Barragem Brejão segue em construção com pagamento de desapropriações e expectativa de turismo
1. Barragem Brejão segue em ritmo
normal, apesar das chuvas
A barragem Brejão, que
está sendo construída em uma
área que atende os municí-
pios de Brejão e Terezinha, no
Agreste Meridional, segue em
ritmo normal, apesar do perío-
do chuvoso deste inverno. De
acordo com o engenheiro fis-
cal Nilson Francisco da Silva,
da Secretária de Recursos Hí-
dricos e Energéticos (SRHE)
do Governo do Estado, as
obras não foram tão prejudica-
das porque o terreno é arenoso.
“Tem chovido bastante,
mas dá para a gente tocar. O
material lá é arenoso, e não
argiloso. Isso possibilita que
não forme tanta lama e possa-
mos trabalhar, mesmo que em
um ritmo menos acelerado. A
verdade é que não está atrapa-
lhando tanto”, explica Nilson
da Silva, que ainda destaca a
importância da colaboração da
comunidade local para que a
obra possa ser tocada de forma
rápida.
“Os caminhos de serviço
INFORMATIVO
que estamos fazendo exclusi-
vamente para o acesso à bar-
ragem passam por diversas
propriedades. Precisamos, en-
tão, negociar diretamente com
os proprietários para obtermos
êxito. Se levássemos caso a
caso para fazer o levantamento
de área, a negociação e o paga-
mento, a burocracia seria mui-
to grande”, explica. “Sei que
a necessidade deles é água, e
todos possuem barreiros nos
terrenos. Demos, então, uma
melhorada nesses barreiros.
Dessa forma, não dificultaram
para o nosso lado. Ao contrá-
rio, nos ajudaram muito. Con-
seguimos negociar sem buro-
cracia, e eles ficaram felizes”,
completa.
Atualmente, a barragem
Brejão, que terá como prin-
cipais finalidades o abasteci-
mento da região e a conten-
ção de cheias, está na fase de
desvio do rio, remoção do
material da terceira camada
do solo com uso de dinamite
e limpeza de parte do terre-
no. A capacidade de arma-
zenamento de água será de
11,56 milhões m³, em uma
área inundada de 116,76
hectares. O investimento é
de R$ 39 milhões, com prazo
previsto de execução em 12
meses. Ou seja, a obra será
entregue, se tudo continuar
transcorrendo dentro da nor-
malidade, até o mês de abril
do próximo ano.
O Instituto de Tecnolo-
gia de Pernambuco (ITEP),
através do contrato de gestão
com a SHRE, faz o controle
tecnológico e o monitora-
mento do Plano de Controle
Ambiental (PCA) da barra-
gem nessa fase do projeto,
assim como em Gatos, Pa-
nelas II, Barra de Guabiraba,
Igarapeba e Serro Azul.
Obras na barragem Brejão não pararam totalmente, embora tenha
chovido bastante na região.
2. INFORMATIVO PROJETO BARRAGENS | BREJÃOINFORMATIVO PROJETO BARRAGENS2
Prefeitura de Brejão aposta em potencial
turístico da barragem no município
À sombra de Garanhuns,
município vizinho que recebe
muitos turistas, principalmen-
te no inverno, Brejão agora
vislumbra a possibilidade de
também atrair visitantes para
seu território. Pelo menos essa
é a esperança alimentada pelos
representantes da Prefeitura da
cidade. Para o prefeito, Ronal-
do Ferreira de Melo, e o se-
cretário de Turismo, José Nor-
mando Barbosa, a barragem,
que está sendo construída na
divisa com a cidade de Terezi-
nha, poderá, se bem explorada,
servir de atração para pessoas
que buscam lazer e prática des-
portiva em águas represadas.
“Além de conter cheias e
abastecer a região, tenho cer-
teza de que essa barragem vai
nos beneficiar também no tu-
rismo. No momento, o nosso
município não tem uma di-
versão, mas poderá vir a ter.
E tendo esse movimento de
gente, existirá uma entrada
de recurso para investirmos
cada vez mais nas necessida-
des da população”, prevê Ro-
naldo Ferreira, que aguarda
um posicionamento de em-
presários e proprietários de
terrenos em Brejão que dese-
jem explorar esse potencial.
“Temos apenas um começo
de estrutura para receber os
turistas. Possuímos só uma
fazenda para hospedá-los.
Essa barragem, portanto, de-
verá servir de estímulo para
investimentos em infraestru-
tura e parcerias. Podemos tra-
zer visitantes, por exemplo,
para fazer uma caminhada ou
uma cavalgada, sem falar no
frio, que é agradável, prin-
cipalmente nesta época do
ano”, comenta o prefeito.
José Normando expli-
ca que pretende incentivar a
promoção de eventos liga-
dos aos esportes náuticos,
além do lazer. “Vamos buscar
maiores informações sobre as
possibilidades de utilização
da água represada pela bar-
ragem. Se não existirem em-
pecilhos, as pessoas poderão
pescar e usar jet ski, barcos à
vela e caiaques. Ainda pode-
“Um tempo atrás, o
gado estava morrendo de
sede. Só se via ossos nas
propriedades. E eram jus-
tamente ossos do gado
que morria. Água é vida.
Não existindo, morre-se”,
relata, emocionado, o en-
genheiro fiscal da obra,
Nilson Francisco da Silva,
da Secretaria de Recur-
sos Hídricos e Energéticos
(SRHE) do Governo do Es-
tado. Esse depoimento ilus-
tra a dura realidade vivida
nos períodos de seca por
muitas famílias que moram
ou são donas de proprieda-
des nessa região.
“Abaixo da barragem
existe uma área agreste,
muito árida. Não há lençol
freático nessa região. Então,
sofremos muito no período
de verão”, emenda o secre-
tário de Turismo de Brejão,
José Normando Barbosa,
que está feliz da vida com a
chegada do empreendimen-
to promovido pelo Governo
do Estado.“Com essa barra-
gem, o rio será perenizado.
Teremos água durante todo
o verão. A agricultura e a pe-
cuária serão beneficiadas”,
comemora.
“Essa barragem no Ria-
cho Seco trará benefícios
incalculáveis para a região,
tanto no que diz respeito à
pecuária, quanto à agricul-
tura e a outras atividades ri-
beirinhas”, afirma o aposen-
tado José Antônio da Silva
Gomes, 71 anos, o primeiro
a receber os recursos finan-
ceiros das desapropriações
em Brejão.
Represamento será vital para épocas
de estiagem prolongada
rão vir comer um peixe assa-
do em um bom restaurante na
beira do lago”, anuncia.
O secretário municipal
completa que Brejão já teve um
tempo em que era muito forte
no turismo rural, porém atual-
mente não está em evidência.
“Queremos retomar essa voca-
ção a partir do próximo ano. As
fazendas banhadas pelo Riacho
Seco poderão aproveitar o mo-
mento para organizar o turismo
rural novamente. É um turismo
diferenciado do hotel fazenda.
Contudo, esse é um investi-
mento privado. A Prefeitura
pode entrar com a mídia e cola-
borar para aumentar a quantida-
de de turistas”, salienta.
Enquanto os turistas não
chegam para aproveitar as
vantagens proporcionadas pela
barragem, o prefeito Ronaldo
Ferreira contabiliza os benefí-
cios da obra de construção do
empreendimento para o muni-
cípio. “Essa barragem é muito
bem-vinda a Brejão. Somente
os impostos que a obra está ge-
rando para o município já tem
sido muita coisa para a nossa
cidade, que é pobre em recur-
sos. A mão de obra local tam-
bém está sendo beneficiada,
além de aumentar a geração de
renda em geral”, exalta.
O prefeito de Brejão, Ronaldo Ferreira, acredita que barragem
estimulará parcerias e investimentos em infraestrutura.
José Normando, secretário de Turismo, espera que haja um aumento no
número de visitantes na região para aproveitar a água represada.
3. INFORMATIVO PROJETO BARRAGENS | BREJÃOINFORMATIVO PROJETO BARRAGENS3
Donos de propriedades e moradores do entorno
da barragem Brejão começam a receber os
recursos financeiros das desapropriações
O Governo do Estado já
está fazendo o pagamento
dos recursos financeiros aos
moradores e donos de pro-
priedades que serão desa-
propriadas onde está sendo
construída a barragem Bre-
jão. De acordo com o enge-
nheiro fiscal da obra, Nilson
Francisco da Silva, da Secre-
tária de Recursos Hídricos e
Energéticos (SRHE) do Go-
verno de Pernambuco, a área
que será inundada atingirá
diretamente 22 famílias, de
29 propriedades.
O número de famílias é
diferente do número de pro-
priedades, porque, segun-
do ele, existem pessoas que
são donas de mais de uma
propriedade. “É importante
entender que se trata de um
processo detalhado e que não
é feito de qualquer jeito. Aos
poucos, os pagamentos vão
sendo feitos, na medida que
forem sendo verificados to-
dos os procedimentos. Já fo-
ram liberados alguns e outros
estão perto de serem indeni-
zados”, informa o engenhei-
ro. “O bom é que os desapro-
priados não fizeram objeção.
Estamos conseguindo entrar
em acordo para que tudo
transcorra bem”, acrescenta.
O aposentado José Antô-
nio da Silva Gomes, de 71
anos, já recebeu o dinheiro
Estou satisfeito. Até me ad-
mirei com o comportamento
do Governo do Estado, pois
o que tinha ouvido falar é
que não pagava ou demora-
va. Mas vi que é diferente.
Houve um ajuste com as pes-
soas corretas e encarregadas.
Existiu um acordo para o pa-
gamento do espaço que foi
desapropriado e recebi tudo
direitinho, conforme prome-
tido”, declara. O recurso está
guardado no banco, mas ele
espera usá-lo para ingressar
no ramo da construção civil.
Quem ainda será indeni-
zado também já faz planos
para o futuro. Esse é o caso,
por exemplo, do comercian-
te Francisco de Assis Pinto
Farias, de 47 anos, que está
satisfeito com o acordo e não
vê a hora de receber o que
lhe é de direito para inves-
tir no próprio mercado que
mantém em Brejão. “Está
tudo certo na negociação. O
valor está dentro do que eu
imaginava mesmo. Pretendo
reformar e ampliar o merca-
do para aumentar o número
de clientes”, revela, estam-
pando um sorriso no rosto.
OaposentadoJoséAntônioGomesdesejaentrarnoramodaconstruçãocivil.
O comerciante Francisco de Assis quer reformar o mercado com o
dinheiro da desapropriação.
Propriedades estão sendo desapropriadas para a construção da barragem Brejão e para acesso dos veículos ao local onde será erguido o paredão.
relativo a uma área desa-
propriada e está contente
com o acerto. Ele afirma que
recebeu o que foi combina-
do sem qualquer problema.
“Ocorreu tudo tranquilo.
4. INFORMATIVO PROJETO BARRAGENS | BREJÃO
Informativo Projeto Bar-
ragens – Em qual estágio en-
contra-se a barragem Brejão?
Nilson da Silva – Esta-
mos iniciando a implantação
do canteiro de obra, que de-
vemos concluir ainda em ju-
lho. Iniciamos também a es-
cavação do canal de desvio.
Já concluímos os materiais
da primeira camada do solo e
da segunda camada do solo,
e vamos atacar agora o ma-
terial da terceira camada do
solo, que é removido apenas
com dinamite. Estamos agora
fazendo a limpeza do terreno
para detonar esse material da
terceira camada.
IPB – Qual é a previsão
de entrega da barragem?
Nilson da Silva –Aprevisão
é abril do próximo ano (2014).
São 12 meses de obra no total.
IPB – Qual é a caracterís-
tica de terreno dessa região
da barragem?
Nilson da Silva – O solo é
todo em terra. São 363 metros
de extensão. O material é are-
noso e absorve a água. O argi-
loso repele a água. É por isso
que usamos material argiloso
nas barragens, pois não segura
a água, é impermeável.
IPB – Do seu ponto de
vista, qual é a importância
dessa obra para os morado-
res da região?
4
Nilson da Silva, engenheiro fiscal da obra, assegura
que barragem vai combater as enchentes
ITEP - Instituto de Tecnologia de Pernambuco | www.itep.br
Avenida Professor Luiz Freire, 700, Cidade Universitária, Recife-PE,
CEP: 50.740-540 | PABX: 81-3183.4399 | FAX: 81-3183.4272
Diretor Presidente: Frederico Montenegro
Diretor Executivo-Comercial: Ivan Dornelas
E x p e d i e n t e
A Barragem Brejão em números
• Capacidade de armazenamento de água – 11,56 milhões m³
• Investimento - R$ 39.092.436,25
• Quantidade de profissionais na obra: 63
• Tamanho da área que será inundada – 116,76 hectares
• Altura do paredão – 35 metros
• Comprimento – 363 metros
• Propriedades atingidas – 29
• Área da bacia hidráulica – 351,74 km²
• Rio represado - Riacho Seco
• Municípios – Brejão e Terezinha
• Região – Agreste Meridional
ATENDIMENTO À POPULAÇÃO: 0800-286-3272
“Não vai ter mais enchente, porque a barragem está bem dimensionada. Com certeza não terá esse problema”, afirma
o engenheiro fiscal da obra, Nilson Francisco da Silva, da Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos (SRHE) do
Governo do Estado. Responsável por acompanhar o andamento das obras da barragem Brejão, ele ainda conta que tem
recebido a colaboração de todos os moradores do entorno. “Todo mundo está procurando ajudar dentro da medida do
possível. Não está sendo feita nenhuma resistência em negociar com o Governo do Estado”, garante.
Informativo Projeto Barragens
Edição e Redação: Rossini Barreira (Jornalista DRT 1.547 – PE)
Textos e fotos: Frederico Kataoka (DRT 3.328 – PE)
Diagramação: Ral (ralmildo@yahoo.com.br)
Impressão: Gráfica FacForm
Nilson da Silva – É de
grande importância porque a
população de lá é muito ca-
rente de água. É um município
muito pobre. Existe plantação,
mas é preciso ter água para ir-
rigar. Também é necessário ter
água para os animais. Vai ser,
portanto, de grande utilidade
essa barragem para abaste-
cimento e contenção de en-
chentes também. O pessoal me
contou que quando o rio pega
cheia, o negócio é feio. Quem
tem pouco fica sem nada.
IPB – Como foi a recep-
ção da comunidade com a
chegada da obra?
Nilson da Silva – O pesso-
al quer a obra e quer água. Não
fazem qualquer objeção por-
que sabem que na frente terão
água armazenada e poderão
sair dessa situação. Eles visam
essa parte do armazenamento.
Todo mundo está procurando
ajudar dentro da medida do
possível. Não está sendo feita
nenhuma resistência em nego-
ciar com o Governo do Estado.
IPB – Com essa obra, os
moradores podem ficar sos-
segados quanto às cheias?
Nilson da Silva – Não vai
ter mais enchente, porque a
barragem está bem dimensio-
nada. Com certeza não terá
esse problema.
Engenheiro Nilson da Silva informa que a população tem procurado
ajudar no andamento da obra.
Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos (SRHE).