O documento analisa os indicadores de emprego formal no Brasil em outubro de 2011. Resume que 126 mil novos empregos foram criados, mantendo a tendência de crescimento desde 2009. Os setores que mais contribuíram foram serviços, comércio e construção civil. As micro e pequenas empresas foram responsáveis pela maioria dos novos empregos.
2. Principais conclusões sobre a evolução dos indicadores de
emprego formal no Brasil - Outubro / 2011
1. A dinâmica nacional, setorial e regional
De acordo com os números do CAGED publicados pelo Ministério do Trabalho, em outubro de
2011, foram gerados 126.143 empregos celetistas, equivalente à expansão de 0,33% no
estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. O desempenho de outubro
mantém a trajetória de crescimento ininterrupta desde fevereiro de 2009, com exceção dos
meses de dezembro, devido à presença do fator sazonal negativo do referido mês.
Nos acumulado dos últimos 12 meses, foram gerados 1,98 milhões de postos de trabalho,
considerando a série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo,
equivalente à expansão de 5,46%.
Em outubro de 2011 verificou-se expansão em sete dos oito setores de atividade econômica,
com segundo melhor resultado para o mês nos Serviços. Os que mais contribuíram para o
desempenho positivo foram os Serviços, o Comércio e a Construção Civil, nesta ordem.
No recorte geográfico, ocorreu expansão generalizada do emprego no mês em quatro das
cinco grandes regiões brasileiras, cabendo destacar as Regiões Sudeste e Sul em termos
absolutos. A região Centro-Oeste foi a única a apresentar declínio no nível de emprego,
justificado pelo comportamento desfavorável do emprego nos estados de Goiás e Mato Grosso
do Sul.
Analisando os setores, os Serviços obtiveram um bom desempenho para o mês, com um saldo
positivo de 77.201 novos postos de trabalho, derivou-se do aumento do emprego formal em
todos os seis ramos que o compõem, com dois deles registrando recordes e três o segundo
melhor resultado para o mês. Os destaques ficaram para o Comércio e Administração de
Imóveis, que teve o segundo melhor resultado para o mês, seguido de Serviços de Alojamento
e Administração e Serviços de Transportes e Comunicações.
O desempenho positivo do Comércio, com 60.878 novos postos, derivou da elevação no
Comércio Varejista e no Comércio Atacadista, com 0,74% de expansão de empregos com
carteira assinada. O modesto crescimento da Indústria de Transformação, com a criação de
5.206 postos decorreu de saldos positivos em 7 dos 12 ramos que a compõe. Em termos
absolutos, os destaques positivos foram a Indústria de Madeira e Mobiliário e Indústria
Mecânica. As maiores perdas foram na Indústria Química e na Indústria de Produtos Alimentícios.
Dos vinte e sete estados da Federação, vinte e três expandiram o nível de emprego, com dois
recordes para o mês. Em termos absolutos, o estado do São Paulo liderou a geração de
empregos, seguido por Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Os estados que obtiveram redução
no nível de emprego foram Goiás, Mato Grosso do Sul, Acre e Rondônia, nesta ordem.
O emprego formal do conjunto das nove principais regiões metropolitanas apresentou resultado
de 73,4 mil novos postos de trabalho no mês.
UGE/NA - NEP 2/3
3. 2. O desempenho das MPE
As micro e pequenas empresas foram responsáveis por 107,5% do saldo líquido de empregos
gerados em outubro, compensando as perdas observadas nas médias e grandes empresas.
Dentre as MPE, a maior parte desse desempenho (85,9%) foi fruto das contratações nos
empreendimentos que empregam até 4 trabalhadores, seguido pelas que empregam de 20 a
99 trabalhadores, que responderam por 11,6% do saldo total dos empregos do mês. Nos
estabelecimentos que empregam entre 5 e 19 trabalhadores responderam por um incremento
na ordem de 10,0% do saldo total – vide Quadro 1.
Quadro 1: Participação (%) dos estabelecimentos no saldo líquido total de empregos, por
setor – Outubro/2011
Tamanho do Estabelecimento
Setor
Total Até 4 5 a 19 20 a 99 MPE 100 a 499 500 ou mais
Ind. Ext. Mineral 1,0 0,2 0,0 0,2 0,4 0,2 0,4
Ind. de Transformação 4,1 9,9 3,2 3,7 16,7 -0,2 -12,4
Serv. Ind. Ut. Pública 0,3 0,1 0,0 0,3 0,4 0,0 0,0
Construção Civil 8,2 8,0 0,4 0,3 8,6 -2,0 1,6
Comércio 48,3 33,1 5,6 6,9 45,5 1,8 1,0
Serviços 61,2 28,7 2,1 8,0 38,8 8,3 14,1
Adm. Pública 0,7 0,0 0,1 0,0 0,1 0,2 0,3
Agricultura, pecuária, etc. -23,7 6,0 -1,4 -7,7 -3,1 -7,8 -12,8
Total 100,0 85,9 10,0 11,6 107,5 0,5 -7,9
Fonte: CAGED, Ministério do Trabalho e Emprego
Analisando os segmentos que compõem as MPE, os principais resultados de outubro foram os
seguintes:
a) Considerando os resultados observados no mês, as microempresas que empregam até 4
trabalhadores participaram significativamente do saldo total dos empregos, respondendo por
85,9% de todos as carteiras formais geradas no mês. O setor de comércio se destacou neste
mês, seguido pelo de serviços. A indústria de transformação e a construção civil também
tiveram destaque na criação de postos de trabalho. Ressalte-se que os saldos de empregos
líquidos foram positivos ou neutros em todos os demais setores;
b) As microempresas que empregam entre 5 e 19 trabalhadores apresentaram saldo
negativo de 1,4% na agricultura e pecuária, apresentando saldo positivo ou neutro em todos os
demais setores em especial no de comércio, com 5,6% de todos os empregos criados no mês;
c) Considerando os setores, as pequenas empresas, que empregam entre 20 e 99
trabalhadores, geraram empregos em todos os setores, exceto para a agricultura, que
respondeu por 7,7% de todos os postos de trabalho fechados no mês de outubro;
d) O conjunto das MPE, portanto, participou fortemente dos saldos totais de emprego nos
setores do comércio, serviços e indústria de transformação, mantendo o ritmo forte na
participação de empregos que havia sido observado nos primeiros meses do ano.
Os empreendimentos de maior porte fecharam postos de trabalho em dois dos oito grandes
setores, principalmente na Indústria de Transformação e na Agricultura.
UGE/NA - NEP 3/3