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Mestrado em Educação Especial
Evolução dos Modelos Conceptuais
e Políticas de Deficiência
Mª Luísa Panaças
ESECS-IPP, 2021
MODELO MÉDICO
Até ao final da década de 50 do século XX, a
deficiência era equacionada como um
problema das próprias pessoas, diretamente
causado por doença, acidente ou outra
condição de saúde, passível de melhorar
através de intervenções exclusivamente
centradas no indivíduo, (reabilitação).
O modelo médico é um momento socio-
histórico de abordagem do problema da
deficiência centrada nos aspetos individuais da
pessoa.
As políticas de intervenção centravam-se no
reconhecimento de necessidades especiais, a satisfazer
através de serviços especiais.
Estes serviços integravam uma rede de cuidados
específica e segregada para as pessoas com deficiências
e incapacidades, favorecendo mecanismos de
institucionalização, no quadro de um modelo orientado
para a assistência.
A institucionalização baseava-se na premissa de que as
pessoas com deficiências e incapacidades necessitavam
de um conjunto de medidas e serviços diferentes
O poder e o controlo da intervenção dependia
exclusivamente dos técnicos e profissionais de
saúde.
Do ponto de vista social, reforçava-se a
estigmatização e os preconceitos em relação
às pessoas com deficiências e incapacidades,
através da mensagem de impossibilidade de
integração das diferenças, ao nível das
estruturas sociais e dos serviços
disponibilizados pelos sistemas regulares.
Modelo Médico
• Incapacidade / dependência das pessoas
• Assistência
• Reabilitar, curar, tratar
• Necessidades especiais
• Serviços especializados Institucionalizados
• Rede de cuidados Profissionais
• Manutenção e reforço da deficiência
• Compensar os indivíduos pelas suas
incapacidades “Aliviar a situação”
• Política social “Welfare provision”
Modelo Social
No início da década de 60, os documentos
internacionais provenientes da Organização Mundial
de Saúde (OMS) e os próprios documentos de
política europeia, começam progressivamente a
considerar a deficiência não como um atributo
inerente à pessoa, mas como um resultado da
interação entre a pessoa e o ambiente, incluindo as
suas estruturas físicas (o design dos edifícios, os
sistemas de transporte, etc.), as relações sociais e as
construções sociais e crenças, as quais levam à
discriminação das pessoas
A deficiência torna-se um desafio relevante para as
políticas sociais, em consequência da adoção de um
modelo que privilegia a adequação dos contextos às
pessoas, fazendo com que o seu foco se descentre
única e exclusivamente da componente individual,
para passar a contemplar a relação da pessoa com os
seus ambientes, com os contextos de vida e os
obstáculos e barreiras sociais que emergem nesta
interação.
Neste enquadramento, a participação de todos os
cidadãos nos mais diversificados contextos da vida
social passa a constituir uma questão de direito e de
igualdade de oportunidades.
É reconhecida pela primeira vez a possibilidade
das pessoas com deficiências e incapacidades
beneficiarem de resposta nos serviços e estruturas
regulares da sociedade.
Este fato assenta na reconfiguração dos modelos
de inclusão e de capacitação coletiva de todos os
atores sociais que, direta ou indiretamente,
contribuem para a exclusão/inclusão das pessoas
com deficiências e incapacidades.
Deste modo, promove-se o acesso das pessoas
com deficiências e incapacidades aos contextos e
serviços regulares, complementadas com
respostas especializadas, facilitadoras do acesso às
estruturas e serviços da comunidade.
Modelo Social
• Inadequação dos contextos às pessoas na sociedade (Barreiras sociais)
• Igualdade de oportunidades
• Habilitar
• Eliminar barreiras / promover a compatibilidade
• Necessidades diferentes
• Serviços regulares de apoio, baseados na comunidade (Clientes)
• Reconhecimento e inclusão da diversidade
• Promover direitos
• Prover recursos e competências para identificar e eliminar barreiras
sociais
• No grupo social
• Na população global
• Políticas transversais
• Políticas sociais ativas
Modelo Médico Modelo Biopsicosocial
• A saúde humana é
perspetivada na sua
componente biológica
• O estado de saúde é passível de
ser objeto de diagnóstico e
tratamento por médicos,
profissionais de saúde e outros
terapeutas
• Sistema autónomo centrado
em instituições hospitalares e
respostas de especialistas
• A saúde resulta da interação
complexa entre múltiplos
fatores: orgânicos, psicológicos
e sociais.
• A saúde tem impacto na
pessoa, família, significativos,
comunidade e Estado.
• A qualidade do funcionamento
humano requer uma
abordagem continuada e
holística: da prevenção à
reabilitação.
• Profissionais especializados e
todos os atores relevantes para
a qualidade do funcionamento
humano envolvidos no sistema
de relações do indivíduo.
• Sistema aberto e
interdependente com a
comunidade
Modelo Biopsicosocial
No âmbito da reabilitação, o modelo
biopsicossocial promove a mudança dos
serviços centrados institucionalmente,
para os serviços especializados em
articulação com apoios centrados na
comunidade.
A ênfase é colocada na integração das
pessoas com deficiências e incapacidades
nas estruturas e instituições sociais
comuns.
Da Exclusão à Inclusão
A Inclusão no Séc. XXI
• A educação de crianças com N.E.E.
desenvolve-se em ambiente o menos
restritivo possível;
• Os professores de Ensino Regular
assumem responsabilidade na educação
desses alunos;
• As Escolas de Formação de Professores
devem organizar-se de forma a
responder eficazmente às necessidades
da Educação Inclusiva.
Aspetos cruciais
Atitudes positivas e boa vontade
são insuficientes
• Educação Inclusiva Eficiente.
• Competências para uma educação de alta
qualidade.
Dimensões de Desenvolvimento da
Escola Inclusiva
• Criação de uma Cultura Inclusiva
• Criação de Políticas Inclusivas
• Desenvolvimento de Práticas Inclusivas

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  • 1. Mestrado em Educação Especial Evolução dos Modelos Conceptuais e Políticas de Deficiência Mª Luísa Panaças ESECS-IPP, 2021
  • 2. MODELO MÉDICO Até ao final da década de 50 do século XX, a deficiência era equacionada como um problema das próprias pessoas, diretamente causado por doença, acidente ou outra condição de saúde, passível de melhorar através de intervenções exclusivamente centradas no indivíduo, (reabilitação). O modelo médico é um momento socio- histórico de abordagem do problema da deficiência centrada nos aspetos individuais da pessoa.
  • 3. As políticas de intervenção centravam-se no reconhecimento de necessidades especiais, a satisfazer através de serviços especiais. Estes serviços integravam uma rede de cuidados específica e segregada para as pessoas com deficiências e incapacidades, favorecendo mecanismos de institucionalização, no quadro de um modelo orientado para a assistência. A institucionalização baseava-se na premissa de que as pessoas com deficiências e incapacidades necessitavam de um conjunto de medidas e serviços diferentes
  • 4. O poder e o controlo da intervenção dependia exclusivamente dos técnicos e profissionais de saúde. Do ponto de vista social, reforçava-se a estigmatização e os preconceitos em relação às pessoas com deficiências e incapacidades, através da mensagem de impossibilidade de integração das diferenças, ao nível das estruturas sociais e dos serviços disponibilizados pelos sistemas regulares.
  • 5. Modelo Médico • Incapacidade / dependência das pessoas • Assistência • Reabilitar, curar, tratar • Necessidades especiais • Serviços especializados Institucionalizados • Rede de cuidados Profissionais • Manutenção e reforço da deficiência • Compensar os indivíduos pelas suas incapacidades “Aliviar a situação” • Política social “Welfare provision”
  • 6. Modelo Social No início da década de 60, os documentos internacionais provenientes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os próprios documentos de política europeia, começam progressivamente a considerar a deficiência não como um atributo inerente à pessoa, mas como um resultado da interação entre a pessoa e o ambiente, incluindo as suas estruturas físicas (o design dos edifícios, os sistemas de transporte, etc.), as relações sociais e as construções sociais e crenças, as quais levam à discriminação das pessoas
  • 7. A deficiência torna-se um desafio relevante para as políticas sociais, em consequência da adoção de um modelo que privilegia a adequação dos contextos às pessoas, fazendo com que o seu foco se descentre única e exclusivamente da componente individual, para passar a contemplar a relação da pessoa com os seus ambientes, com os contextos de vida e os obstáculos e barreiras sociais que emergem nesta interação. Neste enquadramento, a participação de todos os cidadãos nos mais diversificados contextos da vida social passa a constituir uma questão de direito e de igualdade de oportunidades.
  • 8. É reconhecida pela primeira vez a possibilidade das pessoas com deficiências e incapacidades beneficiarem de resposta nos serviços e estruturas regulares da sociedade. Este fato assenta na reconfiguração dos modelos de inclusão e de capacitação coletiva de todos os atores sociais que, direta ou indiretamente, contribuem para a exclusão/inclusão das pessoas com deficiências e incapacidades. Deste modo, promove-se o acesso das pessoas com deficiências e incapacidades aos contextos e serviços regulares, complementadas com respostas especializadas, facilitadoras do acesso às estruturas e serviços da comunidade.
  • 9. Modelo Social • Inadequação dos contextos às pessoas na sociedade (Barreiras sociais) • Igualdade de oportunidades • Habilitar • Eliminar barreiras / promover a compatibilidade • Necessidades diferentes • Serviços regulares de apoio, baseados na comunidade (Clientes) • Reconhecimento e inclusão da diversidade • Promover direitos • Prover recursos e competências para identificar e eliminar barreiras sociais • No grupo social • Na população global • Políticas transversais • Políticas sociais ativas
  • 10. Modelo Médico Modelo Biopsicosocial • A saúde humana é perspetivada na sua componente biológica • O estado de saúde é passível de ser objeto de diagnóstico e tratamento por médicos, profissionais de saúde e outros terapeutas • Sistema autónomo centrado em instituições hospitalares e respostas de especialistas • A saúde resulta da interação complexa entre múltiplos fatores: orgânicos, psicológicos e sociais. • A saúde tem impacto na pessoa, família, significativos, comunidade e Estado. • A qualidade do funcionamento humano requer uma abordagem continuada e holística: da prevenção à reabilitação. • Profissionais especializados e todos os atores relevantes para a qualidade do funcionamento humano envolvidos no sistema de relações do indivíduo. • Sistema aberto e interdependente com a comunidade
  • 11. Modelo Biopsicosocial No âmbito da reabilitação, o modelo biopsicossocial promove a mudança dos serviços centrados institucionalmente, para os serviços especializados em articulação com apoios centrados na comunidade. A ênfase é colocada na integração das pessoas com deficiências e incapacidades nas estruturas e instituições sociais comuns.
  • 12.
  • 13. Da Exclusão à Inclusão
  • 14. A Inclusão no Séc. XXI • A educação de crianças com N.E.E. desenvolve-se em ambiente o menos restritivo possível; • Os professores de Ensino Regular assumem responsabilidade na educação desses alunos; • As Escolas de Formação de Professores devem organizar-se de forma a responder eficazmente às necessidades da Educação Inclusiva.
  • 15.
  • 16. Aspetos cruciais Atitudes positivas e boa vontade são insuficientes • Educação Inclusiva Eficiente. • Competências para uma educação de alta qualidade.
  • 17. Dimensões de Desenvolvimento da Escola Inclusiva • Criação de uma Cultura Inclusiva • Criação de Políticas Inclusivas • Desenvolvimento de Práticas Inclusivas