Como preparar um churrasco perfeito: dicas para escolher os melhores cortes e temperar as carnes
1. Como preparar um churrasco perfeito
hurrasqueira: churrasco de verdade é feito à base de carvão. Portanto, esqueça os modelos elétricos e dê
preferência aos de tijolinhos ou inox, com boa exaustão e 30 cm de fundura para a carne não queimar. Entre
as grelhas, prefira as de formato em V. Elas devem ser feitas de aço ou alumínio e ter hastes grossas,
permitindo que a gordura escorra.
Carvão: opte pelo vegetal, de preferência o de eucalipto, que confere um aroma especial à carne. Ele deve,
ainda, ser bem graúdo. Nunca leve para casa os que esfarelam facilmente.
Álcool: para cada saco de carvão é necessário meio litro de álcool com 92% de concentração (o álcool diluído,
para limpeza, não serve);
Utensílios básicos: espetos, facas de chef bem afiadas (sem serras), chaira (peça para afiar facas), garfos
longos de dois dentes e pinça grande para içar as carnes da churrasqueira devem ser de alumínio ou inox, que
não enferrujam. Marcas como Tramontina e Mundial são as queridinhas dos gourmets. Para cortar as carnes e
demais ingredientes, use uma tábua de madeira ou de polietileno.
Eis as grandes estrelas de um churrasco. Se errar na escolha, danou-se. As de boa qualidade têm marmoreio
(fibras brancas que entremeiam a carne). Esta é a garantia de que ficarão macias e suculentas quando
prontas. Na hora de comprar as peças, preste atenção também à data de validade, à procedência (os dois
melhores produtores são Mato Grosso e São Paulo) e observe a aparência delas. Quanto mais vermelha e
brilhosa estiver a carne (e quanto mais branquinha for a gordura que a reveste), melhor. As mais escuras e
opacas devem ser descartadas. A picanha tem ainda uma particularidade: a peça deve vir com uma capa de
gordura branca de cerca de meio centímetro de espessura. No caso do porco (inclusive a linguiça) e do
cordeiro, atente também para a cor da carne - quanto mais rosadinha, melhor.
Os cortes mais indicados são:
Carne vermelha: picanha, fraldinha (não é tão macia, mas o sabor compensa), maminha (para muitos, ela a
grande estrela do churrasco. Além de saborosa, é bem mais em conta do que a picanha), alcatra (o miolo é
delicioso e também pode substituir tranquilamente a picanha se o objetivo for economizar), costela e
contrafilé. Deste último cortes deliciosos como o bife de chorizo, o T-bone, o bife ancho, o ojo de bife e a
bisteca.
Frango: a sobrecoxa é inigualável, pois a carne fica úmida e a pele crocante. Outras opções são as asinhas e o
coração.
Porco: a linguiça não pode faltar, nem a costelinha (quanto mais próxima ao osso a carne estiver, melhor,
porque fica mais úmida e saborosa). A paleta também é gostosa e barata.
Cordeiro: nem todo mundo gosta, mas esta é uma das melhores carnes para preparar na brasa. O pernil, a
paleta e a costeleta (carré) são os melhores cortes.
Peixe: anchova, tainha, robalo, garoupa e namorado são ideais, bem como as sardinhas na brasa, um clássico
português.
2. Se a carne estiver congelada, retire a peça do congelador um dia antes do preparo e guarde-a na geladeira
para que descongele devagar e não acumule líquido. Deixe-a em temperatura ambiente pelo menos uma hora
antes de temperar e grelhar.
Lembre-se também de que a gordura não deve ser retirada das peças, porque as torna mais saborosas. Se
preferir fazer bifes, siga o sentido das fibras ao cortar a carne, para que ela não fique dura. A vantagem é que
as porções fracionadas ficam prontas mais rápido do que a peça inteira e podem ser preparadas para agradar a
preferência de ponto de cada um (mal passado, bem passado ou ao ponto).
Carne vermelha: para temperar, aposte no clássico sal grosso, que salga na medida certa enquanto derrete na
churrasqueira e ajuda a selar a carne, evitando que ela perca muito suco e resseque por dentro. Sabe aquela
casquinha crocante e saborosa da carne de churrasco? O sal grosso ajuda a formá-la. O fino, por sua vez,
penetra muito na peça, salgando-a demais. Pimenta do reino e ervas como alecrim e tomilho também são
permitidas, mas esqueça os amaciantes de carne, que alteram seu sabor original assim como o alho e o queijo.
Peças de boa procedência e bem escolhidas serão naturalmente macias. Em todo caso, se ficarem duras,
transforme-as em bifes.
Frango: fica gostoso quando temperado com sal fino, pimenta do reino, alho ou ervas como o tomilho.
Semente de funcho (erva doce) também realça o sabor. Se preferir, marine a carne com um pouco de vinho
branco, 12 horas antes de ir para a churrasqueira. É só deixá-la de molho na bebida em uma vasilha ou em um
saco plástico bem vedado.
Porco: deixe a carne marinar por duas horas em uma mistura de água (750 ml), vinho branco seco (750 ml),
mel (três colheres de sopa), sal e pimenta dedo de moça picada a gosto.
Cordeiro: ervas frescas como hortelã ou alecrim casam muito bem com este tipo de carne. Pode-se também
marinar o carré com azeite, vinho branco, tomilho e dentes de alho esmagados.
Peixes: podem ser marinados com suco de limão uma hora antes de irem para a brasa, ou temperados
somente com sal e azeite.
3. Pulo do gato: todas as carnes devem ser temperadas pouco tempo antes de irem para a churrasqueira, exceto
quando forem marinadas. Do contrário, o sal "chupa" o suco deixando-as ressecadas por dentro.
O ponto certo: linguiças e coraçõezinhos de frango ficam prontos bem rápido, em até 20 minutos. O tempo de
preparo de peças inteiras (1 kg a 1,5 kg) é, em geral, de 20 a 40 minutos, dependendo do calor da
churrasqueira, para a carne ficar ao ponto. Mas se você for preparar bifes com três centímetros de altura, em
média, basta deixá-los dois minutos e meio de cada lado na grelha para obter uma carne ao ponto. No caso de
peças mais duras, o segredo é assar por bastante tempo. Alguns cortes podem ficar na churrasqueira por
períodos de seis a oito horas, como a costela de boi.