Este documento apresenta um módulo de formação sobre o manejo de casos de malária em Moçambique. O módulo foi desenvolvido por vários profissionais de saúde e tem como objetivo uniformizar a formação em manejo de casos de malária no país. O programa de formação inclui módulos sobre definição e epidemiologia da malária, política nacional de tratamento, avaliação e tratamento da malária não complicada e grave, entre outros.
1. Módulo de Formação em Manejo de
Casos de Malária
Programa Nacional de Controlo da Malária
Moçambique, 2011
2. ELABORAÇÃO
Este módulo é fruto da colaboração frutífera de vários profissionais
de saúde abaixo indicados e com responsabilidades científicas para
os respectivos conteúdos.
Armindo Daniel Tiago, MD, PhD, END, Faculdade de Medicina
Compilação de todos os módulos
Abdul Mussá, MD, MSc, Programa Nacional de Controlo da Malária
Compilação dos módulos 1 e 2
Revisão de todos os módulos
Eva de Carvalho, MD, MPH, Organização Mundial da Saúde
Compilação dos módulos 1 e 2
Revisão todos os módulos
Esperança Sevene, MD, MSc, PhD, Faculdade de Medicina
Compilação dos módulos 8 e 9
Rosália Mutemba, MD, Programa Nacional de Controlo de Malária
Revisão todos os módulos
Natércia Fernandes, MD, MSc, PhD, Pediatra, Faculdade de Medicina,
Jhpiego
3. FINALIDADE DO MÓDULO
O presente Módulo de Formação em Manejo de Casos
de Malária foi concebido para uniformizar a formação
nesta importante componente do controlo da malária em
Moçambique.
Deverá ser usado como material básico para a formação
em manejo de casos de malária, tendo como suporte
outros documentos de formação como as normas de
tratamento da malária em Moçambique, o manual de
supervisão e o manual de diagnóstico laboratorial da
malária, a serem de acordo com os casos, distribuídos
nesta formação.
O módulo resulta da compilação de informação de várias
4. OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
Gerais
Actualizar os participantes sobre últimos
desenvolvimentos nas Normas de Tratamento da
Malária em Moçambique
Fornecer aos participantes os conhecimentos e as
competências necessários para o diagnóstico e
tratamento da malária não complicada e grave em
diferentes grupos de risco,
Fornecer informação sobre o sistema de referência
5. Específicos (I)
Compreender os conceitos básicos relacionados com
a malária e a situação da malária em Moçambique
Estar familiarizado com a Política Nacional de
Tratamento da malária em Moçambique.
Estar familiarizado com o tratamento intermitente da
malária na gravidez.
Saber como fazer uma anamnese e um exame clínico
para reconhecer, investigar e tratar a malária não
complicada em crianças e adultos.
Reconhecer grupos em risco de malária grave.
6. Específicos (II)
Avaliar sinais de gravidade da malária em crianças e
adultos.
Prestar cuidados de emergência, tratamento específico
e cuidados de apoio a doentes com malária grave e
gravemente enfermos, monitorizar a evolução e alterar
o tratamento, conforme as necessidades.
Adquirir competências na Educação para a Saúde
sobre prevenção e tratamento domiciliário da malária.
Dar formação a outros elementos da sua equipa de
saúde sobre o tratamento correcto da malária não
complicada e grave.
7. METODOLOGIAS DA FORMAÇÃO
Introdução teórica e orientações feitas pelo
facilitador
Trabalhos em grupo (resolução de exercícios
seleccionados)
Formar grupos equilibrados em termos de níveis e
categorias profissionais
Sessões plenárias (síntese)
8. COMO ORIENTAR A FORMAÇÃO?
Após a introdução teórica, o facilitador deverá
dividir o grupo em sub-grupos de cerca de 5
pessoas cada.
Alocar cerca de 1 hora para a resolução dos
exercícios e depois cada sub-grupo deverá
apresentar em plenária
Alocar cerca de 5 minutos para cada sub-grupo
apresentar
Depois fazer a síntese do tema, corrigindo os
aspectos que identificados como não correctos.
Veja o programa da formação no slide a
seguir
9. PROGRAMA DA FORMAÇÃO
Hora Dia 1 Dia 2
8:00-8:30 Apresentações/objectivos/ principais
novidades da nova abordagem
Módulo 6: Avaliação e tratamento da malária
grave
Exercícios práticos
8:30-9:30 Pré-teste
9:30 -9:45 Lanche Lanche
9:45-10:30 Módulo 1: Definição e epidemiologia da
malária
Módulo 7: Avaliação da recuperação do
doente e educação para a saúde
10:30-11:00 Módulo 2: Avaliação dos conhecimentos e da
qualidade da prática
Módulo 8. Abordagem da malária em grupos
especiais
11:00-11:30 Módulo 3: Política Nacional (=Normas) de
Tratamento da Malária
Módulo 9: Quimioprofilaxia da Malária
11:30-13:00 Módulo 4: Avaliação e tratamento da malária
não complicada
Módulo 10: Farmacovigilância
13:00-14:00 Almoço Almoço
14:00-15:00 Módulo 5: Malária na gravidez Módulo 11: Supervisão em malária
Módulo 12: Registo da informação em
malária
15:00-16:00 Exercícios Práticos Pós-teste
12. OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
No fim deste módulo, o formando deverá ser
capaz de:
Compreender os conceitos básicos relacionados com
a malária
Compreender a sua epidemiologia, no país ou no
local de trabalho
13. CONCEITOS GERAIS
Definição de Malária
Doença infecciosa causada por parasitas do
género Plasmodium
Em Moçambique as espécies causais são:
P. falciparum (90% das infecções)
P. malariae (9% das infecções)
P. ovale (1% das infecções)
P. vivax
14. SITUAÇÃO DA MALÁRIA NO MUNDO
Malária é uma doença
complexa e fatal
Impacto da malária
109 países e territórios
em todo mundo,
350-500 milhões de
casos de malária/ano
Mais de 1 milhão de
mortes/ano
A maioria ocorre em
África e Ásia
15. PAÍSES COM MALÁRIA ENDÊMICA
(As 4 REGIÕES)
• 35 países são
responsáveis por 98% de
todas as mortes e ~96%
de todos os casos de
malária no mundo.
– 30 são Africanos
(incluíndo Moçambique)
– 5 da Ásia e Pacífico
(Índia, Myanmar,
Bangladesh, Indonesia e
Papua Nova Guiné)
• Muito apoio será
necessário a estes países
16. SITUAÇÃO ACTUAL DA MALÁRIA EM ÁFRICA
• 75% áreas de
transmissão estável
• 550 milhões de
pessoas em risco
• 240-400 milhões
casos clínicos/ano
• Cerca de 1 milhão de
mortes /ano
18. CONCEITOS GERAIS
Factores determinantes para a ocorrência
da malária
Padrões de endemicidade e Taxa
parasitária
Classificação clínica malária
19. PRINCIPAIS FACTORES DETERMINANTES
• Condições Climáticas /
Ambientais
• Condições Socio-
económicas
• Presença de Vectores
eficazes
• Fraca Cobertura
Rede sanitária
Medidas de
prevenção
20. PADRÕES DE ENDEMICIDADE
Zonas de transmissão estável
Transmissão ao longo do ano
Níveis significativos de imunidade em adultos
Crianças são susceptíveis a malária grave
Zonas de transmissão instável (baixa transmissão)
Transmissão intermitente
Baixos níveis de imunidade todas as idades /tendência
epidémica
Zonas livres de malária
21. CLASSIFICAÇÃO PARASITÁRIA E CLÍNICA DA
MALÁRIA
Parasitária
Hipoendémica –taxa parasitária <10%
Mesoendémica – taxa parasitária entre 11-50%
Hiperendémica- taxa parasitária >50%
Clínica
Malária não complicada
Malária grave/complicada
24. No fim deste módulo, o formando deverá
ser capaz de:
Definir claramente a situação actual da
malária no seu local de trabalho
(distrito/província) e no País
Explicar o tratamento da malária não
complicada e grave
Enumerar desafios/problemas comuns com
que se deparam no tratamento dos doentes
com malária
OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
25. Canal endemico de Malaria na Provincia de nampula
ano 2012
Janeiro
Fevereir
o
Marco Abril Maio Junho Julho Agosto
Setembr
o
Outubro
Novembr
o
Dezembr
o
maximo 140,605 132,614 100,302 121,026 92,645 78,511 103,011 76,668 78,148 67,588 68,784 77,951
mediana 84,592 123,937 100,006 104,318 74,345 74,783 80,866 71,928 72,355 67,545 57,240 73,875
minimo 68,645 81,419 96,430 87,366 67,771 74,400 53,990 68,837 53,022 47,414 37,824 40,315
ano 2012 48,119 82,378 67,611 71,740 82,095 60,920 56,855 63,397 48,068
0
20,000
40,000
60,000
80,000
100,000
120,000
140,000
160,000
Frequencia
de
casos
27. No fim desta secção, espera-se que o formando:
Conheça a Política Nacional de Tratamento da
Malária em Moçambique e os mecanismos da sua
formulação (objectivos, critérios usados e fases)
Conheça as razões da mudança da política
Conheça os medicamentos recomendados para
Malária não complicada, Malária Grave,
Referência, Quimioprofilaxia e TIP.
Compreenda terapia combinada de medicamentos e
sua lógica.
OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
28. FINALIDADE DA POLÍTICA
Providenciar medicamentos antimaláricos que sejam
muito eficazes e usados racionalmente para garantir:
Cura rápida e duradoira,
Evitar progressão da malária não complicada a
severa e desta para doença fatal,
Reduzir impacto da malária na gravidez,
Minimizar risco de desenvolvimento de resistência,
Terapia combinada
29. CRITÉRIOS USADOS PARA MUDANÇA DE
NORMAS (POLÍTICA) DE TRATAMENTO
Critério mais importante: eficácia terapêutica dos
medicamentos em uso
Iniciar mudança se resultados de EET > 10% de
falências
Medicamento a ser incluído deve ter eficácia
terapêutica > 95%
Outros Critérios
Alterações de padrões de morbi-mortalidade
Insatisfação do provedor/consumidor/regime
posológico
Disponibilidade de outros medicamentos
30. FASES DA ELABORAÇÃO DA POLÍTICA
Desenvolvimento da política (estudo de
eficácia terapêutica, consenso entre parceiros,
adopção)
Implementação
Monitorização
Reavaliação
Actualização
31. AS PRINCIPAIS “NOVIDADES” DA NOVA
POLÍTICA DE TRATAMENTO DA MALÁRIA
Apenas duas linhas de tratamento
1ª linha: Malária não complicada
2ª linha: Malária grave
Ênfase na confirmação do diagnóstico
Tratamento pré-referência (artesunato-supositórios)
Introdução do conceito densidade parasitária
(malária grave)
Uso criterioso de TDR e registo dos casos na
32. TRATAMENTO DA MALÁRIA EM
MOÇAMBIQUE
Duas linhas de tratamento:
Primeira linha: malária não complicada
Artemeter-lumefantrina (AL)
Artesunato-amodiaquina (ASAQ)
Quinino oral
Segunda linha: malária complicada ou grave
Artesunato EV
Quinino EV
Tratamento pré-referência
Supositórios de artesunato
35. OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
No fim deste módulo, o formando deverá ser
capaz de:
Fazer uma anamnese correcta e completa
Identificar um caso de malária
Efectuar um exame clínico completo
Fazer as investigações adequadas sobre os casos
suspeitos de malária
Administrar o medicamento antimalárico correcto
36. OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM (1)
Explicar os mecanismos dos testes rápidos de
diagnóstico TDRs e como se apresentam
Discutir o uso, limitações, vantagens e desvantagens
dos TDRs
Enumerar os principais grupos de medicamentos
antimaláricos e descrever as suas acções no ciclo de
vida do parasita
Mencionar as normas recomendadas para o
tratamento da malária não complicada resultante de
diferentes tipos de espécies da malária
37. OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM (2)
Descrever os cuidados de suporte para a
malária não complicada
Definir o termo resistência medicamentosa na
malária e enumerar os método usados para a
sua avaliação
Indicar o papel do seguimento no manejo de
casos em todos os níveis
38. MALÁRIA NÃO COMPLICADA
Manifestações clínicas
Abordagem terapêutica (incluindo tratamento
de suporte ou de apoio)
Mensagens chave
Seguimento
39. DEFINIÇÃO
É um síndrome febril agudo não acompanhado de
sinais e/ou sintomas de doença grave
CICLO DE VIDA DO PARASITA
40. DIAGNÓSTICO
Clínico
História clínica (completa)
Idade
Estado
Residência
Viagens
Sintomas (não específicos)
Exame físico
Peso
Todos sistemas (sinais)
Laboratorial(Microscopia óptica, TDRs, PCR)
Sinais e sintomas de malária não complicada
41. CRÍTÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Em zonas de baixo risco de malária
Grau de exposição,
Febre por dois-três dias (dependendo da espécie)
Ausência de sinais de doença grave
Em zonas de alto risco
Febre 24 horas
Presença de anemia
42. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Confirmação da presença do parasita
Vantagens
Dois tipos básicos (Microscopia óptica, TDR)
Vantagens comparativas dos dois métodos
Determinantes para o seu uso
43. MICROSCOPIA
Vantagens
Tipos de coloração
Giemsa: Mais usado em Moçambique
Outros: Menos usados em Moçambique (Wrigth, Field,
Leishman, Quantitative buffy Coat)
44. DENSIDADE PARASITÁRIA
Métodos
Percentagem de GV parasitados (%)
Parasitas por µl
Níveis de significância (malária grave)
>1%
40 000 parasitas/ µl
47. TRATAMENTO
Objectivo :Cura
Medicamentos antimaláricos recomendados:
Terapia combinada (co-administração, dose
fixa)
Baseada em derivados de artemisinina (vantagens)
AL, AA, AM, ASP
Não baseada em artemisinina
48. TRATAMENTO EM MOÇAMBIQUE
Artemeter e Lumefantrina (AL)
Artesunato e Amodiaquina (ASAQ)
Quinino oral
TRATAMENTO DE SUPORTE
Anti-piréticos
Anti-eméticos
Anti-
convulsivantes
Correcção da hipoglicemia
Correcção da
desidratação/electrólitos
Correcção da anemia
49. SEGUIMENTO E EDUCAÇÃO SANITÁRIA
Aproveite a ocasião para fazer
educação para a saúde !
50. FALÊNCIA TERAPÊUTICA
Definição
Febre ou persistência dos sintomas por mais de 3
dias após o início do tratamento de acordo com as
recomendações e presença de parasitas da malária
no sangue, excluindo formas gametocíticas.
Causas
Vómitos e diarreia
Não cumprimento do tratamento
Dose insuficiente do medicamento
Medicamento de qualidade deficiente
Erro no diagnóstico
Resistência ao medicamento
51. TRATAMENTO DA FALÊNCIA TERAPÊUTICA
Tratamento
Antes de 14 dias (raras)
Depois de 14 dias (podem ocorrer)
Usar outras combinações baseada em Artemisinina
(AD, AT, AC)
Ou QNN com Tetracilcina, Doxiciclina ou
Clindamicina
52. DIAGNÓSTICO DE MALÁRIA POR OUTROS
TIPOS DE PLASMÓDIOS
Microscopia
TDR (baixa sensibilidade, custo)
TRATAMENTO DE MALÁRIA POR OUTROS
TIPOS DE PLASMÓDIOS
Cloroquina (estirpes sensíveis)
TCBA (amodiaquina ou mefloquina ou
piperaquina)
Ter em conta as espeficidades do doente
(deficiência de G-6-PD, CI quando grave)
56. EFEITOS DA MALÁRIA NA GRAVIDEZ (1)
Anemia materna (mais comum)
Abortos
Nado morto
Parto pré-termo
Baixo peso à nascença
Morte neonatal
Morte materna
Em áreas de transmissão instável (imunidade
57. EFEITOS DA MALÁRIA NA GRAVIDEZ (2)
Sintomas e parasitémia piores em prigravidae
(primigesta)
Malária ceberal e outras formas de doença
grave mais comuns na gravidez (incidênia
mais elevada primigesta)
Risco aumentado de hiperpirexia,
hipoglicémia e edema pulmonar (precipitado
por sobrecarga de volume, aumento súbito da
RPT e autotransfusão de sangue parasitado
da placenta).
58. TRATAMENTO INTERMITENTE PREVENTIVO
Justificação:
Maior vulnerabilidade grávida à malária, seu
impacto na gravidez, existência de infeccões
assintomáticas (zonas de transmissão alta), falta
de acesso aos cuidados de saúde, aos
medicamentos e às medidas de protecção.
Necessidade de reduzir morbilidade e mortalidade
maternas
59. TRATAMENTO INTERMITENTE PREVENTIVO
Medicamento recomendado
Sulfadoxina-pirimetamina (500mg sulphadoxine e
25mg pirimetamina por comprimido)
Dosagem e cronologia do TIP
A OMS recomenda em zonas com malária
estável, pelo menos duas doses de TIP dadas na
1ª e 2ª visitas pré-natais (após percepção dos
movimentos fetais~20ª semana de gravidez)
Em áreas onde a prevalência de HIV é >10% a 3ª
dose deve ser dada.
Medicação tomada sob observação
directa durante a visita pré-natal (DOT).
60. TRATAMENTO DA MALÁRIA NA GRAVIDEZ
Mulher grávida tem maior risco de malária e suas
complicações
Especificidades terapêuticas nas diferentes fases
da gravidez versus segurança dos medicamentos
Antimaláricos considerados seguros:
No 1o trimestre: quinino
Todos trimestres: cloroquina, proguanil, pirimetamina
e sulfadoxina-pirimetamina.
Aumento da experiência com DA (2 e 3 trimestres)
64. Este módulo é crucial para a diminuição da
mortalidade por malária
Deve por isso ser dado com mais tempo e
mais cuidado
Deve ser feito com recurso à casos clínicos e
aos doentes internados se possível
65. OBJECTIVOS DE FORMAÇÃO (1)
No fim deste módulo, o formando deverá ser capaz
de:
Reconhecer os grupos em risco de malária grave
Compreender os mecanismos de algumas das
complicações da malária
Registar a anamnese completa do doente
66. Fazer um exame físico, procurando os pontos-
chave para o diagnóstico de malária grave
Requisitar as análises mais urgentemente
necessárias para o diagnóstico de malária grave
Saber tratar a malária grave e administrar
tratamento urgente para outras doenças graves
Administrar um tratamento urgente e específico
para a malária grave
OBJECTIVOS DE FORMAÇÃO (2)
67. CONTEÚDOS
Porque atenção especial a malária grave?
Doentes em risco
Factores que influenciam gravidade
Fisiopatologia da malária grave e das complicações
Avaliação clínica
Exames complementares
Tratamento específico e de apoio (suporte)
Enfermagem e qualidade de cuidados
Exercícios
68. Condição médica grave caracterizada pela evidência
de disfunção orgânica, quer clínica ou laboratorial. É,
portanto, uma emergência médica que requer uma
avaliação clínica cuidadosa e tratamento urgente.
DEFINIÇÃO
69. Características clínicas
Alteração da consciência ou coma (Glasgow
Coma Scale <10)
Prostração, i.e. fraqueza generalizada
(incapacidade de andar e sentar sem apoio).
Crianças afectadas não se alimentam.
Convulsões de repetição: + de 2 em 24 horas
Respiração profunda (acidótica)
DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA GRAVE (1)
70. Colapso circulatório ou shock, TAS <70mmHg
em adultos e <50mmHg em crianças
Icterícia
Hemoglobinúria/ (urina
avermelhada/acastanhada)
Sangramento espontâneo
Edema pulmonar
DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA GRAVE (2)
71. Não se deve esperar pelo resultado da lâmina para
iniciar o tratamento da malária grave, sobretudo se
houver sinais clínicos óbvios de malária grave.
Por vezes, o resultado da lâmina pode ser negativo
num doente com malária grave. Repita o pedido (ex: de
6/6 horas).
Alguns TDRs (HRP-2) podem permanecer positivos até
4 semanas depois de uma infecção malárica.
Por outro lado, uma lâmina positiva não prova que a
malária grave seja a única causa duma doença grave.
Por isso, outras causas de doença devem ser
consideradas.
LEMBRAR SEMPRE QUE:
72. Crianças em áreas de alta endemicidade (sobretudo
dos 6 meses aos 5 anos)
Todas pessoas provenientes de áreas de baixa
endemicidade
Residentes de áreas com pouca ou sem transmissão
da malária
Pessoas que retornam para áreas de alta
transmissão depois de residir em zonas livres de
malária
Grávidas não imunes ou semi-imunes
Deslocados
GRUPOS DE RISCO PARA MALÁRIA GRAVE
73. Dar tratamento EV sob supervisão
Tratamento num hospital sempre que possível
Evitar medicamentos ineficazes ou
potencialmente perigosos
ATENÇÃO ESPECIAL PARA MALÁRIA GRAVE
74. Espécie de parasita P.
falciparum
Imunidade do indivíduo
Gravidez (+ 1 e 2)
Disponibilidade de
medicamentos
Níveis de resistência
medicamentosa no local
FACTORES DE GRAVIDADE DA DOENÇA
Certas condições
genéticas adquiridas (ex:
anemia de células
falciformes)
HIV/SIDA (+ mulher
grávida)
Outros :
Resposta do indivíduo
à infecção ( nível de
resposta inflamatória).
Número de
esporozoitos
infectantes.
75. Variedade da infecção malárica desde
assintomática até doença fatal
Entendimento de que os mecanismos são
comprovados ou são especulações
Mecanismos fisiopatológicos como guião
terapêutico
FISIOPATOLOGIA DA MALÁRIA GRAVE (1)
76. Obstrução microvascular - Resulta em diminuição
fluxo
Sequestração (parasitados)
Rosetas (não parasitados)
Toxinas parasitárias
Citoquinas
Factor de necrose tumoral (TNF)
Razão entre entre citoquinas pro e anti-inflamatórias
(alta em casos fatais)
FISIOPATOLOGIA DA MALÁRIA GRAVE (2)
78. Alteração da consciência ou coma
Provavelmente causado por sequestração.
Hipoglicémia
Causada por deficiente produção e libertação da
glicose no figado e aumento da utilização pelas
células.
Outros mecanismos: tratamento com quinino ou
quinidina (estímulo produção da insulina)..
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (1)
79. Convulsões
Inconsciência ictal e pós ictal.
Efeito directo dos parasitas no cérebro, ou
Resultantes de alterações metabólicas (ex:
hipoglicémia, acidose grave, hiponatrémia ou
hipóxia).
Temperatura elevada com desencadeador ou
exacerbador.
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (2)
80. Aumento da pressão intracraneana
Provavelmente devido ao edema cerbral.
Aumento da massa de eritrócitos sequestrados no
cérebro e dilatação das veias cerebrais em resposta a
presença do parasita. Não é causa directa de coma ou
morte.
Anemia
Devida à hemólise
Destruição mais rápida de células não parasitadas
Resposta lenta da medula óssea
Agravada se ocorrer hemorragia ou insificiência renal.
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (3)
81. Acidose
Resulta da relativa falta de oxigénio em resultado
da sequestração de eritrócitos.
Agravada pela hipovolémia e anemia grave.
Activação das via aneróbicas com produção de
ácido láctico.
Medicamentos contendo salicilatos usados para a
febre podem agravar a acidose.
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (4)
82. Insuficiência renal aguda
Necrose tubular aguda (+ adultos),
Ocorre quando TA baixa ou shock.
Sequestração também ocorre nos rins.
Edema do pulmão e síndrome de distres respiratório
do adulto
Pode resultar de excesso de líquidos de reposição
Sobretudo se IR
Efeito directo dos parasitas nos pulmões (citoquinas).
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (5)
83. Hemoglobinúria
Resulta da hemólise.
Icterícia
Resulta da hemólise
Disfunção hepática.
Shock
Resulta de DC inadequado e perfusão tissular pobre e
bacteriémia.
Desordens hemorrágicas
Embora plaquetas baixas, sangramento raro
Resulta de CID.
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (6)
85. De emergência
Medidas de rescussitação.
Canalizar uma veia.
Corrigir a hipogliémia em 3–5 minutos
Controlar as convulsões
TRATAMENTO DA MALÁRIA GRAVE (1)
86. Outros tratamentos de urgência
Avalie a hidratação
Reduza a temperatura corporal, se >39,5oC
Considere a necessidade de transfusão sanguínea
Decida sobre algaliação do doente
Decida sobre a necessidade da determinação da
pressão venosa central
Considere a necssidade de intubação e ventilação
mecânica
TRATAMENTO DA MALÁRIA GRAVE (2)
87. Artesunato: 2.4 mg/kg /IV ou IM na admissão e
depois às 12 e 24 horas, seguido de 1x/dia
durante 4 dias.
Quinino (adultos) e crianças: EV por vezes IM
(urgência)
Artemeter: 3.2 mg/kg/IM (dose ataque) seguida de
1.6 mg/kg/ dia, durante 5 dias.
TRATAMENTO DA MALÁRIA GRAVE COM
ANTIMALÁRICOS(1)
88. Supositórios de artesunato: 10 mg/kg (pré-
referência)
Quinidna: 20 mg base/kg (dose de ataque) iv em
4 horas, 8 horas depois da dose de ataque, dar
10 mg base/kg em 4 hours, 8/8 horas. Reduzir
dose após 48 horas para 5-7 mg/kg peso. Claro,
diluído em Dx5%
Não usar outros medicamentos sem
necessidade !!
TRATAMENTO DA MALÁRIA GRAVE COM
ANTIMALÁRICOS (2)
89. TRATAMENTO DA MALÁRIA GRAVE EM
MOÇAMBIQUE
Primeira opção: Artesunato parenteral
Doses e precauções:
Segunda opção: Quinino parenteral
Doses e precauções
90. ARTESUNATO: PREPARAÇÃO E USO
Apresentação: Ampola de 60 mg em pó
Diluir com 1 ml de solução de bicarbonato de sódio a
5% (agitar 2-3 min)
Adicionar 5 ml de dextrose a 5% ou cloreto de sódio a
0,9%, para uma concentração final de 10mg/ml
(aplicação EV, lenta, i.e. 3-4 ml/min)
Adicionar 2,0 ml de dextrose a 5% ou cloreto de sódio
para concentração final de 20 mg/ml (aplicação IM)
Fonte: Canton Pharmaceuticals, Inc (fabricante)
91. Direccionado para:
Conrolar a administração correcta dos
medicamentos e fluídos
Detectar o surgimento de complicações
Detectar os efeitos colacterais dos
medicamentos
Documentar a evolução do doente.
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO E
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
94. No fim deste módulo, o formando deverá ser
capaz de:
Avaliar o grau de recuperação do seu doente
Redigir um relatório sumário e notas de alta
Ministrar educação para a saúde
OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
95. O doente
Bebe
Come
Fala
Senta
Levanta
Anda
Faça exame completo do doente (sobretudo
neurológico)
SINAIS DE RECUPERAÇÃO
96. EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
Importância do diagnóstico precoce e do
tratamento imediato
Aconselhar os doentes sobre a sua doença e o
respectivo tratamento
Prevenção e protecção pessoal
Mobilização da comunidade para o combate a
malária
Resolução de exercícios
99. Objectivo do módulo
Fornecer informação sobre aspectos particulares
de tratamento da malária em grupos específicos de
doentes
TRATAMENTO DE DOENTES E NÃO APENAS
DE DOENÇAS
O profissional de saúde como ser sensato e
não como um
mero seguidor de normas.
100. MALÁRIA EM DOENTES SEROPOSITIVOS/EM
TARV
Considerar como grupo onde o quadro pode mais
grave e de prognóstico imprevisível.
Diminuição da resposta ao tratamento,
Aumento dos padrões de parasitémia
Imunidade reduzida.
Aumento do risco de falência terapêutica/interacções
medicamentosas.
Doentes em tratamento com zidovudina ou efavirenz
devem, se possível evitar regimes contendo amodiaquina
101. CRIANÇAS MENORES DE 5 KG
Malária rara neste grupo, mas
Tratar com quinino (Oral/injectável)
MALÁRIA NA MALNUTRIÇÃO
Alterações na absorção e cinética dos medicamentos
Diminuição da massa muscular (atraso na absorção de
medicamentos IM)
Hipoproteinémia (deficiência de transporte de
medicamento)
Falta de estudos para suportar medicação específica
102. DOENTES COM DIABETES MELLITUS
Dextrose ou soro fisiológico em dependência do
estado da glicémia
Se glicémias elevadas usar Soro Fisiológico
Quando glicémia atingir níveis de 14 mmol/L (16 na grávida),
passar a glicofisiológico ou Dx 5%
Monitorização atenta da evolução do quadro.
105. Recomendação: Grupos de alto risco
Indivíduos esplenectomizados.
Indivíduos que tomam citostáticos ou
imunossupressores para doenças
malignas.
Esplenomegália Malárica Hiperreactiva
(EMH) (anteriormente conhecida como
Síndroma de esplenomegália tropical).
Crianças com história de malária grave
recorrente.
Indivíduos com anemia de células
falciformes.
Visitantes de países onde não existe
transmissão de malária.
106. QUIMIOPROFILAXIA
Informar claramente que nenhum tipo de
profilaxia é 100% eficaz. (Nunca excluir a
possibilidade de malária
Aconselhar outras medidas (especialmente
dormir dentro da rede mosquiteira impregnada
com insecticida),
Aconselhar usar repelentes de insectos,
minimizar a exposição da pele à picada do
mosquito, etc.).
107. REGIMES DE QUIMIOPROFILAXIA (1)
De acordo com as especificidades de cada caso
Doxiciclina 100 mg diariamente (crianças > 8 anos: 1,5
mg/kg/dia) – iniciar 1 dia antes da viajem, tomar
diariamente e continuar até 4 semanas depois de
regressar
Mefloquina 250 mg uma vez por semana – iniciar 2
semanas antes da viajem, tomar semanalmente e
continuar até 4 semanas depois de regressar
Crianças: <5 kg - 5 mg/Kg
• 5-9 Kg- 1/8 comprimido
• 10 -19 Kg- ¼ comprimido
• 20 -29 Kg -1/2 comprimido
• 20-45 Kg - ¾ comprimido
108. Atovaquona-proguanil - 250mg/100mg um
comprimido diariamente. Iniciar 1 dia antes da
viajem, tomar diariamente e continuar até 4
semanas depois de regressar
Crianças: 11-20 Kg – ¼ comprimido
21 – 30 Kg – ½ comprimido
31 – 40 Kg – ¾ comprimido
> 40 Kg -1 comprimido
Proguanil - 200 mg diariamente.
Moderadamente eficaz. Necessidadde de fármaco
adicional como cloroquina semanalmente
REGIMES DE QUIMIOPROFILAXIA (2)
111. OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM
Sensibilizar os profissionais sobre a importância
das Reacções adversas a Medicamentos (RAM)
particularmente os usados no tratamento da
malária.
Definir e descrever a importância da
Farmacovigilância.
Descrever o processo de notificação de RAM ao
Centro Nacional de Farmacovigilância incluindo o
preenchimento correcto das fichas de notificação
112. DEFINIÇÃO
Farmacovigilância é uma ciência e conjunto
de actividades relativas a identificação,
avaliação, compreensão e prevenção de
reacções adversas aos medicamentos ou
qualquer problema relacionado com o uso
dos medicamentos. (OMS)
113. PROBLEMAS RELACIONADOS COM O USO:
A qualidade dos medicamentos
Os erros de administração
Perca de eficácia dos medicamentos,
Uso de medicamentos em indicações não
aprovadas
Uso racional dos medicamentos.
114. REACÇÕES ADVERSAS AOS MEDICAMENTOS
(RAMS)
Qualquer resposta aos medicamentos que seja
nociva e não intencional, que ocorra nas doses
geralmente usadas no ser humano para profilaxia,
diagnóstico ou tratamento de doenças ou para
recuperação, correcção ou modificação de funções
fisiológicas. (OMS)
115. Acontecimento Ano
Tragédia da Talidomida (cerca de
10.000 crianças nasceram com
focomélia),
1961
Assembleia Médica Mundial ,
recomendou medidas para
manuseio dos problemas
relacionados com os
medicamentos.
1962
Criado em Genebra, o Centro
Internacional de Monitorização de
Medicamentos,
1970
Centro foi transferido para o Centro
Colaborador da OMS em Uppsala
1978
Inicio das actividades de
Farmacovigilância (CIMed)
2003
Moçambique - membro efectivo do
Programa de Monitorização de
Medicamento – Uppsala
2005
Centro Nacional de
Farmacovigilância – Departamento
Farmacêutico
2009
1 Unidade de farmacovigilância -
CIMed
1 delegada de farmacovigilância no
2010
MONITORIZAÇÃO DE REACÇÕES ADVERSAS
DOS MEDICAMENTOS
116. OBJECTIVOS DA FARMACOVIGILÂNCIA (1)
• Identificar e notificar as RAM.
• Avaliar a relação risco/benefício do medicamento e
as implicações para a saúde pública.
• Prevenir as RAM promovendo o Uso Racional de
Medicamentos.
117. Recomendar medidas administrativas:
Alterações no resumo das características dos
medicamentos, cartonagem e folheto informativo,
Suspensão do uso,
Retirada do medicamento do mercado,
Comunicar e recomendar aos Profissionais de
saúde
Comunicar e recomendar ao Público.
OBJECTIVOS DA FARMACOVIGILÂNCIA (2)
118. Alto índice de suspeita !
Em todos os níveis de atenção e em todas as
especialidades, deve-se ter em conta a possível
etiologia iatrogénica, quando se faz o
diagnóstico diferencial de qualquer quadro clínico.
O diagnóstico e a possibilidade de prevenção
das RAM melhoram se o prescritor conhece
bem o medicamento que administra.
DIAGNÓSTICO E MANEJO DAS RAMS
119. Perante uma RAM considerar:
Gravidade da reacção
Gravidade da doença
Avaliação da relação risco/benefício
Existência de alternativas de tratamento
• Redução da dose ou suspensão do medicamento
implicado
• Tratamento da reacção
120. Justificação:
• Garantir o uso seguro dos medicamentos e a
qualidade da prática clínica.
• Conhecer os efeitos adversos após a
comercialização do medicamento.
• As reacções adversas podem limitar o potencial
terapêutico de um fármaco.
NOTIFICAÇÃO ESPONTÂNEA
122. Todos os profissionais de saúde do sector público
e privado,
Os titulares de Autorização de Introdução no
Mercado (Indústria ou importadores),
O doente sempre que a sua informação possa
ser validada por um profissional de saúde.
QUEM DEVE NOTIFICAR?
133. Preencher as fichas de
notificação RAM e enviar ao
Departamento
Farmacêutico -
Farmacovigilância,
Comunicar com DF-FV por
telefone, fax correio ou
email
134. CIRCUITO DAS FICHAS DE NOTIFICAÇÃO
Sector Público
Sector Privado
Notificação
Farmácia
da US
Inspector
provincial
ou
Responsável
pelo Deposito
provincial
Departamento
Farmacêutico
Notificação
Farmácias e
Clínicas privadas
Enfermarias
e consultas
externas
Departamento
Farmacêutico
136. O QUE É FEITO COM A SUA NOTIFICAÇÃO?
Revisão e registo
Avaliação da Causalidade,
Consulta a Comissão de FV, se necessário,
Introdução de dados nas bases internas,
Arquivo,
Revisão periódica – sinal,
Comunicação e informação.
Ao notificador
Ao público
As autoridades (MISAU, OMS-UPPSALA)
137. O QUE RECEBE O NOTIFICADOR?
Um relatório da avaliação de causalidade
incluindo referência bibliográfica utilizada,
Uma nova ficha de notificação,
Informação sobre medicamentos sempre que
solicitada.
138. DEPARTAMENTO FARMACÊUTICO
Sector de Farmacovigilância e CIM
Tel: 21326547
cel-. 823062943
Fax: 21326547
Av. Salvador Allende/Agostinho Neto
E-mail:
Farmacovigilanciacimmocambique@gmail.
com
141. Consolidar conhecimentos sobre a importância,
componentes da supervisão em malária
Fornecer conhecimentos sobre as etapas, tipos de
supervisão em malária
OBJECTIVOS DO MÓDULO
142. INTRODUÇÃO
Importantes estratégias adoptadas pelo PNCM
Medidas de controlo Vectorial PIDOM, REMILD)
Manejo de casos (diagnóstico e tratamento)
IEC
Treino
Supervisão como instrumento de avaliação da
forma de implementação das estratégias
143. SUPERVISÃO
Definição
“Observação directa de como as actividades são
realizadas”
Pode envolver questionamento e avaliação de registos
Nunca policiamento ou demonstração de poder
Tipos
Formativa (inicial ou de seguimento)
Níveis
Central, Provincial, Distrital e Local
144. PRINCIPAIS COMPONENTES DA SUPERVISAO
EM MALÁRIA
Clínica
Farmácia
Laboratório: (Gestão, biossegurança,
equipamento, boas práticas, TDR, microscopia)
Malária na gravidez
IEC
146. FREQUÊNCIA DAS VISITAS DE SUPERVISÃO
Ideal. Mais frequente possível
Nas nossas condições:
Anual para a supervisão Central
Semestral para a supervisão provincial
Trimestral para a supervisão distrital.
Mensal para a supervisão local (APE)
147. FUNÇÕES DA SUPERVISÃO EM MALÁRIA (1)
Providenciar mentoria (modelo de referência)
aos iniciados na profissão e planificar acções
de treino ou formação e ainda solução de
problemas locais identificados e com parceiros
relevantes;
Garantir a aplicação correcta das estratégias de
PNCM quer no manejo correcto dos casos de
malária como de outras medidas de prevenção.
148. Melhorar as competências técnicas dos
profissionais de saúde;
Garantir a colheita de informação útil para a
tomada de decisões adequadas; e,
Melhorar o desempenho do PNCM e melhoria da
capacidade de resposta e cuidados prestados
aos utentes das US
FUNÇÕES DA SUPERVISÃO EM MALÁRIA (2)
149. FUNÇÕES E QUALIDADES DO SUPERVISOR
DA MALÁRIA
Quem realiza as funções de supervisor?
Chefe?
Técnico?
Técnico ou chefe competente e com formação em supervisão
ATENÇÃO: Uma má supervisão pode ser pior que a ausência
de supervisão
150. Os supervisores da malária devem ser conhecedores de
todos os instrumentos reguladores da actividade que
supervisam:
medidas de protecção,
normas de tratamento da malária
manual de diagnóstico laboral da malária
outros aspectos relacionados com a malária
FUNÇÕES E QUALIDADES DO SUPERVISOR
DA MALÁRIA
151. QUALIDADES DO SUPERVISOR (1)
Capacidade de comunicar
supervisor deve ser um comunicador nato
Treinador ou formador
Para os supervisores, a vida deve ser um
processo de ensinar e aprender continuamente
Observador de fenómenos
Avalie todos os aspectos como um todo e não
apenas o que interessa para produzir o seu
relatório
152. Supervisor como estabelecedor de
metas (realísticas)
Crie ambiente que permita retroinformação em
todo o processo
Supervisor como avaliador
Não se preocupe em dar notas aos avaliados,
avalie também o seu próprio trabalho
QUALIDADES DO SUPERVISOR (2)
153. Supervisor como gestor de recursos
humanos
O supervisor deve contribuir para a elevação da moral
dos trabalhadores da US.
Supervisor como conhecedor de Informática
Caso contrário, reconheça que não é possível saber
tudo…
Supervisor como conselheiro
Lembre-se que aconselhar não é sinónimo de impor
ideias, é sobretudo partilhar
QUALIDADES DO SUPERVISOR (3)
154. RESULTADOS ESPERADOS COM A
IMPLEMENTAÇÃO DE SUPERVISÃO (1)
Identificadas áreas fortes e de fraqueza do programa;
Encontradas medidas correctivas adequadas aos
problemas identificados;
Melhorado o desempenho dos trabalhadores de saúde
através da melhoria contínua dos seus conhecimentos,
suas habilidades, suas condições de trabalho e
comunicação em vários níveis;
Melhorada a atitude e motivação dos trabalhadores de
saúde em relação ao trabalho;
155. Obtida satisfação dos utentes das US resultante da
melhoria da qualidade dos cuidados prestados;
Validados vários procedimentos de rotina e garantido o
controlo de qualidade destes procedimentos; e,
Definida com base em evidência a necessidade de treino
ou actualização dos trabalhadores de saúde.
RESULTADOS ESPERADOS COM A
IMPLEMENTAÇÃO DE SUPERVISÃO (2)
158. OBJECTIVOS DO MÓDULO
Fornecer informação sobre a importância do
para registo adequado de casos de malária
Demonstrar no livro o registo de caso de
malária
159. IMPORTÂNCIA DO REGISTO DE CASO DE
MALÁRIA
Embora no módulo tenhamos observado uma redução acentuada
dos números de caso de malária em Moçambique, o consumo de
medicamentos antimaláricos não tem a mesma tendência.
A introdução pelas normas de tratamento da malária do conceito
malária confirmada laboratorialmente é um desafio adicional a
necessidade do registo correcto dos caso de malária
Assim o registo correcto dos casos determina uma correcta
planificação das intervenções no manejo da doença
É fundamental obter informação sobre o total de caso suspeitos e
confirmados
160. COMO REGISTAR OS CASOS DE MALÁRIA
Malária confirmada laboratorialmente
Por microscopia
HTZ positivo (cruzes ou densidade parasitária)
HTZ – NSE
Por TDR
Positivo
Negativo
Ou casos raros tratados como malária clínica