Poema dedicado à Ceição

1. Ceição se foi!
Como já foram outras; outros Joões, Antônios, Marias ....
Mas esta Ceição, não!
Esta é especial. Tinha um coração enorme.
Cabiam, tranquilamente, 12, 24, e quantos mais chegassem.
É difícil mensurar quão grande e forte era a Ceição, apesar da frágil aparência.
Conheci Ceição na minha mocidade. Na casa do “Sô Lauro do Jubito”. Contava eu com 26
anos.
Foi amor à primeira vista! Pelo menos de minha parte.
Cuidou dos doze filhos do Sô Lauro. Entrou para casa mocinha; Saiu senhora.
Cuidou de todos com distinção, mas, havia dois que eram especiais.
Eram os “xodós” da Ceição, diziam muitos que a conhecia.
Na cozinha, Ceição era imbatível. Fazia fama.
Lembro-me da sopa de verdura com “carninha” picada no final da tarde. Sempre pronta para
quem chegasse.
Dos croquetes, dos bifes de mão.
Inventou até moda culinária!
Há quem, num restaurante e, para citar qual a qualidade da batatinha frita, queria, dizia:
“batatinha frita à moda da Ceição”!
Só ela sabia fazer aquela batatinha. Não me lembro de ter deliciado outra igual.
Lavava. Passava. Varria. Chamava atenção, quando era preciso.
Tudo era feito com muito amor.
Ceição se foi!
Ainda bem que conheci a Ceição!