fenômenos de abdução. Irri-
taçõesnapele,cortes,furosououtraslesões
podem surgir da noite para o dia. Outros
sintomassãodoresnossinosnasais,queixas
urológicasouginecológicas,alémdedificul-
dade urinária durante a gravidez e sintomas
gastrointestinais persistentes. A investiga-
ção de casos de raptos cons-
titui um desafio ao estudio-
so, já que a maior parte das
informações obtidas não se
encaixa nas noções correntes
da realidade. A tentação que
temos é a de aceitar algumas
experiências–principalmente
as que parecem fazer algum
sentido dentro do nosso para-
digma espaço-temporal –, e
rejeitar outras que parecem
absurdas e distantes do pon-
to de vista físico. Mas essas
discriminações não são sen-
satas nem úteis à pesquisa do
fenômeno. Pois todo ele é tão
bizarro, do ponto de vista on-
tológicoocidental,queaceitar
algumas experiências e rejei-
tar outras, por sua estranheza,
parece ilógico.Além do mais,
isso poderia limitar prematu-
ramente o objetivo do estudo
de um fenômeno sobre o qual
poucoconhecemos.Ocritério
aqui utilizado parte da premissa de que o
relato foi comunicado pelo abduzido ao es-
tudioso com sinceridade e forte sentimento
com relação ao que foi narrado. Isso não
significa que o que a vítima descreveu ocor-
reu literalmente em nosso mundo físico. É
importante distinguir três tipos ou níveis de
informação quanto às abduções.
Oprimeiroéoquesepoderiachamarde
nívelfísicoaparente,queserefereafenôme-
nos como o contato visual ou a localização
de naves através de radar, de luz e sons ou
partesdesoloschamuscados.Osefeitosnos
seres humanos vão desde a gravidez inter-
rompida e lesões na superfície, a implantes
deixados no corpos dos abduzidos após as
experiências. Trata-se de fenômenos que
parecem ocorrer dentro dos limites do uni-
verso físico familiar à ciência, e que podem
serestudadosatravésdemétodosempíricos.
A Ufologia preocupava-se principalmente
com a observação direta até a descoberta
da síndrome da abdução.
Criação de fetos híbridos — Em segundo lu-
garvêmosfenômenosquetalvezpudessem
ser entendidos dentro dos limites do nosso
universo espaço-temporal, se tivéssemos
conhecimento científico-tecnológico e ha-
bilidade para isso. Seriam os que sugerem
tecnologias milhares de anos à nossa frente,
por parte das civilizações que nos visitam.
Essesfatosnãosão,pelomenosteoricamen-
te,discrepantesdealgumasramificaçõesdas
leis físicas estabelecidas pela ciência. Nesta
categoriaseincluemcomoasnaveschegam
até aqui, como os alienígenas fazem as pes-
soas flutuarem através de portas, janelas e
paredes, o “desligamento” da memória e da
consciência dos abduzidos e outras formas
de controle da mente. Também estão nes-
ta categoria a criação de fetos híbridos e a
encenação de imagens convincentemente
nítidas de paisagens vistas pelos abduzidos
como se fossem reais.
E há também, finalmente, as experiên-
ciasnarradasporabduzidosparaasquaisnão
conseguimos conceber explicação qualquer
dentro dos limites de nossa física. Incluem
o parente domínio das viagens mentais rea-
lizadas pelos ETs e, às vezes, pelas próprias
“Os alienígenas
acompanham o processo
de crescimento da pessoa.
Geralmente, iniciam a
fase de raptos quando
o indivíduo é criança, às
vezes um simples bebê,
e seguem fazendo suas
experimentações durante
a infância, puberdade e
até quando suas vítimas
tornam-se adultos. O ciclo
nunca se encerra
”
17. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 17
:: www.ufo.com.br ::
vítimas, a sensação de que os acontecimen-
tos relacionados ao rapto não se deram em
nossoespaço-tempoeapercepçãodeoutras
vastasrealidadesaindainexplicáveisparanós.
Também inclui a profunda sensação, para o
abduzido, de retornar à fonte da Criação ou
do que alguns chamam de “consciência cós-
mica”, uma experiência de uma dupla iden-
tidade humana-alienígena. Isto é, os rapta-
dos tendo a sensação de que são de origem
alienígena,associamosentimentodereviver
vidas passadas, incluindo os grandes ciclos
do nascimento e da morte.
Comosenãofosseobastante,osextrater-
restresparecemmudardeforma,geralmente
aparecendoaprincípiocomoanimaisparaos
seqüestrados,enquantoqueasprópriasnaves
podemserdisfarçadascomohelicópteros,por
exemplo.Asemelhançacomespíritosanimais
também ocorre com freqüência em casos de
abduçãoeébastanteconvincenteparamuitos
dosabduzidos.Essesfenômenosnãopodem
serentendidosdentrodaestruturadeleisdaci-
ência,emborasejambastanteconsistentesem
relaçãoàscrençasdesenvolvidashámilhares
deanosporoutrasculturasnãoocidentais.Há
ocorrênciasdetestemunhosindependentesde
abduções,masestessãorelativamenterarose
denaturezalimitada.Assimcomo,emmuitos
aspectos do fenômeno, a evidência pode ser
convincente, mas, ao mesmo tempo, sutil-
mente incômoda e difícil de ser corroborada
com a quantidade de dados de sustentação
requeridos para uma prova.
Maridos e mulheres, por exemplo, cos-
tumam ser “desligados” enquanto um dos
cônjuges é seqüestrado por ETs, e dormem
duranteoevento.Oabduzido,àsvezes,sen-
te-se bastante frustrado quan-
doseusgritosnãoconseguem
acordar o parceiro adorme-
cido, que pode se encontrar
em um estado de consciên-
cia mais profundo do que o
sonho, aparentemente como
se estivesse morto. O pesqui-
sador Budd Hopkins docu-
mentou um caso, agora am-
plamente discutido, no qual
uma mulher relatou que, da
PontedoBrooklyn,emNova
York, viu Linda Cortile, sua
paciente, ser levada por se-
res alienígenas, do 12o
andar
de seu apartamento até uma
nave estacionada no céu. Es-
ta,emseguida,mergulhouno
rio. Tais observações corres-
pondem exatamente ao que
a senhora Cortile contou a
Hopkins sobre sua abdução,
em 1989. Este é o único ca-
sodocumentadonoqualuma
pessoa, que não foi abduzi-
da,reveloutertestemunhadoumseqüestro
alienígena que realmente ocorreu.
Ao que parece, as testemunhas são os
própriosabduzidosenvolvidos,quelevantam
questõessobreaobjetividadedoobservador.
Às vezes, de acordo com as narrativas rece-
bidas, a ausência do abduzido durante meia
hora ou mais pode ser notada por membros
da família ou outras pessoas. Ou, mais rara-
mente, durante dias, como no famoso caso
de Travis Walton, ocorrido em 1978. Mas
nesteeemoutrosseqüestros,ninguémosviu
serem levados a uma espaçonave, e não há
provas seguras de que a abdução foi a cau-
sa da ausência. Há
ainda o exemplo da
filhadeoitoanosde
uma de minhas pa-
cientes,quetambém
já me havia revela-
doexperiênciascom
abdução. Ao procu-
rar por sua mãe, a
menina percebeu
que ela não estava
no quarto durante a
noite.Amãerelatou
quetiveraumaexpe-
riênciacomabdução
justamentenoperío-
doemqueafilhalhe
revelou ter sumido.
Pela manhã, a meni-
na disse à mãe: “O
papai estava lá, a
coberta do seu la-
do da cama estava
dobrada, mas você
tinha sumido”. Outra paciente narrou a ab-
dução de uma colega de quarto, no dormi-
tório da escola. Disse ter visto a amiga vol-
tar e atravessar a porta pela qual foi levada.
Quando os seres devolveram-na, a paciente
observou que “a cabeça dela estava caída
para o lado, e os cabelos também. Pensei
que estivesse morta”.
Ambiente estéril e frio — No entanto, tempos
maistarde,elaprópriapassouporumaabdu-
çãoe,portanto,suacredibilidadecomoteste-
munhaindependentepoderiaserquestionada.
Aobservação independente de um UFO nas
proximidades onde uma pessoa revelou ter
sofrido uma abdução é outro tipo de prova
corroborativa, principalmente quando o se-
qüestrado não chega a ver a nave. Às vezes,
indivíduos narram ter sido levados para o
interior de uma nave através do bojo ou de
portaisovaisaolongodeseucontorno,embo-
rageralmentenãoserecordemdomomento
exato de seu ingresso ao veículo. Lá podem,
aprincípio,notarqueestãoemumapequena
sala escura, uma espécie de vestíbulo. Mas
logo são levados para um ou mais aposen-
tosmaiores.Estessãoclaros,iluminadospor
fontesdeluzesindiretas.Asparedeseostetos
são curvos e geralmente brancos, embora o
chão possa parecer escuro.
Dentro de naves, computadores e outros
equipamentos encontram-se alinhados ao la-
do dos aposentos, que podem ter balcões e
vários níveis e nichos. Os instrumentos não
sãonadaparecidoscomosnossos.Amobília
épouca,limitadageralmenteapoltronascom
encaixesparaocorpoemesascomapenasum
suporte.Oambienteégeralmenteestérilefrio,
mecânico e parecido com o de um hospital,
excetoquandoocorremalgunstiposdeações
mais complexas.
Dentro das naves,
os abduzidos geral-
mente observam a
tripulação ocupada
com a execução de
tarefas, monitora-
çãodaaparelhagem,
manipulação dos
procedimentos da
abdução etc. Os se-
res descritos são de
vários tipos. Apa-
recem como entes
luminosos altos ou
baixos, que podem
ser transluzentes ou
pelo menos não só-
lidos,comaparência
derépteis.Assimco-
mo há seres loiros e
com semblante hu-
mano nórdico. Às
vezes são observa-
EXPERTOespecialistaemabduçõesBuddHopkins,
que investigou mais de 4 mil casos e inspirou
cientistascomoopróprioJohnMackaingressar
na pesquisa das abduções alienígenas
Arquivo
UFO
Arquivo
UFO
CREDIBILIDADE Os casos de
abdução mais confiáveis são
aqueles em que testemunhas
independentes observam a nave
dos raptores durante o ato
18. 18 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
dos ajudantes terráqueos
trabalhando junto a hu-
manóides. Todavia, de
longe, as entidades mais
comuns são os pequenos
grays [cinzas], com um
metro ou um pouco mais
de altura. Estes humanói-
dessãoprincipalmentede
duas espécies. Há os cha-
mados “zangões”, que
são operários menores
em forma de insetos, que
semovemousedesligam
como robôs, surgem mui-
tas vezes do lado de fora
ou no interior das naves
eexecutamváriastarefas
específicas. E há um lí-
der mais alto, o chama-
do“doutor”,comoosabduzidoscostumam
referir-se a ele. Seres que se assemelham a
enfermeiraseoutroscomfunçõesespeciais
também são comumente observados.
Olídergeralmenteémacho,emboratam-
bém existam líderes fêmeas.Adiferença de
gêneros não é claramente determinada pela
anatomia dos seres, mas por uma sensação
intuitivaaqualosseqüestradosencontramdi-
ficuldadeemverbalizar.Osgraysregistrados
têm cabeça grande, em forma de pêra, com
umaprotuberâncianapartedetrás.Possuem
braçoscompridoscomtrêsou4longosdedos,
tronco fino e pernas espichadas. Não foram
vistasgenitáliasexternas,comrarasexceções.
Os seres observados não têm pêlos nem ore-
lhas,possuemnarinasrudimentareseumfino
traço como boca, que raramente se abre ou
expressa emoção. De longe, a característica
que mais se destaca são os enormes olhos
negros, que se curvam para cima.
Controledavidadosabduzidos—Nãoparecem
terpupilas,apesarde,ocasionalmente,serem
comparados a uma espécie de “olho dentro
do olho”, como se a parte preta externa fos-
se uma espécie de óculos. Os olhos dos ETs
têmumpoderdominador,eosabduzidosem
geralsentemmedodefitá-los.Osabdutores
também costumam vestir uma espécie de
túnicajustainteiriça,levementeadornada,e
botas. Menciona-se também, com freqüên-
cia, o uso de uma espécie de capuz. O líder,
segundorevelamosabduzidos,éumpouco
mais alto – talvez, no máximo, com 1,20 ou
1,50 m – e seus traços são semelhantes aos
danave.Aatitudedosabduzidosemrelação
ao líder dentro do UFO é geralmente ambi-
valente. Costumam reconhecer a existência
deste ente em suas vidas e mantêm uma es-
treitaligaçãocomele,experimentandouma
forterelaçãoqueseassemelhaaoamor,que
até mesmo pode ser recíproca. Ao mesmo
tempo,ressentem-sedocontrolequeeletem
exercido em suas vidas.Acomunicação en-
tre aliens e humanos é telepática, sem que
seja necessário o aprendizado de uma lín-
gua comum. Os procedimentos que ocor-
rem no interior das naves são descritos em
detalhes na literatura sobre raptos. Podem
ser classificadas em dois tipos: físicos e in-
formativos. O seqüestrado quase sempre é
despido e forçado – nu ou vestindo apenas
uma roupa simples, como uma camiseta –
a deitar-se sobre uma mesa com encaixes
para o corpo, onde ocorre a maioria das
operações. O protagonista pode ser o único
a submeter-se ao processo durante uma ab-
duçãoemparticular,ouverum,doisoumais
humanos em semelhante situação.
As criaturas abdutoras parecem estudar
interminavelmente seus prisioneiros, exa-
minando-oscomintensidade,emgeralcom
seus enormes olhos bem
próximos da cabeça dos
humanos. Os abduzidos
podem ter a sensação de
que o conteúdo de suas
mentes está sendo revela-
doouabsorvidopelosETs,
como se fosse um escane-
amento do cérebro. Pele,
cabelo e outras amostras
do interior do corpo das
vítimas são retiradas com
a utilização de vários ins-
trumentos, descritos deta-
lhadamente depois da ex-
periência,poissãousados
para penetrar em todas as
partesdocorpodapessoa.
Foram relatados proces-
sos exaustivos, como se
fossem uma cirurgia, executados no inte-
riordacabeçadosabduzidos,queacreditam
terem alterado seus sistemas nervosos. O
procedimento mais comum e mais importan-
te envolve o sistema reprodutor. Instrumen-
tos que penetram o abdome, ou através dos
órgãos genitais, são usados para retirada de
amostrasdeespermadehomensepararemo-
ver ou fertilizar óvulos de mulheres.
Extinção das emoções — Mulheres abduzi-
das revelaram terem sido engravidadas pe-
los seres alienígenas e, posteriormente, ter
seus fetos – híbridos ou não – removidos.
Muitasvezes,alegamquevêemospequenos
embriões serem colocados em recipientes
de vidro no interior da nave, e que durante
abduções subseqüentes viram incubadoras
nas quais os bebês eram criados de maneira
artificial.Algumasmulhereschegaramaver
criançashíbridasmaisvelhas,adolescentese
até adultos, que seriam seus filhos, segundo
informaçãodadapelosalienígenasouporque,
intuitivamente, sabiam serem seus rebentos.
Às vezes, os ETs tentam fazer com que as
mães humanas segurem e amamentem es-
sas criaturas, que em geral são indiferentes
ao toque dos seios, ou estimulam as crian-
ças humanas a brincarem com as híbridas.A
princípio, tudo isso perturba profundamen-
te o abduzido. Seu terror, contudo, pode ser
amenizado de alguma forma com a garantia
dada pelos alienígenas de que não serão ma-
chucados,eatravésdemétodosdereduçãoda
ansiedadeoualgumtipodeanestesiaqueeles
usam. Estes métodos incluem instrumentos
queafetama“energia”ouas“vibrações”do
corpo,sendoosprópriosabduzidos,reduzin-
do em grande parte o medo ou a dor sentida
pelas vítimas, levando-as até a estados de
considerável relaxamento.
No entanto, há casos em que tais técni-
cas para aliviar o medo e a dor dos abdu-
zidos falham completamente, e o terror e
“Nossos visitantes
extraterrestres parecem
mudar de forma,
geralmente aparecendo
a princípio para os
seqüestrados como
animais, enquanto que
as próprias naves
podem ser disfarçadas
como helicópteros,
por exemplo
”
MATERNIDADE Cena do Intruders em que uma
abduzidaobservaagestaçãoartificialdefetos
híbridosremovidosdemulheresraptadaseen-
gravidadas em seqüestros anteriores
Intruders
19. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 19
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a raiva são produzidos pelos mesmos apa-
relhosusadosparaaextinçãodasemoções.
Em várias ocorrências, o conteúdo trau-
mático da abdução, semelhante ao de um
estupro,podeiralterando-se,àmedidaque
os abduzidos forem atingido novos níveis
decompreensãodoqueestáocorrendo,ou
na medida em que o relacionamento de-
les com os alienígenas for se modificando
durante o curso dos trabalhos. Em suma,
o aspecto puramente físico ou biológico
do fenômeno do seqüestro extraterrestre
parece ter alguma espécie de engenharia
genética, com o propósito de criar uma
prole híbrida humano-alienígena. Não
temos provas, ainda, de que exista uma
alteração genética induzida por aliens, no
estrito senso biológico, embora seja pos-
sível que tal fato tenha ocorrido.
Há um outro aspecto importante rela-
cionado à abdução, que tem a ver com o
fornecimentodeinformaçõesàsvítimasea
alteraçãodesuasconsciências.Nãosetrata
apenasdeumprocessopuramentecognitivo,
mas que atinge profundamente a vida emo-
cional e espiritual, transformando radical-
mente a percepção que têm delas mesmas,
do mundo, dos seus semelhantes e de seu
lugar na Terra. As informações recebidas
referem-se ao destino do planeta e nossa
responsabilidade pela destruição da nature-
za.Sãotransmitidasporprocessotelepático
e através de fortes imagens mostradas em
telas de monitores dentro das naves, seme-
lhantesàtelevisãodeplasma.CenasdaTerra
devastadaporumholocaustonuclear,vastos
panoramas de águas e paisagens poluídas e
sem vida, imagens apocalípticas de gigan-
tescos terremotos, incêndios, enchentes e
até mesmo fendas no próprio planeta são
mostradas pelos alienígenas.
Evolução da vida — As cenas são profun-
damente chocantes para os raptados, que
as tomam como uma sombria previsão de
nosso futuro. A alguns deles são dadas ta-
refas para o holocausto futuro, como a de
alimentar os sobreviventes, ou são infor-
mados de que alguns perecerão enquanto
outros serão levados para outro lugar, a
fim de participar da evolução da vida no
universo. Certos pesquisadores de abdu-
ção acreditam que essas imagens não são
mostradas com o propósito de alterar o cur-
so da história do planeta de uma maneira
positiva. Ao contrário, sustentam, que os
ETs estariam estudando as reações dos ab-
duzidos e levando-os a acreditar que estão
preocupados com nosso destino, porque se
preparam para dominar a Terra, uma vez
que eles mesmos foram destruídos por um
apocalipse científico e tecnológico similar
ao que poderia nos atingir. É uma tese. Ou-
tros argumentam ainda que, se os alieníge-
pela nave parece servir como uma fonte de
energiaparatransportá-lodolocalondeestava
até o veículo, que se encontra à espera dele.
Quase sempre é acompanhado por um ou
mais humanóides que o guiam até a nave.
Nesse ponto, o abduzido descobre que foi
dominado ou paralisado por algo como um
toque de mão ou por um instrumento mane-
jadopelosseres.Avítimaconseguemovera
cabeçaegeralmentepodeveroqueestáse
passando,apesardefreqüentementefechar
os olhos, numa tentativa de negar ou evitar
a realidade que está vivendo.
Sensaçãovital—Oterrorassociadoàimpotên-
cia mescla-se com a natureza apavorante das
experiências de seqüestro alienígena. Quando
elassedãonoquarto,avítimapodeinicialmente
não ver a nave, que é a fonte de luminosida-
de e se encontra do lado de fora da casa. De
tamanhos variados, os UFOs emanam fortes
luzes de cores brancas, azul, alaranjados ou
vermelha,desuaparteinferioredasaberturas
laterais,quecontornamsuabordaexteriorcom
aformadeescotilhas.Osabduzidospodemser
levados apenas a este objeto voador ou, atra-
vés dele, a um maior e mais distante do solo,
considerado uma nave-mãe.
Em raras ocasiões, são levados direta-
mente para o alto, para a nave maior, e vêem
sua casa ou o chão embaixo diminuindo ve-
lozmente.Normalmente,reagemnessaeem
ocasiões posteriores na tentativa de deter a
experiência, mas isso de nada adianta, a não
ser para dar ao paciente uma sensação vital
de que ele não é apenas uma vítima passiva.
Entretanto,hápequenasvariaçõessobreoque
é vivido durante essa fase da abdução.
Q
uase unanimemente, os contatos que
levam à abdução começam nos lares
ouemautomóveisemandamento.Em
alguns casos raros, o abduzido pode estar ca-
minhandopelaruaquandoélevado.Oprimeiro
indicativodequeestáparaocorrerestefenôme-
nopodeserumainexplicávelluzazuloubranca
que inunda o ambiente em que está a vítima,
acompanhado de um estranho zunido. Os se-
qüestradosrelatamsentirapreensão,sensação
de uma “estranha presença” ou até mesmo o
avistamentodiretodeumoumaishumanóides,
Além, é claro, da própria nave.
Durante a noite, quando são mais co-
muns, as abduções se dão nas primeiras ho-
ras da manhã, e o abduzido pode a princípio
achar que se trata de um sonho. Mas um
cuidadoso interrogatório feito pelo estudioso
revelará que o protagonista não estava dor-
mindo e que a experiência teve início em um
estado consciente, após ter acordado. Ao co-
meçar o processo, a vítima pode sentir uma
sutil mudança de consciência, ficando mais
perceptívelaoquesepassaaoredor.Àsvezes,
háummomentodechoqueetristezaquando
o seqüestrado descobre, na entrevista ou du-
ranteumasessãodehipnose,queaquiloque
pensavaserumsonhoeofaziasentir-semais
confortávelfoi,naverdade,umaexperiênciabi-
zarraeapavorantedeabduçãoalienígena,que
lembra ter acontecido, mas para a qual não
tem explicação. Após o contato inicial, o ab-
duzidonormalmenteflutuaemdireçãoànave,
às vezes pelo corredor, através de paredes, ja-
nelasouotetodocarro.Emgeral,espanta-se
ao descobrir que atravessou um objeto sólido,
sentindoapenasumalevesensaçãovibratória.
Na maioria dos casos, um raio de luz emitido
Os mecanismos de uma
abdução alienígena
John Mack, in memoriam
Intruders
20. 20 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
nas estivessem realmente interessados em
nosso bem-estar, teriam se manifestado de
maneira mais decisiva e interviriam direta-
mente em nossos assuntos.
Transformaçãodeconsciência —As testemu-
nhas de abdução relatam que os próprios
ocupantesdosUFOs,seusraptores,quando
confrontados com este assunto, dizem que
nãoestavamprontosparaarevelaçãodesua
existência e que os trataríamos agressiva-
mente, por isso não se revelam. Alguns se-
qüestradosinformamqueosextraterrestres
nãoqueremmudaremnossaespécieatravés
da coerção, mas sim através de uma trans-
formação de consciência que nos levaria a
escolher um curso diferente. Bem quando
os processos envolvidos nas abduções che-
gam ao final, com toda a rotina exposta aci-
ma,éhoradasvítimasseremdevolvidasao
seuhabitat.Masosabduzidosnormalmente
têm menos detalhes de seu retorno à Terra
doquedaprópriaexperiênciaabdutiva.Em
geral,elessãotrazidosdevoltaparaacama
ou o carro de onde foram levados, porém
às vezes são cometidos enganos pelos ETs,
que podem devolvê-los longe e, até mes-
mo a quilômetros de distância. Mas isso é
muito raro. Pequenos equívocos são mais
comuns, como pousar o abduzido virado
para o lado errado da cama, com seu pi-
jama abotoado ao contrário ou do avesso,
ou faltando alguma peça do vestuário ou
jóias. O ufólogo Budd Hopkins revela
um caso ocorrido em 1992, no qual duas
pessoas foram devolvidos para os carros
errados. Ao se cruzarem na estrada, os
motoristas reconheceram o carro um do
outro. Eles foram então “reabduzidos” e
devolvidos aos veículos certos.
Apósoseqüestro,avítimapodetervários
grausdememóriasobresuaexperiência.Às
vezes, o que aconteceu será lembrado como
um sonho. Em geral, fica exausta e sente co-
mo se tivesse passado por uma experiência
estressante. O fenômeno físico que acom-
panha as abduções é importante, mas ganha
significadoprimordialàmedidaquecorrobo-
ra as próprias experiências das vítimas, pois
os efeitos tendem a ser sutis e por si só não
convenceriamumclínicoconvencional.Por
exemplo,emboraastestemunhastenhamcer-
teza de que os cortes, cicatrizes e pequenas
ulcerações recentes surgiram em seus orga-
nismos após experiências relacionadas aos
procedimentos executados na nave, essas le-
sõessãoemgeralbastantetriviaisparaterem
um significado médico. Similarmente, mui-
tasmulheresforamengravidadaseoproduto
da gravidez, removido durante o seqüestro
alienígena, mas não há ainda um caso no
qual o médico tenha documentado que um
feto tenha desaparecido como resultado de
um seqüestro por seres extraterrestres.
Muitos também notam que aparelhos
elétricos ou eletrônicos de sua casa dão de-
feitoporcausadaabduçãoquesofreram,ou
simplesmente quando encontram-se pró-
ximos dos mesmos. É como se portassem
algum tipo de magnetismo ou eletricidade.
Mas é quase impossível se provar que tais
distúrbios estejam relacionados a esses fa-
tos, ou mesmo que ocorreram. Os abduzi-
dos freqüentemente se convencem de que
algum tipo de aparelho ou chip foi implan-
tado em seus corpos, sobretudo na cabeça,
a fim de que os aliens possam rastreá-los
oumonitorá-los.Essessupostosimplantes
podem ser sentidos como pequenos nódu-
los sob a pele, e em vários casos minúscu-
los objetos são recuperados e analisados
bioquimicamente e através de microscó-
pios eletrônicos. Um dos mais experien-
tes cirurgiões a realizar tais extrações é o
doutor Roger Leir, da Califórnia [Autor
de Implantes Alienígenas, código LIV-011
dacoleçãoBibliotecaUFO.Vejanaseção
Shopping UFO desta edição].
A natureza dos implantes — Os experts em
abduções,entretanto,aindanãoencontraram
provasdequeosimplantesretiradosdoscor-
pos de abduzidos sejam compostos de ele-
mentosrarosoucombinadosdemaneirainu-
sitada,incomunsouinexistentesna
Terra. Engenheiros químicos e ou-
trosespecialistasemtecnologiade
materiais que os analisaram infor-
maramqueseriadifícilsefazerum
diagnósticopositivodanaturezade
qualquer substância desconhecida
nestesartefatos,semhavermaiores
informaçõessobresuasorigens.Na
melhor das hipóteses, seria quase
impossível atestar se uma substân-
cianãoédeorigemterrestreoubio-
lógicahumana.Casoessesobjetos
tivessem mesmo sido deixados no
corpo humano por ETs, não seria
difícil adaptá-los, combinando-os
com o próprio sistema químico do
corpo. Assim, as análises não de-
tectariamnadaincomum.Comoéo
caso de várias pessoas que sentem
nitidamentenódulosemseucorpo,
após uma abdução, os quais não
estavamláanteriormente.Quando
os seqüestrados se submetem à ex-
tração cirúrgica, o laboratório e os
médicosnãoencontramnadadees-
tranhonotecido.Houveumaconsi-
derável empolgação entre os espe-
cialistas quando foi descoberto o
primeiro implante.Ali, finalmen-
te, estaria uma prova física con-
creta da realidade das abduções,
umobjetoverdadeirorecuperado
de um mundo alienígena.
Entretanto, o fato de que o fenômeno
se revela dessa forma não é muito anima-
dorparaosestudiosos,maséodesafioque
eles têm à mão. Esperar por uma compro-
vação do assunto com parâmetros, diga-
mos, científicos, aliás, pode até ser uma
espéciedeerrodapartedosestudiosos,que
pressupõem que o Fenômeno UFO – e o
das abduções em especial – se manifesta
dentro de padrões lógicos. Isso não ocor-
re. Em outras palavras, talvez seja errado
torcer para que um fenômeno cuja própria
natureza é sutil – e um de seus objetivos
pode ser ampliar e expandir nossos meios
de conhecimento – descortine seus segre-
dos para uma metodologia que opera em
um nível inferior de consciência, como a
humana. Por causa da relativa fragilidade
dasdescobertasfísicas,apesardegenuínas,
uma pesada carga de provas da realidade
do fenômeno da abdução cai sobre as ex-
periênciasvividasoutestemunhadaspelos
próprios abduzidos, que já são chamados
em certos círculos como “experienciado-
res”. Uma teoria que pode começar a ex-
plicar a natureza dos seqüestros terá que
contarcomcincodimensõesbásicas.Apri-
meira é o alto grau de consistência dos de-
talhadosrelatosdeabdução,narradoscom
a emoção apropriada pelas vítimas. Isso
21. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 21
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incluiaausênciadedoençapsiquiátricaou
outros fatores psicológicos e emocionais
nos abduzidos, aos quais pudesse ser cre-
ditado o que está sendo narrado.
Eterna sensação de isolamento — Também
temos as transformações físicas que afetam
oscorposdosseqüestrados,quenãoapresen-
tamnenhumpadrãopsicodinâmicoevidente.
Outro fator importante é a associação com
avistamentosdeUFOs,independentemente
por outras pessoas, enquanto ocorrem os se-
qüestros.Alémdosrelatosfeitosporcrianças
comdoise3anosdeidade,quedificilmente
podem ser forjados. É desnecessário dizer
que as abduções afetam profundamente
quem as vivencia. Seus efeitos são trau-
máticos e perturbadores, mas também po-
dem ser transformadores, levando a uma
significativa mudança pessoal e progresso
espiritual. Se esses elementos são intrín-
secos a esse fenômeno, em parte por cau-
sa do trabalho terapêutico integrado feito
pelo pesquisador, ou se é um subproduto
do acordo com relação à natureza das ex-
periências, é uma questão a ser explorada.
Já o aspecto traumático das abduções tem
algumas dimensões a serem consideradas.
Aprimeirasãoasprópriasexperiências.Ser
paralisado e levado contra sua vontade por
seresestranhosparaumanaveesubmetidoa
processos intrusivos – alguns dos quais são
especialmente humilhantes para a pessoa –,
obviamenteébastanteperturbador.Emvista
disso,ésurpreendentequeaspessoasquesão
raptadas,emgeral,nãosejammaisabaladas
emocionalmente do que são.
Aindaquantoàteoriaquetentaexplicara
naturezadosseqüestros,asegundadimensão
básicas é o fato de que os abduzidos sofrem
uma eterna sensação de isolamento, estra-
nhandoaspessoasqueocercam.Lembrando
conscientemente muitos elementos de suas
experiências,asvítimassentemque
sãodealgumaformadiferentesdos
outros, que não pertencem a essa
sociedade. Quando é uma criança,
dizem-lhe que os eventos relacio-
nadosàsuaabduçãosãoumsonho,
oumesmoqueelaestavamentindo.
Éporissoqueelaaprendeamanter
taisassuntosparasimesma,evitan-
docomentá-loscomoutros,mesmo
quandovoltamaserepetir.Quando
o abduzido é adulto, este não fa-
la sobre suas experiências, exceto
emcondiçõesemqueháconfiança,
poissabequeseráencaradocomce-
ticismoecomfalsasinterpretações,
quando não com escárnio.
A terceira dimensão que se
deve levar em consideração é a
de que os raptados vivenciam o
chamado“choqueontológico”ao
se aprofundarem na realidade de
seus contatos. Eles, como todos
nós, foram criados sob a crença
de que os habitantes da Terra es-
tão sozinhos no universo, e que
simplesmente não é possível se-
res inteligentes entrarem em nos-
so mundo sem usar as avançadas
formas de nossa tecnologia e obedecer as
leis da nossa física. Assim, os abduzidos
tendem a persistir na esperança de que se-
rá encontrada uma explicação psicológi-
ca para suas experiências, mesmo quando
dizem que o que aconteceu com eles foi
verdadeiro. E por fim – quinta dimensão
–, os traumas relacionados com os seqües-
tros alienígenas são incomuns, uma vez
que podem repetir-se a qualquer momen-
to. São imprevisíveis e sua recorrência na
vida de uma pessoa não segue qualquer
padrão pré-estabelecido. Pais abduzidos
geralmente procuram primeiro investigar
suas próprias experiências, ao descobri-
rem que um ou mais de seus filhos estão
vivendo uma situação parecida com a que
passaram. A descoberta de que não con-
seguem cumprir suas responsabilidades
protetoras,comoprogenitores,rompeseus
credos e os motiva ao confronto com suas
próprias experiências soterradas, na tenta-
tiva de serem mais úteis aos filhos.
Distúrbios de função sexual —Além dos efei-
tostraumáticosespecíficosdeumaabdução
alienígena a longo prazo, a vítima também
pode sofrer de uma infinidade de sintomas
sutis. Eles incluem vários temores, como
os de hospital e seringas, além de sintomas
como dor de cabeça, problemas gastroin-
testinais, urológicos ou ginecológicos, e até
distúrbiosdefunçãosexual.Édecertaforma
irônico, em vista dessas seqüelas patológi-
cas, que muitos abduzidos tenham experi-
mentadooutestemunhadoacuradeestados
quevãodesdeumsimplesferimentoàpneu-
moniaouleucemiainfantil.Eéinteressante
quenemtodostenhamvividoostraumáticos
procedimentosintrusivosquecaracterizamo
fenômeno. Talvez não se trate simplesmen-
te de uma questão de resistência ou recusa.
Algumas pessoas parecem ser selecionadas
para serem instruídas por seus raptores, ou
atémesmoesclarecidas,emumaespéciede
reprogramação por seres geralmente delica-
dosou“luminosos”,comoostratammuitas
das vítimas. Talvez essas pessoas, que pa-
recem possuir uma espiritual qualidade de
liderança, tenham uma percepção diferente,
sejam mais temerosas ou mais dispostas a
perder o controle e agir movidas pelo seu
terror do que outros abduzidos.
Umhistóricodeabduçõesnavidadeuma
pessoa pode causar grande tensão em uma
relaçãoíntima,matrimonialoudeoutraespé-
cie. Isso ocorre em especial quando um dos
cônjuges é um raptado e o outro não, e este
não consegue aceitar a realidade das expe-
riências do companheiro. Relacionamentos
também são rompidos quando um dos dois
consegue um desenvolvimento pessoal sig-
nificativo – direta ou indiretamente resulta-
do de suas experiências –, deixando o par-
“Os abduzidos
freqüentemente se
convencem de que algum
tipo de aparelho ou chip
foi implantado em seus
corpos, sobretudo na
cabeça, a fim de que
os alienígenas possam
rastreá-los
”
EXPERIMENTOSOsraptoresgeralmente
coletamsêmendehomensabduzidose
óvulosdemulheresraptadas,certamen-
te para experiências genéticas
Imagens
Alberto
Romero
22. 22 :: www.ufo.com.br :: Novembro 2006 – Ano XXII – Edição 127
ceiroparatrás.Sobreestaquestão,devemos
dar maior atenção aos aspectos do progres-
so transformacional e espiritual envolvidos
no fenômeno tratado.Visto que esse lado da
manifestação tem sido negligenciado ou en-
carado como incompatível com a dimensão
traumática vivida pelas vítimas.Além disso,
essa área tão pouco pesquisada possui um
considerávelsignificado–nãoestáclaropor
queacontecemasabduções,masamaiorpar-
tedenossospacientesparecesentirliberdade
para nos dar uma resposta para o questiona-
mento. Talvez pelo fato de estarmos, os ufó-
logoseestudiososdosseqüestrosalienígenas,
abertosedispostosaouvirsobreexperiências
ouinformaçõesconsideradasabsurdasparaa
maioriadospesquisadores.Emqualquereven-
to,tentamosteromáximodeescrúpulospara
não conduzir as vítimas em assuntos que en-
volvemaexpansãoespiritualoudaconsciência.
Estes são conceitos muito pessoais.
Projeto de hibridização — De qualquer for-
ma, é de suma importância examinarmos
uma mudança no relacionamento entre o
raptadoeosraptores,antesdeserrecebida
ainformaçãoatravésdoestadoalteradoda
consciência do primeiro. Embora a intera-
ção com extraterrestres possa ter sido até
divertida para alguns, ou mesmo íntima
para outros, quando ocorrem na tenra in-
fância ela tende a se modificar para mais
perturbadora e traumática, quando se apro-
xima a puberdade e os aliens iniciam com
as vítimas seus projetos reprodutivos hí-
bridos, que são o objetivo final de toda a
recorrênciadoprocessoabdutivo.Quando
ocorre uma intervenção traumática, os ab-
duzidos tendem a sentir-se como vítimas
de seres hostis que os vêem friamente ou
simplesmente como espécimes de um pro-
jeto que serve apenas às suas necessidades
– dos ETs. Podem sentir-se traídos pelos
aliens.Mas,àmedidaquenossotrabalhose
aprofunda, especialmente quando a força
desse extraordinário contato é reconheci-
do e abduzido passa a aceitar a sua falta
de controle sobre o processo, o medo e a
adversidade do relacionamento parecem
dar lugar a uma relação mais recíproca, na
qualpodeocorrerumamútuacomunicação
entre humanos e extraterrestres.
O raptado pode até sentir um profundo
amorpelosalienígenas,comomuitosjádes-
creveramseussentimentos,eperceberqueé
correspondido.Ocontatoatravésdosolhos
parece desempenhar um importante papel
noestabelecimentodesseprocesso.Emvez
de ficarem ressentidos com o fato de terem
seuespermaeóvulosusadospelosraptores
emseuprojetodehibridização,porexemplo,
passam a sentir que estão participando de
um valioso processo de criação e evolução
da vida. Há os que poderiam argumentar
que essa mudança nos seqüestrados diante
de uma situação de impotência como a da
própria abdução é, na realidade, uma mu-
dançadefensivacomafinalidadedemitigar
a dor e o pânico. Isso pode ser considerada
uma tentativa do ego de manter o senso de
domínio, abrindo mão de sua voluntarie-
dade, que está sendo tomada à força. Ou
uma tentativa de reduzir uma dissonância
cognitiva, fazendo crer que o custo emocio-
nal dessa experiência traumática possa ser
equilibrado pelo fornecimento de algo bom
e positivo para o universo.
Também é possível, por outro lado,
que a superação da experiência do rapto
alienígena possa dar à vítima acesso a
experiências de significado transpessoal,
como o amor universal e a união aos seus
semelhantes,quetornampossívelessacon-
dição. Da mesma forma, a área das expe-
riências relacionadas ao progresso espiri-
tual ou transformacional, é difícil separar
causa e efeito, ou mesmo pensar apenas
em termos causais. Será que um abduzido
recebe – e transmite – informações sobre
a experiência de uma vida passada porque
sua percepção está aberta à possibilidade
de tal assunto? Ou a emergência na consci-
ência da lembrança de uma vida passada,
facilitadapelonossotrabalhoemconjunto,
revela um horizonte pessoal expandido e
alargaosensodopróprioseremrelaçãoao
chamado maior da consciência universal?
Não sabemos, ainda. O fato de que o rela-
cionamentoentreabduzidosealienspossa
evoluir de forma expressiva com o tempo
nos faz questionar a divisão dos seres en-
tre os que são construtivos, bons e amá-
veis e outros que são traiçoeiros e hostis,
dispostos a dominar o nosso planeta. Por
exemplo, a idéia de que os “seres de luz”
são bons ou atenciosos, e de que os cinzas
são metódicos e indiferentes. Essa espécie
de rótulo caracteriza os grupos humanos e
asrelaçõesétnicas,etemmuitopoucoaver
com as relações inter-espécies.
Instrumentação intrusiva nas naves — Além
do mais, é comum aos abduzidos se encon-
trarem,porexemplo,comentidadesdeluze
tambémcomospequenoscinzentos,répteis
e outros tipos de seres simultaneamente, du-
rante a mesma abdução. É possível que este-
jamos lidando com relacionamentos evolu-
cionáriospornaturezaenãocompreensíveis
nos termos lineares de nossa ciência. Há al-
gunstiposdeexperiênciasduranteabduções
que parecem relacionadas com o progresso
pessoal e de transformação dos abduzidos.
Em alguns casos, ocorre a sensação de total
de terror e raiva associados à impotência e
à instrumentação intrusiva nas naves. Então
o reconhecimento e a aceitação das experi-
ências tornam-se possíveis, e segue-se o es-
treitamentodorelacionamentos,quepodedar
origem ao progresso pessoal. À “morte do
ego” seguem-se outros níveis de transforma-
ção.Osextraterrestrespodemservistoscomo
entidadesintermediáriasentreoestadototal
de encarnação dos seres humanos e a fonte
primevadaCriaçãoouatémesmoDeus,no
sentido de uma consciência cósmica, e não
de um ser personificado. Nesse caso, os ab-
duzidos às vezes tomam os aliens como an-
jos ou “enviados”. Os seres de luz também
estãonestacategoria.Elespodemrealmente
“Experiência
transpessoal é a
sensação de o abduzido
possuir uma dupla
identidade humano-
alienígena. No seu
“eu alienígena”, ele
pode descobrir-se
fazendo muitas das
coisas que os outros
extraterrestres fizeram
a ele e a outros seres
humanos, como estudar
suas mentes ou até
executar procedimentos
reprodutivos
”
NOVA RAÇA Os ufólogos
suspeitam que a coleta
de material genético
humano serve para a
produção de crianças
híbridas
23. Edição 127 – Ano XXII – Novembro 2006 23
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ainda vivenciar uma espécie de retorno ao
seu“larcósmica”,umreinobelíssimoalém
doespaço-tempoqueconhecemos.Quando
isso ocorre durante uma sessão de hipnose
com vítimas de seres extraterrestres, surge
uma forte e indescritível sensação de ale-
gria nas mesmas.
E de maneira inversa, abduzidos podem
chorar de tristeza quando vivem a sensação
de ter que deixar seu lar cósmico, voltar à
Terra e novamente ter que encarar o dia a
dia.Asensação de vidas passadas também é
comumduranteassessões,semprecomuma
forte emoção em relação ao material mental
que está emergindo. Isso é mais freqüente
quandoopesquisadorrecolhepistasdurante
seuprocedimentohipnótico,nasquaisforam
vividos contatos na infância. Os abduzidos
fazemqueixasousimplesmenteobservações
negativassobreestaroutravezaquinaTerra,
ou de ter retornado ao planeta, como se já se
sentissem vivendo em outra realidade. As
vidas passadas que emergem parecem ter
relevânciacomrelaçãoaoseuconhecimento
pessoalouevolução.Experiênciaspassadas
dãoaoseqüestrado–eaopesquisador–uma
diferente perspectiva do tempo e da nature-
za da identidade humana. O ciclo de vida e
morte, diante das longas extensões do tem-
po, podem ser revividos em pouco tempo
nassessõeshipnóticas,fornecendoumsenso
menosderivadodoegoedapequenezdeum
período de vida individual, a partir de uma
perspectiva cósmica.
Integração terrestre e extraterrestre — Mui-
tas vezes, a consciência dos abduzidos apa-
rentanãoestaracopladaaocorpo,eanoção
de uma alma com uma existência separada
dele torna-se relevante para o estudo das
abdução. Quando se consegue a separação
entre consciência e corpo, tornam-se possí-
veis outros tipos de experiências transpes-
soais. Por exemplo, ocorre a identificação
da consciência com tipos praticamente in-
termináveis de seres e entidades através de
espaço e tempo. Por exemplo, um raptado
brasileiro, que descobriu que seus contatos
com os ETs o deixaram aberto à identifi-
cação com mitos e entidades espirituais de
sua cultura folclórica, da qual havia sido
desligado por sua educação intelectual oci-
dental. Um diferente, porém importante as-
pectodessetipodeexperiênciatranspessoal
é a sensação de a vítima possuir uma dupla
identidade humano-alienígena. No seu “eu
alienígena”, ele pode descobrir-se fazendo
muitas das coisas que os outros extraterres-
tres fizeram a ele e a outros seres humanos,
como estudar suas mentes ou até executar
procedimentos reprodutivos.
A tal noção de identidade alienígena pa-
rece estar ligada de alguma forma à alma
do “eu humano”, e uma das tarefas com as
quaisoabduzidosedefrontadeimediatoéa
da integração de suas partes terrestre e extra-
terrestre, que assume o caráter de uma “real-
malização”desuanaturezahumana,digamos
assim.Aexperiência de reviver o fenômeno
leva o abduzido a se abrir para outras reali-
dades,emreinosquecostumamserdescritos
como estando atrás de um véu ou outro tipo
de barreira que o mantém em um estado de
consciêncialimitadoaomundofísico.Quan-
do interrogado sobre essas experiências, o
abduzidoapresentaproblemasemencontrar
palavrasparadescreveroqueocorreuefalar
sobreocolapsoespaço-temporalquesugere
terpassado,deestarnomesmomomentoem
tempos e lugares múltiplos.
O resultado das experiências abdutivas
levam,emgeral,àdescobertadeumsentido
novo quanto ao seu lugar no cosmos – um
lugar mais bonito, respeitoso e harmonioso
emrelaçãoàTerra.Emoçõescomoestupefa-
ção,respeitopelomistériodanaturezaeum
elevadosentidodoqueésagradonomundo
natural são vividas por quem passa por tais
experiências, e às vezes até com profunda
tristeza, por parte do abduzido, por sua apa-
rente impotência diante da crise ambiental
do planeta Terra. A seqüência dos casos de
seqüestros alienígenas normalmente reflete
um tipo de progressão que vai das histórias
mais simples às narrativas mais complexas
e multidimensionais. Essas experiências su-
gerem que o fenômeno da abdução possa
influenciar na transformação de nossas ins-
tituições e vidas coletivas.
John Mack fundou e dirigiu por muitos anos o
The John E. Mack Institute (JIME), que se define
como “uma instituição para explorar as fronteiras
da experiência humana através de uma pesquisa
inovadora”. Seu endereço na internet é: www.
johnemackinstitute.org.
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Hajime
Sorayama
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PESQUISA
Comunicação en
O contato entre terrestres e alienígenas tem padr
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Taken