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Somos o que pensamos e tornamo-nos no que fazemos
Linha de pensamento:
Parto sempre do principio que acredito que todas as acções de um individuo assumam uma perspectiva de terem uma
intensão positiva, mesmo quando o seu resultado venha a evidenciar-se desfavorável, para quem as faz ou para terceiros.
Independentemente do desfecho final, vai ser a forma como os outros acabaram por vir a avaliar e qualificar essa pessoa que
praticou a acção. Mas perante as observações e reacções dos outros, quem as pratica, vai poder fazer uma auto-avaliação
das mesmas e daí obter uma conclusão: se deve alterar as suas acções e retirar lições para serem aplicadas de um modo mais
adequado ou aquando da analise, e constatar que as suas acções obtiveram corroboração.
Se chegar à conclusão que foram bem apreciadas e aceites, estas a partir daquele momento vão passar a fazer parte da
sua forma de agir e servindo de consolidação no seu EU para mais tarde as poder replicar, (independentemente de cada
momento ser tão especifico, que requer uma interacção diferente e singular, mas a forma mais comoda é associar uma
experiencia passada, a uma futura e copia-la na integra). Agora quando na sua auto-analise, se aperceber da necessidade de
mudar algo, mas persistem em nada fazer de diferente, Einstein identificou como sendo aquilo que lhe chamou de:
“Definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.” E assim criam-se hábitos e
padrões de comportamentos. Então o princípio de qualquer acção de um individuo provem de como filtra, interpreta e
elabora a sua forma de pensar sobre determinado contexto ou assunto especifico. Assim o mindset na linha de pensamento,
centra-se no modo, forma, como se pensa e lida com os seus pensamentos, (muito embora por vezes possa achar que não se
está a pensar em nada, mas na realidade isso é uma falsa verdade, pois é algo que é inconsciente).
Neste momento poderá estar a passar-lhe pela sua mente estas duas questões: Mas será possível de alguma forma
controlar os meus pensamentos? Se sim, como o poderei fazer? Tal como se conta de uma antiga lenda que, certa noite, um
velho índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas. Ele disse: – “Há uma batalha entre dois
lobos que vivem dentro de todos nós. Um é Mau: é raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si
mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, orgulho falso, superioridade e ego. O outro é Bom: é alegria, fraternidade, paz,
esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.” O neto
pensou nessa luta e pergunta ao avô: “Qual é o lobo que vence?” Então, o velho índio responde: “Aquele que você alimenta
mais.”
Para se poder ter uma maior consciencialização controlada dos nossos pensamentos, tem primeiro que identificar qual é
a Atitude Mental predominante dentro de si. Nós humanos estamos classificados no chamado mundo animal, e o que nos
diferencia na classificação é ter a capacidade de raciocínio, por isso sermos animais racionais, seres pensadores, que por sua
vez nos dá um poder fantástico de tomar decisões mais conscientes e seguindo determinados princípios que não só os do
instinto (muito embora também o façamos em determinadas situações).
Então a questão de 1 milhão de Euros é: como é se anda a pensar?
Esses pensamentos são condicionados perante 2 perspectivas: Atitude Mental Positiva ou Negativa. Como dizia a velha
lenda: “qual é a que alimentamos mais?” Por vezes somos açulados por situações, que como se costuma dizer na gíria: “tira-
me do sério!”, outras vezes são acontecimentos tão maus e/ou absolutamente incompreensível que até nos custa acreditar
tal ser possível ou como é que alguém está a tomar determinado comportamento? Mas é precisamente nestes momentos
que se vai tomar consciência “qual é o que alimenta mais”, vão ser estas ocasiões em que na realidade, vai ter a
oportunidade de se colocar à prova.
Ter uma Atitude Mental Positive (A.M.P.), é na minha designação ver o lado bom, é retirar lições, o lado positivo de
qualquer situação ou acontecimento, por mais difícil que seja, ele existe e está lá. Imagine que tem um chefe bastante
exigente e inflexível ou que tem um compromisso em que tem de estar presente sem falta a uma determinada hora (como
por exemplo uma entrevista ou ainda pior, o seu 1º dia no novo emprego), mas naquela manha acontece-lhe algo que não é
nada normal . . . adormeceu. Sabe que naquele dia especifico era algo absolutamente imperdoável, mesmo assim arranja-se
à velocidade de “Super-homem/mulher” e sai a correr até tropeçar e acabar por cair, parando a uns 2 cm de uma esquina
que esperava apetitosamente pela a sua testa.
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Naquele momento o seu pensamento fica dividido em 2 perspectivas: estou atrasado e quase que batia nesta esquina ou
começa de imediato a tratar mal a esquina, os sapatos, o chão ou seja, tudo mais alguma coisa, sem nunca se lembrar que o
“excesso” de velocidade que levava, é oriundo de ter adormecido – culpa sua. Mas toma a decisão de focar o seu
pensamento apenas numa palavra: atrasado. Levanta-se e volta a correr até chegar ao seu carro e deparar-se com um pneu
furado! A 1ª reacção e maioritariamente instintivo, é de imediato começar a tentar estabelecer uma comunicação muito
assertiva com o pneu, em que lhe diz de tudo (principalmente aquelas expressões que normalmente designamos por piiiii . . .
), e como deve calcular, este não responde, mas mesmo assim a comunicação continua até passar a questionar aos Deuses:
“Porque hoje?”, “Porque EU?” Quando se apercebe que por mais insistência das suas perguntas ou queixume, ninguém lhe
responde.
Como instinto acede-lhe à mente uma outra questão: “Apanho um táxi ou troco o pneu?” – o dinheiro está curto, por isso
abre a mala e retira todas ferramentas necessárias (ou apenas a bomba de encher o pneu), para ter a solução e volta a
colocar de qualquer maneira, para arrancar sem mais demoras. Porque se já estava atrasado, agora ainda mais ficou.
Como é “normal”, é sempre nestas alturas que parece que todas as pessoas que conduzem se atrasaram também e
vieram todos naquela mesma hora para a rua, provocando filas e um engarrafamento brutal como nunca tinha visto. O seu
desespero torna-se incontrolável e os seus vizinhos condutores naquela estrada, ficam associados à emoção exactamente
igual que sentiu quando viu o pneu furado e como tal, são tratados de igual modo – tenha a sorte de alguém não sair do
carro ao lado. Mas acaba por chegar ao destino, só aproximadamente 1:30 depois do previsto.
No caso de ir a uma entrevista, a secretária que estava ao telefone, diz-lhe para aguardar um minuto que já o atendia,
mas como o seu estado alterado mantem-se, aquele minuto torna-se na sua interpretação, como 20 minutos. De imediato
começa a demonstrar um desagrado total, representado pela sua linguagem não verbal, que é entendido pela secretária, que
por sua vez vai passar essa informação a quem lhe vai fazer a entrevista. Como será expectável, aquela entrevista não vai
correr muito bem.
Na eventualidade de ser o seu 1º dia de trabalho na empresa, onde tinha estado na entrevista (e tinha corrido muito
bem), o seu 1º discurso é dizer ao seu chefe/patrão que teria que compreender com o que lhe tinha acontecido - por
obrigação -, e que até era uma sorte ele ter acabado por aparecer a trabalhar – aquilo que se chama de entrar a “matar”
(devido ao manter o seu estado emocional alterado), e só depois é que pede desculpa. Aquela imagem inicial que tinha
passado na entrevista, destruí-a num espaço de segundos. Mas que grande confusão.
Agora vamos imaginar este mesmo cenário, mas num sentido positivo:
Definitivamente adormeceu e de imediato arranjou-se à velocidade de um Super-homem/mulher. Sai a correr de casa,
mas apercebe-se que a sua velocidade não corresponde ao seu equilíbrio natural, por isso passa pela a esquina e pensa: “se
caísse aqui poderia dar ali com a cabeça!”.
Chega ao carro e realmente tem um pneu furado. Como num estante, lembra-se que o mais importante é o sentido de
responsabilidade com o compromisso e de uma forma pseudo-tranquila, liga de imediato para a empresa que iria ter a
entrevista ou começar naquele dia e informa que surgiu um imprevisto, que não estava no seu programa ter um pneu
furado, logo naquele dia que é tão importante para ele (garantidamente do outro lado, vai receber uma resposta –
tendencialmente - mais compreensiva, facilitadora e colaborante). Troca o pneu e faz-se à estrada, sem ter a necessidade de
discutir ou assumir uma condução agressiva, apenas tomando precauções com os outros que circulam à sua volta e também
adormeceram, mas esqueceram-se de informar a empresa.
Quando lá chega a secretária ao aperceber-se de quem era, diz-lhe que já falou com a pessoa que lhe vai fazer a
entrevista e pede-lhe para aguardar apenas um minuto que já vai ser entrevistado e ele mantem-se calmo e confiante. Deste
modo seria mais garantido que a entrevista corre-se bem.
No caso do 1º dia, chega à empresa e inicia claramente por pedir desculpa pelo atraso e explica que não é seu habito
nunca atrasar, mas que já tinha ligado para a empresa a expor o sucedido e volta a explicar a razão ao chefe/patrão, que
como já sabia anteriormente pela secretária, confirma a história e acaba por aceitar sem criar grandes problemas.
Normalmente quando as causas, são situações que na realidade ninguém pode prever e expostas com humildade e
coerência, são tendencialmente aceites. Mesmo numa situação de ser o 1º dia, desde que esteja latente não se fazer disso
um habito.
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O que pretendo transmitir com esta história, é que existe sempre um outro lado mais positivo, mesmo quando estamos
presentes de algo ou acontecimentos que nada lhe possa transparecer isso. Mas só se vai ter esse resultado se a sua forma
de pensar estiver direccionada para uma Atitude Mental Positiva. O sim só existe, porque o não é sempre a outra hipóteses.
O sucesso está presente, porque o fracasso é o outro lado.
Tudo à nossa volta, acontecimentos ou comportamentos não são positivos ou negativos, tudo vai depender da nossa
interpretação e como o queremos ver. Até mesmo num caso em que ao parecer da maioria das pessoas, seguindo a
perspectiva da causa/efeito, possa estar a sofrer do efeito , no parecer da outra pessoa vai-lhe parecer positivo, como por
exemplo uma pessoa que maltrate a outra, é descriminado, mas na perspectiva da pessoa que está a praticar o acto é o que
deve ser feito, por isso é positivo para ela, de outra forma não o faria, correto? Até pode ser doente ou ter um declínio
cognitivo, mas naquele momento é interpretado por ela como um sentido de prazer ou libertação de dor.
Poderá questionar se realmente ter uma Atitude Mental Positiva, fará toda a diferença?
Toda a minha experiencia que vivenciei até aos dias de hoje, assim me provou. Mesmo quando estamos num momento
ou altura de vida que parece tudo estar contra nós, quando sentimos que demos um passo em frente, mas logo de seguida
bate-nos à porta uma percepção, que afinal está a dar-se 2 para trás. Mesmo quando tudo parece que cai em cima de uma
pessoa e tem que se carregar um fardo bem pesado. Seja qual for a situação, conseguir aceder ao seu mais intimo principio
de manter uma A.M.P., realmente vai se a diferença marcante na viragem desse momento e na continuação na sua
caminhada ao seus objectivos. Então o cerne da questão é reeducar os seus pensamentos. Classifique-os e escolha quais
aqueles, que mais vantagens ou favoráveis possam lhe trazer resultados positivos, para si e para os outros – sempre numa
perspectiva de ética.
E assim: Somos o que pensamos e tornamo-nos no que fazemos.
Paulo Renato