O documento descreve as sete principais figuras envolvidas no caso dos "Vistos Gold" em Portugal, incluindo Miguel Macedo, ex-ministro do Interior acusado de corrupção, Manuel Palos do SEF, e António Figueiredo do Instituto dos Registos e Notariado, acusado de chefiar uma rede para selecionar imóveis para chineses.
1. Visão
Quem é quem no caso dos Vistos Gold
Miguel Macedo - Ex-ministro. Acusado no processo Vistos Gold. Está sem ocupação profissional.
Voltou a Braga. Recusou um convite para dar aulas numa universidade
José Caria
No dia em que começa o julgamento do caso dos Vistos Gold, que
levou Miguel Macedo a demitir-se de ministro da Administração
Interna em 2014, conheça as sete principais figuras do processo.
SÍLVIA CANECO
Jornalista
Miguel Macedo foi o único responsável político apanhado no meio de uma
rede de corrupção e tráfico de influência em torno da atribuição de vistos
dourados. Outros três arguidos tinham cargos de topo na administração
pública. Estas são as sete principais figuras de um processo que vai levar
21 arguidos a julgamento (incluindo quatro empresas).
2. MIGUEL MACEDO, EX-MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA
A 16 de novembro de 2014, um domingo, Miguel Macedo demitiu-se do
cargo de ministro da Administração Interna. A PJ e o Ministério Público
tinham feito três dias antes uma operação de buscas que chegara ao seu
ministério. Um ano depois, Macedo era acusado de três crimes de
prevaricação e um de tráfico de influência, e tornava-se a face mais
mediática deste processo. A acusação diz que deu ordens ilegais, violou o
interesse público e fez uso do seu poder de influência política para
favorecer os "interesses privados lucrativos" de um amigo e de um antigo
sócio.
MANUEL PALOS
O Ministério Público acredita que para "cair nas boas graças" do ministro
Miguel Macedo, o então diretor do SEF terá facilitado os procedimentos
legais para obtenção de vistos (dourados para cidadãos chineses e de curta
duração para cidadãos líbios), favorecendo as empresas dos amigos do
ministro.
ANTÓNIO FIGUEIREDO
Ao mesmo tempo que presidia ao Instituto dos Registos e Notariado (IRN),
António Figueiredo teria uma série de negócios paralelos com os quais
lucraria. É apontado pela acusação como o cabecilha de uma rede que
selecionava imóveis para cidadãos chineses.
Vai responder por 12 crimes, entre eles corrupção ativa e passiva.
JAIME GOMES
Amigo de adolescência de Miguel Macedo, desde 2009 que o empresário
tinha negócios em parceria com o ex-ministro e/ou com António Figueiredo.
Através da empresa JAG terá também colaborado com Lalanda e Castro,
no âmbito de um contrato para tratamento médico em Portugal de feridos da
Líbia.
3. ELISEU BUMBA
O empresário e ex-secretário do Consulado-Geral de Angola em Portugal é
acusado de um crime de corrupção ativa por ter montado um esquema para
prestar serviços ao Ministério da Justiça em Angola, recorrendo aos meios
do IRN em Portugal, pagando para esse efeito comissões.
MARIA ANTÓNIA ANES
O ex-secretário-geral do Ministério da Justiça era amiga de António
Figueiredo e com ele terá iniciado uma troca recíproca de favores, violando
os seus deveres funcionais ao manipular, por exemplo, concursos da
Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública. Vai
responder por quatro crimes.
PAULO LALANDA E CASTRO
Arguido na Operação Marquês e suspeito de corrupção nos negócios do
plasma, foi nos vistos Gold que o ex-administrador da farmacêutica
Octapharma se estreou como arguido em processos mediáticos, acusado
de dois crimes de tráfico de influência. A empresa ILS, de que era sócio,
terá obtido dois tratamentos de favor.