O documento descreve as principais mudanças ortográficas introduzidas pelo Acordo Ortográfico de 1990, incluindo a incorporação de novas letras no alfabeto, regras sobre o uso de maiúsculas e minúsculas, e supressão de consoantes mudas. Também discute variações entre as normas lusas e brasileiras no uso de acentos e hífens.
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Escola Secundária Homem Cristo Biblioteca
1. ----
Escola Secundária Homem Cristo Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Supressão de acentos gráficos em palavras graves
Orthographia (ôr-tu-ghra-fia), s.f. a parte da
▪ Creem, deem, leem, veem, descreem, desdem, releem,
grammatica que ensina as regras de boa escripta das reveem
palavras; arte de escrever com os caracteres e signaes ▪ para(á), flexão de parar e para preposição
consagrados pelo uso. //Maneira de escrever as
palavras: (…) Orthographia etymologica, o modo de escrever as palavras coma as
▪ pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar e pela(s),
lettras fundamentaes que ellas tinham na lingua mae. (…) combinação de per e la(s)
(Aulete e Valente, Diccionario Contemporaneo da lingua portugueza, 1881) ▪ polo(s) (ó), substantivo e polo(s), combinação antiga e
popular de por e lo(s)
Exceções: pôde, 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do
O QUE MUDA NA ORTOGRAFIA COM O ACORDO?
ACORDO? indicativo e pode presente do indicativo; pôr, forma verbal e por,
preposição.
As letras k, w e y foram incorporadas no alfabeto, que passa a ter
26 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z. ----
Supressão de acentos gráficos em palavras graves com ditongo oi
---- ▪ asteroide, heroico, espermatozoide, etmoide, jiboia, joia
(Nota: comboio, dezoito, já não tinham acento)
Maiúsculas/minúsculas
▪ Dias da semana, meses (segunda-feira, janeiro, primavera, …) ----
▪ Pontos Cardeais e colaterais (norte, este… exceto se
abreviados) Acento agudo ou circunflexo - Palavras esdrúxulas
Pode usar-se indiferentemente: Vogal e seguida de consoante nasal m ou n
▪ Títulos de livros ou obras Norma lusoafricana – académico, efémero, gémeo, género, génio
▪ Formas de tratamento Norma brasileira - acadêmico, efêmero, gêmeo, gênero, gênio
▪ Nomes que designam domínios do saber, cursos, disciplinas Vogal o, seguida de consoante nasal m ou n
▪ Logradouros públicos, templos ou edifícios. Norma lusoafricana – cómico, crónico, homónimo, matrimónio
Norma brasileira - cômico, crônico, homônimo, matrimônio
---- Palavras graves
Vogal e seguida de consoante nasal m ou n
Supressão gráfica de consoantes mudas ou não pronunciadas Norma lusoafricana – fémur, Fénix, pénis, ténis, Vénus, xénon
▪ Sequências consonânticas Norma brasileira - fêmur, Fênix, pênis, tênis, Vênus, xênon
CC – ex: abstracionismo, colecionador, lecionar, protecional Vogal o seguida de consoante nasal m ou n
CÇ – ex: ação, coleção, contração, distração, proteção Norma lusoafricana – abdómen, Adónis, bónus, ónix, ónus, pónei
CT – ex: ata (nome), ativar, ator, diretor, letivo, objetivo, projeto Norma brasileira - abdômen, Adônis, bônus, ônix, ônus, pônei
PC – ex: anticoncecional, dececionante, excecional,rececionista Palavras agudas
PÇ – ex: aceção, adoção, conceção, deceção, receção Vogal e e o final em palavras agudas
PT – ex: Egito, adotar, batismo, ótimo, otimismo Norma lusoafricana – caraté, bebé, croché, matiné, puré, cocó, ró
Nos casos em que a consoante se pronuncia, esta mantém-se. Nos Norma brasileira – caratê, bebê, crochê, matinê, puré, cocô, rô
nomes próprios não é obrigatória a adoção da nova ortografia. Vogal o final com variação de sílaba tónica
CC – ex: faccioso, friccionar, perfeccionismo Norma lusoafricana – judo, metro
CÇ – ex: convicção, ficção, fricção, sucção Norma brasileira – judô, metrô
CT – ex: bactéria, compacto, intelectual, néctar, pacto ----
PC – ex: capcioso, egípcio, núpcias, opcional
PÇ – ex: corrupção, erupção, interrupção, opção Emprego ou supressão de acentos gráficos em palavras graves
PT – ex: adepto, apto, eucalipto, rapto Norma culta lusoafricana – andámos, cantámos, lavámos, dêmos
Norma culta brasileira – andamos, cantamos, lavamos, demos
---- Norma culta portuguesa – andamos ou andámos, demos ou
dêmos
Coexistência de duas grafias, (variação de pronúncia em 2 normas)
Exemplos: característica/caraterística; dáctilo/dátilo; ----
dactilografia/datilografia; infecção/infeção;
intersecção/interseção; sector/setor… Hifenização
Nas palavras que apresentam variação entre a prolação e o ▪ autorrádio, autosserviço, contrarrelógio, cosseno,
emudecimento, regista-se essa variação com dupla grafia. microssistema, minissaia, semisselvagem, semirreta, …
Elimina-se o hífen quando o prefixo termina em vogal e o
---- elemento seguinte começa por r ou s, dobrando-se as consoantes.
▪ agroindustrial, antiaéreo, autoestrada, coautor, codireção, …
Coexistência de duas grafias – (norma lusoafricana e a norma brasileira) Elimina-se o hífen quando o prefixo termina em vogal e o
CC, CÇ, CT elemento seguinte começa por vogal diferente daquela.
Norma lusoafricana – facto, contactar, olfacto ▪ anti-ibérico, contra-almirante, coobrigação, coocorrente,
Norma brasileira - fato, contatar, olfato, infra-axilar, intra-arterial, micro-ondas, semi-interno
PC, PÇ, PT Emprega-se o hífen sempre que o prefixo termina em vogal e o
Norma lusoafricana - conceção, contracetivo, corrupção, receção… elemento seguinte começa por vogal igual àquela, exceptuando o
Norma brasileira - concepção, contraceptivo, recepção prefixo co-, que ocorre, em geral, aglutinado.
BD, BT, GD, MN, TM ▪ couve-flor, feijão-verde, ervilha-de-cheiro, bem-me-quer, …
Norma lusoafricana – subtil, amígdala, amnistina, indemnizar, … Palavras das áreas de botânica e zoologia escrevem-se sempre com
Norma brasileira – subtil ou sutil, amnistia ou anistia, indenizar,... hífen.
Verifica-se uma oscilação entre a norma lusoafricana e a brasileira. ▪ hei de, hás de, há de, heis de, hão de
2. Elimina-se o hífen entre a preposição de e as formas do verbo Palavras das áreas de botânica e zoologia escrevem-se sempre com
haver hífen.
▪ hei de, hás de, há de, heis de, hão de
Escola Secundária Homem Cristo Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Elimina-se o hífen entre a preposição de e as formas do verbo
haver
Supressão de acentos gráficos em palavras graves
▪ Creem, deem, leem, veem, descreem, desdem, releem, Escola Secundária Homem Cristo Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
reveem
Escola Secundária Homem Cristo Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
▪ para(á), flexão de parar e para preposição
▪ pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar e pela(s),
combinação de per e la(s) Orthographia (ôr-tu-ghra-fia), s.f. a parte da
▪ polo(s) (ó), substantivo e polo(s), combinação antiga e grammatica que ensina as regras de boa escripta das
popular de por e lo(s) palavras; arte de escrever com os caracteres e signaes
consagrados pelo uso. //Maneira de escrever as
Exceções: pôde, 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do palavras: (…) Orthographia etymologica, o modo de escrever as palavras coma as
indicativo e pode presente do indicativo; pôr, forma verbal e por, lettras fundamentaes que ellas tinham na lingua mae. (…)
preposição. (Aulete e Valente, Diccionario Contemporaneo da lingua portugueza, 1881)
----
O QUE MUDA NA ORTOGRAFIA COM O ACORDO?
Supressão de acentos gráficos em palavras graves com ditongo oi
▪ asteroide, heroico, espermatozoide, etmoide, jiboia, joia
(Nota: comboio, dezoito, já não tinham acento) As letras k, w e y foram incorporadas no alfabeto, que passa a ter
26 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.
----
----
Acento agudo ou circunflexo - Palavras esdrúxulas
Vogal e seguida de consoante nasal m ou n Maiúsculas/minúsculas
Norma lusoafricana – académico, efémero, gémeo, género, génio ▪ Dias da semana, meses (segunda-feira, janeiro, primavera, …)
Norma brasileira - acadêmico, efêmero, gêmeo, gênero, gênio ▪ Pontos Cardeais e colaterais (norte, este… exceto se
Vogal o, seguida de consoante nasal m ou n abreviados)
Norma lusoafricana – cómico, crónico, homónimo, matrimónio Pode usar-se indiferentemente:
Norma brasileira - cômico, crônico, homônimo, matrimônio ▪ Títulos de livros ou obras
Palavras graves ▪ Formas de tratamento
Vogal e seguida de consoante nasal m ou n ▪ Nomes que designam domínios do saber, cursos, disciplinas
Norma lusoafricana – fémur, Fénix, pénis, ténis, Vénus, xénon ▪ Logradouros públicos, templos ou edifícios.
Norma brasileira - fêmur, Fênix, pênis, tênis, Vênus, xênon
Vogal o seguida de consoante nasal m ou n ----
Norma lusoafricana – abdómen, Adónis, bónus, ónix, ónus, pónei
Norma brasileira - abdômen, Adônis, bônus, ônix, ônus, pônei Supressão gráfica de consoantes mudas ou não pronunciadas
Palavras agudas ▪ Sequências consonânticas
Vogal e e o final em palavras agudas CC – ex: abstracionismo, colecionador, lecionar, protecional
Norma lusoafricana – caraté, bebé, croché, matiné, puré, cocó, ró CÇ – ex: ação, coleção, contração, distração, proteção
Norma brasileira – caratê, bebê, crochê, matinê, puré, cocô, rô CT – ex: ata (nome), ativar, ator, diretor, letivo, objetivo, projeto
Vogal o final com variação de sílaba tónica PC – ex: anticoncecional, dececionante, excecional,rececionista
Norma lusoafricana – judo, metro PÇ – ex: aceção, adoção, conceção, deceção, receção
Norma brasileira – judô, metrô PT – ex: Egito, adotar, batismo, ótimo, otimismo
---- Nos casos em que a consoante se pronuncia, esta mantém-se. Nos
nomes próprios não é obrigatória a adoção da nova ortografia.
Emprego ou supressão de acentos gráficos em palavras graves CC – ex: faccioso, friccionar, perfeccionismo
Norma culta lusoafricana – andámos, cantámos, lavámos, dêmos CÇ – ex: convicção, ficção, fricção, sucção
Norma culta brasileira – andamos, cantamos, lavamos, demos CT – ex: bactéria, compacto, intelectual, néctar, pacto
Norma culta portuguesa – andamos ou andámos, demos ou PC – ex: capcioso, egípcio, núpcias, opcional
dêmos PÇ – ex: corrupção, erupção, interrupção, opção
PT – ex: adepto, apto, eucalipto, rapto
----
----
Hifenização
▪ autorrádio, autosserviço, contrarrelógio, cosseno, Coexistência de duas grafias, (variação de pronúncia em 2 normas)
microssistema, minissaia, semisselvagem, semirreta, … Exemplos: característica/caraterística; dáctilo/dátilo;
Elimina-se o hífen quando o prefixo termina em vogal e o dactilografia/datilografia; infecção/infeção;
elemento seguinte começa por r ou s, dobrando-se as consoantes. intersecção/interseção; sector/setor…
▪ agroindustrial, antiaéreo, autoestrada, coautor, codireção, … Nas palavras que apresentam variação entre a prolação e o
Elimina-se o hífen quando o prefixo termina em vogal e o emudecimento, regista-se essa variação com dupla grafia.
elemento seguinte começa por vogal diferente daquela.
▪ anti-ibérico, contra-almirante, coobrigação, coocorrente, ----
infra-axilar, intra-arterial, micro-ondas, semi-interno
Emprega-se o hífen sempre que o prefixo termina em vogal e o Coexistência de duas grafias – (norma lusoafricana e a norma brasileira)
elemento seguinte começa por vogal igual àquela, exceptuando o CC, CÇ, CT
prefixo co-, que ocorre, em geral, aglutinado. Norma lusoafricana – facto, contactar, olfacto
▪ couve-flor, feijão-verde, ervilha-de-cheiro, bem-me-quer, … Norma brasileira - fato, contatar, olfato,
PC, PÇ, PT
3. Norma lusoafricana - conceção, contracetivo, corrupção, receção…
Norma brasileira - concepção, contraceptivo, recepção
BD, BT, GD, MN, TM
Norma lusoafricana – subtil, amígdala, amnistina, indemnizar, …
Norma brasileira – subtil ou sutil, amnistia ou anistia, indenizar,...
Verifica-se uma oscilação entre a norma lusoafricana e a brasileira.
----