A Amazônia é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo, abrigando a maior floresta tropical e mais de 30 milhões de espécies de fauna e flora. Nos últimos 50 anos, cerca de 17% da floresta foi desmatada, principalmente em áreas privadas, ameaçando a riqueza natural e os serviços ecossistêmicos da região.
3. Introdução
A Amazônia é um dos biomas mais ricos em
biodiversidade do mundo. Refere-se a um conjunto de
ecossistemas que abrange a Floresta Amazônica e a
Bacia Amazônica.
A Amazônia abriga a Floresta Amazônica, considerada a
maior floresta tropical do mundo, abrangendo uma área
de mais de 5 milhões de km².
A fauna é extremamente rica e conta com mais de 30
milhões de espécies.
A flora da Amazônia é bastante diversificada, constituída
por árvores, ervas, arbustos, lianas e trepadeiras
Abrigam, aproximadamente, 33 milhões de habitantes,
incluindo cerca 1,6 milhão de indígenas.
4. a Amazônia
Onde se localiza?
Abrange os territórios de: Brasil, Bolívia,
Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa,
Peru, Suriname e Venezuela.
Ocupa, aproximadamente, 49,29% do território
brasileiro, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas,
Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e
Tocantins.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a Amazônia Brasileira conta com
cerca de 4,2 milhões de km2. A extensão total
aproximada da Floresta Amazônica é de 5,5 milhões
de km2.
5. Qual a sua Vegetação?
A vegetação, de maneira geral, é caracterizada por uma floresta densa e pela
presença de árvores de grande porte. O bioma possui cerca de 3.650.000 km² de
florestas contínuas. De maneira específica, a vegetação é classificada em quatro
categorias:
• Mata de terra firme: Regiões de altitudes mais elevadas, caracterizadas por não
haver inundações e sua vegetação ser sempre seca. Há presença de árvores de
grande porte, como castanheira, palmeira e mogno.
• Mata de igapó: Terrenos de menores altitudes, estando esses inundados
praticamente por todo o tempo. Há presença de vegetação baixa, como musgos e
arbustos. Nessas matas, é possível encontrar a vitória-régia, planta aquática,
símbolo do bioma Amazônia.
• Matas de várzea: Regiões de altitudes intermediárias e que são inundadas em uma
determinada época do ano. As áreas mais altas permanecem inundadas por menos
tempo. Já as áreas menos elevadas permanecem inundadas por um tempo maior.
As espécies encontradas nessas áreas são semelhantes às encontradas nas matas
de igapó, apresentando, também, árvores de até 40 metros de altura.
• Floresta semiúmida: Tipo de vegetação de transição entre outros biomas, sua
cobertura vegetal é composta por árvores com alturas que variam entre 15 e 20
6. Clima & Hidrografia
O clima predominante na Amazônia é o equatorial úmido. Trata-se de uma região
caracterizada por longos períodos de chuvas, com índices pluviométricos que variam entre
1.500 mm e 3.600 mm por ano. A umidade do ar é elevada, chegando a 80%, e as
temperaturas variam entre 22ºC e 28ºC.
A Amazônia abrange a região da Bacia Amazônica, considerada a maior bacia hidrográfica
do planeta, ocupa mais de 7 milhões de km². Os rios são caracterizados pela cor de suas
águas. Há os rios barrentos, devido à concentração de nutrientes e sedimentos, como o
Rio Amazonas; há os rios de águas pretas, caracterizados pela presença de areia e
húmus, como o Rio Negro; e há os rios de águas claras, que não apresentam tanta
concentração de nutrientes e possuem corredeiras em seus trechos, como o Rio Xingu.
Os principais rios são:
Rio Amazonas: Nasce na Cordilheira dos Andes, no Peru. Entra no Brasil conhecido como
Solimões. Em alguns trechos, sua largura pode atingir 100 metros. É um rio bastante
navegável. Possui mais de 1.100 afluentes que nele deságuam.
Rio Negro: É considerado o maior afluente à margem esquerda do Rio Amazonas.
Tapajós: Nasce na divisa entre os estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas,
desaguando na margem direita do Rio Amazonas.
Madeira: Nasce na Cordilheira dos Andes, na Bolívia.
7. O solo da floresta amazônica é em geral bastante arenoso.
Possui uma fina camada de nutrientes que se forma a partir da
decomposição de folhas, frutos e animais mortos.
Esta camada é rica em húmus, matéria orgânica muito
importante para algumas espécies de plantas da região.
Em áreas desmatadas, as fortes chuvas “lavam” o solo,
carregando seus nutrientes. É o chamado processo de
lixiviação, que deixa os solos amazônicos ainda mais pobres.
Apenas 14% de todo o território pode ser considerado fértil para
a agricultura.
Na Amazônia são encontradas três principais formas de
relevo: planícies, representadas pelas áreas inundadas pelos
rios; planaltos, representados pelas regiões de serras; e
depressões, como a região das depressões norte e sul
amazônicas.
8. A estrutura geológica da região compreendida pelo
bioma é formada pelo Escudo das Guianas. Há
presença de bacias sedimentares ao longo da região
do Rio Amazonas. Escudos cristalinos são
encontrados ao norte e ao sul dessas
bacias sedimentares.
As planícies são constantemente inundadas pela
água dos rios. Na região de planaltos existem
algumas serras, como as de Taperapecó, Imeri e
Parima.
Ficam na Amazônia as formações de relevo mais
baixa (planície Amazônica) e mais alta (planalto das
Guianas) do país. É nesse planalto que se encontra
o Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, com
cerca de 3.015 metros.
9. Biodiversidade: Fauna
Fauna extremamente rica, conta com mais de 30 milhões de
espécies, sem contar com as ainda não catalogadas.
Região que acumula o maior número de espécies endêmicas do
planeta.
Não há uma definição exata das quantidades de animais, uma vez
que o bioma se estende por vários países. No Brasil, são ao
menos 311 mamíferos, 1.300 aves, 273 répteis, 232 anfíbios e
1800 peixes continentais
Cerca de 40% dos mamíferos são endêmicos, sendo 15%
compostos por primatas.
Há ainda 183 tipos de anfíbios considerados endêmicos, além de
160 tipos de aves.
A caça e pesca predatória são responsáveis pela extinção de
muitos desses animais endêmicos, mas é a devastação da
floresta o seu principal causador.
Dentre as espécies endêmicas da região amazônica pode-se citar
a Anta, o Boto cor de rosa, a Arara Vermelha, a Onça Pintada, o
Peixe Boi da Amazônia, a Ariranha, o Coró-Coró, o Gavião Real, a
Jararaca-Cinza, dentre outras espécies.
10. A flora da Amazônia é bastante diversificada, constituída por
árvores, ervas, arbustos, lianas e trepadeiras.
Na Amazônia, há florestas de terra firme, floresta de igapó e
floresta de várzea. Em cada uma é possível encontrar um tipo de
flora diferente.
Entre as espécies endêmicas se destacam a vitória-régia, o cacau-
da-amazônia, a castanha-do-brasil, o cupuaçu e a seringueira.
Apesar de parte da floresta estar devastada, ela ainda abriga mais
de 20 mil espécies de plantas, sendo que mais de 8 mil são
endêmicas (incluindo 60% de suas árvores).
A totalidade exata de espécies ainda é um mistério, o que se sabe
são estimativas que aumentam a cada dia.
É uma infinidade de árvores de grande importância no bioma,
dentre elas: o açaí, a seringueira, andiroba, pupunha, mogno,
cedro, cacau, cupuaçu, guaraná e tucumã.
Biodiversidade: Flora
11. Suas utilidades para o povos locais são muitas, desde
alimentação, geração de renda, uso da madeira, resinas e
látex, utilização nos preparos medicinais e ritualísticos, até a
presença no imaginário popular, em contos, lendas e causos.
Desempenha um papel imprescindível na manutenção de
serviços ecológicos, tais como, garantir a qualidade do solo,
dos estoques de água doce e proteger a biodiversidade.
Na Amazônia, a extração de produtos não-madeireiros (óleos,
resinas, ervas, frutos e borracha) contribui economicamente
para a vida de 400 mil famílias de extrativistas.
A Amazônia Legal abriga a maior parte das comunidades
Indígenas do Brasil (são 424 áreas e 115.344.445 hectares) e
povos dos quais dependem da floresta para perpetuarem seu
modo de vida e sua cultura.
12. Desmatamento
Intensivo
Nas últimas décadas, a Amazônia tem sofrido
um aumento no desmatamento de suas
áreas.
O bioma da Amazônia pode sofrer perdas
irreversíveis devido ao desmatamento.
O qual já chegou a 17% nos últimos 50 anos,
sendo que o limite seria 20%, para que não
houvesse consequências irreversíveis para o
clima e o ciclo hidrológico.
Segundo o Instituto do Homem e Meio
Ambiente da Amazônia (Imazon), o
desmatamento no bioma aumentou cerca de
40% entre os anos de 2017 e 2018,
perdendo-se quase 4.000 km² de mata
nativa.
A ocorrência do desmatamento deu-se,
principalmente, em áreas privadas,
13. 83
63
46
298
165
99 93
240
170
102
16
40
0
50
100
150
200
250
300
350
2011
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
33
107
53
71
42.5 34.5
139.5
232
431
487
55
82
0
100
200
300
400
500
600
2012
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Índices de Desmatamento na Amazônia
(2011 a 2021)
Dados extraídos do Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (SAD), fornecido pelo site da Imazon.
Km2 Km2
14. Índices de Desmatamento na Amazônia
(2011 a 2021)
18
45
53
140
84
184
152
185
103
43
37
56
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
2013
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
107
11 20
101
185
843
355
437
402
244
195
95
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2014
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Km2
Km2
Dados extraídos do Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (SAD), fornecido pelo site da Imazon.
15. Índices de Desmatamento na Amazônia
(2011 a 2021)
288
42
58
137
389
494
542
415
229 230
99
175
0
100
200
300
400
500
600
2015
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
52
213
626
388
972
539
582
387
230
484
42
0
200
400
600
800
1000
1200
2016
Janeiro Fevereiro & Março Abril Maio
Junho Julho Agosto Setembro
Outubro Novembro Dezembro
Km2
Km2
Dados extraídos do Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (SAD), fornecido pelo site da Imazon.
16. Índices de Desmatamento na Amazônia
(2011 a 2021)
42
97 96
365
537 544
184
241
261
56
184
0
100
200
300
400
500
600
2017
Janeiro Fevereiro & Março Abril Maio
Junho Julho Agosto Setembro
Outubro Novembro Dezembro
70
214
287
217
634
1169
778
545
444
187
287
246
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
2018
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Km2 Km2
Dados extraídos do Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (SAD), fornecido pelo site da Imazon.
17. Índices de Desmatamento na Amazônia
(2011 a 2021)
108 93 67
195
797 801
1287
886
802
583
354
227
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
2019
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
188
102
254
529
649
822
1147
1499
1224
890
484
276
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2020
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Km2 Km2
Dados extraídos do Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (SAD), fornecido pelo site da Imazon.
18. Índices de Desmatamento na Amazônia
(2011 a 2021)
Ilustração da representação das
áreas desmatadas em Julho de 2021,
relatados pelo Sistema de Alerta de
Desmatamento (SAD - Imazon).
196 179
810 778
1125
926
2095
1224
803
480
140
0
500
1000
1500
2000
2500
2021
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Km2
Dados extraídos do Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (SAD), fornecido pelo site da Imazon.
19. Índices de Desmatamento na Amazônia
(2011 a 2021)
1145
1767.5
1097
2995 3098
4515
2607
5078
6200
8064
8756
117.5 147.2 91.4 249.5 258.1 376.25 217.25
423.1 516.6 672 729.66
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
ÁREA
DESMATADA
(EM
KM
2
)
Índice do Desmatamento 2011 - 2021
Total Anual (Quilometros Quadrados) Média de Desmatamento Mensal (Quilometros Quadrados)
Dados com base nos gráficos anteriores
20. Dentre os principais motivos do desmatamento na Amazônia,
destacam-se:
Queimadas ou os incêndios florestais; Atividade das madeireiras;
Atividade pecuária; Impunidade a crimes ambientais; Retrocessos em
políticas ambientais; Mineração; Estímulo à grilagem de terras
públicas e a retomada de grandes obras.
Segundo o relatório da Rede Amazônica de Informação
Socioambiental Georreferenciada (RAISG), a agropecuária é a causa
de 84% do desmatamento da Amazônia.
Estudos mostraram que, na Amazônia Legal brasileira, 94,9% do
desmatamento ocorreu nos 5,5 km adjacentes às estradas e 1 km dos
rios, o que evidencia a relação entre a expansão das vias no local e a
eliminação da vegetação nativa.
O quê leva o Desmatamento a acontecer?
21. Alteração do funcionamento dos ecossistemas;
Alterações climáticas do mundo e do clima
regional;
Prejuízos econômicos e sociais para o ambiente;
Impacto na fertilidade do solo e nos ciclos
hidrológicos;
Aumento dos gases que colaboram com o efeito
estufa;
Crescimento das taxas de nascimentos
prematuros;
Aumento de mortes e doenças respiratórias nas
pessoas e nos animais.
Quais as consequências para a Humanidade?
22. É possível reduzir ou evitar o
Desmatamento?
O fim do desmatamento da Amazônia depende,
basicamente, de quatro linhas de atuação, que incluem:
Implementação de políticas públicas ambientais efetivas
e perenes;
Apoio a usos sustentáveis da floresta e melhores
práticas agropecuárias;
Restrição drástica do mercado para produtos associados
a novos desmatamentos;
Engajamento de eleitores, consumidores e investidores
nos esforços de zerar o desmatamento.
23. Afinal, há como o Governo agir para zerar o
Desmatamento?
• No âmbito governamental, podem ser adotados algumas
medidas para zerar o desmatamento da Amazônia, tais
como:
• O fim de subsídio aos desmatadores; aumento da fiscalização ambiental;
• Repressão da grilagem; criação de mais Unidades de Conservação;
• Demarcação de Terras Indígenas;
• Apoio de usos sustentáveis da floresta e melhores práticas agropecuárias;
• Fortalecimento de planos que aumentem a renda associada à conservação florestal;
• Criação de programas que remunerem o produtor que conserva áreas além do
requerido pela legislação;
• Aumento das transferências financeiras para municípios e Estados que
reduzem desmatamento e mantêm maior estoque de floresta;
• Priorização do crédito rural para municípios que reduziram o desmatamento, entre
24. É desnecessário continuar com o desmatamento
na Amazônia, já que se calcula ser possível
abrigar toda a produção agropecuária nas áreas
que já se encontram abertas, e diante das possíveis
medidas de combate, mostra-se viável o conceito e
utilização do desenvolvimento sustentável. Tais
políticas, se aplicadas não somente à Amazônia,
mas também a outros biomas, seriam capazes de,
antes de 2030, zerar o desmatamento no país.
Conclusão