Neste artigo exponho elementos usados no propagandismo de cigarros e bebidas na época de 60 e 70 e busco um vinculo com as utilizadas hoje. Nele questiono os pontos éticos que levavam ao uso destes elementos no passado e o que mudou e quando teve de ser mudado.
Artigo vou consumir, ou vão fazer com que eu consuma
1. Vou consumir, ou vão fazer com que eu consuma?
Caros leitores, meu objetivo com tal artigo não é, de forma alguma, gerar uma insatisfação ou,
até mesmo, de causar intrigas, mas sim de expor uma verdade em parte dolorosa. Muitas
pessoas, devido à má orientação, são favoráveis ao consumo do cigarro e negam seus efeitos
negativos para com a saúde. Isso porque nenhum membro de sua família chegou a sofrer algum
trauma causado pelo mesmo. Meu papel aqui não é lutar contra o tabagismo, mas sim expor
sinais de como este mal é disseminado sobre a sociedade, por meio da mídia, tanto impressa
quanto áudio visual.
Para aqueles que nunca tiveram a curiosidade de ver, que este escrito sirva de convite para que
se vá atrás e se veja, então, os comerciais e/ou mídias impressas usadas na década de 60 a 70
para a divulgação de diversas marcas de cigarro; seja o Minister, que passava a imagem de que
só com ele você seria capaz de ser forte o suficiente para domar um cavalo e cuidar de uma bela
mulher, ou então, os cartazes do cigarro Mallboro, os quais sempre apelavam para imagens com
vaqueiros, cowboys e cavalos, a fim de exaltar a virilidade, a imponência e a força que o mesmo
poderia passar ao seu usuário. Enfim, poderia citar diversas marcas, diversos meios de
influenciar as pessoas, mas meu objetivo não é esse, mas sim achar um ponto de ligação entre
esses comercias e os de hoje em dia; do contrário, poderia explorar o fato que o homem-
propaganda deste último cigarro citado, morreu de câncer de pulmão em2014, aos 72 anos de
idade, mas, como já dito anteriormente, meu objetivo é achar um ponto de ligação entre os
antigos comercias e os atuais. Assim, vamos encarar da seguinte forma: fato é que nada que era
divulgado no passado para o consumo se mantém, exatamente igual, nos dias de hoje; e é muito
simples de explicar o porquê disso. Naquela época, não existiam leis que regiam as propagandas
como as temos, em especial, as grandes mudanças na década de 80, mudanças essas que, volto
a assinalar, impactaram bastante nos comercias de marcas de cigarros.
Chega a ser curioso o tanto de elementos no passado que, hoje são dados como exagero, a
ponto de causar espanto; observamos muito disso, principalmente em marcas de cervejas, como
Antarctica ou Malzbier. Estas não só usavam de elementos visuais de crianças segurando
garrafas de bebidas, mas até tipografias que propagandeavam “A cerveja perfeita para
mulheres, crianças e pessoas fracas”. Enfim, era uma outra realidade, se comparada à de hoje.
É muito simples de explicar todas essas mudanças; afinal os conceitos de ética e moral estão
constantemente evoluindo e mudando junto com a sociedade. Como já visto pelo autor Adolfo
Sanchez Vasquez neste trecho publicado em 2008:
“A ética e a moral historicamente são constituídas pelo processo de mudança entre as sociedades e as
épocas. “[...] as doutrinas éticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes épocas e
sociedades como respostas aos problemas básicos apresentados pelas relações entre os homens, e, em
particular pelo seu comportamento moral efetivo”. (VÁZQUEZ, 2008, p. 267)”
Portanto, pelo que se pode observar com todos esses elementos aqui representados, sim, houve
uma apelo visual exagerado, tanto para marcas de cigarro, bem como também para diversas
marcas de bebidas, elementos esses que, hoje, nos causam espanto e, até mesmo, um certo
desconforto; entretanto, à época em que foram aplicadas, não fugiam dos padrões de aceitação
do público. Sendo assim, não eram antiéticos ou errados, mas normais, para a visão da época, é
claro.