O documento apresenta descrições de diferentes biomas brasileiros, incluindo a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas. Detalha as características geográficas, climáticas e ecológicas de cada bioma, assim como principais ameaças a esses ecossistemas.
Projeto integrado de aprendizage1 sociologia em ação
Biomas brasileiros flavia marques
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2. De origem grega, a palavra bioma (bio = vida
+ oma = grupo) foi utilizada pela primeira vez
nos anos 1940 por Frederic Clements para
designar grandes unidades caracterizadas
pela uniformidade na distribuição e
predomínio de espécies de flora e fauna,
associadas a relevo, solos e macroclimas. Mais
tarde, a classificação foi aprimorada,
passando a designar grandes unidades com
características semelhantes no que se refere à
sua fisionomia, formas de vida, estruturas e
fatores ambientais associados - clima, relevo,
solos e hidrografia.
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4. Bacia Amazônica: desde sua nascente, na Cordilheira dos
Andes, no Peru, até a foz, o Amazonas tem uma extensão de
6.400 quilômetros, superando o Nilo, segundo as últimas
pesquisas. É também o maior rio do planeta em vazão, com
volume variando de 120 milhões a 200 milhões de litros de água
por segundo. Essa vazão de água doce corresponde a 20% de
todos os rios do planeta. Estima-se que por dia ele lance no
Oceano Atlântico 1,3 milhões de toneladas de sedimentos.
Bioma Amazônia: Corresponde ao conjunto de ecossistemas
que formam a Bacia Amazônica. Está presente em nove países
da América Latina. Além das florestas tropicais, sua paisagem
também é composta por mangues, cerrados, várzeas, entre
outros. No Brasil, encontra-se o núcleo dessa paisagem, a Hiléia
amazônica, com grande concentração de árvores de grande
porte, com até 50 metros de altura, tendo o rio Amazonas
como eixo que domina 300 quilômetros para cada lado do seu
curso, que ocupa 3,5 milhões de quilômetros quadrados.
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7. Imensa fachada florestal que surpreendeu os portugueses em sua
chegada, as Matas Atlânticas guardavam segredos que aos poucos
foram sendo revelados. Recobrindo originalmente de 12% a 15% do que
veio a ser o território brasileiro, elas se distribuíam pela faixa litorânea do
Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando para áreas
interiores e alcançando frações dos atuais Paraguai e Argentina, em
uma área de aproximadamente 1,1 milhão de quilômetros quadrados.
Do extraordinário conjunto natural, formado sob a influência dos ventos
úmidos oceânicos, resta hoje somente 7% da cobertura original. Na
região vive cerca de 62% da população brasileira, o equivalente a 110
milhões de pessoas, e está a maior concentração de atividades do país
- cidades, estradas, portos, agropecuária, extrativismo etc. A área é
palco de desmatamento ilegal e intensa especulação imobiliária, ao
mesmo tempo em que abriga populações que lutam para manter seus
modos de vida tradicionais, como caiçaras, indígenas e descendentes
de quilombolas.
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9. Os cerrados estão localizados basicamente
no Planalto Central do Brasil. Configurando
o que Aziz Ab´Saber denominou como
domínio morfoclimático, eles
correspondem à extensão de chapadões
tropicais com cerrados e matas-galeria. Há
também fragmentos de cerrado em
Roraima, Amapá, Amazonas, Minas Gerais,
em estados do Nordeste e no sul-sudeste
do Brasil. Em sua origem, o bioma recobria
cerca de 2,1 milhões de quilômetros
quadrados, ou 23% da área total do
território nacional.
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11. As tradicionais imagens da caatinga e do
semiárido nordestino, com solos secos e
rachados e plantas de pequeno porte,
muitas vezes deixam de revelar a extrema
complexidade e diversidade do bioma.
Suas paisagens refletem um clima de forte
insolação, temperaturas elevadas na maior
parte do ano, solos pedregosos, chuvas
escassas e irregulares, com secas
periódicas. Parte dos rios é intermitente e
sazonal; as exceções são os caudalosos
Parnaíba e São Francisco.
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13. Chamado de Paraíso das Águas, o Pantanal matogrossense conforma a maior planície
de inundação contínua do mundo, numa área de transição entre a floresta
amazônica, o Planalto Central brasileiro e o Chaco boliviano. Com diversos
ecossistemas aquáticos, semi-aquáticos e terrestres e vegetação predominantemente
aberta, o que mais chama a atenção na região é seu regime de cheias, de novembro
a fevereiro, em que as águas de mais de 4 mil km de rios da região transbordam e
alagam a planície. No período da estiagem, com menos água, que chega de bacias
adjacentes lentamente, os rios retornam ao seu leito, formando-se milhares de lagoas
(chamadas de "baías") nas margens.
Ali, a vida fervilha com o intenso movimento de pássaros, peixes, répteis e mamíferos. O
Pantanal é também o paraíso das aves, com cerca de 650 espécies diferentes. Aves
aquáticas e espécies migratórias pousam na região em busca de abrigo, alimentação
e locais para a sua reprodução. Ipês de cores variadas, buritis, onças, capivaras,
cobras e jacarés e o desengonçado tuiuiú compõem as paisagens. A região é um pólo
de pecuária, pesca e turismo, com o gradativo avanço da agricultura moderna.
Ameaçam este ecossistema o uso de biocidas agrícolas, a substituição de pastagens
originais por espécies exóticas e a retirada de matas ciliares. A criação de animais ao
natural, de forma controlada, seria uma alternativa mais sustentável, assim como o
ecoturismo controlado.
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15. Os Pampas ou Campos sulinos são conjuntos
naturais formados por extensas planícies e
colinas suaves recobertas por gramíneas,
varridas pelos ventos do sul e associadas aos
banhados e lagunas próximas à faixa costeira
ou pontuadas por araucárias e matas
subtropicais nos interiores. Dada a sua
configuração, constituem excepcionais
pastagens naturais, mas o desaparecimento
das coberturas e a exploração nas áreas de
arenitos têm feito avançar os campos de
dunas e areais, em especial no sudoeste
gaúcho.