Juiz fará justiça por assassinato brutal em São Luís
1. Bruno Sousa
1989-2014
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No dia 16 de junho, na madrugada, Bruno Sousa foi
assassinado de uma forma brutal em frente a sua casa
no bairro Coroadinho, em São Luís MA. O texto a seguir
foi lido no seu enterro.
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Em Gênesis 18:25, o patriarca Abraão faz uma pergunta
a Deus: “Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” Este
tipo de pergunta se chama “retórico”, ou seja, uma
pergunta cuja resposta já está subentendida. Se eu fosse
perguntar a qualquer pessoa aqui “você não quer que o
Brasil ganhe na Copa este ano?”, a resposta
subentendida seria “claro que sim, queremos.” Da
mesma forma, a resposta subentendida à pergunta do
Abraão é “sim, o Juiz desta terra fará justiça.”
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E é com base nesta afirmação: o Juiz desta terra fará
justiça, que hoje quero entregar quatro recados: um aos familiares e amigos do Bruno,
um aos autores deste crime, um aos governantes, e por fim, um às pessoas que aqui
se encontram sem Cristo.
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Primeiro, aos familiares do Bruno, o Juiz desta terra fará justiça, e é com esta
grande verdade que podemos nos consolar. A Palavra de Deus nos afirma que Deus
não olha ao exterior, e sim ao coração. E se é verdade, como alguns tem me afirmado,
que o Bruno, no decorrer do tempo que passou na casa de recuperação, respondeu em
fé ao chamado do evangelho; se é verdade, como as irmãs de Bruno tem me falado,
que ele passou esses últimos dias buscando a Palavra de Deus; se é verdade, como
me diz o seu cunhado, que na hora da sua morte ele expressou sua fé em Cristo—
resumindo, se Bruno estava confiando em Cristo e somente em Cristo para a sua
salvação, podemos confiar que o juiz desta terra fará justiça, e que neste momento
Bruno está com Cristo no paraíso, livre de todos os males que o assolaram nesta vida.
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A Palavra de Deus é claro: crê no Senhor Jesus e serás salvo, e não existe nenhuma
cláusula que exclui os viciados desta promessa. O Juiz desta terra é perfeitamente
capaz de olhar por trás de uma dependência química, ver um coração que clama
tenha misericórdia de mim, um pecador, e responder hoje estarás comigo no Paraíso. A
família de Bruno deve se consolar com estes pensamentos.
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Segundo, quero deixar um recado aos autores desta barbaridade: o Juiz desta
terra fará justiça. Vocês podem pensar que escaparam ilesos, que ninguém viu, ou que
quem viu não tem como reivindicar. Está muito enganado. Este ato de covardia (e não
existe outra palavra para descrever o que fizeram, foi covardia mesmo) foi visto em
todos os seus terríveis detalhes pelo grande Juiz do Universo, o mesmo que formou o
2. Bruno antes da fundação da terra, o mesmo que o criou na sua imagem e semelhança
e lhe deu um valor intrínseco. Vocês, na sua prepotência, se auto-nomearam juízes ,
júri, e executores do Bruno. Agora, é possível que nunca respondam por este crime
diante das autoridades civis. Infelizmente. Mas fiquem certos de que um dia terão que
se depor diante do verdadeiro Juiz do universo, que então irá executar o seu juízo
eterno. Podem tentar fugir, podem procurar se esconder no barulho das farras e o
engano das drogas, mas sempre o Espírito deste Juiz estará lá, lembrando-lhe do seu
crime, infernizando-lhe os pensamentos, e roubando-lhe o sono. Terrível coisa é cair
nas mãos do Deus vivo.
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E a grande ironia é esta: na hora do seu ato miserável, o inferno que o Bruno vivia aqui
acabou. Mas o inferno de vocês está apenas começando. Existe somente uma saída,
que falarei em breve.
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Mas antes, uma palavra aos nossos governantes: o Juiz desta terra fará justiça.
Como o sangue de Abel, o sangue do Bruno clama para justiça, e é para efetuar esta
justiça que vocês foram postos por Deus na sua posição. Uma sociedade onde um
crime bárbaro como este passa despercebido e sem retribuição pelas autoridades é
uma sociedade a beira do caos. O mesmo Deus que lhes deu esta posição de poder e
influência irá lhe cobrar o seu exercício. Façam, então, justiça para com esta família.
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E por fim, um recado aos que aqui se encontram fora da família da fé: o Juiz desta
terra fará justiça. Nestas horas focalizarmos no falecido e na sua família, nos autores
do crime, nos governantes e sua responsabilidade para com a sociedade—e com toda
razão. Porem, não podemos nos esquecer do fato de que todos nós—independente de
status social, situação econômica, ou afiliação religiosa—somos culpados diante de um
Deus totalmente justo. Como afirma a Palavra de Deus, todos nós havemos de nos
apresentar diante deste juiz, e nenhum de nós é justo o suficiente para escapar da sua
ira. Mas a grande e boa verdade é que o Deus que é perfeito na sua justiça é também
perfeito no seu amor. E este amor o levou a oferecer Jesus Cristo, seu Filho, como alvo
de sua justa ira, para que nós desfrutemos então de sua grande misericórdia. E todos
que colocam sua fé unicamente na pessoa e obra de Cristo—sejam empresários ou
viciados, sejam criminosos ou autoridades, sejam ricos ou pobres—podem afirmar
que o Juiz desta terra já fez a justiça, e agora estou justificado.
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Finalizo esta reflexão implorando a todos presentes que esta tragédia—a morte do
nosso querido Bruno—não seja em vão. Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo. O
grande desejo do coração de todo filho de Deus aqui, é um dia ver todos nós reunidos
junto com Bruno, em um só Espírito, nos alegrando diante do trono do Grande Juíz, na
presença no nosso maravilhoso Redentor, Jesus Cristo. Que as lágrimas de hoje se
tornem em alegria, e que hoje haja salvação nesta casa.
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Pr. Andrew Comings, em São José do Ribamar, 17 de junho, 2014