I. O documento discute se faz sentido acreditar na Bíblia e se ela pode ser considerada a Palavra de Deus.
II. Apresenta argumentos como a Bíblia afirmar ser a Palavra de Deus não é suficiente, mas se Deus existir, os milagres de Jesus citados na Bíblia poderiam ter ocorrido.
III. Também discute a historicidade de Jesus e dos evangelhos, citando autores como C.S. Lewis, H.G. Wells, Stuart Mill e a distância curta entre os fatos e os relatos neles.
2. “Vocês acreditam na Bíblia por causa de Jesus, mas acreditam em
Jesus por causa da Bíblia. Não seria isso um raciocínio em círculos?”
3. • Com certeza, um livro dizer que é a Palavra de Deus não o torna tal coisa. Por
outro lado, se um livro for mesmo a Palavra de Deus, ele obrigatoriamente
afirmará ser a Palavra de Deus. A Bíblia tem de ser autoritativa para ser coerente!
4. Mas... Tenho um problema filosófico aqui...o policial
precisa de um agente externo que lhe confira autoridade ...
5. Quem convalidaria Deus?
• Isso é complicado em termos de Bíblia Sagrada porque demandaria um
agente neutro, independente, superior e externo a Deus que validasse sua
Palavra de Deus, mas como Deus é, em tese, a autoridade maior e absoluta,
ele quem ou o que poderia validar sua autoridade?
• A resposta obvia? Nada nem Ninguém! E se houvesse esse padrão
autoritativo para confirmar a Palavra de Deus, apenas criaríamos outro
círculo pois esse padrão também demandaria outro padrão maior que o
confirmasse e assim por diante.
6. Como resolver o dilema?
• Partindo do pressuposto de que é possível que haja Deus:
• I. Se Deus Existe, então milagres são possíveis de ocorrer
• II. Se o NT for historicamente confiável, então os milagres citados nele ocorreram
• III. Se Jesus declarou ser Deus no NT e o texto for historicamente confiável, então ele
realmente é Deus.
• IV. Se ele for Deus, o que ensinou será a palavra de Deus
• V. Logo, a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus
• O que precisamos agora é evidenciar essas premissas de modo que a conjunção “se” possa
ser retirada da frase tornando-a uma afirmação.
7. • Não se trata apenas de provar que realmente Jesus fez
coisas miraculosas porque isso outros também podem
fazer, por ilusão, truque ou força diabólica.
• Aliás, nem milagres verdadeiros, isto é, provindos de Deus,
podem provar que o realizador daquelas obras seja Deus,
pois muitos profetas, de acordo com a Bíblia, fizeram
milagres. Alguns milagres de Jesus tinham de ser únicos.
• Ele foi o único que curou doentes perdoando-lhes os
pecados cometidos, coisa que só Deus pode fazer. Também
foi o único que cumpriu profecias messiânicas do Antigo
Testamento e foi o único que ressuscitou dentre os mortos
como prova final de que tinha poder sobre a morte (João
10:18).
8. O que Jesus declarou acerca de si mesmo é
muito forte para passar despercebido (Jo 14:6)
• C. S. Lewis, popularizando um argumento de John Duncan: “ou ele era um
lunático, um mentiroso ou era o Senhor”.
• I se Jesus alega ser Deus e de fato não é, ele deve ser louco ou lunático.
• II se Jesus não é Deus e nem um lunático, deve ser um mentiroso.
• III se for lunático, não é mentiroso, mas também não é Deus.
• IV se Jesus não é mentiroso, nem lunático, então ele deve ser Deus.
9. • Bertrand Russell “Historicamente, a existência
de Cristo é duvidosa. E, se ele realmente
existiu, não sabemos quase nada sobre ele.
Portanto, não me preocupo com o aspecto
histórico.”
• . Sua existência é confirmada por nomes como
Suetônio, Tácito, flavio Josefo e outros.
• "Pitágoras foi, intelectualmente falando, um
dos homens mais importantes e influentes da
história. ..., Pitágoras e não Jesus Cristo
mereceria a atenção do homem moderno”
10. • CHRESTIANS OF CHRIST. Book
XV of Tacitus’s Annals is preserved in
the 11th–12th-century Codex
Mediceus II, “… whom the crowd called
‘Chrestians.’ The founder of this name,
Christ, had been executed in the reign
of Tiberius by the procurator Pontius
Pilate …” Photo: Codex Mediceus 68 II,
fol. 38r, the Biblioteca Medicea
Laurenziana, Florence, Italy.
11. • THE TESTIMONY OF JOSEPHUS. This 15th-
century manuscript, now in the Bibliothèque
Nationale de France, contains the portion of
Josephus’s Testimonium Flavianum Photo: Codex
Parisinus gr. 2075, 45v. Courtesy Bibliothèque
Nationale de France.
12. • E, por essa época, surgiu outro foco de novas dificuldades, um certo Jesus,
homem sábio. Ele era operador de feitos maravilhosos, mestre daqueles
que recebem coisas estranhas com prazer. Atraiu a muitos judeus, e
também a muitos gregos. Esse homem era o assim chamado Cristo. E
quando Pilatos o condenara à crucificação mediante acusações feitas pelos
principais líderes dos judeus, aqueles que o haviam amado desde o começo
não o abandonaram; pois lhes apareceu, segundo diziam, vivo outra vez ao
terceiro dia, havendo os divinos profetas falado isso e milhares de outras
coisas maravilhosas a seu respeito: e mesmo agora a família dos cristãos
assim denominados por causa dele, ainda não se extinguiu."
Josefo
13. • Being therefore this kind of
person [i.e., a heartless
Sadducee], Ananus, … called
a meeting [literally,
“sanhedrin”] of judges and
brought into it the brother
of Jesus-who-is-called-
Messiah … James by name,
and some others. He made
the accusation that they had
transgressed the law, and he
handed them over to be
stoned Jewish historian Josephus is pictured in the ninth-century
medieval manuscript Burgerbibliothek Bern Codexunder the
Greek caption “Josippos
Historiographer.” Photo:Burgerbibliothek Bern Cod. 50, f.2r.
14.
15.
16. A menos que... O Jesus da História não seja o
Cristo da fé...
17. • Os evangelhos são interpretações, e
não biografias de Jesus. Os
evangelhos canônicos são
coletâneas planejadas com fins
doutrinários e de propaganda a fim
de atrair fiéis. Assim sendo, é difícil
extrair deles um perfil “histórico” de
Jesus.
18. • H. G. Wells, embora não afirmasse ser cristão,
reconheceu: “Todos os quatro [escritores dos
Evangelhos] estão de acordo no que diz respeito a
fornecer-nos um quadro de uma personalidade bem
definida; obrigando-nos a dizer que esse homem
realmente existiu. ... Eles transmitem a . . . convicção
da realidade. ... Acreditavam realmente em sua
ressurreição... A despeito das adições miraculosas e
inacreditáveis, somos obrigados a admitir: ‘Era
realmente um homem. Essa parte da história não
podia ter sido inventada”.
• H. G. Wells. História Universal em 09 vols ("The
outline of History: Being a Plain History of Life
and Mankind", em dois volumes), São Paulo,
Companhia EditoraNacional: 1968, vol. 5, pg. 184
19. • Stuart Mill afirmou que o próprio Jesus era a maior prova de
sua existência. Afinal, se Cristo não existisse, nem nós nem
seus discípulos não teríamos condições de inventar alguém
tão fantástico assim. “Não adianta dizer que Cristo como
exibido nos evangelhos não foi histórico, e que não sabemos
quanto do que é admirável a seu respeito foi superado pela
tradição de seus seguidores. … Afinal de contas, quem dentre
seus discípulos, ou dentre seus prosélitos, seria capaz de
inventar os ditos atribuídos a Jesus, ou de imaginar a vida e o
caráter revelados nos Evangelhos? Certamente não os
pescadores da Galileia; como certamente não o apóstolo
Paulo, cujo caráter e idiossincrasias eram de um tipo
totalmente diferente; menos ainda os primeiros escritores
cristãos, nos quais nada é mais evidente do que o bem que
estava neles, tudo derivou, como eles sempre professaram que
foi derivado a partir de fontes”. C.S. Lewis, “seria preciso
alguém maior que Jesus para inventar Jesus. A causa sempre
será maior que o efeito”.
20. Seriam os evangelhos “novelas” ou
“propagandas”?
Mitos Clássicos da Antiguidade
• 1 - as lendas clássicas antigas, quando
transformadas em literatura, são todas,
sem exceção, muito bem elaboradas,
exageradas e embelezadas
especialmente quando se trata de uma
biografia mitológica.
• 2 – diálogos bem elaborados
Evangelhos canônicos
• 1 – Falta aos evangelhos elementos
artísticos importantes, a maior parte da
vida de Jesus não é coberta por seus
relatos, algo inadmissível para num
conto biográfico, em termos
imaginativos.
• 2 – Redação desajeitada se comparada
aos Diálogos de Platão
21. Catábase e Anábase
• A Antiguidade está repleta de relatos de pessoas
(homens, deuses e semi-deuses) que disseram
voltar dos mortos. Gilgamesh, Osiris, Enoque
(apócrifo), Orfeu, Hércules, Eneias, Ulisses
descem em «catábase» aos infernos, fazem-no
quase sempre para averiguar as condições do
mundo do além, cumprirem uma missão ou agir
em favor de alguém. O regresso sempre é difícil
e por isso mesmo descrito em detalhes. Mais
assombrosas são as descrições do mundo
subterrâneo. Cf. João 21:5
25. Distância entre fato e relato.
• O hiato entre a produção dos evangelhos e o fatos neles descritos é muito pequeno
para que haja tempo de formar uma descrição lendária dos acontecimentos. Quando
Paulo disse que Jesus ressuscitou dentre os mortos, isso 25 anos depois do ocorrido,
havia na Judeia muitas testemunhas oculares ainda vivas que poderiam confirmar ou
desmentir o relato. Lendas (Once upon a Time) tendem a se fabricar cinquenta ou cem
anos depois do evento, a fim de que haja tempo suficiente para que a primeira e a
segunda geração morram, o relato ganhe contornos fantásticos e os leitores não
possam mais checar a viabilidade dos fatos apresentados. Mesmo que eu trabalhe
com datas tardias devo levar em consideração o material prévio que os escritores
usaram.
29. Ipsissima verba ou Ipsissima vox?
• Não menos que 604 vezes
encontramos expressões
como “Jesus disse”, “E
respondeu dizendo” etc. .
Seriam essas suas palavras
exatas?
30.
31. • A propósito pode-se notar que
• 1) existem pesquisas de outros críticos que preferem ver nos Evangelhos o eco da pregação
dos rabinos. A imagem de Jesus, mestre a instruir seus discípulos, está muito viva nos
Evangelhos. Estes escritos parecem ser o eco fiel do pensamento de Jesus, podendo por vezes
perceber-se ipsissima verba (as próprias palavras) de Jesus. Tal é a conclusão da escola
escandinava (Riesenfeld, Gerhardson e colegas);
• 2) além disto, tentou-se fazer a tradução do Evangelho grego para o aramaico — o que
surpreendeu os tradutores, pois averiguaram que o texto grego parece corresponder a um
discurso aramaico, cuja sintaxe e linguagem estão no linguajar do texto grego.
• 3) há os dois, ipssissima vox (diálogo com a mulher samaritana e com Nicodemos),
ipisissima verba ditos da cruz.
32. • Plutarco diz que César era sempre
acompanhado por um secretário que
anotava seus discursos e ensinos em
suas viagens. (Plutarch, Caesar 17).
• Eusébio fala de Origines tendo sete
copistas (taquigrafos) que se reversavam
anotando seus discursos (Eusebius,
Historia Ecclesiastica 6.23)
• Plínio o Velho levava consigo um
“notarion”.
33.
34.
35. E os judeus, usavam secretários?
• “Os textos rabinicos partiam do pressuposto de
que os escribas (soferim) poderiam ser
encontrados em cada vila, em cada Mercado, com
uma tableta em branco esperando para anotar
registros de empréstimos e vendas”.
• Martin Goodman, “Texts, Scribes and Power in
Roman Judea,” 102,
• Escreviam documentos judiciais, cartas.
36. • Nas fontes rabínicas, os escribas (soferim) são
apresentados como secretários que escrevem
documentos, ensinos, cartas e a cópias da Torá.
São também professores de escola primária.
• Diz o Tamude que o Rabino Gamaliel tinha um
escriba que o auxiliava (t. Sanh. 2:6).
• Josefo usou escriba pois seu grego era
rudimentar (A.J. β0.11.β e B.J. 1.1.1)
• Bar Kochba nas cartas de Nahal Hever (até o
nome de alguns escribas são citados)
• Jeremias e Baruque (Jeremias 36:4, 32; 45:1)
37. • O sentido original de "soferim" era “pessoa
que sabe escrever/contar”
• Um homem instruído era proibido de
morar num lugar onde não houvesse um
escriba (Sanh. 17b).
• R. Joshua b. Levi mencionava o costume
dos homens do Sinédrio de jejuar por 24
dias orando para que os soferim não
ficassem ricos e, em virtude disso,
perdessem o interesse em escrever. Eles não
podiam enriquecer com grandes somas
(Pes. 50b; Tosef., Bik. ii.,ss ). Mesmo hoje
ganham pouco.
38. • A referência mais importante e mais antiga é a do escritor Cristão primitivo,
Papias de Hierápolis (125 dC-150 dC). Ele escreveu: “ “Mateus reuniu, de forma
ordenada, na língua hebraica, as sentenças [de Jesus] e cada um as interpretava conforme
sua capacidade”.
39. Não é historiografia moderna, mas...
• Evangelhos têm semelhanças com Tucídides que escreveu sobre a guerra
entre atenienses e espartanos ocorrida nas últimas três décadas do séc. V a.C..
Ele foi testemunha ocular e pesquisador dos eventos. E Xenofonte que
escreveu a vida do rei persa Ciro: “Narraremos o que dele ouvimos, e o que
pudemos alcançar por investigação própria” (XENOFONTE, 1970: 07)
•
41. Autoria dos evangelhos
• O segundo séc. é unânime em
confirmar as autorias. Na
antiguidade na maioria das vezes o
autor não tinha seu nome dentro do
livro, mas no sillybos ou sittybos –
uma etiqueta de couro ou papiro
que ficava colada na haste do rolo
ou aplicada em seu verso à vista do
vendedor ou leitor.
42. Biblioteca de Alexandria
• Ainda sobre o pseudônimo:
Lucas só é mencionado poucas
vezes pelo nome. Marcos era
um menino que abandonou
Paulo (Atos 15), Mateus era
apóstolo, mas era cobrador de
impostos. O ideal seria que
escolhessem nomes como de
Pedro, Apolo, Paulo, Tiago. E
que deixassem bem explícita a
autoridade de quem escreve.
43.
44. • Embora exista uma possível dependência de Mateus e Lucas em relação a
Marcos, pode-se dizer que os quatro evangelhos se formaram distintos um
do outro de modo que temos quatro depoimentos acerca da vida de Jesus,
fora as primitivas citações encontradas em Paulo. Em qualquer relatório
jurídico a pluralidade de fontes a testificar de um mesmo evento aumenta
exponencialmente a probabilidade histórica daquele relato e assim o é com os
evangelhos
45. • Por fim e não menos importante, está o fato de que os evangelistas, com provável
exceção para Lucas, eram judeus e como tais dificilmente inventariam um
personagem como Jesus Cristo, seu background judaico simplesmente não
permitiria isso. Pouco provável para não dizer impossível que autores judeus
monoteístas inventassem e defendessem a ideia de um Messias divino e encarnado,
na verdade, nem os gregos sugeririam tal coisa, de um Deus que se encarna
tornando-se verdadeiramente homem. A tese parece forte demais para ser
defendida, a menos que se tratasse de uma história real que não poderia ser negada
por aqueles que a testemunharam. No dizer de C. S. Lewis“Os seguidores de Jesus eram
judeus, ou seja, pertenciam à nação que, de todas as outras, era a que mais detinha a convicção de
que havia um único Deus – que não podia haver outro de forma alguma. É muito estranho que
essa terrível invenção a respeito de um líder religioso se desenvolvesse entre o único povo em toda a
terra menos passível de cometer tal equívoco. Pelo contrário, ficamos com a impressão de que
nenhum de Seus seguidores mais próximos ou até mesmo os escritores do Novo Testamento
aceitaram facilmente a doutrina.”
50. • As one might expect, the style and content of these
inscriptions were the key to establishing the likely
identity of the ancient owners and users of this
tomb: Of the 15 individual inscriptions on the
ossuaries and lids, all are written in Greek
characters, except for one in Hebrew and one
bilingual. Of the 4 typically Jewish names
represented, 3 were previously unknown on
ossuaries, but they are names known to have been
used chiefly in Diaspora communities. Moreover,
most of the Greek-style names were previously
unknown among Greco-Jewish inscriptions in
Israel-Palestine, but some of these were names
especially common in Cyrenaica. So the
inscriptions point to a family originating in one of
the large Jewish communities of the Diaspora,
almost certainly Cyrenaica (eastern part of present-
day Libya in North Africa).
51.
52.
53. • In 1959 a group of eight Tabernae were excavated at Puteoli. Taberna 5 was
a guesthouse, as is clear from the graffiti within it. These mention various
names and cities.
• On the west wall of taberna 5, a mass of graffiti included the following
graffito of a crucified woman.[2] The cross is 40 cm high, the cross-piece is
26 cm long, and the figure is 35 cm high. The graffiti belongs to the reign
of Trajan or Hadrian.
• A name, Ἀλκίμιλα (= Alkimila, Alkimilla), is inscribed over the left-hand
side of the image, above the shoulder, suggesting that this is the name of
the person in question. It is also possible that this is a form of curse text,
rather than a record of an actual event. The marks across the body are
perhaps from flaying or whipping.
54.
55.
56.
57.
58. • Linhas 10 e 11 proibem a
transferência de um corpo de um
túmulo para o outro para benefício
prõprio. (Mat 27:62-66; 28:11- 15).