SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
TÉCNICA PINTURA
60 | PÓS-VENDA
PARCERIA CEPRA / PÓS-VENDA
WWW.CEPRA.PT
CONTROLO
DEDEFEITOS
DEPINTURA
S
emprequeéexecutadaumaoperação
de pintura num automóvel existe o
risco de surgir algum tipo de defeito
na zona intervencionada. Em função
dotipoeextensãododefeitopodeserpossível
eliminá-lo sem a necessidade de repintar.
Independentemente danecessidade de voltar
a pintar, ou não, implica sempre o consumo
de material e principalmente tempo de tra-
balho, reduzindo a eficiência e rentabilidade
da operação. Assim, torna-se relevante co-
nhecer alguns dos defeitos mais comuns e
qual a sua causa, por forma a minimizar o seu
aparecimento.
Os defeitos que se produzem na pintura po-
dem ser causados por erros durante a reali-
zação das operações de limpeza e preparação
de superfícies, preparação, aplicação, utiliza-
ção e secagem dos produtos ou até por má, ou
ausente, manutenção dos equipamentos. No
entanto,emesmocontrolandotodososfatores
anteriores,osdefeitospodemsurgirdeforma
imprevisível, afetando o aspeto visual ou as
propriedades da capa de pintura.
Serão assim abordados diferentes defeitos
de pintura, as suas causas e por fim a sua
reparação.
A formação de bolhas cor-
respondeapequenospontos
deempolamentonasuperfí-
cie. Este defeito pode surgir
porque a superfície de base
absorveu humidade, ou por-
que a humidade do ar, antes
da pintura, estava demasia-
do elevada.
Paraareparaçãododefeitoé
necessáriolixarporcomple-
to a área afetada e a superfí-
cie de base. De seguida, lim-
par com desengordurante,
aplicaroaparelhoerepintar.
Quando as bolhas que sur-
gemsãodedimensãomédia,
geralmente são bolhas de
água. Nestes casos a causa
do defeito pode ser a conta-
minação da linha de ar com-
primido com água.
A forma de resolução do de-
feito depende da sua pro-
fundidade. Em casos de
contaminação ligeira, habi-
tualmente, é suficiente lixar
a zona afetada e de seguida
polir. Quando a contamina-
ção for mais profunda é ne-
cessário lixar até remover
o defeito e repintar a zona
afetada.
Oaparecimentodeumairre-
gularidade na superficie se-
melhanteàcascadeumala-
ranjaéoutrodefeitocomum.
Oseuaparecimentopodeser
devidoaváriosfatorescomo
a viscosidade de aplicação
demasiado elevada, utiliza-
ção de solventes de evapo-
ração rápida, temperatura
da cabine demasiado eleva-
da ou mesmo uma distância
Neste artigo, quando se fala
de pintura, estamos na prática
a falar de uma repintura, dado
que a primeira pintura do veículo
é efetuada em fábrica, pelo
fabricante.
MARÇO 2017 | 61
exagerada entre a pistola de
aplicação e o objeto.
Mais uma vez a reparação
depende da extensão do
dano. No caso de pequenas
áreas, pode ser suficiente
repintar e polir. Em grandes
áreasénecessáriolixartoda
a zona irregular e repintar.
A corrosão pode ser outro
defeitonapinturaqueseca-
racterizapeloaparecimento
de ferrugem sob a camada
de tinta. Surge quando ris-
cos da superfície não foram
atempadamenteretificados,
asgravilhasestãocombina-
das com contaminantes da
estrada e humidade ou sim-
plesmente por uma má pre-
paração da superfície.
A resolução do defeito obri-
ga a lixar a zona afetada até
ao metal, aplicação de pri-
mário, seguida de aparelho
eporfimrepinturaparaaca-
bamento final.
Quando a zona da repara-
ção é atacada por solvente,
apresenta levantamento da
superfície da tinta. Este de-
feito surge quando a super-
fíciedebasenãoseencontra
bem curada ou é sensível ao
solvente.Podemtersidouti-
lizados aparelhos, tintas de
acabamento ou solventes
não apropriados.
Nestescasosdeve-sedeixar
secarporcompleto,remover
na totalidade a camada su-
perior enrugada e a superfí-
ciedebasecontaminada,por
fim reiniciar a aplicação da
sequência de pintura.
A cor não uniforme e/ou a
formação de defeitos espe-
ciaisécaracterizadaporma-
chas horizontais ou listas
na superfície. O seu apare-
cimento deve-se a defeitos
depistolagemduranteaapli-
cação,flutuaçõesnapressão
doarcomprimido,utilização
desolventenãoadequadoou
viscosidade de aplicação in-
correta.
A reparação deve ser rea-
lizada após secagem total,
lixando toda a superfície e
repintando-a.
Oaparecimentodemanchas
ocasionais na pintura pode
ser devido à contamina-
ção da superfície por mate-
riais quimicamente reagen-
tes, como pó de cimento ou
produtos de limpeza muito
agressivos.
Na maior parte dos casos o
brilho pode ser restaurado
por polimento, quando tal
não for possível a área afe-
tada deve ser lixada, desen-
gordurada e repintada.
Se o defeito são manchas no
acabamento,éumindíciode
que o fundo não está homo-
géneo.Issopodetersidocau-
sado porque algumas zonas
doaparelhoforamdemasia-
dolixadas,ouporqueobetu-
me poliéster continha cata-
lisador em excesso.
A solução passa por lixar
toda a superfície, depois de
seca, limpar com desengor-
durante, uniformizar o fun-
doerepintar.Seacausativer
sido excesso de catalisador
o fundo deve ser bem isola-
do, com aparelho, antes da
repintura.
Quando surgem marcas re-
dondas na superfície da tin-
ta, estas foram provocadas
por gotículas de água sobre
a pintura, que ainda não es-
tava seca por completo. Este
defeito ocorre, maioritaria-
mente, nas superfícies ho-
rizontais.
Parareparar,nocasodemar-
cas isoladas, basta lixar le-
vementecomabrasivosmui-
to finos e no final polir. Em
casosmaisgraves,lixarbem
a zona afetada, limpar com
desengordurante e repintar.
O aparecimento, após a de-
mãofinal,demarcasdarepa-
raçãosobaformadecírculos
emtornodeáreasreparadas
pode ter na sua origem di-
versos fatores. Alguns deles
são: bizelagens do ressalto
mal efetuadas, secagem do
aparelho incompleta antes
da aplicação de nova cama-
da,superfíciedesuportenão
se encontrar devidamen-
te curada ou a aplicação do
material de preparação foi
realizada em camadas de-
masiado espessas.
Solucionar uma situação
deste tipo implica deixar
secar devidamente a zona
afetada,lixardeformaadis-
farçarcorretamenteodefei-
to, isolar, se necessário, com
umademãodeaparelhoepor
fim repintar.
A perda de brilho na última
demãopodesercausadapela
secagemincompletadoapa-
relho antes da aplicação da
tinta de acabamento, pela
utilização de solventes ina-
dequados, pela utilização de
endurecedor contaminado
ou por excesso de espessu-
ra de materiais.
A primeira tentativa de re-
solução do defeito pode co-
meçar por polimento, após
secagemcompleta.Casonão
osolucione,deve-sedespolir
toda a superfície, desengor-
durar e repintar.
As crateras, muitas vezes
denominadas olhos de pei-
xe, são depressões em for-
ma de cratera, com rebordos
salientes. São causados por
contaminação com silico-
nes, limpeza deficiente da
superfície do substrato ou
contaminação da linha de
ar comprimido.
Para eliminar as crateras
é necessário lixar, limpar,
desengordurar e por fim re-
pintar.
Porúltimo,surgeumdosde-
feitos mais comuns em pin-
tura,queéaexistênciapoei-
ras e sujidade, sob a forma
de partículas salientes, na
superfície da demão final.
Este defeito pode ser cau-
sado por uma limpeza defi-
cientedasuperfíciedoobjeto
antes da aplicação da tinta,
pela utilização de vestuário
inadequado,pelanecessida-
dedesubstituiçãodosfiltros
deardacabinedepintura,ou,
muito frequentemente, pela
ineficientepassagemdatela
de limpeza (tack rag).
A reparação deve ser inicia-
da por lixagem com abrasi-
vos muito finos e polimento
da área afetada. Caso a ope-
ração anterior não surta o
efeito necessário, deve ser
lixada toda a zona interven-
cionada, limpar com desen-
gordurante e repintar.
A redução do aparecimento
dos defeitos de pintura leva
ao aumento de produtivida-
deerentabilidadedaoficina.
Assim, é possível realizar
um maior número de inter-
venções no mesmo período
e, ao mesmo tempo, uma re-
dução dos custos associa-
dos à intervenção de corre-
ção.Paraalémdosevidentes
ganhos ao nível financeiro
paraaoficina,aumentatam-
bém a satisfação do clien-
te por não serem dilatados
os prazos de entrega, nem
existirem reentradas para
correção das reclamações
do cliente.
TÉCNICA PINTURA
62 | PÓS-VENDA
Quando existe pouco poder
de cobertura, ou opacidade,
acordatintadeacabamento
não é uniforme. O apareci-
mento deve-se à utilização
da tonalidade do aparelho,
na escala de cinzentos, ina-
dequada para a cor final, ou
à insuficiente espessura de
aplicação da tinta de acaba-
mento. A solução do defeito
obriga a despolir a zona afe-
tada e repintar.
Na última demão, ao sur-
girem pequenas bolhas, ou
picados, indica que não foi
cumprido o flash-off entre
demãos, ou antes da seca-
gem em estufa. Outras cau-
sassãoatintatersidoaplica-
da em camadas demasiado
espessas, ou a utilização de
endurecedorese/ousolven-
tes não apropriados. A so-
lução é, após secagem to-
tal, lixar as áreas afetadas,
desengordurar, isolar até os
mais pequenos poros e re-
pintar.
Outro defeito possível na
pintura é o aparecimento
de buracos de pequena di-
mensão (aproximadamente
dotamanhodacabeçadeum
alfinete) cuja profundidade
atingeacamadadeaparelho.
Deve-se à não correção de
possíveis poros na superfí-
cie do betume ou à espessu-
ra excessiva das camadas.
Areparaçãoobrigaalixaras
zonasafetadas,desengordu-
rar,isolarcomumsistemade
pinturaadequadoerepintar.
Nos acabamentos metali-
zados podem surgir pontos
que sobressaem da camada
de tinta. Este defeito pode
ser causado pelo pigmento
da formulação estar conta-
minado, ou em mau estado.
Pode ser corrigido lixando
levemente com abrasivos
finos a zona afetada, após a
secagem da camada de ver-
niz, limpar, desengordurar e
repintar a superfície inter-
vencionada.
O aparecimento de poros, ou
pequenas depressões, em
forma de picotado na demão
doaparelho,podesercausa-
do pela viscosidade de apli-
cação do mesmo demasia-
do elevada, pela utilização
de endurecedor inadequado
oupelaespessuraexcessiva
das camadas.
A única solução nestes ca-
sos é lixar e reaplicar toda a
sequência de pintura.
Odescascamentodeuma,ou
várias, áreas do betume po-
liésteréumdefeitoquepode
ser causado pela prepara-
ção incorreta da superfície
de base, pela utilização de
um betume poliéster inade-
quado à superfície de supor-
te onde foi aplicado ou pela
execução incorreta da se-
cagem por infravermelhos.
A reparação obriga a remo-
ver todo o betume poliéster
da superfície com pintura
defeituosa e reiniciar toda
a sequência de pintura de
forma adequada.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

paints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdf
paints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdfpaints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdf
paints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdf
pritipatil57
 
Painting and coating for industrial
Painting and coating for industrialPainting and coating for industrial
Painting and coating for industrial
HASAN OZDEMIR
 
Liquidos penetrantes m
Liquidos penetrantes mLiquidos penetrantes m
Liquidos penetrantes m
davizyz
 
03 specification hot dip galvanising
03 specification hot dip galvanising03 specification hot dip galvanising
03 specification hot dip galvanising
Lalit Kumar Jain
 
CSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdf
CSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdfCSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdf
CSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdf
AhmadRizki84
 
Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...
Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...
Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...
Olympus IMS
 
156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...
156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...
156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...
Luthfi Ady
 

Mais procurados (20)

paints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdf
paints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdfpaints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdf
paints-150907141402-lva1-app6891 (1).pdf
 
Adhesion testing, adhesive testing
Adhesion testing, adhesive testingAdhesion testing, adhesive testing
Adhesion testing, adhesive testing
 
Painting and coating for industrial
Painting and coating for industrialPainting and coating for industrial
Painting and coating for industrial
 
Liquidos penetrantes m
Liquidos penetrantes mLiquidos penetrantes m
Liquidos penetrantes m
 
cswip-3-1-quiz
 cswip-3-1-quiz cswip-3-1-quiz
cswip-3-1-quiz
 
Defects of paint (coating)
Defects of paint (coating)Defects of paint (coating)
Defects of paint (coating)
 
Colors and paints
Colors and paints Colors and paints
Colors and paints
 
03 specification hot dip galvanising
03 specification hot dip galvanising03 specification hot dip galvanising
03 specification hot dip galvanising
 
CORROSION INHIBITORS (1).pptx
CORROSION INHIBITORS (1).pptxCORROSION INHIBITORS (1).pptx
CORROSION INHIBITORS (1).pptx
 
steel bridge painting.ppt
steel bridge painting.pptsteel bridge painting.ppt
steel bridge painting.ppt
 
CSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdf
CSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdfCSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdf
CSWIP_3_2_Senior_Welding_Inspector_WIS10.pdf
 
Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...
Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...
Advantages of Eddy Current Array over Magnetic Particle and Penetrant Testing...
 
Paints
PaintsPaints
Paints
 
Lpt presentation
Lpt presentationLpt presentation
Lpt presentation
 
Paints presentation
Paints presentationPaints presentation
Paints presentation
 
Coating Failures & Defects
Coating Failures & DefectsCoating Failures & Defects
Coating Failures & Defects
 
Working with liquid applied waterproofing membrane
Working with liquid applied waterproofing membraneWorking with liquid applied waterproofing membrane
Working with liquid applied waterproofing membrane
 
156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...
156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...
156338692 basf-handbook-on-basics-of-coating-technology-american-coatings-lit...
 
Paint application techniques
Paint application techniquesPaint application techniques
Paint application techniques
 
Bgas slide show -
Bgas slide show -Bgas slide show -
Bgas slide show -
 

Semelhante a Controlo de defeitos de pintura

Solução de defeitos para pintura líquida
Solução de defeitos para pintura líquidaSolução de defeitos para pintura líquida
Solução de defeitos para pintura líquida
Wilson Nunes
 
Filme pastilhas jatobá
Filme pastilhas jatobáFilme pastilhas jatobá
Filme pastilhas jatobá
Ludmila Souza
 
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONS
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONSSoluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONS
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONS
Guilherme Lyonn Logli Fantini
 
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas iql
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas   iqlSoluções para defeitos de pintura com tintas liquidas   iql
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas iql
Guilherme Lyonn Logli Fantini
 

Semelhante a Controlo de defeitos de pintura (9)

Pintura automotiva ( Dicas )
Pintura automotiva ( Dicas )Pintura automotiva ( Dicas )
Pintura automotiva ( Dicas )
 
Solução de defeitos para pintura líquida
Solução de defeitos para pintura líquidaSolução de defeitos para pintura líquida
Solução de defeitos para pintura líquida
 
Filme pastilhas jatobá
Filme pastilhas jatobáFilme pastilhas jatobá
Filme pastilhas jatobá
 
Patologias na construção
Patologias na construçãoPatologias na construção
Patologias na construção
 
Grafiato
GrafiatoGrafiato
Grafiato
 
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONS
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONSSoluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONS
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas - IQL CHEMICAL SOLUTIONS
 
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas iql
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas   iqlSoluções para defeitos de pintura com tintas liquidas   iql
Soluções para defeitos de pintura com tintas liquidas iql
 
Resina acqua multiuso
Resina acqua multiusoResina acqua multiuso
Resina acqua multiuso
 
Pintura
PinturaPintura
Pintura
 

Último (6)

FOUCAULT, Michel. A coragem da verdade.pdf
FOUCAULT, Michel. A coragem da verdade.pdfFOUCAULT, Michel. A coragem da verdade.pdf
FOUCAULT, Michel. A coragem da verdade.pdf
 
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptxApresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
 
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptxBilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
 
Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptx
Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptxHistoria da Agricultura Agronomia 2017.pptx
Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptx
 
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
 
Estudo Dirigido Sistema Cardiovascular - 8°.docx
Estudo Dirigido Sistema Cardiovascular - 8°.docxEstudo Dirigido Sistema Cardiovascular - 8°.docx
Estudo Dirigido Sistema Cardiovascular - 8°.docx
 

Controlo de defeitos de pintura

  • 1. TÉCNICA PINTURA 60 | PÓS-VENDA PARCERIA CEPRA / PÓS-VENDA WWW.CEPRA.PT CONTROLO DEDEFEITOS DEPINTURA S emprequeéexecutadaumaoperação de pintura num automóvel existe o risco de surgir algum tipo de defeito na zona intervencionada. Em função dotipoeextensãododefeitopodeserpossível eliminá-lo sem a necessidade de repintar. Independentemente danecessidade de voltar a pintar, ou não, implica sempre o consumo de material e principalmente tempo de tra- balho, reduzindo a eficiência e rentabilidade da operação. Assim, torna-se relevante co- nhecer alguns dos defeitos mais comuns e qual a sua causa, por forma a minimizar o seu aparecimento. Os defeitos que se produzem na pintura po- dem ser causados por erros durante a reali- zação das operações de limpeza e preparação de superfícies, preparação, aplicação, utiliza- ção e secagem dos produtos ou até por má, ou ausente, manutenção dos equipamentos. No entanto,emesmocontrolandotodososfatores anteriores,osdefeitospodemsurgirdeforma imprevisível, afetando o aspeto visual ou as propriedades da capa de pintura. Serão assim abordados diferentes defeitos de pintura, as suas causas e por fim a sua reparação. A formação de bolhas cor- respondeapequenospontos deempolamentonasuperfí- cie. Este defeito pode surgir porque a superfície de base absorveu humidade, ou por- que a humidade do ar, antes da pintura, estava demasia- do elevada. Paraareparaçãododefeitoé necessáriolixarporcomple- to a área afetada e a superfí- cie de base. De seguida, lim- par com desengordurante, aplicaroaparelhoerepintar. Quando as bolhas que sur- gemsãodedimensãomédia, geralmente são bolhas de água. Nestes casos a causa do defeito pode ser a conta- minação da linha de ar com- primido com água. A forma de resolução do de- feito depende da sua pro- fundidade. Em casos de contaminação ligeira, habi- tualmente, é suficiente lixar a zona afetada e de seguida polir. Quando a contamina- ção for mais profunda é ne- cessário lixar até remover o defeito e repintar a zona afetada. Oaparecimentodeumairre- gularidade na superficie se- melhanteàcascadeumala- ranjaéoutrodefeitocomum. Oseuaparecimentopodeser devidoaváriosfatorescomo a viscosidade de aplicação demasiado elevada, utiliza- ção de solventes de evapo- ração rápida, temperatura da cabine demasiado eleva- da ou mesmo uma distância Neste artigo, quando se fala de pintura, estamos na prática a falar de uma repintura, dado que a primeira pintura do veículo é efetuada em fábrica, pelo fabricante.
  • 2. MARÇO 2017 | 61 exagerada entre a pistola de aplicação e o objeto. Mais uma vez a reparação depende da extensão do dano. No caso de pequenas áreas, pode ser suficiente repintar e polir. Em grandes áreasénecessáriolixartoda a zona irregular e repintar. A corrosão pode ser outro defeitonapinturaqueseca- racterizapeloaparecimento de ferrugem sob a camada de tinta. Surge quando ris- cos da superfície não foram atempadamenteretificados, asgravilhasestãocombina- das com contaminantes da estrada e humidade ou sim- plesmente por uma má pre- paração da superfície. A resolução do defeito obri- ga a lixar a zona afetada até ao metal, aplicação de pri- mário, seguida de aparelho eporfimrepinturaparaaca- bamento final. Quando a zona da repara- ção é atacada por solvente, apresenta levantamento da superfície da tinta. Este de- feito surge quando a super- fíciedebasenãoseencontra bem curada ou é sensível ao solvente.Podemtersidouti- lizados aparelhos, tintas de acabamento ou solventes não apropriados. Nestescasosdeve-sedeixar secarporcompleto,remover na totalidade a camada su- perior enrugada e a superfí- ciedebasecontaminada,por fim reiniciar a aplicação da sequência de pintura. A cor não uniforme e/ou a formação de defeitos espe- ciaisécaracterizadaporma- chas horizontais ou listas na superfície. O seu apare- cimento deve-se a defeitos depistolagemduranteaapli- cação,flutuaçõesnapressão doarcomprimido,utilização desolventenãoadequadoou viscosidade de aplicação in- correta. A reparação deve ser rea- lizada após secagem total, lixando toda a superfície e repintando-a. Oaparecimentodemanchas ocasionais na pintura pode ser devido à contamina- ção da superfície por mate- riais quimicamente reagen- tes, como pó de cimento ou produtos de limpeza muito agressivos. Na maior parte dos casos o brilho pode ser restaurado por polimento, quando tal não for possível a área afe- tada deve ser lixada, desen- gordurada e repintada. Se o defeito são manchas no acabamento,éumindíciode que o fundo não está homo- géneo.Issopodetersidocau- sado porque algumas zonas doaparelhoforamdemasia- dolixadas,ouporqueobetu- me poliéster continha cata- lisador em excesso. A solução passa por lixar toda a superfície, depois de seca, limpar com desengor- durante, uniformizar o fun- doerepintar.Seacausativer sido excesso de catalisador o fundo deve ser bem isola- do, com aparelho, antes da repintura. Quando surgem marcas re- dondas na superfície da tin- ta, estas foram provocadas por gotículas de água sobre a pintura, que ainda não es- tava seca por completo. Este defeito ocorre, maioritaria- mente, nas superfícies ho- rizontais. Parareparar,nocasodemar- cas isoladas, basta lixar le- vementecomabrasivosmui- to finos e no final polir. Em casosmaisgraves,lixarbem a zona afetada, limpar com desengordurante e repintar. O aparecimento, após a de- mãofinal,demarcasdarepa- raçãosobaformadecírculos emtornodeáreasreparadas pode ter na sua origem di- versos fatores. Alguns deles são: bizelagens do ressalto mal efetuadas, secagem do aparelho incompleta antes da aplicação de nova cama- da,superfíciedesuportenão se encontrar devidamen- te curada ou a aplicação do material de preparação foi realizada em camadas de- masiado espessas. Solucionar uma situação deste tipo implica deixar secar devidamente a zona afetada,lixardeformaadis- farçarcorretamenteodefei- to, isolar, se necessário, com umademãodeaparelhoepor fim repintar. A perda de brilho na última demãopodesercausadapela secagemincompletadoapa- relho antes da aplicação da tinta de acabamento, pela utilização de solventes ina- dequados, pela utilização de endurecedor contaminado ou por excesso de espessu- ra de materiais. A primeira tentativa de re- solução do defeito pode co- meçar por polimento, após secagemcompleta.Casonão osolucione,deve-sedespolir toda a superfície, desengor- durar e repintar. As crateras, muitas vezes denominadas olhos de pei- xe, são depressões em for- ma de cratera, com rebordos salientes. São causados por contaminação com silico- nes, limpeza deficiente da superfície do substrato ou contaminação da linha de ar comprimido. Para eliminar as crateras é necessário lixar, limpar, desengordurar e por fim re- pintar.
  • 3. Porúltimo,surgeumdosde- feitos mais comuns em pin- tura,queéaexistênciapoei- ras e sujidade, sob a forma de partículas salientes, na superfície da demão final. Este defeito pode ser cau- sado por uma limpeza defi- cientedasuperfíciedoobjeto antes da aplicação da tinta, pela utilização de vestuário inadequado,pelanecessida- dedesubstituiçãodosfiltros deardacabinedepintura,ou, muito frequentemente, pela ineficientepassagemdatela de limpeza (tack rag). A reparação deve ser inicia- da por lixagem com abrasi- vos muito finos e polimento da área afetada. Caso a ope- ração anterior não surta o efeito necessário, deve ser lixada toda a zona interven- cionada, limpar com desen- gordurante e repintar. A redução do aparecimento dos defeitos de pintura leva ao aumento de produtivida- deerentabilidadedaoficina. Assim, é possível realizar um maior número de inter- venções no mesmo período e, ao mesmo tempo, uma re- dução dos custos associa- dos à intervenção de corre- ção.Paraalémdosevidentes ganhos ao nível financeiro paraaoficina,aumentatam- bém a satisfação do clien- te por não serem dilatados os prazos de entrega, nem existirem reentradas para correção das reclamações do cliente. TÉCNICA PINTURA 62 | PÓS-VENDA Quando existe pouco poder de cobertura, ou opacidade, acordatintadeacabamento não é uniforme. O apareci- mento deve-se à utilização da tonalidade do aparelho, na escala de cinzentos, ina- dequada para a cor final, ou à insuficiente espessura de aplicação da tinta de acaba- mento. A solução do defeito obriga a despolir a zona afe- tada e repintar. Na última demão, ao sur- girem pequenas bolhas, ou picados, indica que não foi cumprido o flash-off entre demãos, ou antes da seca- gem em estufa. Outras cau- sassãoatintatersidoaplica- da em camadas demasiado espessas, ou a utilização de endurecedorese/ousolven- tes não apropriados. A so- lução é, após secagem to- tal, lixar as áreas afetadas, desengordurar, isolar até os mais pequenos poros e re- pintar. Outro defeito possível na pintura é o aparecimento de buracos de pequena di- mensão (aproximadamente dotamanhodacabeçadeum alfinete) cuja profundidade atingeacamadadeaparelho. Deve-se à não correção de possíveis poros na superfí- cie do betume ou à espessu- ra excessiva das camadas. Areparaçãoobrigaalixaras zonasafetadas,desengordu- rar,isolarcomumsistemade pinturaadequadoerepintar. Nos acabamentos metali- zados podem surgir pontos que sobressaem da camada de tinta. Este defeito pode ser causado pelo pigmento da formulação estar conta- minado, ou em mau estado. Pode ser corrigido lixando levemente com abrasivos finos a zona afetada, após a secagem da camada de ver- niz, limpar, desengordurar e repintar a superfície inter- vencionada. O aparecimento de poros, ou pequenas depressões, em forma de picotado na demão doaparelho,podesercausa- do pela viscosidade de apli- cação do mesmo demasia- do elevada, pela utilização de endurecedor inadequado oupelaespessuraexcessiva das camadas. A única solução nestes ca- sos é lixar e reaplicar toda a sequência de pintura. Odescascamentodeuma,ou várias, áreas do betume po- liésteréumdefeitoquepode ser causado pela prepara- ção incorreta da superfície de base, pela utilização de um betume poliéster inade- quado à superfície de supor- te onde foi aplicado ou pela execução incorreta da se- cagem por infravermelhos. A reparação obriga a remo- ver todo o betume poliéster da superfície com pintura defeituosa e reiniciar toda a sequência de pintura de forma adequada.