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ANÁLISE ECONÔMICA DE INSTALAÇÕES DE ESTOCAGEM
SUBTERRÂNEA DE GÁS NATURAL (ESGN)
Gabriel de F. da Costa, Claudia M. C. Bonelli, Marcelo F. Alfradique
AGENDA
• Introdução
• Metodologia
• Parâmetros Técnicos
• Parâmetros Econômicos
• Estudos de Caso
• Resultados
• Conclusões
INTRODUÇÃO
• Garantia de Suprimento
• Arbitragem de Preços
• Venda de gás natural flexível
• Peak-Shaving para Produtores
• Modalidades:
• Reserva de Capacidade (US$/MMBtu/mês)
• Venda do Serviço (US$/MMBtu)
INTRODUÇÃO
Tarifa de Reserva de Capacidade:
depende do CAPEX, OPEX e
Capacidade de Estocagem
Tarifa de Venda do Serviço:
depende do regime de injeções e
retiradas, e do inventário máximo
que será utilizado na campanha
Venda do
Serviço
(US$/MMBtu)
Reserva de
Capacidade
(US$/MMBtu/mês)
CAPEX e OPEX
Tipo de
ESGN
Profundidade
(m)
Volume de gás
útil (milhões
de m³)
Custo de
investimento
(U$S/m³)
Custo de
operação
(U$S/m³)
Campo
Depletado
< 1.000 500 – 1.000 0,14 - 0,17 0,008 - 0,017
1.000 - 2.000 500 – 1.000 0,10 - 0,30 0,010
> 2.000 500 – 1.000 0,07 - 0,36 0,006 - 0,016
Aquífero > 1.000
< 500 0,42 - 0,66 0,019
500 – 1.000 0,22 - 0,42 0,006 - 0,020
> 1.000 0,12 - 0,26 -
Caverna
Salina
< 1.000 < 500 0,94 0,054 - 0,170
1.000 – 2.000 - 0,49 - 0,62 -
Fonte: Elaboração própria EPE, com base em MUÑOZ (2012).
OPEX
7% ao
ano
Fonte: EIA (2015).
Parâmetros Técnicos e Econômicos
• Campo Depletado
• 3 anos de construção
• Vida útil de 30 a 40 anos
• 30 anos de Fluxo de Caixa
• TIR de 10% e 15%
• CAPEX = US$ 100 milhões
(já considera gás de base)
• OPEX = 7% ao ano
• Capacidade Útil = 120 MMm³
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miUS$2006
Caverna Salina Aquífero Campo Depletado
Fonte: adaptado de EDI (2016).
CASO BASE: Viabilidade de um Projeto de ESGN
• Modelo de Negócio: Reserva de Capacidade
• Cobrança por US$/MMBtu/mês
• Independe do regime de injeções/retiradas,
mas está limitado aos fatores técnicos do
projeto (recomendado: um ciclo por ano).
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FluxodeCaixaDescontado(US$mi)
Resultados
TIR de 10%:
Tarifa de US$ 0,47 /MMBtu/mês
(foi usada para os próximos Casos)
TIR de 15%:
Tarifa de US$ 0,63 /MMBtu/mês
CASO 1: Arbitragem de Preços de GNL
• Compra e injeção por 9 meses
(quando o GNL está mais barato)
• Retirada e venda por 3 meses
(quando o GNL está mais caro)
• Preço do GNL comprado, regaseificado e injetado:
US$ 7,00 /MMBtu (média do 1º semestre de 2017)
• Preço do GNL que deve ser vendido: calculado
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peloBrasil
(US$/MMBtu)
Resultado
O preço do GNL deve ser US$ 6,16 /MMBtu
mais caro no inverno, para que a estratégia
seja viável.
Já houve diferenças desta ordem!
CASO 2: Venda de Gás Natural para UTEs
• Compra e injeção por 10 meses
(de um produtor, em base firme)
• Retirada e venda por 2 meses
(para UTE que aceitaria pagar preços de GNL)
• Preço do gás natural comprado e injetado: US$ 7,00
/MMBtu (400 mil m³/d, base firme)
• Preço do gás natural que deve ser vendido: calculado
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(milhõesdem³/dia)
Injeção Retirada Inventário
Resultado
A UTE deve estar disposta a pagar US$ 5,15 /MMBtu
a mais, no contrato flexível, do que o valor de venda
do gás natural pelo produtor em base firme.
CASO 3: Peak-Shaving para Produtores
• Compra e injeção no pico de produção
(até 1 milhão de m³/d por 6 meses)
• Retirada e venda no “vale” de produção
(até 1 milhão de m³/d por 6 meses)
• Preço do gás natural comprado e injetado:
US$ 0,00 /MMBtu (será vendido o serviço)
• Preço do serviço: calculado
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Produção Líquida de um projeto de E&P hipotético
Pico “Vale”
Plateau de ProduçãoResultado
O serviço de peak-shaving deve ser oferecido
ao produtor a um preço de US$ 5,75 /MMBtu
para que a estratégia seja viável.
CASO 4: Análise Usando Dados Históricos
• A demanda térmica de gás natural do RJ (CEG
e CEG-Rio) teve variações importantes entre
2010 e 2017, assim como os preços de GNL
no mercado internacional.
• Caso houvesse estocagem, o operador da
ESGN poderia ter comprado volumes firmes
com as CDLs por ano, a preços de gás natural
nacional, que seriam injetados e retirados, e
repassados às UTEs conforme a necessidade.
• Neste caso, as UTEs poderiam estar dispostas
a pagar pelo gás natural o mesmo valor que
pagariam pelo GNL, já regaseificado, em cada
mês.
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Inventário(milhãodem³)
CompraeVenda(milhõesdem³/d)
Compra da CDL
Venda para as UTEs
Inventário
Resultados
• Seriam necessários projetos de ESGN
somando 1 milhão de m³ de gás útil
(aproximadamente 8 projetos similares ao
do Caso Base).
• ESGN corresponderia a 5% da demanda
diária máxima (factível, considerando EUA
18%, França 29%, Alemanha 24%).
• VPL igual a US$ 790 milhões, ou seja,
US$ 99 milhões/ano (12% do CAPEX por
ano, considerando 8 projetos de US$ 100
milhões).
A estratégia seria viável.
RESULTADOS
• Caso Base: US$ 0,47 ou US$ 0,63 /MMBtu/mês
• Caso 1: GNL no inverno US$ 6,16 /MMBtu mais caro
• Caso 2: UTE pagaria US$ 5,15 /MMBtu pela flexibilidade
• Caso 3: produtor pagaria US$ 5,75 /MMBtu pelo peak-shaving
• Caso 4: o VPL teria sido positivo, US$ 99 milhões/ano
Fonte: Gazprom.
CONCLUSÕES
• Diversas estratégias possíveis
para monetização da atividade
de ESGN
• Campanhas de 1 ano ou mais
• Viabilidade com US$ 5 a US$ 6
/MMBtu de pagamento pelos
serviços
• Depende de quanto os usuários
estarão dispostos a pagar, o
que por sua vez dependerá do
custo de oportunidade
(ex: diferença de preços de GNL no
mercado internacional, ou valor da
flexibilidade para UTEs).
• A TIR depende da percepção de risco
• Deve ser observada a incidência de
margem de distribuição, tarifa de
transporte, impostos e tributos
• Duplo pagamento de alguma destas
parcelas (tanto na injeção quanto na
retirada) pode comprometer a
viabilidade
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Analise economica de instalacoes de ESGN

  • 1. ANÁLISE ECONÔMICA DE INSTALAÇÕES DE ESTOCAGEM SUBTERRÂNEA DE GÁS NATURAL (ESGN) Gabriel de F. da Costa, Claudia M. C. Bonelli, Marcelo F. Alfradique
  • 2. AGENDA • Introdução • Metodologia • Parâmetros Técnicos • Parâmetros Econômicos • Estudos de Caso • Resultados • Conclusões
  • 3. INTRODUÇÃO • Garantia de Suprimento • Arbitragem de Preços • Venda de gás natural flexível • Peak-Shaving para Produtores • Modalidades: • Reserva de Capacidade (US$/MMBtu/mês) • Venda do Serviço (US$/MMBtu)
  • 4. INTRODUÇÃO Tarifa de Reserva de Capacidade: depende do CAPEX, OPEX e Capacidade de Estocagem Tarifa de Venda do Serviço: depende do regime de injeções e retiradas, e do inventário máximo que será utilizado na campanha Venda do Serviço (US$/MMBtu) Reserva de Capacidade (US$/MMBtu/mês)
  • 5. CAPEX e OPEX Tipo de ESGN Profundidade (m) Volume de gás útil (milhões de m³) Custo de investimento (U$S/m³) Custo de operação (U$S/m³) Campo Depletado < 1.000 500 – 1.000 0,14 - 0,17 0,008 - 0,017 1.000 - 2.000 500 – 1.000 0,10 - 0,30 0,010 > 2.000 500 – 1.000 0,07 - 0,36 0,006 - 0,016 Aquífero > 1.000 < 500 0,42 - 0,66 0,019 500 – 1.000 0,22 - 0,42 0,006 - 0,020 > 1.000 0,12 - 0,26 - Caverna Salina < 1.000 < 500 0,94 0,054 - 0,170 1.000 – 2.000 - 0,49 - 0,62 - Fonte: Elaboração própria EPE, com base em MUÑOZ (2012). OPEX 7% ao ano Fonte: EIA (2015).
  • 6. Parâmetros Técnicos e Econômicos • Campo Depletado • 3 anos de construção • Vida útil de 30 a 40 anos • 30 anos de Fluxo de Caixa • TIR de 10% e 15% • CAPEX = US$ 100 milhões (já considera gás de base) • OPEX = 7% ao ano • Capacidade Útil = 120 MMm³ -250 -200 -150 -100 -50 - 50 100 150 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 24 25 26 27 28 29 30 miUS$2006 Caverna Salina Aquífero Campo Depletado Fonte: adaptado de EDI (2016).
  • 7. CASO BASE: Viabilidade de um Projeto de ESGN • Modelo de Negócio: Reserva de Capacidade • Cobrança por US$/MMBtu/mês • Independe do regime de injeções/retiradas, mas está limitado aos fatores técnicos do projeto (recomendado: um ciclo por ano). (40) (35) (30) (25) (20) (15) (10) (5) - 5 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 FluxodeCaixaDescontado(US$mi) Resultados TIR de 10%: Tarifa de US$ 0,47 /MMBtu/mês (foi usada para os próximos Casos) TIR de 15%: Tarifa de US$ 0,63 /MMBtu/mês
  • 8. CASO 1: Arbitragem de Preços de GNL • Compra e injeção por 9 meses (quando o GNL está mais barato) • Retirada e venda por 3 meses (quando o GNL está mais caro) • Preço do GNL comprado, regaseificado e injetado: US$ 7,00 /MMBtu (média do 1º semestre de 2017) • Preço do GNL que deve ser vendido: calculado 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Inventário (milhõesdem³) InjeçãoeRetirada (milhõesdem³/dia) Injeção Retirada Inventário - 5 10 15 20 out/06 jul/09 abr/12 dez/14 set/17 jun/20 PreçomédioFOBdo GNLspotcontratado peloBrasil (US$/MMBtu) Resultado O preço do GNL deve ser US$ 6,16 /MMBtu mais caro no inverno, para que a estratégia seja viável. Já houve diferenças desta ordem!
  • 9. CASO 2: Venda de Gás Natural para UTEs • Compra e injeção por 10 meses (de um produtor, em base firme) • Retirada e venda por 2 meses (para UTE que aceitaria pagar preços de GNL) • Preço do gás natural comprado e injetado: US$ 7,00 /MMBtu (400 mil m³/d, base firme) • Preço do gás natural que deve ser vendido: calculado 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Inventário (milhõesdem³) InjeçãoeRetirada (milhõesdem³/dia) Injeção Retirada Inventário Resultado A UTE deve estar disposta a pagar US$ 5,15 /MMBtu a mais, no contrato flexível, do que o valor de venda do gás natural pelo produtor em base firme.
  • 10. CASO 3: Peak-Shaving para Produtores • Compra e injeção no pico de produção (até 1 milhão de m³/d por 6 meses) • Retirada e venda no “vale” de produção (até 1 milhão de m³/d por 6 meses) • Preço do gás natural comprado e injetado: US$ 0,00 /MMBtu (será vendido o serviço) • Preço do serviço: calculado 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Inventário (milhõesdem³) InjeçãoeRetirada (milhõesdem³/dia) Injeção Retirada Inventário 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 milhõesdem³/d Produção Líquida de um projeto de E&P hipotético Pico “Vale” Plateau de ProduçãoResultado O serviço de peak-shaving deve ser oferecido ao produtor a um preço de US$ 5,75 /MMBtu para que a estratégia seja viável.
  • 11. CASO 4: Análise Usando Dados Históricos • A demanda térmica de gás natural do RJ (CEG e CEG-Rio) teve variações importantes entre 2010 e 2017, assim como os preços de GNL no mercado internacional. • Caso houvesse estocagem, o operador da ESGN poderia ter comprado volumes firmes com as CDLs por ano, a preços de gás natural nacional, que seriam injetados e retirados, e repassados às UTEs conforme a necessidade. • Neste caso, as UTEs poderiam estar dispostas a pagar pelo gás natural o mesmo valor que pagariam pelo GNL, já regaseificado, em cada mês. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 - 5 10 15 20 25 jan/10 abr/10 jul/10 out/10 jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13 jul/13 out/13 jan/14 abr/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 jul/15 out/15 jan/16 abr/16 jul/16 out/16 jan/17 abr/17 jul/17 out/17 Inventário(milhãodem³) CompraeVenda(milhõesdem³/d) Compra da CDL Venda para as UTEs Inventário
  • 12. CASO 4: Análise Usando Dados Históricos 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 - 5 10 15 20 25 jan/10 abr/10 jul/10 out/10 jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13 jul/13 out/13 jan/14 abr/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 jul/15 out/15 jan/16 abr/16 jul/16 out/16 jan/17 abr/17 jul/17 out/17 Inventário(milhãodem³) CompraeVenda(milhõesdem³/d) Compra da CDL Venda para as UTEs Inventário Resultados • Seriam necessários projetos de ESGN somando 1 milhão de m³ de gás útil (aproximadamente 8 projetos similares ao do Caso Base). • ESGN corresponderia a 5% da demanda diária máxima (factível, considerando EUA 18%, França 29%, Alemanha 24%). • VPL igual a US$ 790 milhões, ou seja, US$ 99 milhões/ano (12% do CAPEX por ano, considerando 8 projetos de US$ 100 milhões). A estratégia seria viável.
  • 13. RESULTADOS • Caso Base: US$ 0,47 ou US$ 0,63 /MMBtu/mês • Caso 1: GNL no inverno US$ 6,16 /MMBtu mais caro • Caso 2: UTE pagaria US$ 5,15 /MMBtu pela flexibilidade • Caso 3: produtor pagaria US$ 5,75 /MMBtu pelo peak-shaving • Caso 4: o VPL teria sido positivo, US$ 99 milhões/ano Fonte: Gazprom.
  • 14. CONCLUSÕES • Diversas estratégias possíveis para monetização da atividade de ESGN • Campanhas de 1 ano ou mais • Viabilidade com US$ 5 a US$ 6 /MMBtu de pagamento pelos serviços • Depende de quanto os usuários estarão dispostos a pagar, o que por sua vez dependerá do custo de oportunidade (ex: diferença de preços de GNL no mercado internacional, ou valor da flexibilidade para UTEs). • A TIR depende da percepção de risco • Deve ser observada a incidência de margem de distribuição, tarifa de transporte, impostos e tributos • Duplo pagamento de alguma destas parcelas (tanto na injeção quanto na retirada) pode comprometer a viabilidade