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PGR e impactos das
mudanças das NRs 1 e 9 para
a Higiene Ocupacional
Gilmar da Cunha Trivelato
Pesquisador Titular – Fundacentro/ME
PGR e impactos das mudanças nas NR 1 e 9 para a Higiene Ocupacional
Tópicos a serem abordados
De que Higiene Ocupacional estamos falando?
O que mudou nas NR 01 e 09 que tem relevância
para a Higiene Ocupacional?
Quais são os impactos nas práticas da Higiene Ocupacional
no Brasil?
Paradigmas atuais da Higiene
Ocupacional na minha perspectiva
pessoal
Objeto da Higiene Ocupacional
FATORES OU ESTRESSORES AMBIENTAIS
Exposições a agentes físicos
Exposições a agentes químicos
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Perigos à saúde?
(hazards)
EXPOSIÇÃO DANO
Perigo ou fator de risco ocupacional/ Perigo ou fonte de risco
ocupacional: Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à
saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros
tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.
Risco ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou
agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente
nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa
lesão ou agravo à saúde.
Conceito de Perigo e Risco (de acordo com a nova NR 1
Fonte: AIHA (2015)
Caracterização
básica
Avaliação da
exposição
Aceitável Incerto Inaceitável
Controlar
Obter informação
adicional
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Início
Critérios
de
julgamento
das
exposições
e tomada
de decisão
Confirmar
Fonte: AHIA (2015)
Estratégia para avaliar e
controlar das exposições
ocupacionais
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avaliação das exposições ocupacionais
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0 <1% LE0 Nenhuma ação é necessária.
1 1-10% LEO Procedimentos, formação e comunicação de perigos
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das exposições
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dos locais de trabalho para verificar controles,
vigilância média, monitoração biológica da exposição.
4 >100% LEO + implementar ações de redução da exposição
seguindo a hierarquia das medidas de controle,
monitorar para validar a proteção respiratória.
(*) Decisão estatística baseada no limite superiror do percentil 90, 95 e 99%
Estratégia da AIHA: limitações dos critérios de avaliação das
exposições
1. Nem todos os agentes possuem limites de exposição
ocupacional (LEO) que representam “doses”
2. A relação entre Exposição/Limite de Exposição Ocupacional
(E/LEO) indica apenas a probabilidade de ocorrer o dano.
3. A estimativa do nível de risco deve considerar também a
severidade do dano - R = f (P, S do dano) (NR 01)
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Tendências recentes da Higiene Ocupacional
Abordagem gradual ou por camada para avaliação da
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Qualitativa ex. Control banding (NIOSH, 2009)
Semi-Quantitativa ex. ART, Stoffenmanager (Landberg et al, 2017)
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No controle dos riscos (além das abordagens tradicionais)
Adoção direta de controles, sem realizar avaliações aprofundadas
Prevenção antecipada (novos processos ou mudanças)
Mudanças de práticas de trabalho
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O que mudou nas NR 01 e 09 que têm
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O que mudou na NR 01?
Estabelece a obrigatoriedade de implementar um Programa de
Gerenciamento de Riscos ocupacionais (PGR) por estabelecimento
O PGR abrange todos os riscos ocupacionais.
O PGR pode ser parte de um Sistema de Gestão ou ser desdobrado
em subprogramas
Desobriga elaborar e manter o PPRA, mas não impede que a empresa
mantenha um Programa de Higiene Ocupacional.
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Ocupacionais e Plano de Ação
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não é um relatório ou laudo de avaliação das condições de trabalho.
É uma ferramenta de gerenciamento de riscos que consolida todos os
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riscos para fins de controle.
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exposições a agentes ambientais previstas na NR 09.
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biológicos
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avaliação e controle das exposições a agentes ambientais
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necessárias no Plano de Ação.
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Adota abordagem gradativa ou por camada para avaliação das
exposições
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de prevenção.
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Avaliação Qualitativa
Estratégias de avaliação
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Avaliação Qualitativa
Estratégias de avaliação
Avaliação semi-quantitativa
Avaliações quantitativas (poucas medições)
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Impactos gerais das mudanças para a
Higiene Ocupacional praticada no Brasil
As NR 01 e 09 contemplam muitos dos princípios e práticas
das abordagens recentes da Higiene Ocupacional.
Os novos requisitos legais implicam numa ruptura com a
cultura e as práticas de HO dominantes no Brasil.
A aplicação dos novos requisitos gerais exigirá capacitação da
maioria dos profissionais.
O PGR, assim como os sistemas de gestão, exigirá maior
integração da Higiene Ocupacional na gestão da SST nas
organizações.
Impactos para as práticas da Higiene
Ocupacional nas organizações produtivas
A extensão dos impactos depende do porte e complexidade
da organização, dos riscos e das práticas existentes .
. Podemos analisar três cenários
1. Grandes corporações que já possuem Programas de HO
Definir critérios de riscos comuns para todas as áreas de SST
Construir o Inventário de Riscos Ocupacionais
2. Organizações de médio e grande porte sem Programas de HO
Definir critérios de riscos comuns para todas as áreas de SST
Rever o processo atual de avaliação e controle das exposições ocupacionais
Construir o Inventário de Riscos Ocupacionais
3. Organizações de pequeno porte
Os prestadores de serviço em HO necessitarão mudar suas práticas
Necessidade de apoio governamental ou de organizações setoriais
Impactos para os profissionais que atuam
na área de Higiene Ocupacional
A extensão dos impactos vai depender da formação,
experiência profissional e contexto de atuação (profissional
pertencente à organização ou profissional externo).
As mudanças irão favorecer os profissionais competentes em HO.
Em geral haverá necessidade de capacitação em novas abordagens
da HO e desenvolvimento de competências para atuar como consultor
interno ou externo.
Exigirá maior interação multiprofissional e integração da HO
com outras áreas.
Referências bibliográficas
AMERICAN INDUSTRIAL HYGIENE ASSOCIATION [AIHA]. Exposure Assessment Strategies
Committee. A strategy for assessing and managing occupational exposures. Falls Church, VA: AIHA,
2015
LANDBERG, H. et a]. A study of the validity of two exposure assessment tools: Stoffenmanager and the
Advanced REACH tool. Annals of Work Exposures and Health, nol. 61, no. 5, p. 575-588, 2017.
NATIONAL INSTITUTE OF OCCUPATIONAL HEALTH` [NIOSH]. Qualitative risk characterization
and management of occupational hazards: control Banding (CB). Cincinatti: NIOSH, 2009.
EN 689:2018. Workplace exposure - Measurement of exposure by inhalation to chemical agents - Strategy for
testing compliance with occupational exposure limit values.
Gilmar da Cunha Trivelato
Químico e Mestre em Educação (USP), Doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(UFMG)
Pesquisador Titular da Fundacentro desde 1988 com atuação nas áreas de Higiene Ocupacional,
Segurança Química e Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Foi gerente da Coordenação de
Higiene do Trabalho e atualmente coordenador de Gabinete e Serviços da Diretoria de Pesquisa Aplicada
e do Programa de Pós-Graduação da Fundacentro em SST.
Participou da equipe responsável pela NR09 (PPRA) e da última revisão da NR01 e NR09 e da
elaboração e revisão de diversas outras normas regulamentadoras.
Atuou como consultor para diversas organizações de pequeno e grande porte nas suas áreas de atuação.
Membro efetivo da ACGIH e SRA (Society for Risk Analysis)
Contato: gilmar.trivelato@gmail.com

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Impactos das mudanças nas NRs 1 e 9 para a Higiene Ocupacional

  • 1. PGR e impactos das mudanças das NRs 1 e 9 para a Higiene Ocupacional Gilmar da Cunha Trivelato Pesquisador Titular – Fundacentro/ME
  • 2. PGR e impactos das mudanças nas NR 1 e 9 para a Higiene Ocupacional Tópicos a serem abordados De que Higiene Ocupacional estamos falando? O que mudou nas NR 01 e 09 que tem relevância para a Higiene Ocupacional? Quais são os impactos nas práticas da Higiene Ocupacional no Brasil?
  • 3. Paradigmas atuais da Higiene Ocupacional na minha perspectiva pessoal
  • 4.
  • 5. Objeto da Higiene Ocupacional FATORES OU ESTRESSORES AMBIENTAIS Exposições a agentes físicos Exposições a agentes químicos Exposições a agentes biológicos Perigos à saúde? (hazards) EXPOSIÇÃO DANO
  • 6. Perigo ou fator de risco ocupacional/ Perigo ou fonte de risco ocupacional: Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde. Risco ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde. Conceito de Perigo e Risco (de acordo com a nova NR 1
  • 8. Caracterização básica Avaliação da exposição Aceitável Incerto Inaceitável Controlar Obter informação adicional Reavaliar Início Critérios de julgamento das exposições e tomada de decisão Confirmar Fonte: AHIA (2015) Estratégia para avaliar e controlar das exposições ocupacionais
  • 9. Conceitos centrais no processo de avaliação das exposições ocupacionais Exposição Grupo de Exposição Similar (GES) Perfil de Exposição
  • 10. Critérios para julgamento da aceitabilidade das exposições ocupacionais e controles necessários Categorias de exposições por GES (*) Ações recomendadas 0 <1% LE0 Nenhuma ação é necessária. 1 1-10% LEO Procedimentos, formação e comunicação de perigos gerais. 2 10-50% LEO + comunicação de perigos específicos, monitoração das exposições 3 50-100% LEO + monitoração das exposições necessárias, inspeções dos locais de trabalho para verificar controles, vigilância média, monitoração biológica da exposição. 4 >100% LEO + implementar ações de redução da exposição seguindo a hierarquia das medidas de controle, monitorar para validar a proteção respiratória. (*) Decisão estatística baseada no limite superiror do percentil 90, 95 e 99%
  • 11. Estratégia da AIHA: limitações dos critérios de avaliação das exposições 1. Nem todos os agentes possuem limites de exposição ocupacional (LEO) que representam “doses” 2. A relação entre Exposição/Limite de Exposição Ocupacional (E/LEO) indica apenas a probabilidade de ocorrer o dano. 3. A estimativa do nível de risco deve considerar também a severidade do dano - R = f (P, S do dano) (NR 01)
  • 12. Estimativa do nível de risco usando matriz de risco (exemplo ilustrativo) 1 4 2 3 Severidade (dano) 4 3 2 1 Probabilidade (dano)
  • 13. Tendências recentes da Higiene Ocupacional Abordagem gradual ou por camada para avaliação da exposição (EN 689:2018) Análise preliminar dos dados para definir a estratégia de avaliação Qualitativa ex. Control banding (NIOSH, 2009) Semi-Quantitativa ex. ART, Stoffenmanager (Landberg et al, 2017) Quantitativa (simplificada ou com abordagem estatística) Estratégias de avaliação para fins controlar as exposições
  • 14. Tendências recentes da Higiene Ocupacional No controle dos riscos (além das abordagens tradicionais) Adoção direta de controles, sem realizar avaliações aprofundadas Prevenção antecipada (novos processos ou mudanças) Mudanças de práticas de trabalho Substituição – processos ou materiais
  • 15. O que mudou nas NR 01 e 09 que têm relevância para a Higiene Ocupacional?
  • 16. O que mudou na NR 01? Estabelece a obrigatoriedade de implementar um Programa de Gerenciamento de Riscos ocupacionais (PGR) por estabelecimento O PGR abrange todos os riscos ocupacionais. O PGR pode ser parte de um Sistema de Gestão ou ser desdobrado em subprogramas Desobriga elaborar e manter o PPRA, mas não impede que a empresa mantenha um Programa de Higiene Ocupacional.
  • 17. O que mudou na NR 01 Documentos mínimos – Inventário de Riscos Ocupacionais e Plano de Ação Inventário de Riscos Ocupacionais não é um relatório ou laudo de avaliação das condições de trabalho. É uma ferramenta de gerenciamento de riscos que consolida todos os resultados de avaliações de riscos previstos nas demais NR e classifica os riscos para fins de controle. Implicação prática : O PGR não desobriga a realização de avaliação das exposições a agentes ambientais previstas na NR 09.
  • 18. O que mudou na NR 09 Título: Avaliação e controle da exposição a agentes físicos, químicos e biológicos Texto base – estabelece os requisitos gerais para a identificação, avaliação e controle das exposições a agentes ambientais Os resultados das avaliações das exposições devem ser incorporados no Inventario de Riscos e as medidas de controle necessárias no Plano de Ação.
  • 19. O que mudou na NR 09 Anexos – estabelece os requisitos específicos para cada tipo de agente Adota abordagem gradativa ou por camada para avaliação das exposições Segue a hierarquia das medidas de controle para indicar as medidas de prevenção. Agentes físicos: vibrações, calor e ruído. Agentes químicos e biológicos – em processo de elaboração.
  • 20. Avaliação das exposições Análise preliminar dos dados disponíveis Risco inaceitável Exposição relevante e incerta Exposição irrelevante Adoção direta de controles Avaliar a exposição Rever se houver mudanças
  • 21. Critérios de avaliação • Quantitativos (limites de exposição ocupacional) • Qualitativos ( perigos X medidas de controle recomendadas)
  • 22. Avaliação Qualitativa Estratégias de avaliação Avaliações quantitativas (poucas medições) Avaliações quantitativas aprofundadas Pratica dominante
  • 23. Avaliação Qualitativa Estratégias de avaliação Avaliação semi-quantitativa Avaliações quantitativas (poucas medições) Avaliações quantitativas aprofundadas
  • 24. Impactos gerais das mudanças para a Higiene Ocupacional praticada no Brasil
  • 25. As NR 01 e 09 contemplam muitos dos princípios e práticas das abordagens recentes da Higiene Ocupacional. Os novos requisitos legais implicam numa ruptura com a cultura e as práticas de HO dominantes no Brasil. A aplicação dos novos requisitos gerais exigirá capacitação da maioria dos profissionais. O PGR, assim como os sistemas de gestão, exigirá maior integração da Higiene Ocupacional na gestão da SST nas organizações.
  • 26. Impactos para as práticas da Higiene Ocupacional nas organizações produtivas A extensão dos impactos depende do porte e complexidade da organização, dos riscos e das práticas existentes .
  • 27. . Podemos analisar três cenários 1. Grandes corporações que já possuem Programas de HO Definir critérios de riscos comuns para todas as áreas de SST Construir o Inventário de Riscos Ocupacionais 2. Organizações de médio e grande porte sem Programas de HO Definir critérios de riscos comuns para todas as áreas de SST Rever o processo atual de avaliação e controle das exposições ocupacionais Construir o Inventário de Riscos Ocupacionais 3. Organizações de pequeno porte Os prestadores de serviço em HO necessitarão mudar suas práticas Necessidade de apoio governamental ou de organizações setoriais
  • 28. Impactos para os profissionais que atuam na área de Higiene Ocupacional
  • 29. A extensão dos impactos vai depender da formação, experiência profissional e contexto de atuação (profissional pertencente à organização ou profissional externo). As mudanças irão favorecer os profissionais competentes em HO. Em geral haverá necessidade de capacitação em novas abordagens da HO e desenvolvimento de competências para atuar como consultor interno ou externo. Exigirá maior interação multiprofissional e integração da HO com outras áreas.
  • 30. Referências bibliográficas AMERICAN INDUSTRIAL HYGIENE ASSOCIATION [AIHA]. Exposure Assessment Strategies Committee. A strategy for assessing and managing occupational exposures. Falls Church, VA: AIHA, 2015 LANDBERG, H. et a]. A study of the validity of two exposure assessment tools: Stoffenmanager and the Advanced REACH tool. Annals of Work Exposures and Health, nol. 61, no. 5, p. 575-588, 2017. NATIONAL INSTITUTE OF OCCUPATIONAL HEALTH` [NIOSH]. Qualitative risk characterization and management of occupational hazards: control Banding (CB). Cincinatti: NIOSH, 2009. EN 689:2018. Workplace exposure - Measurement of exposure by inhalation to chemical agents - Strategy for testing compliance with occupational exposure limit values.
  • 31. Gilmar da Cunha Trivelato Químico e Mestre em Educação (USP), Doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (UFMG) Pesquisador Titular da Fundacentro desde 1988 com atuação nas áreas de Higiene Ocupacional, Segurança Química e Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Foi gerente da Coordenação de Higiene do Trabalho e atualmente coordenador de Gabinete e Serviços da Diretoria de Pesquisa Aplicada e do Programa de Pós-Graduação da Fundacentro em SST. Participou da equipe responsável pela NR09 (PPRA) e da última revisão da NR01 e NR09 e da elaboração e revisão de diversas outras normas regulamentadoras. Atuou como consultor para diversas organizações de pequeno e grande porte nas suas áreas de atuação. Membro efetivo da ACGIH e SRA (Society for Risk Analysis) Contato: gilmar.trivelato@gmail.com