Este documento apresenta um projeto de instalação elétrica para uma fracção autónoma. O projeto inclui (1) o dimensionamento do quadro geral de entrada com base na potência estimada para cada divisão, (2) o cálculo do calibre dos disjuntores e (3) o dimensionamento da coluna montante levando em conta o número de inquilinos no prédio.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
Projecto Elétrico Apartamento
1. ESCOLA SECUNDÁRIA ALFREDO DA SILVA
Projecto de Instalação de Utilização - Curso de Educação e Formação de Electricista de Instalações - 2006/2008
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PROJECTO DE INSTALAÇÃO DE UTILIZAÇÃO
(PROJECTO DE ELECTRIFICAÇÃO)
INTRODUÇÃO
. Vamos ver quais os principais procedimentos a ter em conta num projecto deste tipo.
. Devemos ter sempre presente o Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de
Energia Eléctrica (R.S.I.U.E.E.) pois este impõe um grande conjunto de regras que devem ser
respeitadas.
. No nosso caso, devido ao nível em que nos encontramos, iremos simplificar ao máximo o
projecto, atendendo apenas a algumas das regras referidas.
. O objectivo do presente projecto é fornecer aos alunos uma panorâmica geral sobre a forma
como se realiza um projecto, e incutir-lhes a ideia de que as coisas são feitas como são devido às
regras que se encontram estabelecidas por lei, aproveitando ainda para referir a razão dessas
mesmas regras.
PROCEDIMENTOS
1. Definir qual a utilização que se irá dar a cada divisão da casa
Determinar quais os tipos de pontos de utilização (tomadas, lâmpadas) em cada divisão e
a respectiva quantidade e potência. Vai servir para dimensionar o Quadro Geral de Entrada
. Ter em conta a classificação dos locais relativamente ao seu ambiente. O artigo 359 do RSIUEE
considera quartos, sala e corredor como locais sem riscos especiais e cozinha e casa-de-banho
como locais temporariamente húmidos (THU). porquê a divisão?
2. Definir qual a localização do quadro de entrada (esta localização deve obedecer aos
artigos 421 e 423 do RSIUEE) onde é?
3. Definir qual a localização dos pontos de utilização (iluminação, tomadas)
As normas a respeitar quanto a essa localização, são:
a) Pelo menos 2 tomadas em cada quarto e, se possível em paredes opostas;
b) Pelo menos um ponto de luz fixo em cada divisão;
c) Na cozinha, um mínimo de 3 tomadas com terra;
d) Tomadas com terra individuais para máquinas de lavar.
As regras relativas à aparelhagem são:
a) Os aparelhos de comando (interruptores, comutadores, etc.) devem ser colocados de
modo a que não sejam tapados pelas portas quando estas estão abertas. Por outro lado
devem estar situados entre uma altura mínima de 1,10m e máxima de 1,20m;
b) As tomadas devem situar-se entre 0,05m e 0,30m de altura nos locais em riscos
especiais; entre 1,50m e 1,60m de altura, na casa-de-banho, e entre 1,10m e 1,20m de
altura na cozinha.
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EXECUÇÃO
Como passo prévio, iremos desenhar um esboço de um apartamento típico / fracção autónoma,
de 1 piso, que irá ser utilizado como base em todo o projecto.
Sugerimos que cada aluno esboce, de memória, a planta do apartamento onde vive.
No nosso caso, o esboço da fracção autónoma / apartamento que iremos usar ao longo do
projecto é apresentado na figura seguinte:
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DIMENSIONAMENTO DO QUADRO GERAL DE ENTRADA
1. Divisões da casa e respectivas potências a instalar em cada uma delas
Normalmente é feita uma divisão imaginária, e aproximada, da casa, em várias partes, e que
servirá de base para a definição dos disjuntores a usar no quadro geral de entrada. porquê usar
vários disjuntores?
No nosso caso optámos por dividir a fracção em “lado esquerdo” e “lado direito”.
Lado Esquerdo:
Compartimento Tipo de ponto de
utilização = Iluminação
Potência (W)
dos pontos de iluminação
Tipo de ponto de
utilização = Tomada
1 Sala 1 ponto de luz central 100 2 s/Terra
2 pontos de luz nas
paredes
60 + 60
1 Quarto 1 ponto de luz central 100 2 s/Terra
2 pontos de luz nas
paredes - com. escada
60 + 60
1 WC 1 ponto de luz central 60 1 c/Terra
1 Hall de entrada 1 ponto de luz central 100
1 Varanda 1 ponto de luz central 60
Lado Direito:
Compartimento Tipo de ponto de
utilização = Iluminação
Potência (W)
dos pontos de iluminação
Tipo de ponto de
utilização = Tomada
1 WC 1 ponto de luz central 60 1 c/Terra
1 Hall Interior 1 ponto de luz central 60
2 Quartos 1 ponto de luz central
em cada quarto
100 + 100 2 s/Terra
1 Cozinha 1 ponto de luz central
60
3 c/Terra +
2 individuais com
Terra para máquinas
de lavar
1 Varanda 1 ponto de luz central 60
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2. Distribuição da Potência pelos disjuntores (base para a constituição do
quadro geral de entrada)
Iluminação do Lado Esquerdo = 100 + 60 + 60 + 100 + 60 + 60 + 60 + 100 + 60 660 W
Iluminação do Lado Direito = 60 + 60 + 100 + 100 + 60 + 60 440 W
Tomadas do Lado Esquerdo (2 Sala + 2 Quartos + 1WC ) = 700 x 5 3500 W
Tomadas Lado Direito (1 WC + 4 Quartos) = 700 x 5 3000 W
Máquina Lavar Roupa 2300 W
Máquina Lavar Louça 2200 W
3 Tomadas restantes da Cozinha = 1000 x 3 3000 W
nota: os valores de potência para as tomadas são valores típicos
Teremos pois 7 disjuntores no quadro
3. Cálculo da Potência Total Máxima
Da alínea anterior tiramos que
==> Potência Total é de: Pt = 660 + 440 + 3500 + 3000 + 2300 + 2200 + 3000 =
16.100 W
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4. Cálculo da Potência Total a usar no Dimensionamento do Quadro
Como os aparelhos nunca funcionam todos ao mesmo tempo temos de usar o chamado factor de
simultaneidade para que não sobredimensionemos o projecto, isto é, para que não usemos
materiais que suportem uma potência máxima (mais caros) que sabemos nunca irá ocorrer, pois,
como dissemos, os aparelhos nunca são postos em funcionamento todos ao mesmo tempo.
O factor de simultaneidade é tirado duma tabela própria que indicamos:
P (KW) Factor de Simultaneidade
0 a 1 0,88
1 a 2 0,75
2 a 3 0,66
3 a 4 0,59
4 a 5 0,52
5 a 6 0,45
6 a 7 0,40
7 a 8 0,35
8 a 9 0,31
9 a 10 0,27
mais de 10 0,24
Então, para o nosso caso (Pt = 14100 W) podemos ver que o factor de simultaneidade é de 0,24.
poquê?
Multiplicando este valor pela Pt que obtivémos vamos então obter o valor da Potência que nos
interessa para fazer o dimensionamento do Quadro.
P = Pt x 0,24 = 16100 x 0,24 = 3864 W
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5. Cálculo do Calibre dos Disjuntores Parciais do Quadro
Para este cálculo temos de saber que a corrente é igual à potência a dividir pela tensão, isto é, I =
P/U. Isto porque os valores dos disjuntores são dados em Ampéres (correntes).
As potências parciais de cada um dos disjuntores já as sabemos pois calculámo-las
anteriormente;
A tensão U, de alimentação, é de 220V.
Então, teremos:
Iluminação do lado esquerdo I = 660/220 = 3 A ( 6A )
Iluminação do lado direito I = 440/220 = 2 A ( 6A )
Tomadas do lado esquerdo I = 3000/220 = 13,6 A ( 16A )
Tomadas do lado direito I = 3500/220 = 15,9 A ( 16A )
Tomada da máquina lavar roupa I = 2300/220 = 10,5 A ( 16A )
Tomada da máquina de lavar loiça I = 2200/220 = 10 A ( 16A )
Restantes 3 Tomadas Cozinha I = 2000/220 = 9,1 A ( 10A )
Como os disjuntores comerciais têm os valores de 6A,10A,15A,16A, 20A, 25A, 30A, 40A, 50A,
60A, escolhemos para cada um deles o calibre imediatamente superior ao calculado (indicado
entre parênteses).
6. Cálculo do calibre do disjuntor geral / (de protecção do contador)
O calibre do disjuntor que protege o contador será, calculando da mesma forma que utilizámos
para os disjuntores parciais:
I = 3864/220 = 17,6 A Disjuntor de 20 A (porquê 20?)
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7. Cálculo da Secção dos Condutores de Entrada
Existe uma tabela própria que nos indica o valor máximo de corrente que cada fio de uma
determinada secção suporta:
Secção do Condutor
(mm2
)
Intensidade de Corrente
Máxima Admissível (A)
1 13
1,5 17
2,5 22
4 29
6 37
10 50
16 70
25 95
35 120
Desta tabela podemos ver que poderíamos usar fio condutor de 1,5 mm2
para todos os circuitos.
porquê?
No entanto, por uma questão de prevenção (porque nunca se sabe que aparelhos vão ser ligados
numa tomada) e para termos uma tolerância de segurança, costumam usar-se fios
condutores de 2,5 mm2
para os circuitos de tomadas.
Para os circuitos de iluminação, aqui sim, usaremos 1,5 mm2
.
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8. Representação Esquemática do Quadro Geral de Entrada
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DIMENSIONAMENTO DA COLUNA MONTANTE
1. Calcular a Potência Total Contratada pelos Inquilinos
Vamos supor que o prédio tem 6 inquilinos e que todos contratam a mesma potência que
calculámos anteriormente para 1 deles.
Então P = 6 x 3864 = 23184 W
porquê usar o valor 3864?
2. Multiplicar o Valor Obtido pelo Factor de Simultaneidade
Neste caso o factor de simultaneidade é dado por uma tabela que reproduzimos:
Número de
Instalações de
Utilização
Coeficiente de
Simultaneidade
Até 4 1,00
5 a 9 0,78
10 a 14 0,63
15 a 19 0,53
20 a 24 0,49
25 a 29 0,46
30 a 34 0,44
35 a 39 0,42
40 a 49 0,41
50 e mais 0,40
No nosso caso, podemos ver na tabela que o factor de simultaneidade é de 0,78. porquê ?
Então, a nossa potência Pfinal será igual a:
Pfinal = P x 0,78 = 23184 x 0,78 = 18084 W
Segundo o artigo 25 do RSIUEE, a coluna tem de ser trifásica, sendo a corrente em cada fase
calculada do seguinte modo:
3
final
P
I
xU
= 18084 / 3 x 380 = 27,5 A
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3. Dimensionar a Secção de cada Fase, do Neutro e do Condutor de
Protecção - Terra
Da tabela da página 5 vemos que a secção do condutor a usar deve ser de 6 mm2
, mas teremos
de usar 10 mm2
que é a secção mínima permitida.
Então teremos, na nossa coluna montante, 5 condutores de 10mm2
cada (3 fases, 1 neutro e
um condutor de protecção – terra).
4. Escolher o Diâmetro do Tubo da Coluna Montante
Da tabela dada
Secção dos
Condutores
(mm2
)
Diâmetro dos Tubos (mm)
Número de Condutores
1 2 3 4 5
10 32 32 32 40 40
16 32 32 40 40 50
25 32 40 50 50 63
35 32 50 63 63 63
50 40 50 63 75 75
70 40 63 75 75 90
95 50 63 90 90 90
... ... ... ... ... ...
podemos concluir que iremos usar tubo VD40
Nota:
Falta dimensionar: disjuntores para coluna montante (1 por fase); Interruptor geral
(entre portinhola e quadro de colunas – contando com potência do quadro de
serviços comuns)
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Esquema Unifilar - Exemplo