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O ENFRENTAMENTO AO RACISMO CONTRA A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
ANA LUÍSA COELHO MOREIRA
SEPPIR/MDH - 05 DE JULHO DE 2018
Encontro nacional sobre os
direitos Socioassistenciais da
população em situação de rua
Presídio
s
POR QUE FALAR DE RACISMO E SITUAÇÃO DE RUA?
14 de maio – Para onde foram as pessoas negras após a abolição da escravatura?
Pós-Abolição
Urbanização das
cidades
Ações afirmativas para
mão de obra europeia
Racismo científico
Situaçã
o de
rua
Trabalho
Doméstic
o
Favelas
População
Negra
RACISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE
 Processo histórico racista, colonizador e escravagista
 Aliado a outros componentes: machismo, patriarcado, lgbtfobia,
violências por ciclo de vida, por condição de deficiência, por pobreza,
pela origem, pela ancestralidade, entre outros.
 Não acesso aos direitos fundamentais, não alcance das políticas
públicas.
 Desumanização de seres humanos
Racismo
Trabalh
o
Infantil Encarce
ramento
Abuso e
Explora
ç sexual
Transtor
no
Mental
Agravos
de
saúde
Retirada
dos
filhos
Violênci
a
Domésti
ca
Violênci
a letal
Ausênci
a de
moradia
Evasão
escolar
A FORMA COMO OPERACIONALIZA O RACISMO NAS RUAS
– ESPELHO DA SOCIEDADE –
"Quando eu saio na rua, algumas pessoas ainda
me reconhecem. Percebo que ficam me olhando
e dizendo: olha ali, é o mendigo gato. Muitos
também mandam mensagens pelo Facebook e
ficam felizes por eu estar bem e tal"
 O (não) acesso dos corpos negros que estão na
rua
O atendimento nos serviços públicos em geral:
quem deve ou não ser atendido e como
 Criança/ Adolescente em situação de rua:
aquele que habita o corpo branco consegue ir ao
banheiro do shopping, o negro não.
 Mendigo gato X mendigo (negro): ausência de
nome, ausência de existência
O RACISMO CONTRA AS MULHERES NAS RUAS
 Universalidade da categoria mulher (modernidade
ocidental): carrega de forma velada a exclusão e a
violência contra as mulheres negras e indígenas.
 Humanidade negada: objetificação, estereótipos,
hipersexualização de corpos.
 Representações sociais racializadas da mulher
negra: a mulata (mucama), a doméstica (exploração
permitida) e a mãe preta (resignação, passividade).
 Deslocamento do centro para a margem:
“descortinar o que foi escondido nos porões do
patriarcado universal”. Enfatizar a luta das mulheres
negras no período da escravidão.
O racismo não pode ser mais uma palavra solta. O racismo mata por dentro e por fora!
Vivemos em uma era onde há tamanha distorção das palavras: Pensar nos direitos humanos
significa, pelo tribunal societário, defender o direito de quem fez algo errado; falar sobre
gênero significa ser a favor da promiscuidade; falar de racismo/raça é desejar a morte ou
ignorar todas as pessoas não negras; protestar contra a morte de alguém significa ignorar
todas as pessoas que anteriormente morreram.....
Até quando vamos viver nos silenciando... Até quando vamos viver destruindo a nós
mesmos....
VAMOS SAIR DO “ETC”
ALGUNS CAMINHOS A PERCORRER
Construção conjunta SEPPIR e MDS sobre enfrentamento ao racismo,
trabalho social com famílias quilombolas e o olhar para a promoção da
igualdade racial nos serviços socioassistenciais.
 Debate presente na CONAPIR sobre população em situação de rua e
racismo.
 Início de provocações e diálogos entre a Política de Promoção da
Igualdade Racial e a Política Nacional para a População em Situação de Rua.
Somos muito mais do que supomos ser!
Nossos passos vêm de longe!
Guardamos as memórias ancestrais!
NÃO PODEMOS ESQUECER
Secretaria Nacional de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR
Ministério dos Direitos Humanos
Obrigada
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  • 1. O ENFRENTAMENTO AO RACISMO CONTRA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA ANA LUÍSA COELHO MOREIRA SEPPIR/MDH - 05 DE JULHO DE 2018 Encontro nacional sobre os direitos Socioassistenciais da população em situação de rua
  • 2. Presídio s POR QUE FALAR DE RACISMO E SITUAÇÃO DE RUA? 14 de maio – Para onde foram as pessoas negras após a abolição da escravatura? Pós-Abolição Urbanização das cidades Ações afirmativas para mão de obra europeia Racismo científico Situaçã o de rua Trabalho Doméstic o Favelas População Negra
  • 3. RACISMO COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE  Processo histórico racista, colonizador e escravagista  Aliado a outros componentes: machismo, patriarcado, lgbtfobia, violências por ciclo de vida, por condição de deficiência, por pobreza, pela origem, pela ancestralidade, entre outros.  Não acesso aos direitos fundamentais, não alcance das políticas públicas.  Desumanização de seres humanos
  • 4. Racismo Trabalh o Infantil Encarce ramento Abuso e Explora ç sexual Transtor no Mental Agravos de saúde Retirada dos filhos Violênci a Domésti ca Violênci a letal Ausênci a de moradia Evasão escolar
  • 5. A FORMA COMO OPERACIONALIZA O RACISMO NAS RUAS – ESPELHO DA SOCIEDADE – "Quando eu saio na rua, algumas pessoas ainda me reconhecem. Percebo que ficam me olhando e dizendo: olha ali, é o mendigo gato. Muitos também mandam mensagens pelo Facebook e ficam felizes por eu estar bem e tal"  O (não) acesso dos corpos negros que estão na rua O atendimento nos serviços públicos em geral: quem deve ou não ser atendido e como  Criança/ Adolescente em situação de rua: aquele que habita o corpo branco consegue ir ao banheiro do shopping, o negro não.  Mendigo gato X mendigo (negro): ausência de nome, ausência de existência
  • 6.
  • 7. O RACISMO CONTRA AS MULHERES NAS RUAS  Universalidade da categoria mulher (modernidade ocidental): carrega de forma velada a exclusão e a violência contra as mulheres negras e indígenas.  Humanidade negada: objetificação, estereótipos, hipersexualização de corpos.  Representações sociais racializadas da mulher negra: a mulata (mucama), a doméstica (exploração permitida) e a mãe preta (resignação, passividade).  Deslocamento do centro para a margem: “descortinar o que foi escondido nos porões do patriarcado universal”. Enfatizar a luta das mulheres negras no período da escravidão.
  • 8. O racismo não pode ser mais uma palavra solta. O racismo mata por dentro e por fora! Vivemos em uma era onde há tamanha distorção das palavras: Pensar nos direitos humanos significa, pelo tribunal societário, defender o direito de quem fez algo errado; falar sobre gênero significa ser a favor da promiscuidade; falar de racismo/raça é desejar a morte ou ignorar todas as pessoas não negras; protestar contra a morte de alguém significa ignorar todas as pessoas que anteriormente morreram..... Até quando vamos viver nos silenciando... Até quando vamos viver destruindo a nós mesmos.... VAMOS SAIR DO “ETC”
  • 9. ALGUNS CAMINHOS A PERCORRER Construção conjunta SEPPIR e MDS sobre enfrentamento ao racismo, trabalho social com famílias quilombolas e o olhar para a promoção da igualdade racial nos serviços socioassistenciais.  Debate presente na CONAPIR sobre população em situação de rua e racismo.  Início de provocações e diálogos entre a Política de Promoção da Igualdade Racial e a Política Nacional para a População em Situação de Rua.
  • 10. Somos muito mais do que supomos ser! Nossos passos vêm de longe! Guardamos as memórias ancestrais! NÃO PODEMOS ESQUECER
  • 11. Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR Ministério dos Direitos Humanos Obrigada !